Do O Globo
Vice-presidente dos EUA visitará Petrobras na semana que vem
Democrata Joe Biden se encontrará com executivos e autoridades na área de energia
FLÁVIA BARBOSA, CORRESPONDENTE
WASHINGTON – O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, visitará na próxima quarta-feira instalações da Petrobras e se encontrará com executivos da estatal e autoridades brasileiras da área energética, no Rio, segundo a Casa Branca. Esta será uma das formas de o governo americano demonstrar que a cooperação no setor de energia é um dos tópicos prioritários da relação bilateral entre o Brasil e os Estados Unidos, parceiro que busca aprofundá-la.
Biden terá também encontro com empresários e fará um discurso em evento na cidade, cujos detalhes ainda estão sendo finalizados pela diplomacia dos dois países. Na quinta-feira, ele embarca para Brasília, onde se reunirá com a presidente Dilma Rousseff e o vice Michel Temer. Antes do Brasil, Biden visita Colômbia e Trinidad e Tobago.
— Em ambos os países, vemos uma evolução significativa do cenário energético. O que queremos é ver como podemos aproveitar estas similaridades _ afirmou um alto funcionário da Casa Branca. _ Por exemplo, em biocombustíveis, Brasil e Estados Unidos têm já estado focados no desenvolvimento de mercados e somos os maiores produtores mundiais, então temos interesses compartilhados.
O tema foi discutido no início desta semana pelo ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota, com o secretário de Estado John Kerry e terá espaço especial na agenda dos presidentes Dilma Rousseff e Barack Obama durante a visita de Estado a Washington, em 23 de outubro. O Brasil, por exemplo, tem interesse no mercado de gás de xisto, em plena expansão nos EUA, enquanto os americanos estão de olho no pré-sal.
Na pauta, relações bilaterais
Segundo o funcionário da Casa Branca, o setor de Defesa é outro de grande potencial nas relações bilaterais que será tratado por Biden no Brasil. A parceria se daria tanto no campo comercial quanto em transferência tecnológica e seria um passo adiante na já bem-sucedida cooperação em aviação, pela qual Embraer e Boeing vêm compartilhando informações e buscando sinergias. A definição da compra de caças pela Força Aérea Brasileira seria um impulso definitivo nesta aproximação, consentiu o funcionário.
— O fato de termos o restabelecimento de um diálogo de Defesa após décadas sem qualquer diálogo é um indicador da importância da relação entre Brasil e EUA. Do ponto de vista de corporação e comercial, na nossa visão o caça F-18 da Boeing é o melhor produto ao melhor preço. E certamente (a compra) encorajaria uma integração maior entre as nossas indústrias de Defesa e maior colaboração no setor aeroespecial — disse a fonte.
O apoio formal dos EUA à candidatura do Brasil a membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, sugeriu o funcionário, ainda não deverá ser concedido durante a viagem de Biden, ainda que a Casa Branca “aprecie as aspirações brasileiras”.
— Teremos conversas de peso e importantes sobre onde estamos na arquitetura internacional, não só no Conselho de Segurança, mas temos parceria forte no G-20, na Organização dos Estados Americanos, no Conselho de Direitos Humanos da ONU — disse o funcionário. — Faz muito sentido discutir a reforma do Conselho de Segurança, porque ele deve refletir o sistema global do século 21.
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