Redução dos juros motivou lucro, diz presidente do BB

Da Agência Brasil

Presidente do BB diz que lucro do banco em 2012 foi resultado da redução dos juros

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – O lucro obtido pelo Banco do Brasil em 2012 é resultado de estratégia baseada na redução da taxa de juros, disse hoje (21) o presidente da estatal, Aldemir Bendine, durante a divulgação dos resultados do ano passado. De acordo com ele, a empresa percebeu que a nova taxa básica de juros da economia teria impacto sobre o modelo tradicional de crédito do país.

“O banco captou rapidamente essa tendência e implementou um programa de redução de taxa de juros muito forte e foi indutor desse movimento no mercado. Com isso, conseguimos capturar uma grande base de clientes que passaram a acreditar nesse programa do banco. Isso acabou resultando neste resultado recorde para a história do Banco do Brasil”.

De acordo com os dados, o Banco do Brasil obteve um lucro líquido de R$ 3,967 bilhões no período de outubro a dezembro do ano passado, o que representa um aumento de 33,5%, quando comparado a igual período de 2011, e de 45,5% sobre o trimestre anterior. No ano, o valor soma R$ 12,2 bilhões, uma alta de 0,7% em 12 meses.

O total de ativos da instituição cresceu 17,2% e chegou a R$ 1,15 trilhão. Em relação ao trimestre anterior, houve evolução de 4,2%. O bom desempenho continua sendo puxado pela ampliação da carteira de crédito, que alcançou R$ 581 bilhões, uma expansão de 9,1% sobre o trimestre anterior e de 24,9% em 12 meses.

Os números mostram ainda que o Banco do Brasil, que já era líder na concessão de crédito, conseguiu aumentar a participação no mercado ao passar de 19,2% (no quarto trimestre de 2011) para 20,4% em igual período do ano passado. A alta no crédito levou a instituição a fechar o ano de 2012 com um lucro líquido recorde de R$ 12,2 bilhões. As operações de crédito atingiram R$ 581 bilhões, volume 24,9% maior que o de 2011.

No caso das operações destinadas a pessoas físicas, o saldo ficou em R$ 115,6 bilhões, com alta de 25,9% sobre o mesmo período de 2011 e de 7,1% sobre o trimestre anterior. A maioria (74,1%) refere-se a financiamentos classificados como operações de baixo risco, a exemplo de crédito consignado, CDC Salário, financiamento de veículos e crédito imobiliário.

O maior crescimento do crédito ocorreu nas operações de financiamento de veículos (134,9%), seguido do crédito consignado, com alta de 20,4%. Já para a compra de imóveis, segmento que passou a ser explorado pelo banco em 2008, o saldo no fechamento do ano ficou em R$ 12,9 bilhões, uma expansão de 68,5%. No quarto trimestre, o movimento atingiu R$ 3,1 bilhões – volume 89% acima do registrado no mesmo período de 2011. Os negócios com pessoas físicas somaram R$ 1,9 bilhão, e com pessoas jurídicas, R$ 1,2 bilhão.

De acordo com Bendine, os segmentos de imóveis e veículos não eram tão explorados pelo Banco do Brasil. “O banco investiu nesses segmentos em um momento em que estava havendo muito recuo no mercado desses financiamentos. O banco usou sua base de clientes e acabou tendo êxito muito forte”.

Ao mesmo tempo, ocorreu queda nos índices de inadimplência. A taxa de compromissos não honrados por um período superior a 90 dias passou de 2,19% (no terceiro trimestre) para 2,05% (no quarto trimestre), enquanto no sistema financeiro nacional o percentual aumentou de 3,6% para 3,64% no período.

Bendine ressaltou que a inadimplência aparece em queda porque Banco do Brasil elabora seus planos de forma que possa oferecer condições privilegiadas, o que atrai bons clientes. “Diante disso, vemos um reflexo muito forte no comportamento da nossa carteira. O Banco do Brasil tradicionalmente sempre teve a menor inadimplência do sistema financeiro. Quando se faz uma expansão, mas com critério, com cuidado, acaba-se atingindo esse bom crédito”, disse.

Edição: Davi Oliveira

Luis Nassif

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