Neste sexto episódio da série Diário da Crise, do Canal IE, Eduardo Costa Pinto, professor do Instituto de Economia da UFRJ, analisa o impacto da delação da JBS no acirramento do processo de desestabilização institucional vivido pelo país a partir da Lava Jato.
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A tolice da inteligência brasileira
“São liberais difusos com uma lógica weberiano-messiânica e acham que estão eliminando o capitalismo patrimonialista do Brasil”.
Olha o Jessé de Souza aí de novo: “capitalismo patrimonialista”.
A missão da República de Curitiba é nobre e progressista: eliminar o “capitalismo patrimonialista”. Eu acrescentaria, que estava sendo comandado por um governo “populista”.
Repare aí a gênese acadêmico-ideológica da República de Curitiba.
Por isso, muitos são a favor da Lava Jato. O que os une (República de Curitiba, classe média, PSOL, boa parcela do PT – especialmente no início da operação) é sua ideologia, que vê o Brasil sob a ótica de uma cultura “patrimonialista”, “clientelista”, do “jeitinho”. O Brasil é assim, sob essa leitura acadêmico-ideológica, e daí a razão de seu subdesenvolvimento. Todos aprendemos isso na faculdade, lendo os “clássicos”.
Logo, para se desenvolver é preciso eliminar a influência do povo (que carrega essa cultura) na política e no governo da República – que é pura e neutra por natureza.
Getúlio, JK, Brizola, Jango, Lula são todos “populistas”. Querem trazer para dentro do Estado a cultura inferior do povo brasileiro. E nós, puros, idealistas, nobres de classe média (liberais ou socialistas), precisamos salvar o Estado brasileiro de seu povo – que quer chegar ao poder através de políticos “populistas”.
Eis aí a Tolice da inteligência [acadêmica] brasileira. Veem-se como inferiores vis a vis os nobres americanos, europeus e asiáticos (japoneses e coreanos).
Nós brasileiros somos defeituosos, temos um povo “cordial”, “jeitoso”, “patrimonialista”, incapaz de diferenciar sua “casa da rua”. Os “nórdicos” não. Eles são racionais, republicanos, éticos.
Aí está a origem de nosso subdesenvolvimento, na tolice colonizada de nossa “inteligência”.