Em dois dias, o desmonte de Aécio Neves. E feito por dois grupos, Folha e Globo, que venderiam a alma ao diabo para tirar o PT do poder. Um caso onde até o capeta se perguntaria: por que e por que agora?
Uma nota de três reais, isso é o que valem as afirmações de Aécio na reta final da campanha eleitoral.
Duas notícias arrasadoras para quem passou toda a campanha afirmando que seus adversários – adversárias, aliás – mentiam e desmentiam. Duas notícias arrasadoras para quem queria passar a imagem de quem preferia perder com a verdade a ganhar com a mentira. Era mentira.
Em 29/10/2014, ninguém menos que O Globo, ou ainda, pelo espaço dado à informação, talvez fosse melhor dizer pela Carta Capital, informa que a bala de prata com que a Veja queria abater a reeleição de Dilma Rousseff valia tanto como uma nota de três reais.
A capa da Veja foi usada por Aécio contra Dilma no debate da sexta antevéspera da eleição e pelos seus correligionários na véspera e no dia da eleição. Porém, no lugar do peremptório e definitivo “Eles sabiam de tudo” da capa de Veja, hoje sabemos que o depoimento foi “retificado” por ” um advogado” do doleiro e que, mesmo assim, diria “… pela dimensão do caso, não teria como Lula e Dilma não saberem”.
Ah, as sutilezas do futuro do pretérito e suas afirmações condicionais.
Seria o mesmo que afirmar aqui que, pelo que sabemos da Veja e de Aécio, essa notícia não deveria nos surpreender.
Interessante que a Folha noticiou no sábado que havia “confirmado a informação”. O que Folha confirmou?
Confirmou o “eles sabiam de tudo” ou o “é provável que eles soubessem de tudo”?
Existe uma distância abissal entre as duas afirmações. A Folha não se deu ao trabalho de um “erramos”, pelo que eu saiba.
Agora, em 30/10/2014, essa mesma Folha nos informa que os dados das pesquisas sobre as preferências eleitorais de Minas, utilizados por Aécio, valiam a mesma nota de três reais.
“Aécio na frente de Dilma – 57 % a 43%.”
E o que sabemos hoje, pela boca do próprio instituto que realizou a pesquisa?
“O estudo não foi feito com essa finalidade. Para Minas, foram 561 questionários. Não é confiável”.
E não para por aí:
“Além do problema dos números enganosos, a pesquisa do Veritá pode ter sido registrada de forma fraudulenta. No TSE, consta que o Veritá é, ao mesmo tempo, o contratado e o contratante do estudo, orçado em R$ 300 mil”.
A notícia sobre o depoimento retificado é uma vingança de Ali Kamel– O Globo contra Nelson de Sá – Folha? Sem dúvida.
A notícia sobre o uso inadequado dos dados da pesquisa pode ser uma ação da Folha contra um concorrente do Datafolha? Talvez.
Agora, o que não é de se imaginar é que, ambos, Globo e Folha não avaliassem que se tratava de dois petardos contra imagem que Aécio tentou criar para si ao longo da campanha.
Em dois dias, dois grupos que venderiam a alma ao diabo para tirar o PT do poder dão fatos e números que reforçam a maldição, ou castigo, que Aécio carregará para 2018 – “Quem conhece Aécio não vota em Aécio”.
As perguntas que se impõem são “por quê?” e “por que agora?”.
Por que dois torpedos contra um candidato derrotado nas urnas?
Não sei a resposta. Até poderia tentar buscá-la com José Serra, mas creio que ele está muito ocupado ultimando sua mudança para Brasília.
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