Produção industrial diminui no mês e aumenta no ano

Do IBGE

Produção industrial recua (-2,0%) em julho

Em julho de 2013, já descontadas as influências sazonais, a produção industrial apontou queda de 2,0% frente ao mês imediatamente anterior, praticamente eliminando a expansão de 2,1% assinalada em junho último.

No confronto com igual mês do ano anterior, o setor industrial apontou crescimento de 2,0% na produção, quarta taxa positiva consecutiva nesse tipo de comparação.

Com isso, no índice acumulado para os primeiros sete meses do ano, o setor industrial avançou 2,0% frente a igual período do ano anterior, repetindo, portanto, a marca observada no fechamento do primeiro semestre.
A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos 12 meses, ao mostrar expansão de 0,6% em julho de 2013, manteve a trajetória ascendente iniciada em dezembro do ano passado (-2,6%) e assinalou o resultado positivo mais elevado desde novembro de 2011 (0,7%).

O índice de média móvel trimestral mostrou variação de -0,7%.

A publicação completa da pesquisa pode ser acessada na página

www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/industria/pimpfbr/default.shtm

A redução no ritmo da atividade industrial em julho de 2013 (-2,0%) se deu de forma generalizada, atingindo a maioria (15) dos 27 ramos industriais e as quatro categorias de uso. Vale ressaltar que a queda observada nesse mês para o total da indústria, além de praticamente eliminar o avanço de 2,1% de junho último, manteve o padrão que marca a produção industrial em 2013, com meses de crescimento elevado sendo seguidos por recuos mais intensos. Com o resultado de julho, o total da indústria ficou 3,6% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011. Ainda na série com ajuste sazonal, os sinais de diminuição no dinamismo da atividade industrial nesse mês também ficaram evidenciados na evolução do índice de média móvel trimestral, que interrompeu a trajetória ascendente iniciada em dezembro último.

Nos confrontos com iguais períodos do ano anterior, a produção industrial mostrou expansão, com o índice mensal de julho de 2013 assinalando a quarta taxa positiva consecutiva, e o índice acumulado nos sete meses de 2013 avançando 2,0%, com claro destaque, nos dois tipos de comparação, para o maior dinamismo vindo de bens de capital, sinalizando sobretudo ampliação dos investimentos.

Dos 27 ramos pesquisados, 15 registram queda de junho para julho

A queda de 2,0% da atividade industrial na passagem de junho para julho teve perfil generalizado de redução, alcançando todas as categorias de uso e a maior parte (15) dos 27 ramos pesquisados. Entre os setores, as principais influências negativas foram registradas por veículos automotores (-5,4%) e farmacêutico (-10,7%), com ambos eliminando os avanços assinalados no mês anterior: 1,8% e 10,0%, respectivamente. Outras contribuições negativas relevantes sobre o total da indústria vieram de borracha e plástico (-4,5%), celulose, papel e produtos de papel (-3,6%), alimentos (-1,4%), máquinas para escritório e equipamentos de informática (-9,4%), máquinas e equipamentos (-1,6%), outros equipamentos de transporte (-3,3%), metalurgia básica (-1,8%) e outros produtos químicos (-1,5%). Vale destacar que, com exceção do último setor que mostrou taxa negativa pelo segundo mês seguido, as demais atividades apontaram resultados positivos em junho último: 0,4%, 3,4%, 0,8%, 8,6%, 3,4%, 9,2% e 0,6%, respectivamente. Por outro lado, entre as 11 atividades que ampliaram a produção, o desempenho de maior importância para a média global foi verificado em refino de petróleo e produção de álcool (3,3%), que recuperou parte da perda de 4,1% assinalada no mês anterior. Vale citar também as expansões observadas nos setores de bebidas (2,3%), de material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (3,5%) e de produtos de metal (2,0%).
Entre as categorias de uso, ainda na comparação com o mês imediatamente anterior, bens de consumo duráveis, ao recuar 7,2%, assinalou a queda mais acentuada em julho de 2013, eliminando, assim, o avanço de 4,5% registrado em junho último. O segmento de bens de capital (-3,3%), que também apontou recuo acima da média nacional (-2,0%), devolveu parte da expansão de 6,5% observada no mês anterior. Os setores produtores de bens de consumo semi e não duráveis (-1,5%) e de bens intermediários (-0,7%) também mostraram taxas negativas nesse mês, com o primeiro eliminando parte do avanço de 2,7% de junho, e o segundo assinalando a terceira taxa negativa consecutiva, período em que acumulou perda de 1,8%.

Média móvel trimestral recua 0,7% em julho

Ainda na série com ajuste sazonal, a evolução do índice de média móvel trimestral para o total da indústria apontou queda de 0,7% no trimestre encerrado em julho frente ao nível do mês anterior e interrompeu a trajetória ascendente iniciada em dezembro último. Entre as categorias de uso, ainda em relação ao movimento deste índice na margem, bens de consumo duráveis (-1,1%) registrou o recuo mais acentuado em julho, após dois meses de resultados positivos consecutivos que acumularam expansão de 3,6%. Os segmentos de bens intermediários (-0,6%) e de bens de capital (-0,2%) também mostraram taxas negativas nesse mês, com o primeiro intensificando a queda registrada no mês anterior (-0,3%); e o segundo interrompendo a trajetória ascendente iniciada em dezembro último. O setor produtor de bens de consumo semi e não duráveis (0,2%) assinalou o único resultado positivo nesse mês, mas com menor intensidade frente ao índice de junho (1,0%).

Produção industrial avança 2,0% na comparação com julho de 2012

Na comparação com igual mês do ano anterior, o setor industrial avançou 2,0% em julho de 2013, com predomínio de resultados positivos, já que três das quatro categorias de uso e a maior parte (18) das 27 atividades apontaram crescimento na produção. Vale citar que julho de 2013 (23 dias) teve um dia útil a mais que igual mês do ano anterior (22). Entre as atividades, as de refino de petróleo e produção de álcool (10,2%), de veículos automotores (4,3%), de máquinas e equipamentos (5,6%) e de outros equipamentos de transporte (12,8%) exerceram as maiores influências positivas na formação da média da indústria, impulsionadas principalmente pela expansão na fabricação de óleo diesel e outros óleos combustíveis, gasolina automotiva e álcool etílico, na primeira, caminhão-trator para reboques e semirreboques e caminhões, na segunda, máquinas e equipamentos para o setor de celulose, empilhadeiras propulsoras, motoniveladores, máquinas para colheita, tratores agrícolas e aparelhos de ar-condicionado, na terceira, e aviões e motocicletas, na última. Outras contribuições positivas relevantes sobre o total nacional vieram de material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (9,1%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (7,6%), produtos de metal (5,3%) e equipamentos de instrumentação médico-hospitalar, ópticos e outros (14,1%). Em termos de produtos, as influências positivas mais importantes nesses ramos foram, respectivamente, televisores e telefones celulares; fios, cabos e condutores elétricos, aparelhos elétricos de alarme e quadros, painéis, cabines e outros suportes equipados com aparelhos elétricos de interrupção ou proteção de tensão; latas de alumínio para embalagem e lâminas de barbear; e medidores de consumo de eletricidade, relógios de pulso e controladores lógico programáveis. Por outro lado, ainda na comparação com julho de 2012, entre as oito atividades que reduziram a produção, os principais impactos foram observados em edição, impressão e reprodução de gravações (-9,9%), farmacêutica (-8,4%) e indústrias extrativas (-2,5%), pressionados, em grande parte, pelos itens livros e jornais; medicamentos; e óleos brutos de petróleo e minérios de alumínio, respectivamente.

Ainda no confronto com igual mês do ano anterior, bens de capital, ao crescer 15,2% em julho de 2013, assinalou a quarta taxa positiva consecutiva de dois dígitos e a expansão mais intensa nesse mês entre as categorias de uso. Os segmentos de bens de consumo semi e não duráveis (2,9%), que também avançou acima da média nacional (2,0%), e de bens intermediários (0,2%) também apontaram resultados positivos em julho. Por outro lado, a produção de bens de consumo duráveis, ao recuar 1,6%, foi a única que mostrou queda nesse mês.

O setor produtor de bens de capital, ao crescer 15,2% em julho de 2013, mostrou o sétimo resultado positivo consecutivo na comparação com igual mês do ano anterior. Na formação do índice desse mês, o segmento foi influenciado pelo crescimento observado na maior parte dos seus grupamentos, com claro destaque para o avanço de 16,1% assinalado por bens de capital para equipamentos de transporte, impulsionado em grande parte pela maior fabricação de caminhão-trator para reboques e semirreboques, caminhões, aviões, ônibus e reboques e semirreboques. Os demais resultados positivos foram registrados por bens de capital para fins industriais (13,3%), quarta expansão de dois dígitos consecutiva, para uso misto (5,9%), agrícola (38,4%) e para construção (19,0%), enquanto o grupamento de bens de capital para energia elétrica (-2,6%) apontou a única taxa negativa nesse mês.
O segmento de bens de consumo semi e não duráveis, ao avançar 2,9% no índice mensal de julho de 2013, assinalou o quarto mês seguido de crescimento na produção. O desempenho nesse mês foi influenciado em grande parte pela expansão registrada pelo grupamento de carburantes (15,2%), impulsionado pelos avanços na fabricação dos itens gasolina automotiva e álcool. Os grupamentos de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (3,4%) e de semiduráveis (8,7%) também apontaram resultados positivos em julho, com destaque para a maior produção de carnes e miudezas de aves, cervejas, chope, biscoitos e bolachas, no primeiro subsetor, e calçados femininos de couro e de material sintético, cds e toalhas de banho de algodão, no segundo. Por outro lado, o único índice negativo foi observado no grupamento de outros não duráveis (-4,1%), pressionado principalmente pela redução na fabricação dos itens livros, jornais e medicamentos.

O setor produtor de bens intermediários, com variação de 0,2% em julho de 2013, apontou a segunda taxa positiva consecutiva no índice mensal. Nesse mês, os destaques positivos foram observados nos produtos associados às atividades de refino de petróleo e produção de álcool (7,1%), produtos de metal (6,4%), minerais não-metálicos (1,3%), borracha e plástico (1,2%) e veículos automotores (0,3%), enquanto as influências negativas foram registradas por alimentos (-7,8%), indústrias extrativas (-2,5%), celulose, papel e produtos de papel (-1,9%), metalurgia básica (-0,7%), produtos têxteis (-1,0%) e outros produtos químicos (-0,1%). Ainda nessa categoria de uso, vale citar também os resultados positivos vindos dos grupamentos de insumos para construção civil (3,8%), que apontou o segundo mês de crescimento na produção, e de embalagens (3,1%), que interrompeu dois meses de taxas negativas nesse tipo de comparação.

Ainda no confronto com igual mês do ano anterior, o segmento de bens de consumo duráveis, ao recuar 1,6% em julho de 2013, interrompeu três meses de resultados positivos consecutivos, pressionado em grande parte pela menor fabricação de automóveis (-5,4%) e de eletrodomésticos (-4,8%). Vale citar que nesse último grupamento, o comportamento negativo foi explicado especialmente pelos subsetores de eletrodomésticos da “linha branca” (-2,8%) e de outros eletrodomésticos (-39,8%), uma vez que a “linha marrom” avançou 16,1%. Nessa categoria de uso, também foram observados impactos positivos na produção de motocicletas (56,0%), influenciado pela baixa base de comparação em julho de 2012, uma vez que a produção deste item recuou 52,9% por conta da concessão de férias coletivas em importante empresa do setor, telefones celulares (8,9%) e de artigos do mobiliário (1,9%).

Índice acumulado nos primeiros sete meses avança 2,0%

No índice acumulado para os sete primeiros meses de 2013, frente a igual período do ano anterior, o setor industrial mostrou crescimento de 2,0%, com taxas positivas nas quatro categorias de uso, 14 dos 27 ramos, 43 dos 76 subsetores e 50,6% dos 755 produtos investigados. Entre as atividades, a de veículos automotores, que avançou 13,2%, permaneceu exercendo a maior influência positiva na formação da média da indústria, impulsionado em grande parte pela expansão na produção da maioria dos produtos pesquisados no setor (aproximadamente 80%), com destaque para a maior fabricação de caminhão-trator para reboques e semirreboques, caminhões, automóveis e veículos para transporte de mercadorias. Vale mencionar também a influência da baixa base de comparação, já que esse setor recuou 17,2% no índice acumulado do período janeiro-julho de 2012, em virtude das paralisações ocorridas por conta da concessão de férias coletivas em várias empresas do setor no início de 2012. Outras contribuições positivas relevantes sobre o total nacional vieram dos setores de refino de petróleo e produção de álcool (8,9%), máquinas e equipamentos (5,1%), outros equipamentos de transporte (8,0%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (7,7%) e borracha e plástico (4,9%). Em termos de produtos, as pressões positivas mais importantes nesses ramos foram, respectivamente, óleo diesel e outros óleos combustíveis, gasolina automotiva e álcool etílico; máquinas e equipamentos para o setor de celulose, rolamentos de esfera para equipamentos industriais, aparelhos de ar-condicionado, empilhadeiras propulsoras e tratores agrícolas; aviões; fios, cabos e condutores elétricos e quadros, painéis, cabines e outros suportes equipados com aparelhos elétricos de interrupção ou proteção de tensão; e pneus para automóveis, ônibus e caminhões, tiras ou fitas autoadesivas de plásticos e peças e acessórios de plástico e de borracha para veículos automotores. Por outro lado, entre os 11 ramos que reduziram a produção, os principais impactos foram observados em edição, impressão e reprodução de gravações (-10,0%), indústrias extrativas (-5,8%), metalurgia básica (-3,4%) e farmacêutica (-4,2%). Nessas atividades sobressaíram a menor produção dos itens jornais, revistas e livros, na primeira, minérios de ferro e óleos brutos de petróleo, na segunda, alumínio não ligado em formas brutas, lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono, vergalhões de aços ao carbono e óxido de alumínio, na terceira, e medicamentos, na última.

Entre as categorias de uso, o perfil dos resultados para o índice acumulado no período janeiro-julho de 2013 mostrou maior dinamismo para bens de capital (14,2%), impulsionado por todos os seus grupamentos, com destaque para a maior fabricação de bens de capital para equipamentos de transporte (25,0%). O setor produtor de bens de consumo duráveis (3,9%) também apontou expansão acima da média nacional (2,0%) nos sete primeiros meses do ano, influenciado em grande parte pela maior produção de automóveis (5,4%). Vale ressaltar que essas duas categorias de uso, além do aumento no ritmo da atividade industrial ao longo desse ano, também foram influenciadas pela baixa base de comparação, uma vez que no período janeiro-julho de 2012 registraram quedas de 12,0% e de 8,4%, respectivamente. Os segmentos de bens intermediários (0,4%) e de bens de consumo semi e não duráveis (0,1%) apontaram ligeira variação positiva no índice acumulado do ano.

Luis Nassif

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador