Rui Daher
Rui Daher - administrador, consultor em desenvolvimento agrícola e escritor
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Como ajudar a agropecuária brasileira, por Rui Daher

soja

Da CartaCapital

É costume a esquerda se insurgir contra o modelo agrário brasileiro. Tarde, não? Para mostrar alguma erudição, citam autores que bem analisaram a agricultura na metade do século passado, mas baseados em estatísticas rasas, o mundo se reconstruindo no pós-Guerra, blocos políticos polarizados. Tratavam dos ciclos monocultores no Brasil. Não os temos mais. O bonde da demanda mundial passou e a ele adaptamos o Cerrado para atende-la. 

Li, praticamente, a todos eles. Na época, me fizeram a favor da reforma agrária. Hoje em dia, sei que ela acabou realizada de forma autonômica pelas próprias condições estruturais e humanas do país.

Precisa de correções, sim, mas agora de cima para baixo e sem anular nada do que já foi construído e nos eleva a um dos maiores países produtores e exportadores do planeta. Maior apoio governamental aos assentamentos, agricultura familiar, tecnologias nacionais de menor custo e impacto ambiental.

De tanto criticar suas nuances, sei que o agronegócio trouxe, traz e ainda trará inúmeros malefícios ao planeta. Como também benefícios. Uns e outros vindos de anseios alimentares, têxteis, madeireiros e combustíveis do consumo humano.

Agregou tecnologia, mas devastou biomas; gerou excedentes, mas não os distribuiu de forma adequada; desbravou fronteiras, gerando polos urbanos modernos, mas acentuou o êxodo e a miséria entre a população rural. Meio que assim: desesperado para fazer xixi, o urbanoide para o carro na estrada e se alivia no acostamento. Feio, não? Nunca saberá se o nitrogênio ali derramado não fará nascer o verde.

Numa dessas peças infantis, toca ainda mais frenético o pandeiro desses senhores citando ser nossa “vocação agrária velhacarias do capitalismo rural”.

E dá-lhe pau na estrutura fundiária, a exportação de commodities e a insegurança alimentar.

Não destrincham o frango para a galinhada mineira. Tacam-no inteiro na água fervente e seguem o óbvio, milhares de vezes aludido, para mostrar nossas mazelas agrárias que, para eles, é só uma: a extensa área plantada com commodities de exportação.

E daí? Tudo o que produzimos no agro, commodities ou não, é realizado por pessoinhas e não robôs. Tem gente produzindo marmelo. Por que não andam para conhece-los?

Vou botar a sangrar:

1. Segundo o IBGE, em Programa Agrícola Municipal (PAM) – 2014, o Brasil plantou 76,2 milhões de hectares e deles tiramos R$ 251,2 bilhões em valor de produção;

2. 77% da área foram plantados com soja, milho, cana e café, pois esse o grosso da produção brasileira que o mercado mundial compra. No mais, são as carnes que, também, se utilizam de proteínas. Comércio. País produtor e exportador não entrou nele se … ferrou;

3. Lembrem-se que há brasileiros que gostam de tofu com molho shoyu, roer milho verde, e chupar cana. Alimentos que ficam nos pandulhos brasileiros, pois;

4. Os demais 23% da área foram plantados com outros 60 produtos. Sessenta! Frutíferas, arroz, feijão, algodão, fibras. Tem caqui, tomate, pimenta-do-reino, mandioca. São 17,2 milhões de hectares que geraram um valor bruto de produção perto de R$ 82 bilhões;

5. Produzíssemos mais desses itens venderíamos para quem? Os mesmos 40 milhões que apenas recentemente foram apresentados ao mercado interno e já se preparam para ir embora?

6. Os 2,7 milhões de hectares plantados com frutíferas rendem 15 toneladas de produto por hectare enquanto a soja média rende 2,9 t/ha. A área com soja é de 30 milhões de hectares. Proporcionaria 450 milhões de toneladas de frutas e não os 85 milhões de soja. O que estamos esperando? Por que não substituir o plantio da oleaginosa por frutas? Deixo a conclusão para os leitores;

7. Querem mais? Como criticar um modelo que se formou autonomicamente até uma proporcionalidade assim: 28% do valor da produção agrícola brasileira (R$) sai da região Sul; 28% do Sudeste; 26% do Centro-Oeste; e 18% do Norte-Nordeste;

Se querem ajudar a agropecuária brasileira, entendam-na como um todo, que inclui homens e mulheres do campo com liberdade para plantarem e criarem o que quiserem. Eles sabem, vocês não. 

Divulguem tecnologias de baixos custos e impacto ambiental. Acampem nos gramados de Brasília e peçam ao interino mesoclítico que não extermine o ministério do Desenvolvimento Agrário. Convençam as autoridades monetárias a aumentar o financiamento de custeio, seguro, comercialização e garantam preços mínimos.

Se for difícil sair do WhatsApp, apenas parem de encher o saco do agronegócio e da exportação de commodities. O que precisa mudar não é por aí.

Nota: os dois primeiros vídeos-poesias que enfeitam este texto são da excelente Odonir Oliveira.

Rui Daher

Rui Daher - administrador, consultor em desenvolvimento agrícola e escritor

4 Comentários

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  1. Establece un régimen especial transitorio de carácter obligatori

    A venezuela é o exemplo do que resulta o esquerdismo. Texto direto da fonte sem globo, sem PT, sem El País. “Se establece un régimen especial transitorio de carácter obligatorio ” ou seja trabalhos forçados na Venezuela.

    REPÚBLICA BOLIVARIANA DE VENEZUELA

    MINISTERIO DEL PODER POPULAR PARA EL PROCESO SOCIAL DE TRABAJO
    DESPACHO DEL MINISTRO
    RESOLUCIÓN Nº 9855

    De conformidad con lo dispuesto en los artículos 27 y 63 del Decreto No 1.424 con Rango, Valor y Fuerza de Ley Orgánica de la Administración Pública: el artículo 16 de la Ley Orgánica de Procedimientos Administrativos; el artículo 40 del Decreto N° 1.612, de fecha 18 de febrero de 2015. sobre Organización General de la Administración Pública Nacional, publicado en la Gaceta Oficial de la República Bolivariana de Venezuela N° 6.173 Extraordinario, de fecha 18 de febrero de 2015; el articulo 13 y numeral 1 del artículo 500 del Decreto N° 6.076 Extraordinario, de fecha 7 de mayo de 2012 con Rango, Valor y Fuerza de Ley Orgánica del Trabajo, los Trabajadores y las Trabajadoras, este Despacho dicta la siguiente:

    RESOLUCIÓN MEDIANTE LA CUAL SE ESTABLECE UN RÉGIMEN LABORAL TRANSITORIO EN EL MARCO DEL DECRETO NÚMERO 2.323, MEDIANTE EL CUAL SE DECLARA EL ESTADO EXCEPCIÓN Y DE LA EMERGENCIA ECONÓMICA.

    CONSIDERANDO

    Que es deber del Estado garantizar los principios de justicia social. democracia. eficiencia, libre competencia, protección del ambiente, productividad y solidaridad, a los fines de asegurar el desarrollo humano integral y una existencia digna y provechosa para la colectividad con el objeto de elevar el nivel de vida de la población y fortalecer la soberanía económica del país, garantizando la seguridad jurídica, solidez, dinamismo, sustentabilidad. permanencia y equidad del crecimiento de la economía, para lograr una justa distribución de la riqueza mediante una planificación estratégica democrática y participativa.

    CONSIDERANDO

    Que el Estado a fin de garantizar la seguridad alimentaria de la población; entendida como la disponibilidad suficiente y estable de alimentos en el ámbito nacional y el acceso oportuno y permanente a éstos por parte del público consumidor, dictará políticas de interés nacional y fundamental al desarrollo económico y social de la nación. A tales fines, el Estado dictará las medidas de orden financiero, comercial, transferencia tecnológica, tenencia de la tierra, infraestructura, capacitación de mano de obra y otras que fueran necesarias para alcanzar niveles estratégicos de autoabastecimiento.

    CONSIDERANDO

    Que es deber del Estado promover y proteger el aparato productivo agroalimentario, con el fin de fortalecer el desarrollo económico del país, sustentándolo en la iniciativa popular, asegurando la capacitación y la asistencia técnica.

    CONSIDERANDO

    Que es deber del Estado garantizar la soberanía alimentaria, fortaleciendo el sector agroalimentario nacional, como elemento esencial para satisfacer las necesidades básicas de la población, con la participación activa de la clase trabajadora protagónica en los procesos Productivos. con el objetivo de satisfacer las necesidades materiales, sociales e intelectuales de las familias, la comunidad y el conjunto de la sociedad en el marco de la justicia social mediante los procesos de educación y trabajo, fundamentales para alcanzar los fines esenciales del Estado.

    CONSIDERANDO

    Que el Ejecutivo Nacional a través del Decreto N° 2.323 de fecha 13 de mayo de 2016, declaró el Estado de Excepción y de la Emergencia Económica, dadas las circunstancias extraordinarias de orden Social, Económico, Político, Natural y Ecológica que afectan gravemente la economía nacional.

    CONSIDERANDO

    Que el Ministerio del Poder Popular para las Comunas y los Movimientos Sociales, mediante Oficio signado con letras y números MPPCYMS 000278 de fecha 30 de junio de 2016. solicitó ante este Ministerio autorizar la prestación de un grupo de trabajadores y trabajadoras a ser incorporados a diversas plantas procesadoras de maíz, las cuales se inscriben en el proceso de recuperación de empresas del Estado, en el marco del Decreto N” 2.323, mediante el cual se declara el Estado de Excepción y de la Emergencia Económica. dadas las circunstancias extraordinarias de orden Social. Económico, Político, Natural y Ecológicas que afectan gravemente la Economía Nacional;

    RESUELVE

    PRIMERO: Se establece un régimen especial transitorio de carácter obligatorio y estratégico para todas las entidades de trabajo del país públicas, privadas, de propiedad social y mixtas, que contribuya con el reimpulso productivo del sector agroalimentario, estableciendo mecanismos de inserción temporal de trabajadores y trabajadoras en aquellas entidades objeto de medidas especiales implementadas para fortalecer su producción. A tales efectos, se tendrá como fundamento los lineamientos, principios y fines constitucionales y legales en materia de seguridad y defensa integral de la Nación en ofensiva a la guerra económica. con el objeto de aumentar y fortalecer la producción en aquellas entidades de trabajo de interés social relacionadas con el sector agroalimentario.

    SEGUNDO: Para dar cumplimiento a la disposición anterior se deberá disponer de trabajadores y trabajadoras del sector público o privado, con condiciones físicas adecuadas, conocimientos teóricos y técnicos en las diferentes áreas productivas.

    TERCERO: Las entidades de trabajo del sector público y privado están obligadas, a cumplir con el estricto imperio del presente acto administrativo, a tal efecto deberán proporcionar los trabajadores requeridos y las trabajadoras requeridas a objeto de aumentar la productividad de la entidad de trabajo requirente o solicitante.

    CUARTO: Los trabajadores y trabajadoras del sector público y privado, requeridos para la ejecución del objeto de la presente Resolución, constituido en aumentar la productividad de la entidad de trabajo solicitante deberán contar con las condiciones físicas y técnicas para ejercer las funciones encomendadas.

    QUINTO: Los trabajadores y trabajadoras del sector público y privado, requeridos para la ejecución del objeto de la presente Resolución, estarán enmarcados en los efectos de suspensión de la relación de trabajo y gozarán de inamovilidad laboral, en consecuencia, no podrán ser despedidos ni desmejorados en sus condiciones de trabajo originarias sin causa justificada debidamente comprobada mediante el procedimiento de Calificación de Faltas establecido en el artículo 422 del Decreto con Rango, Valor y Fuerza de Ley Orgánica del Trabajo, los Trabajadores y las Trabajadoras.

    SEXTO: Los trabajadores y trabajadoras del sector público y privado requeridos para la ejecución del objeto de la presente Resolución, durante el tiempo que dure la suspensión, no estarán obligados a prestar el servicio a la entidad de trabajo originaria, ni ésta a pagar el salario.

    En tal sentido dicha obligación de pagar el salario de los trabajadores y las trabajadoras requeridos, recae sobre la entidad de trabajo requirente, y en consecuencia ellos deberán prestar los servicios solicitados.

    SEPTIMO: El patrono o la patrona de la entidad de trabajo originaria deberá continuar cumpliendo con las obligaciones relativas a las Cotizaciones establecidas por el Sistema de Seguridad Social.

    OCTAVO: La entidad de trabajo originaria deberá durante el tiempo de suspensión, computar la antigüedad para los efectos de las Prestaciones Sociales de los trabajadores y las trabajadoras requeridos

    NOVENO: La entidad de trabajo requirente estará obligada a cancelar el Cestaticket Socialista por jornada laborada, a los trabajadores y las trabajadoras requeridos, a fin de fortalecer su salud, prevenir las enfermedades ocupacionales y propender a una mayor productividad laboral.

    DÉCIMO: Los trabajadores y las trabajadoras requeridos, una vez cesada la suspensión tendrán derecho a continuar prestando servicio en la entidad de trabajo originaria, en las mismas condiciones de trabajo existentes para la fecha en que ocurrió aquella, salvo que por circunstancias de accidente de trabajo, enfermedad ocupacional o accidente o enfermedad común. resultare discapacitado o discapacitada para desempeñar las funciones inherentes a su puesto de trabajo. En estos casos, el trabajador o la trabajadora requerido serán reubicados por el patrono originario en un puesto de trabajo adecuado a la nueva situación.

    DÉCIMO PRIMERO: Los trabajadores requeridos y las trabajadoras requeridas, prestarán sus servicios en las entidades de trabajo requirentes o solicitantes, por el lapso de sesenta (60) días, prorrogables por igual tiempo si las circunstancias lo ameritan.

    DÉCIMO SEGUNDO: Atendiendo a lo previsto en el artículo 72 de la Ley Orgánica de Procedimientos Administrativos y en la Ley de Publicaciones Oficiales, publíquese la presente Resolución en la Gaceta Oficial de la República Bolivariana de Venezuela.

    Comuníquese y Publíquese,

    Por el Ejecutivo Nacional

     

     

     

    1. Simples: Venezuela não é o Brasil!

      Acreditar ainda em esquerda ou direita, é coisa totalmente ultrapassada.

      Temos que ter uma visão menos distorcida.

      A Venezuela não é o Brasil, que dispõe de riquezas incomensuráveis e que todo o mundo está de olho gordo nelas.

      Agora,  temos que preservar o estado inteiro, nem grande demais, mas, sobretudo, nunca diminuto.

      E é isto que a interinidade está fazendo.

      O texto foi muito bem feito por Rui Daher e é, no caso da agricultura, um retrato que temos que alterar, mais profundamente, para que a agricultura familiar e o pequeno agricultor possa aumentar e muito a produção de alimentos. Hoje, eles – o agricultor familiar e o pequeno agricultor produz 80% de nossas necessidades.

      Simples assim: o Brasil não é a Venezuela.

      1. “Acreditar ainda em esquerda

        “Acreditar ainda em esquerda ou direita, é coisa totalmente ultrapassada.”

        A diferemça entre esquerda e direita é bem distinta são formas de ver a realidade. Uma utópica e outra cética.

        O Brasil não é uma Venezuela, não se depender do PT seriamos exatamente iguais. Observe a semelhança do que defende o Partido Socialista Unido da Venezuela e o PT.

         

  2. Dude,

    alguém comentou no FB da CartaCapital com inúmeros chavões de esquerda da mesma forma como os antibolivaristas, de que temos um exemplo acima, criticando o seguinte: “que inclui homens e mulheres do campo com liberdade para plantarem e criarem o que quiserem”.

    Quer dizer de que valeu o IBGE e eu dizermos que temos 64 culturas diferentes plantadas no Brasil. E quem assim decidiu? Algum político, a esquerda, a direita.

    Dá um desânimo …  

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