Retribalização ou a volta da tribalização e seu uso para a falência das organizações partidárias (Parte 1).

Parte 1: O processo histórico da formação das “cibertribos”.

Em 1962 o pai de algumas das teorias da comunicação moderna, Marshall Mcluhan no seu livro “A Galáxia de Gutenberg”, lançava o conceito de “retribalização”, que seria uma espécie de volta a uma espécie de comunicação via a tradição oral da tribalização primitiva onde o grupo se comunicava dentro da própria tribo sendo a linguagem o instrumento para a comunicação e para a sobrevivência do núcleo social, no caso a tribo.

Mcluhan era extremamente otimista sobre o futuro das tecnologias de comunicação, entretanto o que talvez ele devido à precocidade de seus trabalhos (décadas de 60-70) não tinha condições de prever que talvez o processo de comunicação gerado pelo “ciberespaço” formando não uma “cibercultura” geral e universal tenha por certo ponto causado mais uma regressão a um novo conceito de “TRIBO” que por um lado permitiu a construção de diálogos entre pessoas que não tinham no passado como se reunir, mas que se reagrupam como novas “Cibertribos”.

Porém esta formação das novas “Cibertribos” simplesmente teve uma influência desestruturar o discurso mais universalista de outras superestruturas que procuravam agregar interesses que num primeiro momento poderiam parecer divergentes, porém na realidade são comuns. Ou seja, as “cibertribos” não são mais do que uma transferência da ocupação espacial restrita das tribos do passado dominadas pela comunicação verbal, para novas tribos que podem se agrupar pela comunicação escrita ou mesmo pela própria comunicação verbal obtida por instrumentos disponíveis na Internet como YouTube e outros.

Pode para algumas pessoas que trabalham na área de informação e que ainda estão ligadas as teorias de Mcluhan, se iludir com a idealização do mesmo e achar que a formação das “cibertribos” é uma evolução, porém esquecem que a comunicação verbal dentro das tribos era mais democrática enquanto o regresso virtual das “cibertribos” de forma que a própria mídia disponível nos dias atuais a torna mais autoritária do que a comunicação primitiva verbal. Além de mais autoritária, devido à fragmentação da informação e da multiplicidade de ações dentro das “cibertribos”, dificultam o conhecimento real das intenções dos seus interlocutores e “chefes”.

Quando da tribalização original a convivência diária dos membros da tribo forçavam uma transparência das opiniões, nas “cibertribos” a manipulação dos “chefes” ou “xamãs” das mesmas podem adotar e adotam discursos e ações paralelas com intensões nada transparentes aos “membros juniores” destas tribos.

Redação

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