Objeto descoberto pode ser o planeta mais leve fora do Sistema Solar

Jornal GGN – O Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês) divulgou, nesta segunda-feira (3), imagens capturadas por astrônomos de um objeto com uma massa estimada de quatro a cinco vezes menor do que a de Júpiter. O corpo celeste, que se desloca próximo da estrela HD 95086, a uma distância de 300 anos-luz da Terra, pode ser o planeta mais leve já observado fora do Sistema Solar e um dos poucos exoplanetas do qual foram possíveis fazer imagens. Segundo o ESO, a descoberta é uma importante contribuição ao estudo da formação e evolução dos sistemas planetários.

Até hoje, os cientistas já descobriram milhares de exoplanetas de forma indireta e muitos mais candidatos aguardam confirmação. A detecção indireta ocorre quando a existência do exoplaneta é confirmada por meios diferentes à observação do corpo celeste como, por exemplo, quando este cruza sua estrela, causando um pequeno eclipse. Caso a interferência na luz da estrela aconteça em períodos iguais, os cientistas constatam a existência de um exoplaneta que a orbita.

Dos milhares já descobertos, só foi possível obter imagens (observação direta) apenas de cerca de uma dúzia de exoplanetas. Nove anos depois do Very Large Telescope ter capturado a primeira imagem de um exoplaneta, o companheiro planetário da anã marrom 2M1207, a mesma equipe obteve agora a imagem do que parece ser o mais leve desses objetos, observado até agora.

“Obter imagens de planetas de forma direta requer técnicas extremamente complexas, utilizando os instrumentos mais avançados, estejam eles no solo ou no espaço”, explicou Julien Rameau, principal autor do artigo científico que descreve a descoberta. “Até agora, apenas alguns planetas foram observados diretamente, o que faz de cada descoberta um importante marco no caminho da compreensão dos planetas gigantes e da sua formação”.

Órbita lenta

Nas imagens obtidas pela ESO, o corpo celeste aparece como um ponto tênue mais bem definido próximo da estrela HD 95086. Uma observação posterior mostrou também que o objeto se desloca lentamente com a estrela ao longo do céu, o que sugere que este corpo, designado como HD 95086-b, está em órbita em torno da estrela. O tamanho do corpo, comparado à massa de Júpiter, foi calculado em função do seu brilho.

O HD 95086-b orbita a estrela HD 95086 a uma distância de cerca de 56 vezes a que existe entre a Terra e o Sol, o que corresponde a duas vezes a distância entre o Sol e Netuno. A estrela em torno da qual qual orbita o novo planeta tem um pouco mais massa do que o Sol e encontra-se rodeada por um disco de detritos. De acordo com os cientistas, essas características levam a uma identificação de um candidato ideal a possuir planetas jovens de grande massa em sua órbita.

Estrela jovem

A estrela HD 95086 é considerada jovem, com idade estimada entre 10 a 17 milhões de anos, o que levou os astrônomos a sugerir que este novo planeta provavelmente se formou no interior do disco de gás e poeira que a circunda.

“A sua posição atual levanta questões relativas ao processo de formação. O planeta pode ter crescido ao assimilar rochas que formaram o núcleo sólido e depois acumulado lentamente gás do meio circundante, de modo a formar a atmosfera densa ou, então, começou a se formar a partir de uma acumulação de matéria gasosa com origem em instabilidades gravitacionais no disco”, explicou Anna-Marie Lagrange, que também participou da pesquisa. “Interações entre o planeta e o disco propriamente dito, ou até com outros planetas, podem ter feito deslocar o planeta do local onde nasceu”, completou.

Redação

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