Aí, houve a necessidade mais premente.
de um mergulho fatal e inquietante
que permitisse decifrar num só instante
a árvore, o fruto, a polpa, a semente.
Não valia mais o grande enigma,
antes fascínio, agora, insegurança.
O que valia era a pronta resposta,
a comprovação de que a grande aposta
em vez de risco, era aventurança
E como doeu, meu Deus, como doeu,
desvestir cada véu, cada escama,
revolver cada lençol na cama,
farejar resquícios de paixão.
Como doeu espreitar a energia,
a vitalidade jovem e sadia
de quem aprendeu sem carregar as culpas,
que carregou a minha geração.
Como doeu decifrar as aventuras,
algumas vagas, outras muito duras,
umas antigas, outras invadindo,
o início tenso de nossa paixão.
Ao final do processo, eu exaurido,
não exaurido, diria bem mais sábio,
como leitor daqueles alfarrábios
que decifravam a condição humana,
entendi o início e o meio,
comprendi o desfecho e a conclusão.
E foi assim que esse amor tão louco,
encontrou-se como o barco ao porto
depois de noite de mil provações.
Hoje, a cada manhã que amanheço
A espreito no leito e me enterneço
Com o reencontro, o reinício.
E recomeço.
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