Investimentos em perspectiva já são superiores a valores pré-crise

Visão do Desenvolvimento nº 81,  21 mai 201(PDF)na íntegra em PDF

Visão do Desenvolvimento é uma publicação da área de Pesquisas Econômicas (APE), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.
As opiniões deste informe são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente o pensamento da administração do BNDES

Em meados de 2008, a economia brasileira atravessava o auge do mais longo e robusto ciclo de investimentos em 30 anos.
Naquele momento, identificavam-se grandes projetos em setores da infraestrutura e da indústria, desde aqueles produtores de matérias primas até os mais voltados ao consumo das famílias. Esse quadro se modificou significativamente com o agravamento da crise internacional, no final daquele ano. Nos primeiros meses de 2009, houve queda expressiva da formação bruta de capital fixo (FBCF) da economia.
Esse colapso da FBCF começou a ser revertido no segundo semestre de 2009. Os investimentos voltaram a crescer, na medida em que as empresas eram surpreendidas pelo bom desempenho do mercado doméstico e pelo maior ritmo de redução dos estoques. No início de 2010, esse
quadro se intensificou. A perspectiva passou a ser de forte aceleração dos investimentos da economia, com projeções de aumento da FBCF a uma taxa mais de três vezes superior a do crescimento do PIB.
A rápida recuperação dos investimentos em curso confirma os resultados do levantamento das perspectivas de investimento feito, ainda no auge da recente crise internacional, que mostravam um movimento de postergação e não de cancelamento de projetos. A nossa previsão, no
primeiro semestre de 2009, era de retomada dos investimentos.

O objetivo deste estudo é divulgar novo levantamento das perspectivas de investimento em setores selecionados da indústria, infraestrutura e construção civil, para o período 2010-2013. Esse mapeamento foi comparado aos realizados desde meados de 2008, antes do agravamento da crise internacional. Foram também levantadas as perspectivas de crescimento dos investimentos frente às
inversões ocorridas entre 2005 e 2008, bem como, diagnosticados os fatores críticos que podem acelerar ou retardar os projetos em curso…….

….Conclusão
Esse estudo mostra que pela primeira vez, desde o agravamento da crise in-
ternacional em setembro de 2008, as perspectivas de investimentos já são maiores que em meados daquele ano.
O diagnóstico é baseado em levantamentos realizados pelo Grupo de Acompanhamento do Investimento do
BNDES, em quatro momentos, entre agosto de 2008 e abril de 2010.

O mapeamento mostra que o setor de petróleo e gás teve papel relevante na sustentação dos investimentos da economia, durante o período mais crítico da recente crise financeira internacional. As perspectivas do setor são também bastante positivas.
O cenário é de crescimento maior nas inversões em petróleo e gás, que deverá aumentar sua importância na formação bruta de capital fixo do país.

Na comparação entre os setores da indústria mais voltados ao mercado interno e ao externo, as perspectiva de crescimento continuam melhores para aqueles voltados ao mercado interno, acompanhando o crescimento da renda e do consumo das famílias.
Contudo, a diferença entre os dois grupos deverá se reduzir, por conta da forte recuperação dos preços das commodities, observada entre o final de 2009 e início de 2010.
As perspectivas de investimento em infraestrutura foram pouco afetadas pela crise e já apresentam tendência de aceleração. Contudo, a sustentação dessas perspectivas, assim como no segmento de edificações, requer atenção especial do setor público.De fato as inversões nesses setores estão relacionadas à presença de grandes projetos de longa maturação, mas, principalmente, a políticas e marco regulatório que estruturam esses setores e definem metas de expansão.

A agenda de políticas públicas é bastante ampla. Trata-se não apenas de promover investimentos, mas de:
cuidar do crescimento ordenado das cidades;
diversificar e aumentar a eficiência dos modais de transporte;
universalizar o acesso da população aos meios de comunicação mais avançados;
e expandir a oferta de energia, sem descuidar dos impactos ambientais.

Em edificações existe necessidade tanto de financiamento, inclusive com crédito subsidiado, quanto de melhoria no arcabouço institucional…….

http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Navegacao_Suplementar/Destaques/Visao_81.pdf

Redação

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