Golpe usa tática de provocação orquestrada?, por Romulus

Atualização do post de 25/5/16

Golpe usa tática de provocação orquestrada? O que esperam os EUA desse conflito?

Por Romulus

– Parece seguro afirmar que o consórcio golpista adotou deliberadamente uma tática de provocação visando à exacerbação da polarização e da radicalização na sociedade.

– Antes e durante a reverberação das “bombas” de fragmentação dos grampos – com detonações escalonadas e cronometradas – vemos claríssimas ações de provocação do governo e de seus apoiadores no Congresso.

– A prudência político-diplomática recomendaria que os americanos adiassem a troca de embaixadores – caso apenas espontânea e aleatória – de forma a evitar a leitura de que veem como possíveis desdobramentos a insurreição aberta e o endurecimento do regime com uma resposta repressiva.

– Caso buscassem a (imagem de) neutralidade diante do conflito político interno no Brasil – ainda em curso! – a prudência também recomendaria esperar. O envio de um novo embaixador e sua acreditação pelo governo – interino – brasileiro passam aos observadores a normalidade das relações diplomáticas entre os dois governos – e o reconhecimento tácito do governo do golpe.

– Tácito? Nesta semana chega ao Brasil Mari Carmen Aponte, a nova responsável pelas Américas. Trata-se da primeira autoridade americana a visitar o Brasil após o golpe.

* * *

O cenário futuro está totalmente em aberto e o presente é de tumulto. O governo do golpe, que chamo de “golperno”, nem completou duas semanas e já foi forçado a recuar em diversas iniciativas “controversas”, muitas delas já discutidas aqui no blog em posts anteriores.

Como se as ações administrativas polarizadoras do “golperno” e as reações da sociedade às mesmas não provocassem tensão já suficiente, a última semana tem sido pautada por novas “bombas” a cada dia, quando não a cada hora.

Desde segunda-feira o vazamento escalonado – e editadíssimo – de grampos envolvendo caciques do PMDB incendeia o noticiário político, as redes sociais e as ruas. Fora suspeitas mais ou menos críveis, ainda não se sabe com certeza de onde partiram esses vazamentos e nem qual o seu intuito.

Contudo, não sejamos parvos. Levemos em consideração os seguintes aspectos:

(i) O cronograma milimétrico

O primeiro vazamento, o de Romero Jucá, foi ao ar no site da Folha de São Paulo à 0:02 de segunda-feira, 23 de maio. De tão marcado o relógio, parece até hora convencionada para o início do horário de verão, não é mesmo?

Na sequência, ficamos sabendo que os cabeças do “golperno” já haviam sido devidamente informados da iminente publicação ainda no fim de semana.

Não parou por aí. O cronograma seguiu:

Na madrugada da terça-feira vai ao ar no mesmo site da Folha de São Paulo grampos em Renan Calheiros e à tarde em José Sarney.

Já discuti o conteúdo do grampo em Jucá fartamente no post “Saldo do grampo de Jucá: o haraquiri da PGR e do STF”. Os desta terça-feira trazem novos elementos que deixam ainda mais escancarada a conspiração do maio de 2016.

Sim, acostumemo-nos com a construção “maio de 16”. Reverberará na História, nas salas de aula e na sociedade tanto quanto “o abril de 64”. Gostem os golpistas disso ou não. A Rede Globo não controla a narrativa da História. Tanto é assim que os livros dessa disciplina não esperaram os mesmos 50 anos (!) que a Globo esperou para dizer que a “Revolução” de 64 foi na verdade um golpe – e não o “ressurgimento da democracia”, como ardilosamente falseava Roberto Marinho em editorial de então.

Golpistas: agarrem-se ao presente. Sei que ele já não é favorável, mas o olhar do futuro será ainda pior.

(ii) As ações de provocação

Após essa pequena advertência aos do golpe, volto aos tumultos da conjuntura.

Antes e durante a reverberação das “bombas” de fragmentação dos grampos – com detonações escalonadas e cronometradas – vemos claríssimas ações de provocação do “golperno” e de seus apoiadores no Congresso.

Vejamos alguns casos:

(a) Anúncio de cortes em programas sociais e em subsídios como os do Minha Casa Minha Vida destinados à menos faixa de renda.

Pelo seu baixíssimo impacto fiscal, trata-se evidentemente de medida que visa a alimentar um certo discurso político-ideológico – para fidelizar a base social conservadora – e antagonizar o polo oposto.

Vê-se que a “união nacional” e a “pacificação” ficaram apenas no discurso de posse do grão-mestre golpista. No campo das ações joga claramente pela polarização e e pela radicalização ainda maiores na sociedade.

(b) Provocações diversas de deputados-pastores e deputados-da-bala aos artistas e ao segmento LGBT.

Seguindo o episódio da extinção do MinC, os discursos de ódio contra os artistas foram casados com ações administrativas e legislativas com vistas à anulação de modestos direitos conquistados pelos LGBTs nos últimos anos.

“Concertação”, “união” e pacificação”?

Sei… acredite quem quiser.

(c) Pensam que a provocação se restringe a ações e discursos dentro das nossas fronteiras? Acompanhem a (des)ventura de José Serra no Itamaraty e terão a resposta imediatamente.

Algo mais?

Há sim:

(d) Ainda agora a ridícula provocação do dia: o ocupante ilegítimo do Ministério da Educação, Mendonça Filho, recebe em audiência no MEC o ator (?) Alexandre Frota e o fundador/explorador comercial do grupo Revoltados Online, Marcelo Reis.

Para quê, certamente indagarão os leitores?

Bem, segundo os próprios, para que o Ministro acolhesse a pauta de Frota e de Reis para a Educação. Pelo menos, como se vê nas fotos, Alexandre Frota foi usando óculos de grau…

Melhor assim, não é?

Quem sabe não aproveitaram a oportunidade para inserir todas as realizações acadêmicas dos três pensadores na base de Currículos Lattes, do CNPq? Imaginem vocês que até agora o Sr. Ministro de Estado da Educação não tinha um!

Falta de tempo, certamente…

Mas tempo é o que não faltou para a tirada de selfies galhofeiras no gabinete do ministro e sua imediata postagem nas redes sociais. Tais postagens, com legendas “engrandecedoras”, são sem sombra de dúvida meros acessórios do principal: as riquíssimas contribuições da dupla para a política educacional brasileira (!). Como era de se esperar, a farra foi devidamente repercutida pela imprensa familiar e pela blogosfera, contribuindo para a notoriedade de uma “reunião de trabalho” que nem da agenda do Ministro constava até aquele momento.

* * *

É engano meu ou observamos um padrão?

Não parece engano não. Para quem soma dois e dois, parece seguro afirmar que o consórcio golpista adotou deliberadamente uma tática de provocação visando à exacerbação da polarização e da radicalização na sociedade.

Haveria um propósito?

Apenas fidelizar o seu apoio – cadente – na base social conservadora? Ou há algo mais?

Hmmmm

Certamente nada na esfera de competência do redivivo GSI, entregue às mãos de chumbo do General Etchegoyen.

A propósito, por falar em general, gostaria de perguntar ao Senador Jucá – sem escuta clandestina da minha parte:

– Senador, pode esclarecer melhor a sua fala, sobre estarem comandantes militares monitorando movimentos sociais e sua disposição para garantir a “opção” Temer – ainda em março?

Todos – inclusive a imprensa estrangeira – ficamos muito curiosos.

* * *

Aliás, e esses grampos, hein?

Existem há meses e são vazados justo nestes dias?

Engraçado… não sei por que, mas me veio à mente episódio recente parecido. Coisa pouca que ocorreu alguns meses atrás…

Grampos em autoridades – um recém-empossado Ministro de Estado e nada menos que a Chefe do Estado – foram vazados, provocando na sequência convulsão social em grau elevado.

Hmmmm (2)

* * *

Dois e dois são…?

Observadores mais velhos, que já viram muita coisa, não hesitaram em me dizer que supõem somarem quatro mesmo.

Hmmmm (3)

Nos seus piores pesadelos, foram acordados por lembranças de palavras e nomes não tão distantes:

“Riocentro”, “Dona Lydia da OAB”, “Gasômetro do Rio de Janeiro”

Tentaram dormir, mas outra palavra, esta menos distante ainda, não lhes permitia:

“Olimpíadas”.

* * *

Atualização – o que esperam os EUA do conflito?

Prefiro infinitamente ficar na foto como o paranoico que não descarta teorias da conspiração a ser o vaidoso que, por temer essa caracterização, silenciou e com isso não contribuiu para uma dissuasão.

Dessa forma, notem que o objetivo de escrever estas linhas é justamente estar depois errado.

Mas, ainda no figurino paranoia, acrescentemos o seguinte:

 

Ou seja, temos o seguinte quadro:

– Sai embaixadora presente em desestabilizações de governos de esquerda seguidas de posses de vices de direita;

– Chega outro com experiência em local de conflito e inssureição;

– Um governo fraco adota claramente ações de provocação;

– Tem a retaguarda de um general linha dura;

– Grampos editados causam alvoroço;

– Olimpíadas vem aí.

Atualização 30/5/16:

Os Americanos por certo não ignoram que uma leitura relacionando os itens anteriores levasse à conclusão de que veem como possíveis desdobramentos a insurreição aberta e o endurecimento do regime com uma resposta repressiva. Espero que não ao ponto de considerarem possível um quadro de Estado falido, como o Afeganistão – país de onde vem o novo embaixador.

A prudência político-diplomática recomendaria que os americanos adiassem a troca de embaixadores – caso apenas espontânea e aleatória – de forma a evitar leituras desse tipo.

Ainda, caso se buscasse a (imagem de) neutralidade diante do conflito político interno no Brasil – ainda em curso! – a prudência recomendaria esperar. O envio de um novo embaixador e sua acreditação pelo governo – interino – brasileiro passam aos observadores a normalidade das relações diplomáticas entre os dois governos – e o reconhecimento tácito do governo do golpe.

Bem, nem tão tácito assim:

Nos últimos dias se noticia que o “Departamento de Estado dos EUA vem reconhecer terreno“, ou seja, que nesta semana chega ao Brasil Mari Carmen Aponte, a nova responsável pelas Américas. Trata-se da primeira autoridade americana a visitar o Brasil após o golpe. Da sua agenda em Brasília, consta visita ao Ministério das Relações Exteriores.

Pergunta:

Ela dedicará o mesmo espaço na agenda e a mesma cobertura midiática a encontro equivalente com o staff da (ainda) Presidente Dilma Rousseff? Haverá encontro com Marco Aurélio Garcia, por exemplo?

Em tempo: o Departamento de Justiça norte-americano foi um colaborador precioso nas investigações da Lava Jato contra multinacionais brasileiras, ingrediente fundamental para a instabilidade política que levou à desestabilização do governo Dilma.

Redação

22 Comentários

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    1. muito bom mesmo, como sempre…

      a meu ver só precisa pular fronteiras

      a resposta para tudo que está acontecendo por aqui não está aqui

  1. Era só o que faltava.

    Pelo jeito esses gringos estão trazendo um guerra para os países da América central e América do Sul, já não basa as guerras do oriente médio, vão estende-las para os territórios de paz para poder estender o seu domínio absoluto. 

  2. Maio de 16? Não… Se 2015,
    Maio de 16? Não… Se 2015, 02 de dezembro. Se 2016, 17 de abril. Sepultamento da infante democracia brasileira.

  3. Juntando as pontas da análise

    No dia de hoje, além dessa excelente análise do Romulus, saíram as (também excelentes) análises do Xadrez do Nassif e a do Onkoto.

    Dá para tentar juntar as pontas soltas:

    – O governo Dilma não volta, esqueçam. Nem que (aliás, aí mesmo é que não…) Dilma se comprometa a convocar eleições diretas no dia seguinte do seu retorno.

    – Os golpistas não tolerarão nem eleições diretas nem liberdade de ação para a esquerda. Eles sabem que, para o golpe vingar, a esquerda precisará ser extirpada.

    – Está sendo velozmente preparado o “golpe dentro do golpe”, e isso pelos DOIS lados que disputam o protagonismo: o PMDB de Temer E deCunha (que pretende deixar – ou fazer – as coisas irem piorando até o ponto de “precisar” invocar o artigo 142 da constituição, convocando as Forças Armadas a “garantir a ordem”), e o consórcio PGR/Lava-Jato (que deseja para o PMDB o mesmo destino dado ao PT, e que, via STF, pode TAMBÉM vir a invocar o mesmíssimo artigo 142).

    – Pelo menos três importantes atores vêm até aqui fazendo jogo duplo, equilibrando-se com um pé em cada uma dessas duas canoas, meio que esperando para ver qual delas acabará por prevalecer: a) o Tio Sam; b) a dupla José Serra e Fernando Henrique Cardoso (reparem que isso não significa “PSDB” – depois de Aécio, Alckmin será o próximo a ser rifado); c) Gilmar Mendes.

    – A grande “massa de manobra de reserva” são as Forças Armadas – se não acordarem a tempo, acabarão manipuladas a serviço de um desses dois projetos, os quais poderíamos chamar de “entreguista-ideológico” (PGR/Lava-Jato) e “entreguista-fisiológico” (PMDB). De todo modo, bye-bye Grippen e bye-bye submarino nuclear. Para os militares sobrará o serviço sujo de extirpar a esquerda.

    – Somente haverá a segunda votação no Senado SE for para o impeachment ser confirmado. Se houver qualquer risco de derrota, o golpe dentro do golpe será acelerado.

    – O PMDB tem ainda uma carta na manga, SE puderem vencer a segunda votação no Senado: aguardar pela virada do ano, impugnar Michel Temer via TSE (não porque quisessem, mas porque a ilegitimidade de Temer é um fato), e eleger indiretamente (via Câmara dos Deputados) um novo presidente (que não precisará ser um deputado, poderá ser qualquer brasileiro).

     

     

    1. Muito boa sua análise, Ruben,

      Muito boa sua análise, Ruben, como nos velhos tempos da Lauro Miller, lembra? A política está em nosso sangue, e a vida segue seu rumo.

      Um abraço saudoso.

    2. Convocação das Forças Armadas?

      Me colocando por uns instantes como um destes políticos conspiratas pró-neo-liberalismo, pró-entreguismo, pró-estado mínimo, a última coisa que eu faria é convocá-las, e isso por alguns motivos:

      Uma das aspirações de quaisquer Forças Armadas do mundo é poder contar com suprimentos nacionais, isto é, nada de importar armamentos. Boa parte dos países que passaram pela tal primavera árabe tinham excelente armamento, mas importado e paralisado por falta de manutenção (seja isso decorrente de incompetência interna ou deliberação externa).

      Por exemplo, cortar a verba de um submarino atômico não melhora o IBOPE de nenhum político perante as Forças Armadas.

      Vou mais longe, quando os milicos sanguinários argentinos disputaram e perderam as Malvinas. No início, tudo indicava que iriam ganhar a parada, mas depois de alguns dias, os famosos mísseis Exocet franceses começaram a errar os alvos, pois sofriam intereferência externa.

      Uma vez no centro de uma briga política, as Forças Armadas vão cobrar um preço cada vez mais caro para permanecerem na berlinda, até remover do poder que os chamou, e motivos há de sobra para isso. E isto não bate com o estado mínimo e nem com entreguismo.

      Além disto, ainda teremos pela frente um provável “efeito Donald Trump”: o dito cujo não tem papas na língua e aparentemente está custeando sua campanha do próprio bolso.

      E isso é um terror para a camarilha de Uaulstríte.

      Ele tenta mostrar ao perdedor estadunidense do neo-liberalismo, aquele operário que perdeu seu emprego para um chinês, por exemplo, que ele irá reverter isto, batendo de frente com essa camarilha cifronária. Em outras palavras: adeus neo-liberalismo em uma de suas raízes.

      Por quê então defender uma “doutrina” em estado falimentar?

      Ou seja, neo-liberalismo, entreguismo, estado mínimo não seriam implantáveis tão facilmente como alguns acreditam.

  4. Se pensarmos no

    Se pensarmos no enfraquecimento dos EUA na geopolítica mundial nos últimos anos, com o ascenso dos BRICS e do inicio envergonhado de uma autonomia sul americana, faz muito sentido os EUA visarem o Brasil após realizarem intervenções em países vizinhos como Argentina e Paraguai. 

    O Brasil é estratégico não apenas do ponto de vista de liderança sulamericana mas, também, como o único eixo do BRICS do outro lado do atlântico.

    O risco, para os estados unidos, vai além de uma questão de quebra de hegemonia econômica.

  5. Caro Romulus, não me parece

    Caro Romulus, não me parece provocações, parece pura incompetência generalizada. A definição do novo governo do seu país foi feita no estilo “divisão do saque” e nenhum dos contemplados têm a menor competência para assumir os cargos atribuídos. Lembra-se do pastor que iria assumir o ministério da Ciência e Tecnologia?

    Na minha experiência, a situação do seu país é a mesma de alguns países inexpressivos aonde um grupo de criminosos com conexões políticas decide tomar o poder oficial à força mas quando consegue este poder não sabe o que fazer com ele.

    Todos os esqueletos que vocês brasileiros se recusaram a enfrentar durante todos estes anos (nazistas, fascistas, corruptos, generais da ditadura militar, etc) saíram do armário querendo vingança, e como alguns deles têm o controle do judiciário eles vão conseguir se vingar e destruir o seu país no processo.

    1. É provocação no sentido de

      É provocação no sentido de que sobe ao poder um grupo que estava eleitoralmente apeado do poder durante os últimos 13 anos. Esse grupo, sem legitimidade eleitoral, começa a implantar seu programa social. 

      Agora essa provocação é muito mais fruto da ilegitimidade da figura do chefe-de-estado-de-excessão que não tem a menor autoridade para impor seja lá que agenda, muito menos para controlar essa tropa.

      Afinal de contas a ‘legitimidade” que ele tem foi-lhe concedida justamente é por esses grupos que não levam a majoritária.  Decorativo era, decorativo permanece.  

      Articular todos esses grupos políticos exigiria um político a altura.  O ocupante temerário do planalto só chega a altura de mordomo do congresso e não consegue mesmo criar uma agenda nem mesmo na única coisa que se espera dele, a economia.  Se a legitimamente eleita era uma Presidenta que governava, mas nunca presidia, o atual preside, mas não governa.

      Não é a toa que o Financial Times diz que falta Temer-idade do governo interino.

      Alias, perfeita a conclusão do artigo do M. Nobre no valor de hoje:

      ““Se não quiser ter o mesmo destino de Dilma Rousseff, o que resta para Michel Temer é assumir sua condição de José Sarney. Os delírios de Margaret Thatcher podem bem animar plateias em palestras para investidores, mas não vão convencer quem não tem emprego, renda, ou remédio no posto de saúde. E o segredo do período Sarney é simples: aceitar a própria mediocridade, nunca criar expectativa alguma. Apenas fingir de morto e se esforçar para convencer de que não vai deixar a peteca cair de vez”

      E nisso os demais integrantes do governo-de-fato fazem a festa, ganhando pontos com suas bases para fortalecimento político futuro e não se importando com os desgastes que essa agenda específica impõe ao governo decorativo do interino poeta.

       

  6. Provocação

    É provocação, claro.

    Mas os escroques golpistas seguem um modelo. Não fariam isso sem um modelo a ser seguido. Vamos, humildemente, tentar deslindar os motivos obscuros do vice – lembre-se de que ele vem provocando desde a primeira carta “aberta” para a Dilma, na qual se queixa de ser um vice decorativo E agora, seu comportamento é copiado pelos sicofantas empoderados.

    Mas os EUA também vem provocando a Russia, a China…a ponto de o ministro da defesa da Russia cogitar medidas de defesa mais sérias.

    Eu passei a acreditar que fomos forçados – pela sede de poder dos golpistas e sua elite – a aderir a uma estratégia geopolítica que excluiria o BRICS das nossas possibilidades. E para quebrar acordos e contratos, nada melhor que um governo sem credibilidade nenhuma. A atitude de Janot – assumindo abertamente seu partidarismo depois de uma visita aos EUA, a admiração obcecada de Sergio Moro , as relações que um segmento social tem com as contas em bancos americanos e imóveis em Miami. O contato próximo entre Temer e o cônsul dos EUA em São Paulo…E o PT  vinha aprofundando relações bilaterais com a China, esquecendo que tinha que caminhar por um caminho bem estreito.

    Eu acredito que o golpe se deu principalmente por este motivo. eles destruiram o segmento de petróleo e gás, fizeram milhares de desempregados e com essa ação atingiram dois objetivos: iniciar a queda do PT, a fim de romper acordos com a China, e ao mesmo tempo abrir espaço ao Big Oil e empresas americanas. Esta é a lógica da Lava Jato. Que combate á corrupção, que nada!

     

     

     

  7. NSA
    “Em tempo: o Departamento de Justiça norte-americano foi um colaborador precioso nas investigações da Lava Jato contra multinacionais brasileiras, ingrediente fundamental para a instabilidade política que levou à desestabilização do governo Dilma.”
    Mais que o tal departamento, aliás ex(?)-empregador do tal moro, a NSA. Aliás, qual seu papel nos incontáveis arquivos de chantagem do cunha? E nos intermináveis grampos?

  8. Caro Romulus, citando a ótima

    frase o seu colega: não assuma malícia onde burrice explica. Pode ser que os golpistas estejam agindo de maneira fria e calculista, mas também pode ser que são apenas os filhos bastardos dos irmãos metralha com os três patetas.

    Mas, considerando a existência de uma possível teoria da conspiração, se lembrarmos do golpe em Honduras, devidamente narrado por dona Hillary Clinton como um exemplo de sua ação maravilhosa como secretária de estado, após a expulsão do presidente eleito em 2009, houve uma eleição fajuta em 2013 que teve seu resultado manipulado para coroar a fantasia de “normalidade democrática” do golpe. Não descarto que a ação de um comando maior -Janot- esteja tentando nos levar para eleições para garantir a maquiagem democrática do golpe com a eleição fraudulenta de um preposto já que o golpe ficou óbvio demais.

    A outra possibilidade é a instalação do caos puro e simples como aconteceu na Ucrânia, Iraque, Síria e Líbia sem contar a tentativa patética em Hong Kong. No meio da bagunça, os EUA aproveitam para tirar suas casquinhas.

    Importante também prestarmos atenção nas eleições americanas. O Aloysio Nunes, naquela viagem suspeitíssima aos EUA, se encontrou com a Madeleine Albright, que é pau mandado dos Clinton. A Hillary acha que já está eleita e já pode estar atuando nos bastidores, mas será interessante pensarmos como seria o futuro do golpe com uma vitória do Trump- ele apareceu na frente da Hillary na última pesquisa.

    Enfim, o cenário é complicado, mas também não podemos descartar burrice pura e simples que abunda entre os golpistas.

     

    1. Concordo com vc.
      Nao podemos

      Concordo com vc.

      Nao podemos descartar a burrice pura a simples.

      Mas onde nao ha burrice é no pessoal que mexe os pauzinhos e puxa as cordinhas de longe.

      E nesse tocante…

      Por incrivel que pareça para a America Latina Trump seria infinitamente melhor que Hillary Clinton.

    2. As vezes a malícia usa a

      As vezes a malícia usa a burrice.  A malícia existe, mas a burrice abunda.

      Lembro da narrativa do antigo embaixador dos EUA na Itália faz da operação Mãos Limpas em seu leito de morte.  Ele dizia que levavam a operação para onde queriam, sem os procuradores italianos nem perceberem, em sua gana moralizante, que estavam sendo manipulados na direção que interessava. A melhor e mais convincente negação é a negação honesta.

      Acho que teremos eleições para presidente em 2018.  Só não sei se o presidente vai mandar em alguma coisa.

      Semi-presidencialismo a portuguesa (pode ser a opção para burlar o referendo) está ganhando cada vez mais força dentro do meio político.

      Outra opção é meter o semi-presidencialismo num referendo junto com todo o resto da reforma política com um voto de SIM ou NÃO e criar maioria com isso, e com todo o apoio das “instituições funcionando” (marca registrada) para o seu proposito maior que é impor goela um programa eleitoralmente inviavel.

      Mas não temos que nos preocupar, pois as instituições estão funcionando, e o sub-do-sub-do-sub da casa branca vai poder responder a reporteres incovenientes com essa frase.

       

       

       

      1. Infelizmente é isso mesmo.

        Infelizmente é isso mesmo. Irretocável.

        Vamos torcer para que expor o ardil (e assim desmoraliza-lo) contribua para a sua dissuasão.

        Infelizmente (2) como temos visto desmoralização por si só não resolve quando abunda desfaçatez e cara de pau.

  9. ”Para quem ainda pensa que é

    ”Para quem ainda pensa que é só teoria da conspiração agora pode ter certeza que é prática da conspiração. a seguir trecho do link abaixo, como aperitivo. E segue um trecho da matéria e o link., que  é para a  matéria da Tereza Cruvinel aqui mesmo no GGN   publicada  no face antes de ler teu post.

     Dizem que sonho que se sonha só é só sonho mas,  sonho que se sonha junto é realidade. Tomara que não valha para pesadelo. Aliás uma amiga e eu  travamos conversa em que o temor era o mesmo da tua matéria de hoje.

    Vade retro satanás ( atualmente em forma de mordomo)

     

  10. Para os ingênuos acéfalos,

    Para os ingênuos acéfalos, ignorantes políticos midiotizados pela Globo narrativas desta espécie são pura ficção política, afinal Dilma foi afastada pela “forçadopovocansadodetudoqueestááí”. Para pesquisadores e estudiosos é uma possibilidade bem real. Prefiro acreditar nessa turma.

    E pra mim este vazamento de grampos faz parte de um golpe no golpe. Os EUA querem criar o caos, para depois poderem oferecer a “sua” solução. Pior é que este tipo de ação sempre funciona, porque os iludidos só descobrem que foram feitos de otários quando é tarde demais.

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