Sobre esquerda e direita

Reproduzo um comentário do Carlinhos CHATO (é o nick dele) e minha resposta, que pode dar uma  boa idéia dos exageros de tentar reduzir todas as discussões à divisão esquerda-direita, Lula-anti-Lula.

Do Chato

Nassif, o macarthismo direitista investiu contra os valores fundamentais da cultura americana, também direitistas. O problema é que muitos comentaristas por aqui acham que direita é apenas “macarthismo” e “fascismo”, por isso acham que o mundo seria muito melhor sem ela.

São o equivalente à parcela da direita que acha que todo esquerdista é “comunista”.

O fato é que a criação da democracia moderna foi uma idéia, sim, “de direita”. A esquerda só foi aceitar a democracia com a consolidação dos partidos social-democratas na Europa.

Comentário

Washington, Jefferson e outros eram direita, antes mesmo da invenção das ideologias. Não exagere, né? É o mesmo que dizer que Keynes era esquerda, por propor papel mais ativo ao Estado. O racismo é direita ou esquerda? Os direitos humanos são de direita ou de esquerda? A Revolução Francesa era de esquerda ou de direita? Não dá. Há valores que estão acima dessas divisões – que, admito, são recorrentes nos comentários. Outro dia almocei com o Marcos Lisboa, que acaba de descobrir os programas de qualidade (que existem no Brasil desde os anos 80). E tentou associá-los ao ideário neoliberal. É por isso que as grandes mudanças se passam ao largo dessa compartimentalização de lado a lado.

A Ambev e o Bolsa Família recorrem aos métodos de gestão pela qualidade.

PS – No fim, estamos falando a mesma coisa. O Chato criou uma caricatura para demonstrar outra. Como deixei minha resposta por último aqui na nota, está aberto para a réplica dele.

Por Marcos Doniseti

Nassif, discordo do Chato de que a Esquerda somente aceitou a Democracia com a consolidação da Social-Democracia na Europa.

Na verdade, a divisão entre Esquerda e Direita começou com a Revolução Francesa. No começo, foi por causa da posição dos parlamentares no Parlamento francês.

Os representantes da alta burguesia sentavam do lado direito, enquanto os parlamentares ligados à pequena burguesia, aos operários e camponeses, sentavam do lado esquerdo do plenário. E no meio sentavam-se os centristas (o PMDB da época) que oras apoiavam as teses da burguesia (Direita) oras apoiavam as teses das camadas populares (Esquerda).

Agora, quanto à conquista da Democracia, pelo menos no momento em que estourou a Revolução Francesa, ela foi conquista de ambos os grupos, tanto da Direita como da Esquerda.

Quem era contra a Democracia, mesmo, eram os monaquistas absolutistas, que representavam os interesses do Rei, da alta nobreza e do alto clero.

Porém, naquela época, Democracia para a Direita era sinônimo de governo controlado exclusivamente pela burguesia.

E isso vale tanto para a Revolução Inglesa do século XVII, como para a Revolução Francesa do século XVIII, como para a Independência dos EUA.

Nestes 3 casos, a burguesia não admitiu que a massa popular (os pobres em geral, ou seja, operários, camponeses, etc) participasse efetivamente do processo político-eleitoral.

Tanto isso é verdade que tais revoluções burguesas implantaram o voto censitário, ou seja, que exigia uma renda mínima e que era bastante elevada, pois o objetivo desta medida era excluir a grande massa popular do processo político-eleitoral.

Na época da Revolução Francesa de 1789-1799, o único período em que o voto universal (apenas masculino, naquela época) foi adotado foi no período da chamada ‘República Jacobina’, cujo principal líder foi Rosbepierre e que durou de 1792-1794.

Quando a Burguesia retomou o poder, com Robespierre e Saint-Just sendo guilhotinados, ela imediatamente implantou, novamente, o voto censitário.

Foi somente com a Revolução de 1848 que o voto universal (masculino) foi implantado em definitivo na França.

Nos EUA, por exemplo, quando se proclamou a Independência, definiu-se que somente teria o direito de voto os homens, brancos e ricos.

Assim, a imensa maioria dos norte-americanos (mulheres, pobres, negros, escravos) foi excluído da ‘Democracia’ norte-americana. Os eram uma tipica ‘Democracia Burguesa’, portanto.

Nos demais países dominados pelos Burguesia Liberal (França, Grã-Bretanha, etc) não foi diferente e o voto censitário também vigorava.

Esse é um dos motivos pelos quais Marx dizia, na época, que existia uma ‘Democracia Burguesa’, pois o povo era totalmente excluído do processo político-eleitoral.

Assim, o voto universal foi, de fato, uma conquista da Esquerda, sim. Se dependesse apenas da Burguesia o voto censitário teria durado até os dias atuais.

Outra conquista da Esquerda foi o direito de voto para as mulheres, mas isso somente foi implantado no século XX após amplas mobilizações populares. No Brasil, o voto feminino foi adotado com a Constituição de 1934. Aliás, fomos um dos primeiros países a implantá-lo, até antes da França, que o adotou em 1936, quando um governo de Esquerda da época da ‘Frente Popular’ foi eleito.

Assim, foi somente através de sucessivas mobilizações populares (greves gerais, protestos, Revoluções, etc) que o povo conquistou o direito de participar do processo político-eleitoral e de ter as suas liberdades e garantias respeitadas.

Na Europa ocidental, durante todo o século XIX (e também no século XX pelo mundo afora), tivemos inúmeros movimentos populares que reivindicavam o voto universal e eles sempre foram brutalmente reprimidos pela Burguesia.

No Brasil, também tivemos, no século XIX, movimentos revolucionários que reivindicavam o voto universal (ex: a Revolução Praieira, que estourou em Pernambuco em 1848) mas o mesmo somente foi implantado com a Proclamação da República.

Mas, os governos da chamada ‘República Velha’ (1889-1930) fez uma outra ‘malandragem’ para excluir o povo, que foi exigir que para votar as pessoas tivessem que saber ler e escrever. Como a imensa maioria do povo brasileiro era analfabeto e os governos da burguesia agrária não se interessavam em alfabetizar a população, o povo continuou excluído do processo político, que continuou algo restrito aos mais ricos e letrados, ou seja, a uma elite. Assim, continuou como ‘dantes no quartel de Abrantes’.

Assim, embora a Democracia representativa tenha sido uma conquista tanto da Burguesia, como das camadas populares (ou seja, tanto da Direita como da Esquerda) a Democracia ampla, com voto universal (ai incluindo já o voto feminino), tal como é entendida hoje, foi uma conquista da Esquerda, sim. Sem as mobilizações populares o voto censitário masculino estaria vigorando até os dias atuais.

Por Pedro

Vejam só o absurdo da afirmação: “O fato é que a criação da democracia moderna foi uma idéia, sim, ‘de direita’. A esquerda só foi aceitar a democracia com a consolidação dos partidos social-democratas na Europa”.

Nada mais falso. A burguesia liberal na França, depois da Revolução de 1789, fez de tudo para barrar o projeto democrático mais radical dos jacobinos (Robespierre foi parar na guilhotina). Thomas Jefferson foi proprietário de escravos, e quando presidente dos EUA manteve o sistema elitista proposto pelos Federalistas (voto censitário, exclusão das mulheres, sistema eleitoral de segundo grau, senadores escolhidos pelos membros das Assembléias etc). Liberalismo pode viver muito bem sem democracia, como demonstram John Locke (também defensor da escravidão), Stuart Mill e Tocqueville (que sempre desconfiaram do povo), Hayek (que confessou preferir a liberdade econômica à liberdade política), Milton Friedman e os Chicago Boys (que também assessoraram Pinochet) etc etc etc.

As franquias democráticas atuais (sufrágio universal, políticas redistributivas, sistema pluripartidário, direitos trabalhistas que são o avesso do liberalismo manchesteriano etc) foram arrancadas pelo movimento operário ao longo da sua trajetória de LUTAS. A tese apresentada pelo Chato está mais para “ideologia da outorga”, pois atribui o “motor” da emancipação democrática não aos seus verdadeiros protagonistas, mas justamente aos seus antípodas! A idéia de democracia da direita nunca foi muito além de um sistema de participação política muito restrito, uma poliarquia (R. Dahl) ou governo das elites. Não tem nada a ver com “governo do povo, para o povo e pelo povo”.

Repito: os liberais sempre foram, historicamente e em sua maioria, antidemocráticos.

Quanto a John M. Keynes, sugiro uma leitura de seu artigo “I am a liberal?”, onde ele reivindica todos os valores da direita. E critica o partido trabalhista britânico, por ser um “partido de classe”, e logo uma classe que não era a sua! (o que confirma o comentário de Nassif).

Um pouco de conhecimento da história nos salvaria de afirmações flagrantemente equivocadas.

Vejam, por exemplo, dois autores importantes: Luís Felipe Miguel (Bases antidemocráticas do pensamento democrático moderno) e Domenico Losurdo (Democracia ou bonapartismo). Esse último, a propósito, faz uma crítica muito acertada ao seu conterrâneo Bobbio.

Luis Nassif

125 Comentários

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  1. Nassif, só faça uma correção
    Nassif, só faça uma correção no seu post: a revolução que influenciou foi a americana (que é de 1776) e não o contrário. De resto, concordo plenamente contigo.

  2. Claro que não podemos
    Claro que não podemos esquecer que você mesmo já se valeu muito desse “maniqueismo”, certo?

    Qual? Respeitando Roberto Campos e Olavo de Carvalho e desancando o clube da auto-ajuda neocon? Você acha que é ideologia que os move?

  3. A mais errônea análise de
    A mais errônea análise de esquerda e direita.Criou-se o mito que as esquerdas são pró povo e a dirieita em prol da riqueza de poucos.Nada

  4. Acho que é da natureza humana
    Acho que é da natureza humana ter que se dividir em grupos.
    Não conseguimos, ainda, abstrair e não rotular qualquer ação nossa como sendo completamente independente de interesses de ideológicos, de raça, credo e o diabo a quatro.

  5. Hahaha,
    A Revolução Francesa?
    Hahaha,
    A Revolução Francesa?
    Bom, os sans-culotte e os jacobinos eram esquerda não tenha dúvida. É desse período aliás a criação dessa noção de esquerda-direita.

    E Mirabeau, que definiu o formato do novo Estado francês?

  6. Nassif, discordo do Chato de
    Nassif, discordo do Chato de que a Esquerda somente aceitou a Democracia com a consolidação da Social-Democracia na Europa.

    Na verdade, a divisão entre Esquerda e Direita começou com a Revolução Francesa. No começo, foi por causa da posição dos parlamentares no Parlamento francês.

    Os representantes da alta burguesia sentavam do lado direito, enquanto os parlamentares ligados à pequena burguesia, aos operários e camponeses, sentavam do lado esquerdo do plenário. E no meio sentavam-se os centristas (o PMDB da época) que oras apoiavam as teses da burguesia (Direita) oras apoiavam as teses das camadas populares (Esquerda).

    Agora, quanto à conquista da Democracia, pelo menos no momento em que estourou a Revolução Francesa, ela foi conquista de ambos os grupos, tanto da Direita como da Esquerda.

    Quem era contra a Democracia, mesmo, eram os monaquistas absolutistas, que representavam os interesses do Rei, da alta nobreza e do alto clero.

    Porém, naquela época, Democracia para a Direita era sinônimo de governo controlado exclusivamente pela burguesia.

    E isso vale tanto para a Revolução Inglesa do século XVII, como para a Revolução Francesa do século XVIII, como para a Independência dos EUA.

    Nestes 3 casos, a burguesia não admitiu que a massa popular (os pobres em geral, ou seja, operários, camponeses, etc) participasse efetivamente do processo político-eleitoral.

    Tanto isso é verdade que tais revoluções burguesas implantaram o voto censitário, ou seja, que exigia uma renda mínima e que era bastante elevada, pois o objetivo desta medida era excluir a grande massa popular do processo político-eleitoral.

    Na época da Revolução Francesa de 1789-1799, o único período em que o voto universal (apenas masculino, naquela época) foi adotado foi no período da chamada ‘República Jacobina’, cujo principal líder foi Rosbepierre e que durou de 1792-1794.

    Quando a Burguesia retomou o poder, com Robespierre e Saint-Just sendo guilhotinados, ela imediatamente implantou, novamente, o voto censitário.

    Foi somente com a Revolução de 1848 que o voto universal (masculino) foi implantado em definitivo na França.

    Nos EUA, por exemplo, quando se proclamou a Independência, definiu-se que somente teria o direito de voto os homens, brancos e ricos.

    Assim, a imensa maioria dos norte-americanos (mulheres, pobres, negros, escravos) foi excluído da ‘Democracia’ norte-americana. Os eram uma tipica ‘Democracia Burguesa’, portanto.

    Nos demais países dominados pelos Burguesia Liberal (França, Grã-Bretanha, etc) não foi diferente e o voto censitário também vigorava.

    Esse é um dos motivos pelos quais Marx dizia, na época, que existia uma ‘Democracia Burguesa’, pois o povo era totalmente excluído do processo político-eleitoral.

    Assim, o voto universal foi, de fato, uma conquista da Esquerda, sim. Se dependesse apenas da Burguesia o voto censitário teria durado até os dias atuais.

    Outra conquista da Esquerda foi o direito de voto para as mulheres, mas isso somente foi implantado no século XX após amplas mobilizações populares. No Brasil, o voto feminino foi adotado com a Constituição de 1934. Aliás, fomos um dos primeiros países a implantá-lo, até antes da França, que o adotou em 1936, quando um governo de Esquerda da época da ‘Frente Popular’ foi eleito.

    Assim, foi somente através de sucessivas mobilizações populares (greves gerais, protestos, Revoluções, etc) que o povo conquistou o direito de participar do processo político-eleitoral e de ter as suas liberdades e garantias respeitadas.

    Na Europa ocidental, durante todo o século XIX (e também no século XX pelo mundo afora), tivemos inúmeros movimentos populares que reivindicavam o voto universal e eles sempre foram brutalmente reprimidos pela Burguesia.

    No Brasil, também tivemos, no século XIX, movimentos revolucionários que reivindicavam o voto universal (ex: a Revolução Praieira, que estourou em Pernambuco em 1848) mas o mesmo somente foi implantado com a Proclamação da República.

    Mas, os governos da chamada ‘República Velha’ (1889-1930) fez uma outra ‘malandragem’ para excluir o povo, que foi exigir que para votar as pessoas tivessem que saber ler e escrever. Como a imensa maioria do povo brasileiro era analfabeto e os governos da burguesia agrária não se interessavam em alfabetizar a população, o povo continuou excluído do processo político, que continuou algo restrito aos mais ricos e letrados, ou seja, a uma elite. Assim, continuou como ‘dantes no quartel de Abrantes’.

    Assim, embora a Democracia representativa tenha sido uma conquista tanto da Burguesia, como das camadas populares (ou seja, tanto da Direita como da Esquerda) a Democracia ampla, com voto universal (ai incluindo já o voto feminino), tal como é entendida hoje, foi uma conquista da Esquerda, sim. Sem as mobilizações populares o voto censitário masculino estaria vigorando até os dias atuais.

  7. O conceito de esquerda e
    O conceito de esquerda e direita é a mais errônea avaliação política do mundo moderno.Ainda temos o ranço de esquerdistas lutando para o povo e direitistas querendo aumentar suas riquezas.

    O mundo mudou e precisamos muadar com ele.Obama repitiu uma frase que o mundo propaga.

    Quando existia o tão falado e escrito esquerdismo,que MARX escreveu, o mnudo não tinha miseráveis em volta da sua porta.Era apenas uma luta de classes.Classe operária e classe dominante.Mas todos empregados e ninguém desabrigado.

    NãO É mais assim.A miséria assola o mundo.Não é mais ”ouvi dizer” , é aqui na nossa porta.

    Todos, menos ou mais, nos tornamos humanos.Ninguém mais aguenta essa quantidade imensa de pessoas batendo na nossa porta por um pedaço de paõ.Muito mais do que um pão, ela está pedindo esperança.Ela está dizendo:Até quando terei que pedir e esmolar?

    Salta aos olhos os anseios dos pedintes.E o mesmo olhar é uma súplica de um e a tristeza do outro.Ambos estão tristes.

    Neste momento, não é uma questão de esquerda ou direita.É de se perguntar se uma pessoa bem alimentada pode estar feliz com a fome que circunda sua janela.Se consegue estar em paz.

    E a paz não é nem da esquerda e nem da direita.É de quem faz tudo o que pode e mais um pouco,pra que o mundo seja um pouquinho mais justo.

    É de esquerda ou de direita? Tanto faz….

  8. Aqui do Alto Xingu, os índios
    Aqui do Alto Xingu, os índios esclarecem que as liberdades democráticas (o reconhecimento dos direitos civis, o princípio da soberania popular, etc.) nasceram nos movimentos do Terceiro Estado contra o despotismo absolutista, e outras conquistas (o direito a associação, o sufrágio universal e igual, a jornada de oito horas de trabalho, o direito de férias, de aposentadoria, etc.) das lutas populares em oposição à burguesia.

    Os primeiros regimes liberais restringiram tanto o direito de associação quanto de sufrágio, limitando as franquias políticas às classes dos proprietários. O sufrágio universal masculino, condição mínima da cidadania formal, foi conquistada ao final do século XIX e início do XX.

    A formação de sindicatos foi proibida pelos regimes liberais em nome da liberdade de mercado. Na França, só foi reconhecido em 1884, dez anos depois da Comuna de Paris. O surgimento do partido político, como conhecemos hoje, foi obra dos trabalhadores: o primeiro partido político de massas foi um partido operário, a social-democracia alemã, mas isso depois de vários anos de ilegalidade e repressão feroz.

    Ao longo da história ocorre um processo de democratização, que só se aprofunda e se amplia mediante as lutas e conquistas populares, até aqui no marco da hegemonia burguesa.

    Fazem parte da auto-organização popular — ou sociedade civil — os partidos de massa, os sindicatos, as associações profissionais, os comitês de empresa e bairro, as organizações culturais, etc. E através deles que as massas populares e os trabalhadores se organizam como sujeitos políticos coletivos e aprofundam e ampliam seus direitos.

    Eles são conseqüência do próprio processo impulsionado pelo capitalismo, de socialização das forças produtivas. Exemplo:o aumento da porodutividade do trabalho permitiu a redução da jornada de trabalho, a qual gerou tempo livre, pressuposto do incremento da organização da sociedade civil.

    Assim, a esfera da política se amplia além dos aparelhos do Estado e se espraia nos aparelhos privados de hegemonia, ou seja, os mútiplos interesses organizados, que buscam a hegemonia e o consenso. Assim a política é socializada.

  9. Sem caricaturas Sr. Carlinhos
    Sem caricaturas Sr. Carlinhos “chato”. Se a direita fosse composta apenas de macarthistas e fascistas seria muito fácil….e chato.
    A questão é que a direita tem muitas sutilezas e sofismas, sem os quais a sua existência se tornaria impraticável. A direita precisa de disfarces, perfume e cirurgias plásticas, pois a sua face real é indefensável.

    Imagine vc, o quê seria da direita sem um sociólogo de “esquerda” na década passada. Sem uns economistas “esclarecidos” oriundos do movimento estudantil….Até o Delfim disse, recentemente, (embora eu não concorde, pois acho que ele fez muito mais que isso e o Delfim não entende) que o Lula salvou o capitalismo no Brasil!

    Caro Carlinhos,
    Distante das disputas estéreis e dogmáticas sobre direita e esquerda, existe o mundo e a história real que demonstram, às fartas, que ser de esquerda no Brasil, na AL e no mundo, a despeito de erros cometidos, significa ser a favor de um desenvolvimento autônomo, da autodeterminação dos povos, da soberania nacional, de maior igualdade de oportunidades entre as pessoas (não a falaciosa do liberalismo), etc, etc., etc.
    Agora quer que eu fale mal da esquerda tb? Também falo: Os crimes do Stalinismo são indefensáveis, a falta de muitas liberdades em Cuba tb são questionáveis….os crimes de Pol Pot. O regime de Kim Jong Il são deploráveis. Tá satisfeito, ou quer que eu fale mais mal?
    Agora, vamos aos fatos: Qual o seu projeto para o Brasil, pra AL e pro mundo? É o livre mercado? É o fim dos direitos trabahistas? É transformar o ser humano em uma commodity livre negociada no mercado? É deixar a fome ser corrigida pela mão invisível?

    Diz aí cara, a contribuição para a democracia moderna que a direita oferece!

  10. está na hora de parar de
    está na hora de parar de confundir Keynes com os keynesianos. O primeiro, Keynes, seguramente não defendia um papel mais ativo do Estado na Economia, mas, seu uso para resolver um problema pontual, que era a crise pela qual passava a economia britanica e mundial no período. alias, isto tão pouco é novidade, já que sempre foi defendido pela maioria dos economistas ingleses, ai incluindo Smith, Ricardo, Marshall, entre outros. dúvidas? é so ler keynes, ou os tres vols da excelente biogradia do keynes.

  11. O que eu vejo é que algumas
    O que eu vejo é que algumas coisas que se propõem supra-ideológicos acabam sendo apropriados pelas correntes ideológicas. Com isso, elas acabam adquirindo um caráter instrumental das ideologias. Como para a direita prevalece uma intenção econômica pela social, ou, um social através da economia, há valores que mais se compatibilizam em se resguardar, como o livre comércio.

    Já em um panorama esquerdista, como se prevalece uma intenção social, mas vale um Estado forte, que compense as distorções econômicas causadas pelo capitalismo (como os holdings).

    Ou seja, há distorção de idéias por grupos ideológicos, que em sua gênese teria uma outra intenção.

    Viu-se na história que a revolução francesa se identificou com os valores burgueses, como a igualdade no plano formal, portanto, de direita.

    É lógico que a ânsia humana de destacar amigos e inimigos reduz em muito os institutos. Estes que se não sofressem a ação do preconceito humano, seriam menos danosos. Como o neoliberalismo esdruxulo.

  12. Aliás… Sobre esse papo, uma
    Aliás… Sobre esse papo, uma das coisas mais interessante que já vi e vou transcrever aqui é um trecho de um documentário:

    ” – Você fica diante de sua telinha de 21 polegadas, e reclama sobre o EUA e a democracia.
    – Os EUA não existem, nem democracia. Existem apenas IBM, ITT, AT&T, DuPont, Dow, Union Carbide e a Exxon.
    – Estas são as nações do mundo de hoje.
    – Do que vocês acham que os russos falam em seus conselhos de estado? De Karl Marx?
    – Eles pegam seus gráficos de planejamento linear, teorias de decisões estatísticas, soluções máximas e mínimas e calculam as probabilidades de custo-benefício de suas transações e investimentos como nós.
    – Não vivemos num mundo de nações e ideologias, Mr Biel. O mundo é um grupo de corporações, inevitavelmente determinadas pelas regras imutáveis do negócio.
    – O mundo é um negócio, Mr Biel.
    —————————————————————————————-
    link do trecho:
    http://www.youtube.com/watch?v=hRwaTeKtC0E

  13. Vejam só o absurdo da
    Vejam só o absurdo da afirmação: “O fato é que a criação da democracia moderna foi uma idéia, sim, ‘de direita’. A esquerda só foi aceitar a democracia com a consolidação dos partidos social-democratas na Europa”.
    Nada mais falso. A burguesia liberal na França, depois da Revolução de 1789, fez de tudo para barrar o projeto democrático mais radical dos jacobinos (Robespierre foi parar na guilhotina). Thomas Jefferson foi proprietário de escravos, e quando presidente dos EUA manteve o sistema elitista proposto pelos Federalistas (voto censitário, exclusão das mulheres, sistema eleitoral de segundo grau, senadores escolhidos pelos membros das Assembléias etc). Liberalismo pode viver muito bem sem democracia, como demonstram John Locke (também defensor da escravidão), Stuart Mill e Tocqueville (que sempre desconfiaram do povo), Hayek (que confessou preferir a liberdade econômica à liberdade política), Milton Friedman e os Chicago Boys (que também assessoraram Pinochet) etc etc etc.
    As franquias democráticas atuais (sufrágio universal, políticas redistributivas, sistema pluripartidário, direitos trabalhistas que são o avesso do liberalismo manchesteriano etc) foram arrancadas pelo movimento operário ao longo da sua trajetória de LUTAS. A tese apresentada pelo Chato está mais para “ideologia da outorga”, pois atribui o “motor” da emancipação democrática não aos seus verdadeiros protagonistas, mas justamente aos seus antípodas! A idéia de democracia da direita nunca foi muito além de um sistema de participação política muito restrito, uma poliarquia (R. Dahl) ou governo das elites. Não tem nada a ver com “governo do povo, para o povo e pelo povo”.
    Repito: os liberais sempre foram, historicamente e em sua maioria, antidemocráticos.
    Quanto a John M. Keynes, sugiro uma leitura de seu artigo “I am a liberal?”, onde ele reivindica todos os valores da direita. E critica o partido trabalhista britânico, por ser um “partido de classe”, e logo uma classe que não era a sua! (o que confirma o comentário de Nassif).
    Um pouco de conhecimento da história nos salvaria de afirmações flagrantemente equivocadas.
    Vejam, por exemplo, dois autores importantes: Luís Felipe Miguel (Bases antidemocráticas do pensamento democrático moderno) e Domenico Losurdo (Democracia ou bonapartismo). Esse último, a propósito, faz uma crítica muito acertada ao seu conterrâneo Bobbio.

  14. Creio que Sartre definiu bem,
    Creio que Sartre definiu bem, algo mais ou menos assim:

    1. Direita: o mundo é assim mesmo(lei natural ou como preferem alguns uma criação divina) sempre haverá pobres e ricos. Como é divino não há o que fazer.

    2. A esquerda:o mundo é uma criação humana, portanto, o homem pode alterar as “regras”.

    Aristóteles já falava: em uma democracia manda os pobres, porque eles são a maioria.

    Alguém na américa latina já falou: povo educado dá trabalho.

    E o Lula assim como o FHC se vendeu.

  15. A bem da verdade as palavras
    A bem da verdade as palavras ‘direita e esquerda’ por definição política está mais para grupos radicais que se aprazem em serem assim denominados (são diminutos mas fazem uma zoeira danada, a ponto de parir uma ditadura militar no Brasil). Não se identifica isto na maioria do povo,mesmo aquele dito informado. O povo na realidade olvida estes termos e são pragmáticos em suas escolhas para presidência (o mesmo povo que votou em FHC, votou em Lula e poderão votar em Serra). Onde estão os ingredientes ‘direita e esquerda’? Não existe. Os grupos radicais perdem a cada dia o seu poder de persuasão (veja o mico do grupo “Cansei’ e a indignação pública com os MSTs da vida). Sinal dos tempos. Hoje,a maioria dos informados não fica a reboque dos periódicos faziam a cabeça do povo a ponto de produzir um ‘9 de julho’ ou uma ditadura que infelicitou o povo por mais de 20 anos.
    Por outro lado temos no Brasil pessoas como Lula e Mino Carta,ambos são tratados como esquerdistas … e não são. O cerco a Lula é meramente politico-partidário. Quanto a Mino é porque não segue a bitola do jornalismo corporativo.
    A revista Carta Capital também critica setores do governo e desanca a sua política econômica. Neste momento poderíamos dizer que a revista é de direita? Não, é apenas um periódico de jornalismo isento.
    Mino Carta defende a extradição do Bapttisti. Para muitos isto é uma reação de direita. Eu não acho,apesar de considerar uma reação equivocada e com argumentos equivocados. A reação de Mino me parece mais um choro pelo ultraje a pátria amada Itália(deitar abaixou uma decisão da justiça italiana pela Pindorama). Argumenta que a justiça de lá é sólida e que tudo no processo Bapttisti é verdade. Sabemos que o pessoal no poder lá desde muito tempo é corporativo o bastante para achar que quem é contrário está sempre errado, no caso os movimentos comunistas, e para estes dá-lhe Maquiavel. Sabemos que o pessoal mandante na Itália( para nós a direita) sempre contou com a fator Máfia, esta nunca erradicada. O próprio primeiro ministro é suspeito de ligações com grupos mafiosos.

  16. Não devemos confundir o
    Não devemos confundir o “liberalismo” em que se fala muito nos EUA (político, religioso, etc) com o Liberalismo econômico, de Adam Smith.

  17. Nassif, sobre este tema, saiu
    Nassif, sobre este tema, saiu uma boa notícia na ‘Folha’ de hoje.

    Notícia:

    Apoio ao voto obrigatório e à democracia é recorde, aponta Datafolha

    A aprovação do brasileiro à democracia, transcorridos 25 anos do ápice do movimento pelas Diretas-Já, atingiu seu mais alto patamar, segundo pesquisa Datafolha em reportagem de Fernando Barros de Mello e José Alberto Bombig na edição dominical da Folha (íntegra do texto restrita para assinantes do jornal e do UOL). Também é a primeira vez desde que o instituto iniciou a série de levantamentos que a maior parte da população defende a obrigatoriedade do voto.

    De acordo com o Datafolha, 53% são favoráveis ao voto obrigatório, contra 42% de 1994, a primeira vez que o instituto pesquisou o tema. O apoio à democracia também atingiu recorde: 61% acham que ela é a melhor forma de governo.

    Para estudiosos e personalidades, os números revelam a consolidação da democracia, mas ainda existem riscos ao sistema e é preciso aperfeiçoar o controle do financiamento de campanhas, alvo de grandes escândalos após 1984, quando, há exatos 25 anos, no 430º aniversário de São Paulo, uma multidão estimada em 300 mil pessoas lotou a praça da Sé pelo direito de votar para presidente.

    http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u494206.shtml

  18. Inglaterra que exportou seus
    Inglaterra que exportou seus radicais, que eram liberais, democratas e republicanos, para as colônias da América do Norte….

  19. JOSE ABRANTES:
    JOSE ABRANTES:

    Vc é forasteiro por aqui?

    Como ousa escrever issso?

    “”E o Lula assim como o FHC se vendeu””

    Psiu…fica quieto.

    Com a venda de FHC eles concordam.Mas com a venda de Lula?

    Não queira dividir comigo as pancadarias.

    Já estou acostumado.

    deixa pra mim escrever esssa verdade.

    escrevendo issso, mesmo citando o detestável deles FHC, já faz parte do PIG.

    QUE eu chamo de GIP( Gente Ignorante peremptória)

    E não ouse falar mal do HAMAS.( boa gente)

    .
    É…Abrantes: Aqui é tudo como antes( 2 anos) no quartel de….seu.(Abrantes)

    Deixa eles comigo.

  20. É preciso saber o que é
    É preciso saber o que é direita e esquerda.

    Os homens ao longo do tempo subordinaram ou mataram outros homens. Mas aquilo sempre pareceu uma falha moral destes que se intitularam superiores em conhecimento e princípios. Isso até o século XIX quando surgiu o darwinismo social, inspirado na evolução das espécies tentaram retratar os homens como animais e a defender a brutalidade como virtude.

    Justificaram a aniquilação dos indígenas e a miséria da sociedade industrial como sendo algo natural e desejável. A sociedade humana deveria ser regida pela lei das selvas e o homem deveria abrir mão de qualquer principio moral para que pudesse subjugar ou destruir os outros. Aos que não pudessem fazê-lo a morte seria mais do que merecida.

    Como a elite das sociedades européias era branca, ficava claro que a humanidade estaria dividida em raças, sendo algumas inferiores as demais. Assim como os indivíduos doentes, essas raças inferiores não poderiam deixar descendentes em nome da melhoria genética da humanidade.

    Afirmavam que isso era direito (correto). Porém todos que acreditavam na igualdade de direitos entre os homens e abominavam o uso da ciência como pretexto para a carnificina, ironicamente disseram que se isso era direito preferiam ser do lado esquerdo do mundo.

    ***

    A direita se identificou com o capitalismo devido a sua idealização da competição entre indivíduos como forma de promover desenvolvimento. A esquerda por motivos óbvios tinha mais simpatia pelo socialismo e o anarquismo. A partir daí a direita e os defensores do capitalismo se confundiriam cada vez mais até que grande parte da sociedade acreditasse se tratar da mesma coisa.

    Lembro, entretanto, que os ideólogos do capitalismo como Adam Smith e John Stuart Mill o defendiam não pela miséria e a corrupção que esse sistema poderia gerar, mas por acreditar que esse sistema garantiria uma maior liberdade de associação e pela capacidade de gerar conforto material. Eles não deveriam ser associados a direita, que usam suas teorias como meio de se obter seu verdadeiro objetivo e justificar o imoral.

    ***

    A esquerda não é uma massa homogenia como a direita. É o conjunto de pessoas que de diferentes maneiras achavam absurda essa justificativa pseudocientífica para aniquilar quase toda a humanidade. Como sendo o conjunto de opositores a direita, não se pode atacar a esquerda sem defender a direita. Quem se diz de esquerda, contudo, não é infalível, porém está livre da aceitação dessa teoria brutal!

    ***

    As consequências da influência da direita na humanidade nós já conhecemos são as leis eugênicas criadas nos EUA, Inglaterra e Alemanha e sua aplicação nessas sociedades. A esterilização compulsória e forçada de milhares de pessoas, o aborto como decisão soberana dos médicos, a morte dos indivíduos doentes pelo estado devido a inutilidade de suas vidas (eutanásia), o exílio dos deficientes e a perda de seus direitos como seres humanos e por fim o extermínio nas câmaras de gás durante o III Reich.

    A direita percebeu a dificuldade que a democracia impunha sobre seus objetivos e abraçou o totalitarismo por ser mais eficiente como estava provando Hitler. Enquanto demorou décadas para que leis eugênicas fossem aprovadas nos EUA, os nazistas as colocaram em práticas o mais rápido que puderam e até mesmo usaram a “solução final”.

    ***

    Amigos não confundam o debate “direita x esquerda” com capitalismo x socialismo ou democracia x totalitarismo. O duelo “esquerda x direita” é uma questão moral. Nenhum político brasileiro se afirma como sendo da direita, essa afirmação de que PSDB e DEM são da direita são insultos feitos pelos seus opositores.

  21. O binário esquerda-direita
    O binário esquerda-direita que veio da Revolução Francesa é apenas um simbolo histórico. Não tem qualquer relação com a realidade atual. A complexidade da dinamica geopolitica, da economia, da ecologia, da demografia, da teconoligia, exige outra abordagem. Enquanto isso direita e esquerda servem apenas de capas para todo tipo de negócio, trapaça, oportunismo partidário, é preciso jogar fora esse instrumental velho, existem temas e problemas que podem ser analisados e resolvidos à direita e à esquerda, só a rotulagem não resolve. Nos paises emergentes a classificação é completamente inutil. Milionários do sindicalismo chafurdam em uma esquerda de almanaque, não tomam nem agua mineral nacional e se dizem de esquerda. Um famoso escritor de temas esquerdistas só roda com motos de 200 mil reais e so bebe champagne francesa de primeiriissima linha mas é super esquerda. Ha´uma classe média tradicional brasileira, que tem todos os atributos de direita, gente honestissima, correta, de boa educação e há boçais de Mercedes 2009 de esquerda. A rotulagem é completamente inutil. Há barões sindicais milionários que usam a retórica da esquerda para enriquecer. E há pequenos mepresarios muito dignos que um comuna diz serrem birgueses direitistas.
    Mais ainda. uma pessoa consciente, patriota, pode ter abordagens de esquerda em certos temas e de direita em outros. Por exemplo, este que escreve, é absolutamente contra a entrega do BC do Brasil a figuras do mercado financeiro e defende a estatização do BC mas esta mesma pessoa acha o MST um insulto à inteligencia nacional, um movimento nefasto que deve ser fechado a bem da ordem publica. Viram como é complicado? Peron, Getulio, Stalin, Mussolini e Vargas foram de esquerda e direita, depende do periodo e do assunto. Vargas era terratenente, sua riqueza vinha da terra, Roosevelt tambem, a pior forma de riqueza segundo os esquerdistas, mas eram reformadores formidaveis, muito à esquerda de gente que não tinha um centimetro de terra. A dicotomia esquerda-direita deve ser descontruida para evitar que vilões usam a bandeira de uma esquerda fantasma para enganar e extorquir em nome de um ideal em que eles nunca acreditaram. Conheci e convivi com falsos esquerdistas de bater no peito, canalhas politicos acabados e que até hoje conseguem viver de esquerdismo, como outros charlatões vivem de religião de xarope para crescer cabelo e de injeções para levantar a libido. Pessoas inteligentes não são de esquerda ou direito em pleno 2009, esse tempo já passou faz tempo.

  22. Nassif, Washingon e Jefferson
    Nassif, Washingon e Jefferson não são TÃO velhos assim né? Já existia “ideologia” na época. E os valores defendidos por eles fazem parte do ideário da direita democrata, sim. Inclusive, Thomas Jefferson é um dos pensadores mais citados pela direita democrata.

    Obviamente, Thomas Jefferson não faz parte do ideário da direita fascista. Assim como o stalinismo não representa um conjunto de valores apreciado pela esquerda social-democrata.

    Também é óbvio que vários conjuntos de pensamentos não se enquadram nessas definições, que servem mais para dar um, digamos assim, Norte às discussões. Por exemplo, o caso do racismo, que você citou, é uma manifestação “desideologizada” de preconceito, por ser totalmente irracional. Não há racismo “de direita” ou “de esquerda”, pois.

    Mas concordo com você no final. Na maioria das vezes, os termos “esquerda” e “direita” só servem para criar caricaturas. A diferença é que, atualmente, a caricatura da esquerda faz mais sucesso e o “direitista” é visto como bicho-papão.

  23. Ah sim, Marcos: sua análise
    Ah sim, Marcos: sua análise até faria sentido, se você não optasse, também, por uma caricatura: você define “direita” como sendo “burguesia” e “esquerda” como sendo camadas populares.

    Diria que isso simplifica um tanto a coisa, não? Tudo que fosse imposto pelos “poderosos” seria coisa da “direita”, tudo que fosse obra de pressões populares seria coisa da “esquerda”…

  24. “O fato é que a criação da
    “O fato é que a criação da democracia moderna foi uma idéia, sim, “de direita”. A esquerda só foi aceitar a democracia com a consolidação dos partidos social-democratas na Europa.”

    Permita-me divergir. Muito antes, no início do século XIX, ainda durante o processo da Revolução Francesa os esforços por democratização, que incluiam não apenas o sufrágio universal, mas também o acesso universal ao funcionalismo público e às escolas públicas se deram graças à pressão da “esquerda” contra a “direita” francesa, cujos representantes procuraram manter espaços de reprodução de privilégios – o controle do Estado através de poucos (ricos ou filhos da antiga aristocracia) que teriam acesso à escolarização e à conseqüente especialização para ocupar os cargos públicos. Sobre isso, recomendo a leitura de René Rémond, “O século XIX”. Deste modo, a democracia foi uma imposição revolucionária, um arranjo fruto da pressão popular e da esquerda com a direita e os detentores de poder, propriedade e prestígio. Uma concessão parcial destes às reivindicações daqueles, para que não pusessem em risco o regime que ainda lhes garantia a propriedade e o poder de mando.
    Já a social-democracia é outra história.

  25. Contudo, Nassif. Pode acusar
    Contudo, Nassif. Pode acusar alguém da esquerda de ser racista, mas não pode acusa-la de defender a segregação racial, a proibição dos casamentos interraciais, o extermínio em massa ou defender qualquer perda de direito dos membros de algumas etnias ou portadores de deficiência. A tolerância as dificuldades naturais dos homens é uma virtude da esquerda, e qualquer pessoa que se diga de esquerda e defenda tal coisa é apenas um hipocrita.

    Fico muito decepcionado, quando vejo um partido que se diz libertário ou de esquerda, tipo aquele da estrelinha vermelha, defender o direito das familias decidirem sobre a vida de seus parentes, seja através do aborto ou da eutanásia., e ignorando a soberania das pessoas a própria vida.

  26. Um estudo profundo e renovado
    Um estudo profundo e renovado sobre direita e esquerda, também recente pelos padrões científicos, foi feito pela Análise de Discurso, que não tem apenas esse nome, nem é mais tão restrita, além de ter sido apropriada de modo multi e interdisciplinar, e ainda se internalizou em diversas formações discursivas, inclusive as mais cotidianas.

    Na França, Althousser, Foucault e Pêcheux, portanto, a Filosofia, é pioneira da A.D; na efervescente Rússia revolucionária, de intelectuais tão brilhantes quanto os franceses, a Filologia e a Lingüística formalista foram o seu berço, em Bakhtin e Jakobson. Na Inglaterra, John Austin, um espião aposentado, balançou o mundo das Letras com os seus “atos de fala”, Fazer Coisas com as Palavras

    Nesses estudos, o discurso político, na França, e o literário, na Rússia – em especial durante todo o período comunista, foram os campos de observação, começando-se pela crítica do óbvio depois do logicismo linear aparente. A que chegou, após várias fases?

    Na posição inicial discursiva, em todo o espectro esquerda-centro-direita, e seus extremos, ancoradas basicamente a direita na voz do capital e a esquerda na voz do trabalho, porém, e aí é que a coisa se complica, embora os discursos “fundadores” tenham a tendência de ser “imutáveis” e inflexívies, o que ocorre no processo histórico é uma interpenetração, que Foucault dizia ser uma “invasào” recíproca entre as formações discursivas, e mais, que essa “mistura” é que realmente atuava no mundo, e nunca a sua forma “pura”. Isto seria próprio apenas do discurso religioso, e mesmo aí existem problemas.

    O processo final, então, foi estudado por Bakhtin, e é o próprio diálogo e sua natureza, ou seja, o dialogismo ou dialogia, e não mais um mundo monológico. Isto dá uma idéia de circularidade próxima dos “opostos que na outra ponta se tocam”, e isto se deve às ambições e objetivos de poder comum nas duas orientações.

    Há portanto margens de diferenciação ou de identidade entre esquerda e direita no conhecimento atual, e isto se reflete, por exemplo, na idéia de que os governos devem ser mais “objetivos”, mais “profissionais”, e menos “ideológicos, tudo isso falando de modo bem superfiicial. Isto explica em parte como programas da esquerda foram parar na direita, e vice-versa; como o ideário dos republicanos foi parar na gestão dos democratas, e vice-versa.

    Tudo está hoje mais do que nunca na continuidade do debate, diluindo muitas das diferenças anteriores.

  27. Sérgio, se eu tivesse um
    Sérgio, se eu tivesse um “projeto para o Brasil, a AL e o Mundo”, eu me candidataria ao cargo de Deus. De resto, seu comentário foi apenas mais uma repetição dos clichês caricaturais cuja crítica foi, acredito eu, o objetivo desse post.

  28. Para se ter uma idéia de como
    Para se ter uma idéia de como as mensagens são dirigidas a um ou outro interesse, sugiro assisitir este vídeo que analisa como a imprensa retrata a ocupação da Palestina e os últimos acontecimentos ocorridos ali: a forma como são nominados os israelenses atingidos e os palestinos. A mídia de massa nos Estados Unidos, no Canadá, no Reino Unido.

    http://br.youtube.com/watch?v=Kiyyp9cZdY0
    Why is the American (and Canadian) media so biased in the coverage of the Israeli – Palestine conflict?

  29. Aqui ,temos o “macaquismo!”,
    Aqui ,temos o “macaquismo!”, que as elites desenvolveram,contaminado com o efeito de demonstração as classes média e abaixo dela.Influiu no modo de pensar,principalmente na auto-avaliação,resultando o proverbial “complexo de vira-latas”. Na economia embarcamos num modelo de exploração copiado dos colonizadores portugueses:o máximo de aproveitamento com mínimo de investimento.Saquear ,em suma. Custou sangue.Getúlio Vargas pagou com a vida a suprema ousadia de praticar a verdadeira independência.Desde então, a elite, aliada aos representates do capital financeiro e tecnologico,não importando sua origem,se esforçam por impedir de alcançarmos nossos objetivos históricos.

  30. Esqueci de comentar uma
    Esqueci de comentar uma coisa: com relação às “críticas” sobre o caráter supostamente elitista da Revolução Americana e dos primeiros anos da democracia dos EUA: é o típico caso de anacronismo. Querer julgar pessoas que viveram há mais de 2 séculos com os valores que temos hoje.

    Em breve aparecerá alguém dizendo que Jefferson não prestava pois sua família tinha escravos. Assim dá preguiça discutir.

    O fato é que a Revolução Americana foi um avanço enorme para a época e, sim, pavimentou o caminho para a democracia moderna. Sob risco de ser queimado numa fogueira, dá pra dizer que foi muito mais importante que a Revolução Francesa.

  31. “Curioso. O liberalismo era
    “Curioso. O liberalismo era uma ideologia da esquerda e agora e da direita. Seria interessante entender como isto aconteceu.”

    Sobre o comentário do Legal, pano rápido:
    a meu ver, é preciso separar o liberalismo político do liberalismo econômico. Em todo o caso, ambos sempre foram de “direita”, se considerarmos que sempre foram defensores do direito de propriedade, no caso de Locke, a manifestação mais concreta da liberdade individual.
    Porém, a seu tempo, mesmo sendo de “direita”, como ideologia da burguesia, foram revolucionários, como o próprio Marx assinala no “Manifesto Comunista”, uma vez que foram manifestações da contradição que solapou o regime do privilégio econômico e político e ajudaram a configurar as regras do novo mundo.
    Hoje, século depois, há uma separação evidente entre o liberalismo político e o econômico. O liberalismo político concebe o direito de liberdade de opinião e a legitimidade de formas de organização popular que são duramente combatidas por outros setores políticos, dentre os quais alguns que são extremos defensores do liberalismo econômico. Apenas como exemplo, Pinochet foi o introdutor do chamado neo-liberalismo na América Latina.

  32. CHATO escreveu sobre clichês(
    CHATO escreveu sobre clichês( é o que mais tem aqui)

    Ninguém respode objetivamente com argumentos.

    Se resumem a linxar os contrários.Sem um argumento sequer.

    Mas isso não é novidade.Do outro lado o doentio escreve pelo QUINTO DIA

  33. Direita e esquerda são como
    Direita e esquerda são como categorias matemáticas e assim, estão restritas ao conjunto ou contexto a que se referem. Dentro de qualquer grupo de direita, há a direita e a esquerda do próprio grupo. A direita é o poder solidificador, a permanencia. A esquerda é o poder questionador, a transformação. Dentro da conturbação geral, anseia-se pela estabilidade. São as forças da direita em ação. Dentro da estagnação e da corrupção, anseia-se pela transformação. São as forças da esquerda que se manifestam. Uma classe semelhante de categorias são os conceitos de clássico e barroco. Existe o clássico do barroco e o barroco do clássico.

  34. Aqui do Alto Xingu, os índios
    Aqui do Alto Xingu, os índios lembram que democracia é sinônimo de soberanis popular: participação ativa dos cidadãos na formação do governo e no controle da vida social. Se coletivamente, os indivíduos constróem todos os bens sociais, toda a riqueza material e cultural e todas as instituições sociais e políticas, devem se reapropriarem efetivamente desses bens por eles criados.

    Dai o conceito de cidadania, a capacidade conquistada por alguns indivíduos, ou (no caso de uma democracia efetiva), por todos os indivíduos, de se apropriarem dos bens socialmente criados, mediante uma luta permanente, travada a partir de baixo, das classes subalternas, implicando um processo histórico de democratização.

    A noção de cidadania nasceu com os gregos (Séc. V-IV), restrita aos direitos políticos e excluídos os direitos civis (liberdade de pensamento e expressão). No mundo moderno, a cidadania assume a idéia dos direitos individuais ou “civis”, priorizado o direito de propriedade (Locke, séc. XVII).

    Esse direito foi revolucionário na época pois afirmava a liberdade individual contra o despotismo absolutista, mas, nessa versão liberal, terminou por constituir a ideologia da classe burguesa, confundindo o direito à propriedade (inclusive sobre os bens produzidos pelo trabalhador assalariado) como um direito “natural”, e não histórico. Foi criada uma nova forma de desigualdade material entre os homens.

    Direitos indiscutíveis hoje (direito ao trabalho, à saúde, à educação, etc.) não eram defendidos pelos liberais, contra os quais os trabalhadores tiveram que travar lutas mortais e sangrentas para conquistarem a redução da jornada de trabalho de oito horas diárias e a semana de cinco dias de trabalho. Assim também ocorreu com o direito de voto masculino (fins do séc XIX e início do XX) e feminino (conquistado no Brasil em 1933).

    A cidadania se aprofunda em um processo que passa pelos direitos civis, passa pelos direitos políticos e chega finalmente aos direitos sociais. Direitos civis são o direito à vida, à liberdade de pensamento, de movimento (de ir e ver) e, não em último lugar, à propriedade. São direitos surgidos no processo histórico, no caso, da ascenção do terceiro estado contra o absolutismo medieval.

    Pugnava-se por um novo tipo de Estado, cuja legitimidade se daria pelo respeito a esses direitos civis. O Estado perde seu caráter absolutista. Foram direitos que consolidaram a sociedade burguesa.

    Na origem, o direito de propriedade (Locke) foi definido como o direito aos frutos de nossos trabalho, mas, com a invenção do dinheiro — que permite acumular o trabalho passado — tornou legítimo comprar a força de trabalho dos outros, sobre cujos frutos o capitalista teria também o direito de propriedade. Assim, um direito universal torna-se um direito burguês.

    Mas, não se nega o direito de propriedade: o problema não está aí. O de que se precisa é que ele precisa ser requalificado e se torne efetivamente universal, assegurando a todos a apropriação dos frutos do próprio trabalho. A propriedade não deve ser privilégio de poucos, mas, sim, deve ser socializada, universalizada.

    Os regimes liberais asseguraram parcialmente os direitos civis, mas não fizeram o mesmo com os direitos políticos: o direito de voto e de associação e organização foram negados à população até fins do séc. XIX e início do sec. XX. Kant restringia o direito de voto aos proprietários e aos homens.

    A primeira Constituição da Revolução Francesa — burguesa — assegurava o direito de votar e ser votado apenas aos proprietários, e isso vigora até 1848. No Brasil essa restrição perdurou até o séc. XIX. Lembrete: no Brasil,os analfabetos só conquistaram o direito de voto em 1988.

    A generalização dos direitos políticos, até o nível do sufrágio, foi resultado das lutas das classes trabalhadoras. A meta do sufrágio universal e do direito de associação foi inspiração do movimento cartista na Inglaterra, na primeira metade do séc. XIX, contra o liberalismo burguês.

    Como todos devem se lembrar, a Lei Le Chapellier, de 1791, em plena Revolução Francesa, proibia o direito de associação e isso perdurou na constituição francesa até os anos 1980. E assim, também, foi a luta para a organização e a legalização dos partidos políticos de massa, invenção dos trabalhadores, conquistados no séc. XIX..

    Por aqui se vê que o liberalismo é uma teoria e um regime político burguês: desde a sua origem se liga à burguesia. Mas existem nele alguns aspectos que transcendem esse vínculo e adquirem valor universal.

    Mas, o aprofundamento do processo de democratização, da soberania popular, tem resultado das lutas dos trabalhadores contra os princípios e práticas excludentes do liberalismo. Portanto, é um equívoco e uma injustiça contra os trabalhadores atribuir à burguesia algo que foi conquitado contra ela.

    E os chamados direitos sociais (todos os direitos são, por definição direitos sociais), ou seja, a participação mínima na riqueza material e espiritual criada pela coletividade (mínimo que leve em conta não apenas parâmetros naturais, biológicos, mas, sobretudo, históricos, como resultado de lutas sociais), foram por muito tempo negados pelo liberalismo, sob a alegação de que estimulariam a preguiça e/ou violariam a lei do mercado.

    São direitos sociais: à educação pública e universal, laica e gratuita (o primeiro a ser reconhecido), à saúde, à habitação, à previdência pública, à assistência, etc.), que terminaram por gerar o chamado Estado do Bem-Estar Social até meado dos anos 1990. Posteriormente, os neoliberais, com o apoio parcial da classe média, derrubaram em escala mundial muitos desses direitos, contra forte oposição dos trabalhadores.

    Pressionados pela queda da taxa de lucro que atingiu o capitalismo após os anos 1970, o liberalismo buscou por fim ao Estado do Bem-Estar Social, e com ele as inúmeras conquistas das classes trabalhadoras. Pretende devolver ao mercado questões como a educação, a saúde, a habitação, a previdência, os transportes coletivos, a aposentadoria, etc., numa clara demonstração de que os direitos sociais não interressam à burguesia.

    Como se vê, esse processo progressivo e permanente de construção de direitos democráticos — de ampliação da cidadania –que atravessa a modernidade, termina por se chocar com a lógica do capital.

    Vê-se claramente que há uma contradição entre cidadania e classe social: a universalização da cidadania é, em última instância, incompatível com a existência de uma sociedade de classes. E essa divisão constitui um limite à efetiva democracia.

  35. Cuidado, gente

    O racismo
    Cuidado, gente

    O racismo pode não ser “de direita”, mas há uma marca do ideário da direita, que é o tal evolucionismo social – com a reificação do status presente de cada grupo social, o que evidentemente aponta para a minimização dos condicionamentos históricos.

    Daí a aversão presente na direita a qualquer política compensatória, e atualmente às discussões de fundo antropológico-relativista.

    As chamadas bandas ideológicas não são tão ineptas como defende…

    a direita.

    Quanto aos governos, frequentemente, quando não são radicais, trazem elementos de uma e de outra estirpe, como o próprio governo Lula, com sua guinada à centro-direita na economia.

    Esquerda e direita são categorias úteis, desde que não partam de avaliações mecânicas.

  36. O Chato cai no mesmo erro que
    O Chato cai no mesmo erro que descreve. A comparação imprópria. A Revolução Americana é restrita e pragmática. Acertou em alguns princípios básicos que foram se modelando e institucionalizando através dos tempos, crescendo em terreno virgem. Seu amor pela liberdade individual foi gestado nos grupos de puritanos ingleses que não tiveram como impor suas idéias ao império britânico e vieram para a terra de ninguém construir um novo mundo.Como os americanos dizem, “legislando em cima de cada erro”. É imprópria sua comparação com a Revolução Francesa que foi a revolução do mundo. Universalista e humanista, vitoriosa sobre gigantescos monumentos civilizatórios contestados e derrubados. Napoleão derrubou a velha administração monárquica e espalhou a modernização da Revolução Francesa pelos quatro cantos da Europa, através dos códigos napoleônicos. Foi tudo irreversível, mesmo quando houve as restaurações. Foi a revolução francesa que criou a igualdade. O conceito de igualdade entre todos não existia e não é natural. Nem nas religiões ele é triunfante. A Revolução Francesa impôs este conceito artificialmente criado pela inteligência humana, como base para qualquer outra consideração. Todos os homens nascem com direitos iguais. E todos os homens são iguais perante a Lei.

  37. “Ah sim, Marcos: sua análise
    “Ah sim, Marcos: sua análise até faria sentido, se você não optasse, também, por uma caricatura: você define “direita” como sendo “burguesia” e “esquerda” como sendo camadas populares.” por Chato.

    Essa definição vem da época da Revolução Francesa e não foi, portanto, feita por mim. Isso começou, como expliquei no meu texto, em função da posição que os representantes da burguesia tinham no Parlamento francês (na época da Revolução Francesa), onde eles se sentavam do lado direito, enquanto que os representantes das camadas populares se sentavam do lado esquerdo do mesmo.

    Qualquer pessoa que tenha se dado ao trabalho de estudar a Revolução Francesa sabe disso.

    Além disso, se eu estou errado, então explica para mim, porque, afinal a burguesia liberal sempre se opôs à concessão do direito de voto para os pobres, mulheres, negros e escravos? Porque a burguesia liberal sempre procurou impor o voto censitário, que limitava a participação da massa popular no processo político-eleitoral, restringindo-a a uma elite, constituída de homens, brancos e ricos?

    Por que a burguesia liberal norte-americana não acabou com a Escravidão, logo após a Independência do país, e não concedeu o direito de voto para as mulheres, negros, pobres e escravos, excluindo a quase totalidade dos norte-americanos de participar do processo político e eleitoral?

    Me responda, por favor.

    Prove, para mim, por favor, que os movimentos que arrancaram tais concessões dos governos burgueses, para ampliar a participação popular no processo político e eleitoral, não foram comandados por partidos e movimentos políticos originários na Esquerda, ou seja, no movimento operário, camponês, entre outros.

    Note que, no meu texto, eu não falei de teorias, mas de acontecimentos históricos.

    Se a burguesia era a favor da Democracia, então porque ela sempre rejeitou a democracia com voto universal e que fosse estendido a todas as pessoas, independentes de serem ricas ou pobres, homens ou mulheres, brancos ou negros, proprietários ou não proprietários?

    Me explica isso, por favor.

  38. Bom, acho que esquerda nós
    Bom, acho que esquerda nós não temos, só no papel.

    E uma Direita burra, muito burra mesmo. Movida sempre pelos próprios interesses.

    Eu por exemplo, pos ver o o bolsa família como de direita, a favor do capitalismo, já que comprovadamentefaz com que a economia gire e gera renda e consequentemente emprego.

  39. Anarquista

    Se você ler os
    Anarquista

    Se você ler os meus textos com cuidado, bem como os do Índio Xingu, e mais alguns outros, perceberá que não há ‘clichê’ nenhum, mas argumentos sólidos e consistentes na contestação dos ‘clichês’ escritos pelo tal de Chato.

    E se você desconhece tais fatos, então sugiro que vá estudar mais e aprenda a conhecer os processos históricos através dos quais as camadas populares conquistaram os direitos e liberdades dos quais desfrutam atualmente. Ou será que você pensa que o direito de voto para os operários, pobres, camponeses, mulheres, negros, foram obtidos sem nenhum tipo de luta social? Se você pensa isso, então somente posso dizer que você está muito mal informado.

    Se você desconhece o fato de que a burguesia liberal defendia uma ‘Democracia’ de caráter fortemente elitista e restrita a uma minoria, então a culpa não é minha, mas sua.

    Quem mandou não estudar?

  40. Que tal algumas confusões
    Que tal algumas confusões ideológicas para ajudar a pensar?

    Jânio Quadros introduziu a Política Externa Independente (PEI), que pregava um caminho ‘próprio’ do Brasil, sem alinhamento automático com qualquer bloco, de forte viés nacionalista, e que foi uma doutrina que seguiu por muitos anos na diplomacia brasileira. Seus ministros das relações exteriores foram Afonso Arinos, da “banda de música” (facção mais radical) da UDN, e San Tiago Dantas, que na juventude foi Integralista.

    Getúlio Vargas, que volta e meia é citado por admiradores nacionalistas aqui no blog, era filho de fazendeiro, da elite rural do RS, e foi responsável pelo surgimento de inúmeras oligarquias regionais, além de políticos populistas como Ademar de Barros. Além disso, por exemplo, a família Collor chegou ao poder em Alagoas com as interventorias de GV.

    Lula repete a política econômica de FHC, ao mesmo tempo que segue algumas diretrizes do II PND do governo Geisel. Um dos grandes conselheiros do presidente é Delfim Netto, que assinou o AI-5 e era entusiasta do governo militar.

    João Goulart foi retirado do poder pelo golpe militar de 1964, mas a secretaria do planejamento, criada por ele, virou ministério, durante os governos militares, com atuação muito mais forte do que no período pré-1964.

    No plano internacional: o partido democrata nasceu no Sul dos Estados Unidos, escravocrata e com facções ligadas à KKK, depois da Guerra Civil.

    Durante a II Guerra Mundial, Stalin deixou em segundo plano a idéia de União Soviética e apelou ao nacionalismo russo, fortemente ligado ao Czarismo, para estimular o povo à resistência.

    E isso tudo já é confuso o bastante, sem sequer discutir os clichês que se repetem aqui no blog…

  41. Gente, vamos dar o nome certo
    Gente, vamos dar o nome certo ao bicho: DEMOCRACIA REPRESENTATIVA.

    Não é lá tão ruim, mas não é DEMOCRACIA sem adjetivos.

    Hoje, já temos tecnologia para todos votarmos DIRETAMENTE, DIARIAMENTE, um voto por cabeça, sem precisarmos de representantes.

    Que tal começarmos a divulgar que isto é possível?

  42. Marcos Doniseti:

    Aonde
    Marcos Doniseti:

    Aonde escrevi pra vc?

    Não me lembro.

    Mas já que peguei o bonde andando…

    Vc está falando em relação a estudos,comigo ou com Lula?

    Deixe-me contar..

    1+4+1( na minha época tinha admissão) +4+3+6= 19 anos.E muito mais tarde,mais 2 anos( um pós não sei o que)

    21 anos

    Mas concordo com uma coisa.Não aprendi nada.

    Tanto é verdade que estou respondendo pra vc.( e nem sei do que se trata)

    Um dia o Irmão Marista Carmo( mesmo nome do colégio que estudei) disse-me o seguinte: Vc vai longe…

    Marcos Doniseti:
    Aonde vc reside?

  43. Bom seria se pudéssemos
    Bom seria se pudéssemos simplificar tudo isso, dividindo apenas entre honestos e desonestos. Nem a definição de honestidade é consenso nesses dias conturbados.

  44. Marcos, a despeito da sua
    Marcos, a despeito da sua arrogância em querer mandar os outros estudarem, repito o que já disse antes: sua crítica à fundação da democracia americana é, tão-somente, anacronismo. Você tenta desqualificá-la usando padrões morais atuais: “ah, a Revolução Americana não presta pq não houve sufrágio universal, etc, etc”. Bobagem. Se não houvesse a Revolução Americana, provavelmente nada disso teria sido discutido posteriormente.

    Aliás, se não fossem os EUA e sua luta IDEOLÓGICA de direita x esquerda no fim da Segunda Guerra e durante a Guerra Fria, não haveria democracia NENHUMA no mundo hoje em dia.

    Abraços.

  45. “Eu por exemplo, pos ver o o
    “Eu por exemplo, pos ver o o bolsa família como de direita, a favor do capitalismo, já que comprovadamentefaz com que a economia gire e gera renda e consequentemente emprego.” por Adauto.

    Discordo. Você está dizendo que a Esquerda é contra o crescimento econômico e isso é um completo absurdo. Isso vai contra tudo o que a Esquerda sempre lutou.

    A Esquerda nunca foi contra o crescimento da economia. O que ela sempre defendeu é que as riquezas produzidas sejam melhor distribuídas, para que se caminhe no sentido de se reduzir as desigualdades sociais até que as mesmas sejam eliminadas.

  46. A palavra “clichè”, nos
    A palavra “clichè”, nos moldes em que vem do Carlinhos “chato”, me parece ser o último refúgio dos falidos de argumento..
    Companheiro, me responde qual é a contribuição da direita para a democracia moderna. O que a direita tem pra oferecer pra, pelo menos (eu não vou ser cruel com vc) amenizar os problemas do….Brasil, pronto. Só pra ficar mais fácil, tá?

  47. Ricardo Martini:

    Janio era a
    Ricardo Martini:

    Janio era a favor de uma politica externa independente e interna de direita. Caiu
    Getulio defendeu interesses nacionais como também exerceu politicas de direita. Caiu
    Lula sempre diz que não foi eleito para fazer a revolução, mas para governar o pais. Fez o que deixaram e foi obrigado a entregar o BC nas mãos dos outros. Ainda não caiu porque é esperto, mas balançaram bastante o seu galho.
    Jango criou o ministério do planejamento. É o mínimo que qualquer governo de direita ou esquerda precisa ter.
    Kennedy, do partido democrata, as vezes era simpatico a certos apelos do povo, mas tambem favorável a atacar nações do outro lado do mundo. Caiu
    Stalin nunca foi de esquerda. Aniquilou todos os revolucionarios da epoca.
    Não vejo confusão mas contradição em tudo isso.

    Andre Araujo:

    Qual o problema de um escritor de esquerda, vivendo no mundo capitalista, andar numa moto de 200 mil ? Teria que andar de onibus ?
    Os ” barões sindicais milionários que usam a retórica da esquerda para enriquecer” não são de esquerda, mas uns picaretas de direita.O que não quer dizer que todos de direita sejam picaretas. Não me entenda mal.
    “Pessoas inteligentes”, para mim, podem ser de esquerda ou de direita em pleno 2009. O FHC não deve ser burro (apesar de traidor da pátria) mas é de direita. O Fidel deve ser bastante inteligente e é de esquerda. “Esse tempo” ainda não ” passou”. Anda vai demorar muito tempo para “passar”.

    Tem um comentarista acima dizendo que “criou-se o mito que as esquerdas são pró povo e a direita em prol da riqueza de poucos”. Será que estão todos errados e a esquerda é “pela riqueza de poucos”, enquanto a direita é a favor do “povo” ?

  48. Essa associação dos ideais de
    Essa associação dos ideais de liberdade ao pensamento de direita, as vezes chega ao cúmulo de caracterizar o Nazismo como de esquerda. Isso porque o nome do partido é Nacional Socialismo. Agora pergunto: Hitler persegui os empresários (não judeus), ou os operários do movimento sindical de esquerda? PS: PSDB significa Partido da Social Democracia Brasileira

  49. Toda a dificuldade reside em
    Toda a dificuldade reside em pretender encontrar na realidade expressões puras de conceitos abstratos.
    Conceitos são instrumento de análise.
    Os conceitos de direita e esquerda não se aplicam às revoluções burguesas. Nelas a burguesia (vista como conceito, hein?) e o proletariado (idem) estavam unidos na derrubada do poder feudal, monárquico, cujo poder era justificado ideologicamente por obra divina e não podia mais se sustentar.
    As bandeiras de igualdade, liberdade, fraternidade cumpriram sua função e foram devidamente deixadas de lado pelo novo poder hegemônico.
    O processo de substituição de poder não é uniforme. Convivem estruturas antigas e modernas, consequentemente permeando o pensamento dos entes sociais.
    Hoje a produção capitalista atingiu elevado grau de eficiência e em décadas vai chegando ao limite do sistema político que a sustentou.
    À direita encontram-se aqueles que dão por finda a História e pretendem convencer que alguns podem comer caviar e tomar champagne, enquanto outros podem morrer de fome. E para isso não se eximem de qualquer espécie de imperialismo, fraude, especulação, deturpação da função social do capital.
    À esquerda, os que, mesmo podendo tomar champagne e comer caviar, entendem que os benefícios do capitalismo devem ser estendidos à toda a humanidade e que esse é o caminhar inevitável da História.
    O direito justificado hoje pelo poder financeiro vai perdendo o sentido quando mantém alheias ao processo grandes camadas da população.
    Esse estado de coisas inexoravelmente irá mudar.
    Mesmo que aos trancos e barrancos… mais aceleradamente ou mais devagar.
    E não por ação ou omissão de um ou outro governante, mas pela própria necessidade do capital de incluir ou entrar em crise.
    O avanço da tecnologia, da internet, da informação, do conhecimento vão exigir um novo sistema politico que não desconheça a brutal realidade em que vive a grande maioria da população mundial, para manutenção do privilégio de uns poucos.

  50. “Gente, vamos dar o nome
    “Gente, vamos dar o nome certo ao bicho: DEMOCRACIA REPRESENTATIVA. Não é lá tão ruim, mas não é DEMOCRACIA sem adjetivos.Hoje, já temos tecnologia para todos votarmos DIRETAMENTE, DIARIAMENTE, um voto por cabeça, sem precisarmos de representantes.Que tal começarmos a divulgar que isto é possível?”. por Adauto

    Perfeito!

    Assino embaixo do que você escreveu.

    Na verdade, porque surgiu a Democracia Representativa? Por uma razão muito simples: porque, na época em que ela foi implantada as cidades eram poucas e pequenas. As grandes cidades eram uma exceção. Mais de 90% da população vivia na área rural, espalhada e dispersa por um território imenso, em pequenas vilas, aldeias e povoados.

    Então, como é que as pessoas iriam parar de trabalhar e de viver as suas vidas para se deslocar até a sede do governo, localizada há uma distância gigantesca, a fim de defender os seus interesses junto aos governantes? Isso era inviável, é claro.

    Então, qual foi a solução? eleger Representantes que defendessem os interesses da população junto aos governantes da época.

    Mas, hoje, com as modernas tecnologias de telecomunicações, isso já não é mais necessário.

    Nós poderíamos ter, por exemplo, um site que seria um tipo de ‘Parlamento Virtual’. No mesmo, poderiam ser votados todos os projetos de lei de interesse do governo (Poder Executivo, cujo titular seria eleito diretamente pela população) e da população.

    Os eleitores, devidamente registrados, cada um com um título de eleitor virtual e com uma senha pessoal e intransferível, votariam da maneira que bem entendesse.

    Os projetos de lei ficariam no ‘Parlamento Virtual’ por um certo período de tempo e encerrado o prazo de votação era só fazer a totalização dos votos para ver se o projeto foi aprovado ou não.

    Portanto, hoje, o Poder Legislativo é um completo anacronismo. Ele até poderia continuar existindo, mas sem tem o poder de deliberar sobre algum assunto. O poder deliberativo seria transferido para o ‘Parlamento Virtual’.

    O Poder Legislativo poderia se especializar na fiscalização dos atos do governo e seus integrantes até poderiam elaborar projetos de lei e teriam também o direito de debater os problemas do país (seria um tipo de ‘Casa de Debates’) mas sem ter poder deliberativo.

    As decisões, mesmo, seriam tomadas pela população, através do ‘Parlamento Virtual’, que seria constituído por todos os eleitores do país.

    Com o povo decidindo diretamente, daí ,sim poderíamos dizer que vivemos numa autêntica Democracia, que é o sistema onde a população decide diretamente sobre os destinos do país e de sua sociedade.

  51. Interessante é podermos ver
    Interessante é podermos ver que ainda precisaremos amadurecer mais mil anos para inovar nossas discussões… O mundo pede uma inovação, os modelos não atendem mais o que temos, não dá para continuarmos falando de “esquerda” e “direita”, pois elas não existem mais, são parte da história do pensamento humano, impostas e que na realidade muito pouco exercitadas.
    Concordo com Nassif que não dá paral imitarmos as discussões dessa forma, aliás, entendo que precisamos mudar a mente todos os dias, em sinal de franca evolução. Política não é religião!

  52. A Sofia foi extremamanete
    A Sofia foi extremamanete sintética mas verdadeiramente feliz:
    ” Para mim só existem os humanistas e os egoístas”

    O que nos confunde são os excessos. Humanistas apaixonados, às vezes desrespeitam posições alheias, exagerando em suas posições., agindo com egoísmo e soberba, tanto na esqueda como na direita.

    Um exemplo, o caso da deportação dos boxeadores cubanos pelo governo esquerdista do PT foi uma afronta à democracia e aos direitos humanos, e foi uma atitude alicerçada apenas num romântico “respeito” ideológicol. No caso Batistti a postura esta sendo semelhante.

    O conceito esquerda- direita cabia bem no tempo em que a posição dos indivíduos nas classes sociais era o motor da humanidade, e eram perenes sendo necessário definir a qual classe servia o político.

    Hoje, com a mobilidade social que a democracia propiciou, é necessário acrescer-se à definição do político alguns outros conceitos para bem qualificá-lo.

  53. Acho que nem essa bandeira de
    Acho que nem essa bandeira de continuísmo para a direita e de transformação para esquerda tem mais sentido.

    Podemos dizer isso para um período certo e restrito, para um espaço determinado, p ex., o Brasil, em certos acontecimentos, mas não em outros, levados adiante pela “direita”, e que produziram avanços enormes para a vida e para a condição social. Não vou enumerar, estejam à vontade.

    Já se você chegasse na Albânia, algum tempo atrás, ou na URSS recém desmontada, ou na China hoje, a esquerda não seria exatamente o continuísmo, e a direita a transformação?

    Não dá mais pra dizer que as classes sociais são simples, estanques e deterministas em sua estrutura, pois há muitas influências e estruturas a mais funcionando hoje, em relação às épocas que esses termos foram criados ou reinventados. E os grupos de opinião, as minorias e outros valores da sociedad pós-industrial? E a divisão pelo ecológico ou por outras opções culturais? Não dá mais pra manter puramente capital e trabalho como únicos pólos divisores da sociedade e da ideologia.

  54. ah, sim, mais uma coisa: usar
    ah, sim, mais uma coisa: usar os feitos e reflexões passadas já não estão mais explicando a história, afinal, na Roma antiga ganhava projeção quem usava boa retórica… Cuidado, atestadamente, falou-se muita besteira para impressionar, não vamos incorrer no mesmo erro!

  55. 1) “Marcos, a despeito da sua
    1) “Marcos, a despeito da sua arrogância em querer mandar os outros estudarem, repito o que já disse antes: sua crítica à fundação da democracia americana é, tão-somente, anacronismo. Você tenta desqualificá-la usando padrões morais atuais: “ah, a Revolução Americana não presta pq não houve sufrágio universal, etc, etc”. Bobagem. Se não houvesse a Revolução Americana, provavelmente nada disso teria sido discutido posteriormente.” por Chato.

    R – Se uma pessoa desconhece os fatos básicos a respeito da formação da Democracia Moderna, que foi um processo que contou com ampla participação popular (independente de cor, sexo, condição econômica, etc), você quer que eu faça o que? que diga para a pessoa continuar desinformada? Não dá, né?

    E nos EUA, por exemplo, o direito de voto para os negros somente foi reconhecido nos anos 1964/65, quando as Leis dos Direitos Civis foram aprovadas pelo Congresso norte-americano.

    Então, quer dizer que apontar os inúmeros limites e restrições que existiam no início do processo que gerou a formação dos EUA (como o voto censitário, a proibição de voto para as mulheres, etc) é anacronismo? Isso é piada.

    Isso é como se alguém apontasse os crimes e atrocidades por Stalin ou Hitler e os defensores destes dissessem que tais críticas são ‘anacrônicas’ porque não levam em consideração, por exemplo, que o Hitler acabou com a Grande Depressão na Alemanha, praticamente zerando o desemprego no país, ou que o Stalin transformou a URSS na 2a. maior potência industrial do mundo e derrotou a Alemanha Nazista na 2a. Guerra Mundial. Não é porque eles conseguiram fazer tais coisas que os seus crimes e atrocidades devem ser esquecidos.

    Na verdade, o seu ‘argumento’ é uma forma que você tem de esconder as origens elitistas da chamada ‘Democracia’ norte-americana, que não podem ser negadas. Era uma ‘Democracia’ que excluía a quase totalidade da população, restringindo os direitos políticos apenas homens, brancos, ricos e proprietários. Assim, os EUA eram uma típica ‘Democracia Burguesa’, sim, bem como era masculina, elitista e racista.

    Ninguém nega que a luta da Burguesia Liberal contribuiu para minar o poder das Monarquias Absolutistas européias, que dominavam e exploravam suas colônias na América, incluindo as 13 colônias inglesas que deram origem aos EUA. Qualquer um que já tenha estudado sobre o assunto é conhecedor deste fato.

    Mas, não se esqueça que, nessa época, no final do século XVIII, não havia se formado, uma classe operária propriamente dita. A imensa maioria da população era constituída de camponeses. Na França, na época da Revolução Francesa, mais de 90% da população vivia na área rural. Os operários e os membros da pequena burguesia eram uma pequena parcela da população.

    Somente com a Revolução Industrial, iniciada também no final do século XIX e que se expandiu pela própria Europa e pelo Mundo durante o século XIX, é que as cidades cresceram, se expandiram e a classe operária cresceu de forma significativa.

    E essa classe operária, à medida que crescia cada vez mais, passou a ter uma participação cada vez maior na vida política, exigindo para si os mesmos direitos, liberdades e garantias que a Burguesia possuía e que havia se concedido.

    E quando isso aconteceu, qual foi a reação da Burguesia? o uso da repressão, da violência, contra a classe operária, negando-se totalmente à estender para a mesma, bem como para os camponeses e segmentos mais pobres da população, os mesmos direitos políticos que ela, Burguesia, possuía.

    Então, a mesma classe social, a Burguesia, que desempenhou um importante papel (de caráter inegavelmente progressista) na derrubada do Absolutismo, agindo como uma classe verdadeiramente revolucionária, tornou-se uma classe social conservadora e reacionária politicamente, agindo de forma a impedir que parcelas crescentes da população passassem a desfrutar dos mesmos direitos políticos que ela, Burguesia, já possuía. A partir deste momento, a Burguesia tornou-se uma classe social conservadora, reacionária e contra-revolucionária.

    Foi somente por isso, ou seja, devido às lutas populares levadas adiante pela classe operária é que se implantou o voto universal, se reconheceu o direito de greve, as mulheres passaram a ter o direito de votar, enfim, se estenderam a toda a população os direitos políticos e sociais que, anteriormente, eram desfrutados apenas pela Burguesia. Como já afirmei, em mensagem anterior, se dependesse apenas da Burguesia, o voto censitário masculino estaria vigorando até os dias atuais.

    2) “Aliás, se não fossem os EUA e sua luta IDEOLÓGICA de direita x esquerda no fim da Segunda Guerra e durante a Guerra Fria, não haveria democracia NENHUMA no mundo hoje em dia.” por Chato

    R – Parece que você se esqueceu completamente do fato de que se não fosse pela URSS, a Alemanha Nazista teria vencido a Segunda Guerra Mundial. E daí não haveria Democracia nenhuma no Mundo hoje em dia.

    Além disso, não se esqueça, também, que os mesmos EUA que se diziam tão ‘Democráticos’, apoiaram e organizaram inúmeros Golpes de Estado, mundo afora, que deram origem a Ditaduras e regimes autoritários brutais, na América Latina, África, Ásia e até na Europa (os EUA apoiaram, por exemplo, as Ditaduras de Franco, na Espanha, de Salazar, em Portugal, e a Ditadura Militar dos coronéis gregos, todas Ditaduras européias, portanto).

  56. Olá Chato. Uma lição em cima
    Olá Chato. Uma lição em cima do que você postou pode ser: é melhor uma opinião equivocada, que a ausência de opinião.Gerou um belo debate.

  57. Bem, se acreditamos que o
    Bem, se acreditamos que o mundo vive uma plena democracia estaremos enganados. Muitas conquistas são democráticas, pela liberdades de expressão é um bom exemplo. Mas o poder econômico impõe uma “democracia” que nos ilude e acreditamos que no Brasil vivemos num Estado Democrático de Direito. Teremos somente uma plena democracia quando resolvermos as desigualdades sociais, com boa educação, moradia, alimentação, independente da cor, origem, religião, etc.
    A esquerda luta exatamente por esses direitos, portanto a esquerda é mais democrática, Lula é um bom exemplo disso. Como alguns aqui gostam de criticar o Lula, digo a eles que por ser ele um democrata é que busca a composição de forças para se chegar a esses progressos, através da negociação, pois do contrário seria através da “luta armada” tão desejada por integrantes do MST, uma revolução do proletariado, que é a ausência da democracia, embora sejam de esquerda…
    Pessoalmente, durante minha convivência com pessoas que apoiaram governos considerados de direita, sempre manifestaram indiferença quanto às questões sociais, preocupavam somente com seus próprios interesses, até que um fizeram parte dos “excluídos”, principalmente no governo FHC.
    Olhem para cima e vejam as favelas, simples para perceber que é o resultado da indiferença da direita.
    Por isso sou esquerda convicto, voto no Lula e no PT, embora não seja militante de partido algum. Porque preocupo com as gerações futuras e não acredito que a direita representada pela elite sejam sensíveis a essas transformações sociais.

  58. E pensar que essa coisa de
    E pensar que essa coisa de “comunismo” (este, naquele bom sentido de repartir, vida em comum, etc) foi-se chegando na Europa a partir das reflexões de Montaigne e outros, DEPOIS de terem tido contato com as novidades (incluindo, ao vivo, alguns índios) deste nosso Novo Mundo…

    Cês leram “O Índio Brasileiro e a Revolução Francesa”, do Afonso Arinos de Melo Franco, gente??

    Nosotros somos a raiz primeva daquilo tudo..

    Degustem, um pouco do que disse o Arinos num maravilhoso artigo do Roberto Pompeu de Toledo, em http://veja.abril.com.br/especiais/perspectivas/p_064a.html

    e não deixem de ler o livro (quem sabe, já não o teríamos nalguma biblioteca virtual na internet???)

  59. Ricardo Martini:

    A História
    Ricardo Martini:

    A História não é linear e nem tudo funciona na base do ‘preto’ e do ‘branco’. Tem muita coisa ‘cinzenta’ por aí, sim. E as pessoas mudam de posição, é claro.

    Mas, se você quer mais contradições (que existem em grande quantidade mundo afora e pela História), então vou citar mais algumas:

    1) Benito Mussolini, o criador do Fascismo, originalmente era um Socialista;

    2) Vários dos teóricos ‘Neocons’ norte-americanos, que tanta influência tiveram no governo Bush, eram ex-trotskistas;

    3) Dom Hélder Câmara, que foi perseguido pela Ditadura Militar e que se aproximou de posições tidas como sendo Esquerdistas, também foi um Integralista;

    4) Nos anos 1960 o genial Ray Charles foi proibido de se apresentar no estado da Geórgia, por ter se recusado a se apresentar em locais que segregavam brancos e negros. Cerca de 25 anos depois, o mesmo estado da Geórgia, acabou com essa proibição, se desculpou com Ray e fez de ‘Gergia on my Mind’ o hino do estado;

    5) Os mesmos economistas, políticos e banqueiros Neoliberais que diziam que a ação estatal na economia era algo pré-histórico e prejudicial para a economia e a sociedade, defendem hoje, com ‘unhas e dentes’, a atuação do mesmo Estado para combater a crise financeira e econômica global que o Mundo inteiro enfrenta hoje.

    Como se vê, a História e as pessoas mudam, independente da sua ideologia, cor, religião, etc.

  60. Marcos:

    Vc fez um longo
    Marcos:

    Vc fez um longo relato redundante.

    E ainda escreveu esta pérola:

    “”Mas, hoje, com as modernas tecnologias de telecomunicações, isso já não é mais necessário. “”

    Que tecnologia vc se refere? Nos EUA se vota a antiga.E ainda se vota pra mais umas trocentas coisas além dos mandatários.

    mesmo considerando o que está tentando dizer,tbm não tem nada a ver. Porque se tivéssemos o voto distrital, não faz sentido todo o livro que escreveu.

    Só a ”democracia” brasileira tem horário eleitoral.E por que? porque quem tem mais notoriedade é eleito e carrega consigo outras pessoas que nunca ouvimos falar( os famosos suplentes)

    Pra se ter uma democracia de verdade,além do voto distrital,precisariamos conhecer cara a cara a pessoa que estamos votando.

    Mas as ”’insensões”(?) são sempre pra fincar um nome conhecido da mídia.E este arrasta consigo uns caras que não votamos e nem conhecemos.

    Isso é democracia?

    No voto distrital, vejo a cara do fulano todo dia.Sei aonde mora.E conheço sua família.possso ”cobra-lo” se necessário for.

    E vou deixar o parlamentarismo pra depois.( A democracia mais aprimorada)

    É jogar palavras ao léu falar de democracia representativa.Representativa por quem? por quem vende seu voto por uma dentadura ou sapato?

    O que vc esqueceu: Pra ter democracia, é básico ter educação.E o Brasil está a léguas de distância dissso.

    A começar pelo presidente.E não me venha com ”intuição” e ”’carisma”.Um presidente, ou melhor, um primeiro ministro precisa ser mais do que issso.E tbm não me venha com FHC que é instruido.Porque sua COLOSSAL vaidade alongou um mandato.

    Pra falar de democracia há que ter muito cuidado.

    Hitler foi eleito.Chavez foi eleito.Evo foi eleito.

    O primeiro quis dominar o mundo, e os outros dois querem se eternizar no poder com o argumento:”SOCIALISMO MODERNO”

    E eles só não dominam o mundo por falta de poderio.Mas bem que gostariam.

    Uh….como são democratas…..

  61. TRISTÃO:

    “”A Sofia foi
    TRISTÃO:

    “”A Sofia foi extremamanete sintética mas verdadeiramente feliz:””

    Deixa as duas Isoldas saber disso.

    Vc já está encrencado com duas, e ainda arruma uma Sofia?

    Lembre-se duas coisas:

    A escolha de Sofia.

    O mundo de Sofia.

    Dois desatres.

    Saia correndo desse nome.

  62. O dualismo existe.
    Agora
    O dualismo existe.
    Agora dividir o mundo entre nós e eles pode até dar uma falsa sensação de segurança. Falsa porque estamos sós. E de segurança porque ir para o buraco sozinho é mais temeroso do que com a boiada toda.

  63. Complementando o Legal. A
    Complementando o Legal. A relação entre esquerda e direita. Podemos dizer que a esquerda, os progressistas, avançam, propoem caminhos e soluções Inovadoras, como a inservação das camadas medias e baixas da população na politica. Uma vez alcançada, com luta, a direita se apropria como dela, se tornando assim conservadora.

  64. Nilson:

    O ser
    Nilson:

    O ser humano tem 3 caracteríticas básicas:

    Ingrato

    Egoísta

    Ambicioso.

    Só muda o grau.Jamais o gênero.

    Portanto,não é uma questão de ”’dualismo”.Nesse caso específico é de egoísmo.

    Normal.

    Só pra acrrescentar:Um famoso cara escreveu: O ser humano só é feliz por comparação.

    Então,digo eu:

    Não é uma questão de ”’buraco sozinho”.

    Ele necessita de comparação.Aí está o porque ”’da boiada toda”.

    É do DNA.

  65. Marcos:

    1) “Vc fez um longo
    Marcos:

    1) “Vc fez um longo relato redundante.”

    R – Faltou explicar porque. Do contrário, você está fazendo uma afirmação vaga, que não diz nada com coisa nenhuma. Além disso, não escrevo para te agradar. Se não gosta do que escrevo, então não leia e não me responda, oras! Você reclama do que escrevo, mas fica me respondendo o tempo inteiro. É muita contradição…

    2) “E ainda escreveu esta pérola:

    “”Mas, hoje, com as modernas tecnologias de telecomunicações, isso já não é mais necessário. “”

    Que tecnologia vc se refere?

    R – Já ouviu falar de uma coisa chamada ‘Internet’? também tem outra coisa chamada ‘computador’! e de uma outra que se chama ‘banda larga’, já ouviu falar?

    3) Nos EUA se vota a antiga.

    R – Verdade. Bem, eu me lembro muito bem no que resultou essa ‘votação a antiga’ nos EUA na eleição presidencial do ano 2000, onde demoraram semanas para saber quem era, afinal, o novo Presidente do país. ‘Belo modelo’ a ser seguido, não? Também me lembro que na noite da apuração a mídia norte-americana mudava a todo momento a projeção sobre quem, afinal, havia vencido as eleições, se o Bush ou o Al Gore…Que maravilha de sistema eleitoral, não?

    4) “E ainda se vota pra mais umas trocentas coisas além dos mandatários”.

    Sim, eu sei disso. Agora, conte algo que eu não sei.

    5) “mesmo considerando o que está tentando dizer,tbm não tem nada a ver. Porque se tivéssemos o voto distrital, não faz sentido todo o livro que escreveu.”.

    R – Como eu já disse: Se você não gosta do que eu escrevo, não leia e não me responda, oras! E eu não tenho se você não gosta de ler. Eu gosto. E também gosto de escrever, e muito. Mas, creio que isso você já percebeu, não é mesmo?

    Só a ”democracia” brasileira tem horário eleitoral.E por que? porque quem tem mais notoriedade é eleito e carrega consigo outras pessoas que nunca ouvimos falar( os famosos suplentes)

    6 – Já nos EUA não há horário eleitoral gratuito. Daí, ocorre que somente candidatos com gigantescas somas de recursos, ou seja, apenas dos partidos Democrata e Republicano, têm espaço na Mídia. E os demais partidos e forças políticas do país ficam à margem de todo o processo. Eu também tenho muitas críticas a fazer ao sistema eleitoral brasileiro, mas pelo menos aqui nunca acontecerá (enquanto formos uma Democracia Representativa, pelo menos) de um candidato a Presidente ganhar a eleição mesmo tendo 500 mil votos populares a menos do que o adversário, como ocorreu na eleição Bush X Gore.

    7) “Pra se ter uma democracia de verdade,além do voto distrital,precisariamos conhecer cara a cara a pessoa que estamos votando.”.

    R – Concordo. Também sou favorável ao voto distrital, mas no sistema misto, como existe na Alemanha.

    8) “E vou deixar o parlamentarismo pra depois.( A democracia mais aprimorada)”.

    R – Sim, em países onde o voto de cada cidadão vale a mesma coisa, algo que não acontece no Brasil, onde o voto de um eleitor do Acre, por exemplo, vale muito mais do que o de um eleitor de SP. Isso acontece nas eleições para a Câmara dos Deputados, que é quem iria governar o país caso o Brasil fosse Parlamentarista. Se duvida, então compare a população do Acre, que tem 8 deputados federais, com a de São Paulo, que tem 70 deputados federais e veja que a proporção ‘1 cidadão, 1 voto’ não é respeitada. Isso é Democracia??

    9) “É jogar palavras ao léu falar de democracia representativa.Representativa por quem? por quem vende seu voto por uma dentadura ou sapato?”.

    R – Vai me dizer que isso somente acontece no Brasil?

    10) “O que vc esqueceu: Pra ter democracia, é básico ter educação”.

    R – Não esqueci, não, porque isso ainda não estava sendo debatido. Você que citou esse assunto e apenas agora. Quanto à Educação, as elites brasileiras nunca se preocuparam com a mesma. E o objetivo era manter o povo distante da política a fim de que eles continuasse mandando e desmandando no país, controlando o Estado e o colocando a serviço dos seus interesses.

    11) “A começar pelo presidente.E não me venha com ”intuição” e ”’carisma”.Um presidente, ou melhor, um primeiro ministro precisa ser mais do que issso.E tbm não me venha com FHC que é instruido.Porque sua COLOSSAL vaidade alongou um mandato.”

    R – Eu não falei nem em ‘Intuição’ e nem em ‘Carisma’. Quem falou disso foi você. Mas, você não pode ignorar que, no Brasil, as elites nunca se preocuparam em oferecer Educação de qualidade para o povo, pois se o fizessem perderiam. Logo, exigir diploma para que alguém possa ser eleito acabaria apenas reforçando o caráter excludente, elitista e anti-democrático do nosso sistema político. Tal argumento somente terá validade quando Educação pública e gratuita de qualidade for oferecida a toda a população, algo que estamos ainda muito distantes de alcançar.

    12) ” Pra falar de democracia há que ter muito cuidado”.

    R – É verdade. E isso também vale para você.

    13) “Hitler foi eleito.Chavez foi eleito.Evo foi eleito.”.

    R – No caso de Chávez e Evo Morales isso é verdade, mas nenhum dos 2 é ditador. Eles governam seus países porque foram eleitos diretamente pelo povo e neles a oposição atua livremente. Aliás, é a oposição que usa de métodos violentos e anti-democráticos em ambos os países. Vide o caso do Golpe contra Chávez em Abril de 2002 e o Golpe contra Evo Morales, no ano passado, desferido logo após ele ter vencido um referendo revogatório com 67% dos votos.

    Hitler nunca foi eleito para coisa alguma. Ele perdeu uma eleição presidencial para o Hindenburg, em 1932. E o Partido Nazista atingiu a sua melhor votação em meados de 1932, quando teve 37,3% dos votos. Assim, 62,7% dos alemães não votaram nos Nazistas, mas nos Social-
    Democratas, Liberais, Nacionalistas moderados, Católicos e Comunistas. Os Nazistas nunca tiveram maioria absoluta no Parlamento alemão.

    Hitler foi convidado por Hindeburg para ser o Chanceler por pressão da burguesia alemã, porque no final de 1932 ocorreu uma nova eleição parlamentar na qual os Nazistas perderam mais de 2 milhões de votos e o partido que mais cresceu foi o Comunista. Assustada com isso, a burguesia alemã exigiu que Hindenburg como Chanceler. Mesmo contra a sua vontade, Hindeburg acabou cedendo.

    Está vendo: você faz uma afirmação equivocada, dizendo que Hitler foi eleito, e depois eu tenho que escrever um ‘livro’ para esclarecer a situação. E a culpa é minha, né?

    14) “O primeiro quis dominar o mundo, e os outros dois querem se eternizar no poder com o argumento:”SOCIALISMO MODERNO”E eles só não dominam o mundo por falta de poderio.Mas bem que gostariam. Uh….como são democratas…..”.

    R – A nova constituição boliviana somente permitirá apenas 1 reeleição e o próprio Evo já disse que o seu atual mandato é o primeiro e ele somente poderá se reeleger mais uma vez. Quanto à Chávez, ele quer mudar a Constituição para poder se eleger indefinidamente, sim, e quer aprovar tal mudança num referendo popular.

    Mas, o Chirac fez a mesma coisa na França, em 1997, e nem por isso se diz que a França é uma Ditadura, ou que Chirac e Sarkozy são ditadores.

  66. Tem um grupo de direita,
    Tem um grupo de direita, talvez com certo pudor de assumir a posição, que vem com a conversa que o “dualismo” já acabou, que “esse tempo já passou”. Mas no mundo real a cada dia a divisão de valores é mais nítida. Será que o Bush é de direita ou não tem ideologia ? E tem uns malucos que dizem que o FHC é de “centro esquerda”. Se voce é de direita, pronto. Assuma. Não há vergonha nisso. Apenas não precisa radicalizar e ser favorável ao extermínio dos árabes.

  67. Onde se lê:

    “Assustada com
    Onde se lê:

    “Assustada com isso, a burguesia alemã exigiu que Hindenburg como Chanceler. Mesmo contra a sua vontade, Hindeburg acabou cedendo.”.

    Leia-se:

    “Assustada com isso, a burguesia alemã exigiu que Hindenburg nomeasse Hitler como Chanceler. Mesmo contra a sua vontade, Hindenburg acabou cedendo.”.

  68. Não se abalem.
    Não se abalem.

    Estou de partida.

    Voltarei em qualquer momento ou em edição estraordinária.

    No momento estou assitindo meu ídolo:

    HOUSE.

    Cudy( com o perdão da palavra) é um tesão.

    péssima atriz( e quem se importa com isso?)

  69. Marcos, você quer mandar os
    Marcos, você quer mandar os outros estudarem ao mesmo tempo em que afirma que a URSS derrotou a Alemanha na Segunda Guerra? Um pouco mais de seriedade, por favor… Afinal, a URSS só conseguiu contra-atacar a Alemanha pq esta estava lutando, há alguns anos, na frente ocidental. A derrota alemã foi conseguida em conjunto pelos Aliados, e não apenas pela URSS.

    Sua afirmação é, no mínimo, um desrespeito aos militares e civis que morreram defendendo o front ocidental.

    De qualquer forma, mesmo que você acredite que foi a URSS quem derrotou a Alemanha, o desembarque americano na Normandia foi fundamental para que a URSS não transformasse a Alemanha inteira numa grande Alemanha Oriental, com a possibilidade de esticar a experiência para a Holanda, França, Itália e sabe-se lá mais onde…

    Já parou pra imaginar qual seria a consequencia disso?

    Sinto muito, mas quem segurou a “barra” da democracia na Europa foram os EUA. Isso é inegável e inquestionável.

  70. O “ANARQUISTA” é a anarquia
    O “ANARQUISTA” é a anarquia de ideias, mostra-se vaidoso ( gaba-se de já ter inserido centenas de comentários neste blog ), sempre comete erros de português ( a desculpa é que escreve de bate pronto ), tenta ser singular e para isso mostra-se preconceituoso, esnobe e superficial na ” defesa ” do castelo de cartas que sai do seu intelecto, atira para todos os lados, inclusive no próprio pé, além de intimidar novos participantes como se o pedaço fosse só seu, é a arrogância e soberbia em sua plenitude. Você é REI em terra que só assiste SUPERPOP. Aceite, és um conservador pura e simplesmente e já devia ter ido longe…

  71. O mérito da derrota da
    O mérito da derrota da Alemanha fica sim com a URSS. A Guerra no leste europeu foi a verdadeira grande guerra, na qual morreram mais de 40 milhões de pessoas. Mas eu não dou o crédito ao estado, mas ao povo sofrido que lutou o máximo que pode para derrotar a Alemanha ( talvez por saber o destino que os nazistas iriam lhe dar se perdessem).

    Os aliados, contudo, foram importantes ao impedir que o Eixo controlasse a extração de petroleo no Golfo Persico. Garantindo a chegada de petroleo na Russia foi possivel um contra ataque.

  72. Ah ! Esqueci de dizer que a
    Ah ! Esqueci de dizer que a qualquer momento o ” anarquista ” irá realizar a saída estratégica de um desenho animado – não lembro qual – mas ele diz assim: – Saída estratégica pela direita … ou quem sabe pela esquerda !

    O cara é o próprio Plantão do Jornal Nacional , é uma edição EXTRAORDINÁRIA.

  73. Esse debate parece
    Esse debate parece interminável, o que é bom, aliás, ótimo. Meu único receio é que há vozes tentando eliminar a discussão, propondo uma uniformização de valores, de perspectiva, de um lado, ou, de outro, uma relativização imensa das perspectivas políticas, atitudes que terminam por eliminar a dimensão agonística da política.
    Maquiavel já dizia: “Foi o conflito entre a plebe e os patrícios que construiu a liberdade em Roma”.
    É muito perigo dizer que direita e esquerda, progressistas e conservadores, trabalhadores e capitalistas são noções a não serem levadas em consideração.
    O conflito é da natureza da política. Não há jeito. Na história da humanidade só o conflito foi capaz de eliminar hábitos antigos e construir novos aparatos institucionais, novas ordens jurídicas.
    A questão política fundamental é como lidar com esse conflito. Escravizar imensas parcelas da população é uma forma. Construir mecanismos de organização do conflito, para que o dissenso possa constituir possíveis consensos é outra. Negar a existência do conflito é o que costumam fazer as sociedades autoritárias, para as quais a parte mais fraca do conflito é uma ameaça imensa e permanente.
    Em suma, direita e esquerda existem. É evidente ao menos para mim. É quase físico que existam. O que não significa que contingentemente não seja mais interessante para um certo grupo de esquerda aliar-se a um grupo de direita do que a um grupo de esquerda orientado por tendências autoritárias. E o mesmo vale para a direita que defenda liberdades e instituições políticas democráticas.
    No Brasil, entretanto, essa dicotomia é temidíssima. Por quê?
    Bem, outro dia eu conversava com uma portuguesa e aquilo que ela defendia (saúde pública, educação pública, previdência social, intervenção do Estado na economia, políticas sociais de amparo ao trabalhador etc.) era muito próximo do que defende a esquerda no Brasil. Qual não foi a minha surpresa ao se dizer minha interlocutora uma convicta conservadora de direita ? Nesse instante me dei conta do seguinte: ela deseja conservar o que já existe em Portugal, o que a fazia de direita em Portugal e de esquerda no Brasil.
    Eis a questão. Uma coisa é ser conservador de direita em Portugal. Outra é se dizer o mesmo no Brasil. Se dizer conservador no Brasil pode levar à conclusão de que se defende a desigualdade social constrangedora e vergonhosa, a secular privatização do Estado brasileiro, o assassinato de trabalhadores no campo, o caveirão etc.. Esta é a razão pela qual a direita no Brasil vive em dilema permanente.
    Quem é de direita e deseja melhorar o país tem uma sinuca de bico pela frente: como se admitir conservador se muito do que há para conservar no Brasil é deplorável?
    Não estou dizendo que a direita tem que defender a desigualdade, mas sim que é difícil se dizer de direita em um país como o nosso.
    Mas essa culpa inconsciente não pode ser a causa da negação da natureza conflitual da política. O que a direita que não concorda com o fascismo, o macarthismo e a exploração desmedida deve fazer é entrar em conflito com a direita que defende esse tipo de prática. Aliás, esta é a culpa atávica do PSDB, desde que se uniu ao PFL. Tanto é verdade o PSDB recusa com unhas e dentes a distinção esquerda-direita.
    Para encerrar: a democracia foi conquista da direita? Onde? No Brasil eu tenho a mais absoluta certeza de que não foi. Ou foi a esquerda quem deu o Golpe de 1964? E, cá para nós, a maioria esmagadora da direita brasileira apoiou o Golpe de 1964, do mesmo modo que apoiou os quase-golpes de 1954-1955 e de 1961, que foram impedidos de acontecer pelo Marechal Lott e por Leonel Brizola, líder da formidável Rede da Legalidade.
    Fora do Brasil, não há dúvida de que a esquerda teve participação decisiva nas conquistas democráticas em todo o ocidente.
    Direitos políticos, direitos individuais, direitos sociais, a questão ambiental, direitos das mulheres, ações afirmativas foram bandeiras originalmente levantadas por grupos progressistas de esquerda. Ainda que setores da direita hajam aderido a tais plataformas e que setores da esquerda acreditem que os direitos humanos são papo de burguês, na origem foram setores de esquerda os primeiros a defender tais valores.
    Não é porque há autoritários e fascistas de direita e de esquerda que não dá para traçar distinções entre tais tendências político-ideológicas. Da mesma forma, é um equívoco histórico dizer que a democracia é conquista da direita, que a esquerda não gosta de democracia. Muitos setores da esquerda desejam, na verdade, ainda mais democracia, desejam aprofundar as conquistas obtidas, ir além de seus limites, da mesma forma que defenderam, no passado, tais conquistas.

  74. “Marcos, você quer mandar os
    “Marcos, você quer mandar os outros estudarem ao mesmo tempo em que afirma que a URSS derrotou a Alemanha na Segunda Guerra? Um pouco mais de seriedade, por favor… Afinal, a URSS só conseguiu contra-atacar a Alemanha pq esta estava lutando, há alguns anos, na frente ocidental. A derrota alemã foi conseguida em conjunto pelos Aliados, e não apenas pela URSS.”.

    R – Meu Deus do Céu! Agora, é que eu vou ter que te mandar estudar, mesmo! E você parece que está meio nervoso, né?

    Mas, você sabe quantos soviéticos morreram na 2a. Guerra Mundial? 27 milhões. E norte-americanos? 600 mil. Bela diferença, não? E ela diz bem sobre de quem partiu o maior esforço para derrotar a Alemanha Nazista. Tirando o Havaí, localizado há milhares de quilômetros de território continental dos EUA, o território norte-americano não sofreu ataque algum durante a 2a. Guerra Mundial.

    Já o território da URSS foi invadido e totalmente destruído, na sua parte européia, pela Alemanha Nazista.

    E a Europa Ocidental inteira, praticamente, já havia sido conquistada pela Alemanha Nazista quando esta decidiu invadir a URSS, em Junho de 1941. Somente a Grã-Bretanha não foi derrotada pelos alemães na Europa Ocidental, mas a mesma era totalmente incapaz de derrotar a Alemanha.

    Espanha e Portugal não precisaram ser invadidos, pois os governantes de ambos os países eram de Direita (Salazar, em Portugal, e Franco, na Espanha) e eram aliados da Alemanha. Inclusive, Hitler e Mussolini deram uma substancial ajuda militar para que Franco vencesse a Guerra Civil Espanhola, que ocorreu entre 1936-1939.

    Assim, com exceção da Grã-Bretanha, os demais países europeus ocidentais ou estavam sob ocupação da Alemanha Nazista (caso da Bélgica Holanda, França) ou eram governados por aliados dos alemães.

    2) “Sua afirmação é, no mínimo, um desrespeito aos militares e civis que morreram defendendo o front ocidental.”.

    Isso que você disse é patético. Eu não desrespeitei ninguém. Apenas disse aquilo que é do conhecimento de qualquer pessoa que tenha estudado sobre a 2a. Guerra Mundial, ou seja, que foi a URSS a grande responsável por derrotar a Alemanha Nazista. Ela contou com a ajuda dos EUA, da Grã-Bretanha? é claro que sim. Mas, a maior parte do esforço para derrotar a Alemanha Nazista foi feito pela URSS. A quase totalidade das divisões de elite da Alemanha Nazista lutava contra a URSS. E o número de divisões alemãs que lutava contra a URSS também era muito maior do que aquelas que lutavam na Europa Ocidental. Até porque, depois da derrota da França, em 1940, a Grã-Bretanha ficou isolada e pouco podia fazer contra os alemães.

    Somente com a invasão da Normandia, mesmo, em Junho de 1944, é que os alemães transferiram algumas divisões para a Frente Ocidental. Mas, nessa época, a URSS já tinha a ofensiva contra a Alemanha e isso vinha desde a vitória soviética na Batalha de Kursk, em meados de 1943. Mas, a maioria das divisões alemãs, incluindo as divisões de elite, continuou lutando contra a URSS.

    Quem estudou a história da 2a. Guerra Mundial sabe disso.

    3) “De qualquer forma, mesmo que você acredite que foi a URSS quem derrotou a Alemanha, o desembarque americano na Normandia foi fundamental para que a URSS não transformasse a Alemanha inteira numa grande Alemanha Oriental, com a possibilidade de esticar a experiência para a Holanda, França, Itália e sabe-se lá mais onde…”.

    R – Mas, a invasão da Normandia se deu num momento em que a URSS já estava na ofensiva contra os alemães na Frente Oriental. Desde a derrota em Stalingrado, em Fevereiro de 1943, que a Alemanha Nazista não obteve mais vitória alguma sobre os soviéticos. E depois da Batalha de Kursk, em meados de 1943, a ofensiva soviética parou apenas quando chegou em Berlim. Os alemães resistiram duramente, mas acabaram derrotados mesmo assim.

    É verdade que a invasão da Normandia foi feita para impedir que a URSS ocupasse a Alemanha e a França, que daí acabariam sob a influência soviética, como aconteceu com os países que a URSS libertou da dominação nazista na Europa Central e do Leste Mas, é altamente questionável que Stalin tinha a intenção de fazer isso.

    O próprio Stalin já vinha pedindo, há vários anos, que os EUA e a Grã-Bretanha abrissem uma Frente no Ocidente contra os alemães,a fim de aliviar a pressão alemã sobre a URSS, e ele pedia que isso começasse pela França. Mas, os EUA e os britânicos preferiam começar pela Itália, mais frágil militarmente.

    4) “Sinto muito, mas quem segurou a “barra” da democracia na Europa foram os EUA. Isso é inegável e inquestionável.”.

    Xiii, se você acha que isso é inegável e inquestionável, então qual a necessidade de se debater a respeito? Para mim, tudo é passível de ser debatido. E se os EUA fossem tão ‘democráticos’, assim, não teriam organizado e apoiado Ditaduras mundo afora, como o Franco na Espanha, a ditadura grega dos coronéis, os golpes de Estado e as Ditaduras latino-americanas (incluindo o Pinochet no Chile) e por aí vai.

    Quem é tão favorável à Democracia não faz isso, não.

  75. Interrompi House.
    Interrompi House.

    Manhatan Connection começou.

    TÔ ligado.

    gosto do programa.

    Sobretudo da condução de Lucas Mendes( sempre tranquilo)

  76. Só aqui, nesse blog, se pode
    Só aqui, nesse blog, se pode ler e acompanhar debates esclarecedores e inteligentes como Marcos x Chato e Anarquista. Marcos nos deu uma aula de ciência política como há tempos não lia. Três a zero para Marcos.
    Com relaçao à dicotomia esquerda e direita,não vejo mais o que observar, a não ser que mais do que nunca esta luta dos contrários está viva. Apesar do discurso da direita a dialética não foi revogada.

  77. Chato

    Marcos tem razão:
    Chato

    Marcos tem razão: voce precisa melhorar seus conhecimentos de história. A URSS, por mais que lhe desgoste foi quem derrotou a Alemanha.
    As batalhas de Stalingrado e de Moscou redefiniram o curso da guerra.
    Num ponto voce tem razão pois se não tivesse havido o desembarque da Normandia em meados de 44, a URSS teria passeado até Portugal. E diga-se de passagem, não teria sido tão ruim- Salazar e Franco teriam infelicitado menos a península Ibérica.

  78. Para os nossos dias, penso
    Para os nossos dias, penso que ambos os lados concordam com o seguinte:

    Direita: cada um por si, deus por todos – que vença o melhor!
    Esquerda: um por todos e todos por um – a união faz a força!

    Sds.
    Joinville/SC

  79. Lembrando a frase de Simone
    Lembrando a frase de Simone de Beauvoir:

    “Se alguém diz que não existe diferença entre direita e esquerda, pode estar certo de uma coisa: essa pessoa é de direita”.

  80. Uma coisa é uma coisa e outra
    Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa.
    Maniqueísmo, se os dois conceitos são tomados como metafísicos. São históricos, isto é, mutáveis, construídos pelos homens, variando o sentido no tempo e preservando algo.
    A questão está nesse algo, indefinível mas plenamente identificável, assim como: um tatu cheira o outro.

  81. Se o homem tem o egoísmo e a
    Se o homem tem o egoísmo e a maldade no DNA, não me obrigará a concordar e aceitar.

    Simples.

    O mundo é feito no presente, construído…

  82. Os EUA “seguraram a barra da
    Os EUA “seguraram a barra da democracia” também no Brasil, Chile, Nicaragua, Argentina, Uruguai…

    E tentaram também “segurar a barra da democracia” na Vietnã, na Coréia, em São domingos, em Cuba, no Irã

    E estão atualmente exercendo sua incansável missão de “segurar a barra da democracia” no Iraque.

    Já que estamos aqui buscando precisar, ou desmistificar (a essa altura da discussão já nã da pra saber exatamente o mote) conceitos sobre esquerda e direita, que tal incluir aí o termo democracia? Especialmente o conceito Norte Americano de democracia.

  83. Prezado Martini, Getúlio ser
    Prezado Martini, Getúlio ser oriundo do meio rural não significa que era conservador, tanto que encarnou o elemento transformador que derrubou trinta anos de trevas onde só o que brilhava era o farol paulista e seu espelhinho mineiro. Não deu origem a oligarquias regionais, pelo contrário: destruiu uma a uma as terríveis oligarquias coronelistas que davam sustentação à pseudo-democracia da república velha; nada tinha com o senhor Ademar de Barros, luminar tardio do malfadado Partido Republicano Paulista, único partido republicano do mundo que era estatutariamente escravocrata. Ademar de Barros era um desses fenômenos tipicamente paulistas, como Paulo Maluf.

  84. Não conheço uma esquerda
    Não conheço uma esquerda democrática, com partidos livres, sindicatos livres, pensamento livre, imigração e emigração livres, imprensa llivre, internet livre, telefone livre, blogs livres, etc….

    Os exemplos de esquerda sempre foram “tudo controlado pelo estado”.

    O verdadeiro debate é o individualismo x coletivismo. A direita se identifica com o individualismo e as esquerdas se identificam com o coletivismo.

    A direita acredita que o governo é um meio, a esquerda acredita que o governo é o proprio fim.

    A esquerda só admite a liberdade até conquistar o poder. Daí em diante todos devem se sujeitar ao coletivo.

    No passado as divisões esquerda x direita eram pobres x ricos. Hoje não é mais assim. A divisão esquerda x direita se dá entre os que acreditam no individualismo x coletivismo.

    Daí o porque o comunismo, expressão máxima da esquerda foi derrotado. A direita conseguiu transformar a democracia em um sistema de governo que conseguiu oferecer mais em troca, dar mais felicidade aos seus cidadão do que o comunismo.

    Seria interessante de se perguntar, fazer uma enquet para saber se os povos da Europa oriental, se eles gostariam de voltar ao comunismo.

    Qual seria o resultado?

  85. caro amigo, voce comete grave
    caro amigo, voce comete grave equívoco. O sistema constitucional foi sim criado pela “direita” ou seja, liberais, mas a democracia foi obra da “esquerda”. Tanto assim que os primeiros criaram eleições onde somente votava quem era burguês, pois o voto era censitário. O sufrágio universal foi obra dos movimentos trabalhistas.

  86. Nassif,
    O blog hj tá
    Nassif,
    O blog hj tá excelente.
    Os debates sobre esquerdaxdireita e o texto do índio Tupi estão da melhor qualidade!
    Parabéns aos meus colegas de comunidade.

  87. É preciso que tomemos cuidado
    É preciso que tomemos cuidado com a nomenclatura e não nos enganemos. Os americanos não fizeram uma revolução já que não lutaram por transformações na estrutura social das colônias inglesas, até bem ao contrário, Nesse sentido foi um movimento bastante conservador havendo, como disseram ai em cima, entre suas lideranças proprietários de escravos.
    O que houve na América Inglesa foi uma luta por independência política e econômica. A estrutura social não foi alterada.

  88. A religião e o liberalismo
    A religião e o liberalismo foram criados pelos fracos de direita unicamente visando proteger patrimônios. Um exemplo disso são as polícias militares que são treinadas para proteger patrimônios e não pessoas.

  89. O dualismo não acabou. Apenas
    O dualismo não acabou. Apenas os conceitos e valores se adaptaram as novas realidades do mundo. Seria interessante, sem muitos discursos, fazermos um alinhamento dos conceitos básicos de um homem de esquerda e os de direita. Eu já começaria dizendo ser de direita um comentarista que afirma::
    “O ser humano tem 3 características básicas:

    Ingrato

    Egoísta

    Ambicioso.”
    Já uma pessoa de esquerda diria que os seres humanos são “ingratos” e “egoístas” porque vivem em uma sociedade movida pela concorrencia. São “ambiciosos” porque os valores dessa sociedade são baseados no consumo, no possuir.

  90. Esquerda e direita é
    Esquerda e direita é convenção ideológica. Os grupos políticos se aproveitam disso. Falar que a esquerda da revolução francesa é igual a da de hoje em dia é besteira.

    Tentando ser o mais geral possível:

    Esquerda é progressista, mudanças mais rápidas.

    Direita é conservadora, evolução mais lenta.

    Veja, no geral, porque alguém pode dizer que Stalin era MUITO conservador, mas eu diria que ele não era de esquerda no governar

  91. Nassif, o tal “Anarquista” é
    Nassif, o tal “Anarquista” é o único comentarista do seu blog que escreve com espaçamento duplo. Acho que deveria ser proibido, especialmente porque tenho que teclar duas vezes mais para “saltar” os referidos comentários.

  92. Luis Nassif,
    O conceito de
    Luis Nassif,
    O conceito de democracia foi desenvolvido na Grécia Antiga, muito antes da idéia de esquerda e direita. Penso, entretanto, que quando se começa a estudar a História Antiga na escola inicia-se um processo de identificação com as causas da direita e de esquerda. A direita se vinculando aos poderosos e a esquerda se vinculando aos mais fracos.
    É claro que nem é perfeito o processo, nem ele se realiza em um mundo mecânico, mas no ser humano, nem estão bem delimitadas as causas da direita ou da esquerda.
    A crença que o povo iletrado e ignorante não é capaz de escolher seus líderes é uma crença de direita, mas evidententemente nela crê grande número de esquerdistas e é essa crença que deu suporte para a implementação dos regimes ditatoriais de esquerda.
    Eu sempre fui um grande admirador de Sócrates e sabia de cor parágrafos inteiros do texto de Platão “A defesa de Sócrates”. Só no final da década de 80 ou início de 90, lendo o “O julgamento de Sócrates” de I. F. Stone vim a descobrir que Sócrates corrompiam os jovens fazendo-os não acreditar na Democracia e por isso ele fora julgado.
    Discutir se a defesa da democracia cabe a esquerda ou a direita é infrutífero. Hoje uma das teses democratas mais relevantes é a que afirma que “governo bom fica, governo ruim o povo tira”. Avalio que só dois grupos defendem essa tese: o grupo dos ingênuos que não percebem que a tese é falsa, ou, no mínimo, não há comprovação científica para essa tese. E um segundo grupo que tenta enganar o povo, dizendo-se ao lado dele e defendendo essa tese, mas tendo ciência que ela não é verdadeira. Tanto entre os ingênuos como entre os oportunistas há pessoas de direita como de esquerda.
    Uma grande razão para a defesa da democracia reside na prevalência do sufrágio universal. Essa tese, entretanto, deve ser defendida de per si e não pelos resultados que é o que se faz quando se faz uso da frase “governo bom fica, governo ruim o povo tira”. Pelo sufrágio universal fortalece-se o princípio da igualdade que é caro à esquerda.
    Há, entretanto, uma contribuição importante da direita à democracia: o instituto da representação. Embora também fosse anterior à divisão esquerda direita, é próprio da esquerda a defesa da democracia direta, como na Grécia Antiga. Ocorre que a democracia direta leva a ditadura da maioria enquanto a democracia representativa, mediante as barganhas e trocas fisiológicas em defesa dos interesses dos representados e que se fazem durante o processo legislativo (o que não se verifica na democracia direta que é pontual e não um processo) permite a composição dos interesses minoritariamente representados.
    Continuo achando relevante a distinção entre esquerda e direita e também relevante ter em conta como indicativo para se avaliar se se trata de alguém da direita ou da esquerda o fato de não se considerar essa distinção relevante.
    Andre Araujo,
    A defesa da independência do Banco Central foi muito bem feita – embora eu dela discordasse – pelo Daniel Cohn-Bendit, ou Dany, o Vermelho, na década de 90, em que ele dizia defender a autonomia para assim se ficar livre do populismo da direita que se tem quando o Banco Central não é independente.
    Clever Mendes de Oliveira
    BH, 26/01/2009

  93. Última frase do Índio Tupi dá
    Última frase do Índio Tupi dá o que pensar. “Vê-se claramente que há uma contradição entre cidadania e classe social: a universalização da cidadania é, em última instância, incompatível com a existência de uma sociedade de classes. E essa divisão constitui um limite à efetiva democracia.”
    Há aqueles que abriram mão de pensar a sociedade como sendo de classes. Mas a expressão “luta de classes” não me parece ter sido ultrapassada. A luta é permanente entre classes diferentes de pessoas, com interesses diferentes, basicamente materiais. Sobre a diferença é erigida uma série de justificativas ideológicas e jurídicas para manter uma determinada ordem de poder, determinando inclusive as próprias classes. Para transformar essa ordem, não é possível esperar pelas declarações, cartas de intenções ou programas de governo. É preciso garantir o direito de participação e organização e de representação política democrática para modificar a correlação de forças que implica em uma determinada forma de poder. Exemplo disso com o qual convivemos é o exercício do 4o poder, a mídia, que tem adotado uma linha de oposição feroz contra os movimentos sociais. Leiam a matéria da Carta Capital sobre o Movimento dos Sem Terra. Ë a primeira vez que vejo uma matéria tão bem feita e esclarecedora. Carta Capital está saindo na vanguarda.

  94. Quem diria ! Talvez Fukuyama
    Quem diria ! Talvez Fukuyama estivesse com a razão: “O fim das ideologias”.
    Tratar-se-ia apenas de gestão do modelo liberal democrático, mais à esquerda, ou pouco mais à direita dependendo dos ventos.

  95. 25/01/2009 – 20:09 Enviado
    25/01/2009 – 20:09 Enviado por: Marcos Doniseti

    Concordo plenamente com o comentário do Sr. Marcos. Tudo se resume na eterna dialética entre o pensamento conservador e o progressista. Os conservadores de hoje podem ter exercido um papel progressista ontem. E assim caminha a humanidade… Entretanto, com a velocidade das mudanças dos últimos tempos, sejam de ordem econômica, social, ambiental, etc, a “oxigenação” deve ser mais frequente, sob pena de ficarmos reféns de políticas conservadoras anacrônicas.

  96. A esquerda mata seus
    A esquerda mata seus opositores. A direita manda matar ou deixa morrer.

    A esquerda reconhece as minorias, mesmo quando se aproveita delas. A direita ignora as minorias, mesmo quando se aproveita delas.

    A esquerda acredita que a igualdade social será atingida num espaço finito de tempo. A direita acredita que a igualdade social será atingida num espaço infinito de tempo.

    A esquerda domina o povo, em nome do povo e para o bem do povo. A direita domina o povo, em nome do povo e para o bem do povo.

    Ambas não perdem uma chance mínima de serem totalitárias.

    A esquerda acredita que a educação é base do desenvolvimento, desde que seja a que ela quer e como ela quer.

    A direita acredita que a educação é base do desenvolvimento, desde que seja para quem ela quer.

    A esquerda defende o voto universal, desde que ela seja eleita.

    A direita tem restrições ao voto universal, quando ela não é eleita.

    A esquerda faz tudo para se manter no poder.

    A direita faz tudo para se manter no poder.

    Simples assim!

    E se inverterem tudo, continua tudo verdadeiro…

    Simples assim!

  97. Marcos Doniseti, podemos
    Marcos Doniseti, podemos mesmo dar inúmeros exemplos do que seria, aparentemente, contraditório…e é bom sempre saber adotar a perspectiva não preconceituosa, quando se trata de analisar a situação política. O interessante da sociedade é ter pluralismo e contraditório…se não houver diferença, não há avanço. Oposição e situação sempre irão existir, e é bom que existam. O que não dá é fazer como muita gente, inclusive aqui nesse blog, que rejeita liminarmente qualquer opinião contrária. O interessante é vc se expor a outras opiniões, sempre , que podem trazer algum benefício, nem que seja para reforçar as convicções que já tem.
    Cris, GV não é conservador, não quis dizer isso – a origem dele, na elite rural, é que é inegável. Ele já fazia parte das elites dominantes do RS. Quanto a Ademar de Barros, ele era de um grupo ‘marginalizado’ na elite cafeeira paulista da república velha, e tinha 37 anos, quando foi nomeado interventor em SP. Ou seja, só passou ao primeiro time quando entrou no grupo político de Vargas, no Estado Novo. O PSD foi formado por Vargas justamente com base nos grupos políticos que ganharam destaque nas interventorias: Juracy Magalhães na Bahia, Benedito Valadares, em Minas, Agamenon Magalhães, em Pernambuco…

  98. Sérgio Notari, concordo com
    Sérgio Notari, concordo com tudo que disse. Não acho a diferenciação entre esquerda e direita maniqueísta. Na prática, ela existe. E se identifica com o que disse a Sofia.

  99. Esquerda e direita no
    Esquerda e direita no Brasil,

    parecem aquela modinha bem antiga:

    Você de lá,eu de cá,

    e o rio passa no meio,

    você de lá dá um suspiro

    e eu de cá suspiro e meio…

  100. Em muitos países
    Em muitos países social-democratas, existem formas dos trabalhadores participarem da gestão da empresa, e até mesmo do lucro. O que é uma maneira de socializar a propriedade, sem estatizá-la. Ao se avançar nesse processo, de repente, a gente olha, e, um país escandinavo, por exemplo, virou socialista. E se manteve democrático. Para espanto do Chato e do Anarquista

  101. O formato do Estado francês
    O formato do Estado francês que aparece com a Revolução Francesa veio das idéias de Montesquieu em O Espírito das Leis, publicado no meio do século XVIII, e que também influenciou os founding fathers americanos na separação do Estado em três poderes independentes.
    Mas, por outro lado, se formos falar no formato do governo propriamente dito, da administação, então o responsável foi Napoleão sem sombra de dúvidas, que também não tinha nada de esquerda.

  102. Vou dar meus dois tostões
    Vou dar meus dois tostões nesta perenga.

    A discussão política sobre ela mesma , meta-política, sempre apresenta novos elementos aos surrados argumentos, isto a faz excelente !

    De que servem estes elementos bem definidos => me surpreenderia se não fosse um objetivo teleológico , o controle do Estado.

    Aí mora o problema, O Estado se move, como bem salientou os outros articulistas de lado – Esquerda – Direita e também para cima e para baixo, ora ! isto nos define o espaço tri dimensional com suas oitos direções.

    Para que todo este discurso ?

    Pretendo enfatizar que só dois elementos dinâmicos – movimentos para a esquerda ou para a direita, são incapazes de modelar o funcionamento do Estado e o que me parece mais pernicioso, sem a modelagem total, que visualize os oito quadrantes, instaura-se o terreno propício para a confusão, onde reina a balburdia e a anarquia, que por sinal, interessa a alguns.

  103. Ed Fidelis, muito bom! Devia
    Ed Fidelis, muito bom! Devia ficar pendurada no “quadro” do blog

    Nada como o humor inteligente, o arqui-inimigo de qualquer tirania, pra lá ou pra cá.

    Pra quem quer, é mais ou menos brincadeira, pra quem quer, é mais ou menos sério

  104. Luiz Horácio,
    Bom o destaque
    Luiz Horácio,
    Bom o destaque ao texto do Ed Fidelis.
    Ed Fidelis,
    Muito bom, mas não é assim simples.
    Clever Mendes de Oliveira
    BH, 26/01/2009

  105. Ed Fidelis,
    Talvez eu devesse
    Ed Fidelis,
    Talvez eu devesse ter dito que é assim, mas não é simples.
    Clever Mendes de Oliveira
    BH, 26/01/2009

  106. Luis Nassif,
    Outra questão
    Luis Nassif,
    Outra questão que parece não foi muito discutida é sobre o tamanho e força do Estado sob o enfoque da esquerda e da direita.
    Quem quer um estado forte e grande é da direita ou da esquerda? Augusto Junho é um lídimo representante da direita elitista e, no entanto, é um grande defensor do Estado forte, até quando se usa o meu critério para definir estado forte: Estado forte é medido pelo tamanho da carga tributária.
    Um pouco dessa discussão pode ser encontrada nos meus comentários enviados para dois textos no seu blog no mês de fevereiro de 2008 e que estão no endereço: (http://www.projetobr.com.br/web/blog/6?p_p_id=HistoricoBlog_INSTANCE_UFeW&p_p_action=1&p_p_state=normal&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-1&p_p_col_pos=8&p_p_col_count=10&_HistoricoBlog_INSTANCE_UFeW_struts_action=%2Fhistorico_blog%2Fview). Os dois textos são: “A nova reforma fiscal” de 29/02/08 às 07:00 saído na aba de economia e “O problema é o BC” de 04/02/08 às 00:58 apresentando a entrevista de Márcio Pochman, do IPEA, a Lu Aiko Otta, do “Estadão” de domingo.
    Nos comentários para a chamada sobre a entrevista do Márcio Pochman, eu desenvolvo a idéia de separar as correntes políticas brasileiras em direita e esquerda segundo eles se aproximam da defesa ou do combate de um Estado forte. Comecei a falar sobre essa divisão em chamada denominada “Delfim na revista do IPEA” de 11/02/08 às 10:03 saída no seu blog na aba principal em recomendação de Alexandre Porto. O endereço para o mês de fevereiro no seu blog antigo na aba principal é: (http://www.projetobr.com.br/web/blog/5?p_p_id=HistoricoBlog_INSTANCE_4Ml2&p_p_action=1&p_p_state=normal&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-1&p_p_col_pos=10&p_p_col_count=12&_HistoricoBlog_INSTANCE_4Ml2_struts_action=%2Fhistorico_blog%2Fview).
    Reforçando meus argumentos pela utilização do critério da carga tributária como medidor da força do Estado, José Eli da Veiga apresentou ótimo artigo no Valor Econômico de 02/09/2008 intitulado “De onde vem a força do PIB”. O artigo pode ser encontrado no site de José Eli da Veiga (http://www.econ.fea.usp.br/zeeli/) ou diretamente no endereço: (http://www.econ.fea.usp.br/zeeli/artigos_valor/%5B111%5D%20-%20ForcadoPIB-02-09-08.pdf).
    Clever Mendes de Oliveira
    BH, 27/01/2009

  107. Acho que a única coisa
    Acho que a única coisa essencial, ideologicamente falando, desta questão de direita e esquerda é de que a esquerda questiona ou tenta subverter o “status quo” e a direita defende, ou mesmo pretende aprofundar, estas relações sociais. Todo resto deriva daí, mesmo a tendência da direita se conservadora e a esquerda não. Questões como a do tamanho do Estado são laterais e devem ser encaradas sempre do ponto de vista histórico e em todos os seu detalhes, não admite simplificações. Senão sairemos por aí dizendo que anarquistas como Proudhon (que se intitulava um socialista científico) ou Bakunim eram de direita. E o que mais queriam os nazifascistas: a construção um Estado forte para proteger os monopólios privados. Óbvio que, como se diz, “na prática a teoria é outra”, quantos movimentos de esquerda e libertários não se tornaram conservadores ao alcançar o poder?

    Você está coberto de razão, Nassif, quando diz que muitos movimentos não se enquadram nestas categorizações.

  108. Fechar mercados para proteger
    Fechar mercados para proteger a industria local e o Pais por tabela, é politica da esquerda ou da direita ?

    Deixar de imprimir a própria moeda nacional e vinculá-la a políticas alienígenas e coisa da esquerda ou da direita?

    Suspender os direitos civis e mandar as favas o Estado de Direito é política da esquerda ou da direita ?

    Fraudar nações e empobrecer milhões é política da esquerda ou da direita?

    Senhores, a única forma coerente que conheço para resolver estas questãozinhas é através da modelagem tri-dimensional com o uso da Astrologia, Tarot e Geometria, mas é lógico que gostaria muito de apreender novos truques, alguem ????

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