Trivial de Batatinha

Nassif,

Hoje 05/08 se estivesse vivo Batatinha estaria completando 86 anos. Como no meu serviço o youtube é bloqueado, sugiro aos leitores um apanhado sobre a música do Batatinha, aqui uma biografia extraída do site:

http://www.facom.ufba.br/pexsites/musicanordestina/batata.htm

O samba baiano teve em Batatinha o seu maior poeta e compositor de mais de 100 canções. O gráfico aposentado Oscar da Penha, ou melhor “Batatinha”, faleceu em Salvador, em 3/01//97, aos 72 anos, sem nunca ter conseguido em vida o sucesso relativo à qualidade da sua obra. Apenas teve registrado dois álbuns em toda sua trajetória artística. Reconhecido pela crítica especializada e por nomes da Música Popular Brasileira (MPB) teve diversas composições gravadas por Maria Bethânia, Caetano Veloso, Nara Leão, Jair Rodrigues, Jamelão, Moraes Moreira, dentre outras.

Ele foi o primeiro compositor a inventar o samba-receita, notabilizado na canção O Vatapá, e o pioneiro a introduzir elementos da capoeira na canção popular nos anos 50. Seu estilo melancólico do seu samba, fez a crítica o comparar em certa parte com a ambiência lírica das composições de Noel Rosa, Cartola e Paulinho da Viola. Batatinha fez samba de alto nível fundamentado na tadição do samba de raiz baiana.

Nascido em Salvador, no dia 5/08/24, desde os 15 anos de idade, Batatinha trabalhou como gráfico dos jornais “Diário de Notícias” e “Estado da Bahia” e foi funcionário público da “Imprensa Oficial” (hoje, Empresa Gráfica da Bahia). Casado com Marta dos Santos Penha, teve nove filhos. Desde os 15 anos já compunha e estava envolvido com o ambiente musical da capital baiana. Começou a carreira como cantor descoberto pelo radialista da Rádio Excelsior, o pernambucano Antônio Maria de Moraes, em 44, que o colocou o apelido de Batatinha. O radialista ficou impressionado com a qualidade de sambas dele, como Olha aí, O que é que há, Iaiá no Samba, Receita de Feijoada e Doutor Cobrador.

O artista foi presença constante interpretando músicas do compositor paulista Vassourinha no programa de auditório chamado “Campeonato do Samba” que se realizava no Cine Guarany. Antes escapou de servir a Força Expedicionário Brasileira na Segunda Guerra Mundial, graças a intervenção do amigo Odorico Tavares. Na época, Batatinha vivia na boêmia com amigos gráficos, como Dufi Cruz que, também, era sambista. Este antes de morrer na década de 50, compôs com Batatinha o samba O Grande Rei.

As maiores influências no início da carreira de Batatinha eram de Wilson Batista, Noel Rosa, Aracy de Almeida e Ciro Monteiro. Ele participou durante toda década de 50 do concurso de composição para o carnaval de Salvador promovido pela Rádio Sociedade pelo locutor Renato Mendonça. Apesar do sucesso de seus sambas para o carnaval, ele numca conseguiu ganhar nenhum conscurso.

Seu primeiro samba composto foi o samba Inventor de Trabalho concebido em 1943 e só seria registrada no seu primeiro LP que dividiu com os colegas sambistas baianos Riachão e Panela. O seu primeiro samba gravado foi Jajá está com uma coroa que é um baratointerpretado pelo sambista carioca Jamelão. A letra relata com um raro humor as histórias de um malandro chamado Jajá da Gamboa que se relacionou com uma coroa rica da sociedade soteropolitana e arrancou toda sua grana e até sua dendadura de ouro.

Samba com pionerismo

Seu pionerismo remonta até a primeira incursão da capoeira na música brasileira que ele fez com o grupo de Cancioneiros do Norte através da Rádio Cultura de Salvador. Em 1951, ele compôs Samba e Capoeira e que foi executada em 1954. A proposta estéwtica de misturar as melodias das músicas da dança afro-baiana num formato de cancioneiro popular ganhou força com outros nomes da música brasileira, como Clodoaldo Brito e Baden Powell e Vinícius de Moraes. Por conta dessa iniciativa teve seu nome incluído no trabalho sobre a capoeira etnógrafo Valderloir Rego.

Em 1960, ele perdeu com uma das suas mais refinadas composições chamada Diplomacia, cantado por Humberto Reis. O samba entrou na trilha sonora do primeiro filme de Gláuber Rocha, “Barravento”. A letra confessional do samba na época intitulada de Tormentorefletia o estado de espírito de Batatinha na busca pelo reconhecimento: “…Luto por um pouco de conforto/Tenho o corpo quase morto/Não acerto nem pensar/ Mesmo com tanta agonia/ ainda posso cantar// Meu desespero ninguém vê/ sou diplomado em matéria de sofrer/ Falsa alegria, sorriso de fingimento/ Alguém tem culpa desse meu padecimento”. Pautado por uma melancolia atípica para um baiano pode ser ilustrada no samba Direito de Sambar. A letra revela a nuance de um compositor a expor sua face sensível em plena avenida de carnaval: “É proibido sonhar/ Então me deixe o direito de sambar/ … Já faz dois anos/ que não saio na escola/ e saudade me devora/ quando vejo a turma passar”.

Nesse mesmo ano, Batatinha vira sucesso nacional como compositor depois da gravação de Jamelão que gravou Javá da Gamboa. Esse fato chama a atenção dso intérpretes para o talentoso compositor negro baiano. Maria Bethânia seria o primeiro grande nome da MPB a lhe dar vez, gravando, em 64, os sambas Diplomacia, Toada da Saudade, Imitação e a Hora da Razão nos shows do Teatro Opinião e no show do álbum “Rosa dos Ventos”. Depois, ela gravaria ainda a marcha A História do Circo.

Em 66, o sambista baiano Ederaldo gentil o convida para musicar a peça teatral “Pedro Mico” de Antônio Callado. Ele compõe o samba Espera que foi gravado pela cantora maranhense Alcione. Ainda participa, em 67, de uma produção de um vídeo-documentário da tv italiana estatal RAI sobre o samba brasileiro

Grande [ ] Abraço !!!!! 

Luis Nassif

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