Que mídia e governo se odeiem para sempre

 

Os professores federais (Magistério Superior, e Ensino Básico, Técnico e Tecnológico) sentiram na carne o que acontece quando mídia e governo se aliam.

Em nível estadual, esse drama é bem conhecido: hoje, professores da Uerj, em greve há mais de um mês, não merecem qualquer atenção da imprensa e do governo Cabral, tanto quanto, no passado, os professores e funcionários das estaduais paulistas tiveram seus movimentos reivindicatórios silenciados e/ou criminalizados no conluio de poderes.

Em nível federal, o boicote ao movimento grevista foi mais escandaloso, justamente, porque uniu num só saco gatos do governo e do partido da mídia oposicionista.

Ora, é muita promiscuidade ideológica para explicar para os nossos alunos.

Informações inverídicas, números ficctícios e condenação do movimento disfarçada de preocupação com o interesse público confundiram a opinião pública, de tal forma, que ninguém sabe até hoje se algumas mensagens eram geradas nos ministérios ou nas redações.

Medidas improvisadas, jogo para a plateia, cálculos equivocados. O caso mostrou claramente que não há uma política efetiva no país para o ensino superior, não há uma sistematização nem sequer coerência em relação às políticas para a pesquisa e para o pesquisador brasileiro.

Mas nada disso foi denunciado. Nada disso mereceu uma abordagem crítica.

Juntaram-se a Marinhos, a Civitas, a Frias e Mesquitas, e todos os bancos e fundos que os sustentam, governistas que até então reclamavam da imprensa e de seus métodos cachoeiros.

Juntaram-se a ministros, colunistas os mais dedicados a infâmias e calúnias contra-governamentais.

Para não dizer que os professores ficaram sozinhos, é preciso lembrar que contaram com o reforço do movimento de funcionários e técnicos, que também vêm sendo preteridos de qualquer política séria para a categoria.

Alunos também se solidarizaram, realizando manifestações e mostrando o quanto vai escoando pelo ralo tudo que foi gasto no Reuni.

Não sabemos muito bem quando a greve vai acabar, mas uma coisa é certa: para o bem dos professores, é melhor que o ódio entre governo e mídia dure para sempre.

 

Redação

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