Antipoetisa XVI

Depois de tanto modo vivido,

Eis-me aqui palavra força em polvorosa

Transpareço em sorvas tais sensiblidades

Em tantas vozes sou mulheres distorcidas

E se no canto silenciosa mais sincera e melindrosa.

 

Peço que a poesia tudo abrigue!

Resto-me nesta vida pela só efervescência vívida

Não entendo o fim de cada verso

Nem seu início de flor que assim incandesce

Se o tempo da florada é de grossas intempéries.

 

Depois de tanto tempo vivido,

Vejo-me fresca ao vento solta e grito

Espelhada em sois e luares

Em tantos vermelhos azuis fulgurais

Sou o dia fosse o dia cairia enfim libertina.

 

Peço que a poesia dê sustento!

Faço-me assim em corpo belo e trêmulo

Um animal tão fino e grotesco

A veia pronta da poética descarnada

Se alguém, quem?, estas mulheres defenestrou.

 

Aqui,

Quem sou!

 

Redação

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