O ódio singular e absoluto a LULA (e por extensão ao PT)

 

Embora seja eleitor frequente do PT, quem me conhece sabe que estou longe de ser “petista de carteirinha”. Sou um grande crítico a muitas coisas da política e economia que aconteceram nos últimos doze anos, apenas creio que como um homem que tem família frente as atuais (e reais) opções eleitorais, estou melhor com o PT. Sempre me norteei pelo pragmatismo de achar que em política nunca há o melhor, e sim o menos ruim.

Porém chega a ser nojento o assédio da grande mídia na tentativa de criminalizar Lula, só por ele ser liderança incontestável, bom de voto e não pertencer ao “mainstream”. E mais ridículo ainda é ver gente de “boa formação”, encampar essa sujeira que coloca em risco a democracia conquistada à duras penas pelo povo brasileiro, pois para criminalizar Lula a qualquer custo, acaba-se misturando tudo e criminaliza-se também a política. Nossos políticos não vêm de Marte para nos oprimir, eles vêm do povo, de famílias, de histórias de vida várias, e são um espelho de nosso tecido social. Muita gente que cospe fogo contra eles, não faria nada melhor caso conseguissem “chegar lá”. Identifico muita frustração de vida introjetada ao ódio aos políticos, as pessoas se esquecem de que eles têm algo que o cidadão comum não tem, e que dá muito trabalho conseguir… Voto.

Quanto a Lula, ele já foi acusado de trair a mulher, de violentar o companheiro de cela, de ser dono no Brasil todo do setor bovino via Friboi, da telefonia (todas essas informações são comprovados HOAX), de fortalecer “ditaduras” latino-americanas, africanas, asiáticas (com exceção de Cuba, todas com presidentes eleitos por voto majoritário), de comprar avião para si, de “querer” um terceiro mandato, de se curar do câncer em hospital particular (sim, uma acusação) que tem convênio com várias firmas, de assassinar passageiros de dois aviões, de matar o Toninho de Campinas, e o Celso Daniel, de colocar escutas no STF (segundo Gilmar Mendes e sem prova), de dar o título um título carnavalesco à Vila Isabel; já foi acusado de dançar festa junina, de beber vinho caro, de torcer pelo Corinthians, de comer buchada de bode, de ter amputado o próprio dedo para receber pensão, de ter a voz rouca, de ajudar o filho a fechar contrato com uma empresa PRIVADA, e ele com esse dinheiro comprou a fazenda Paraíso cuja foto é igualzinha à da Escola Superior de Agricultura de Piracicaba), de ter fortuna declarada nas páginas da Forbes (no caso dessas últimas duas “acusações”, quando vejo gente com PHD dizer que acredita nelas, só posso creditar esse fenômeno a pura cegueira do ódio de classe).

Lula também já esteve por trás do relatório do CPI do Cachoeira, tentou adiar o julgamento do “mensalão” (segundo Gilmar Mendes de novo), já produziu provas para se vingar de Perillo (porque ele teria sido o primeiro a avisá-lo do mensalão). Acusaram-no de ter um caso com a mulher presa numa operação da PF, e ao serem confrontados com a realidade que as tais ligações telefônicas para ela nunca existiram, surgiram as “acusações” do réu Marcos Valério (que nada declarou a respeito do caixa dois do PSDB). A Petrobras dá um escândalo e uma CPI a cada quatro anos, e sempre muito pouco do que é dito fica comprovado, mas o importante é derrubar quem lá trabalha e culpar… Lula!

Só falta acusarem Lula de subornar Deus para que terminasse a obra no domingo. Afinal os seus detratores lhe conferem os poderes deíficos da onisciência e onipresença, ele sabia de tudo e estava presente em tudo de errado que aconteceu no país, inclusive na corrupção da oposição. Nos meus anos de vida, já vi falarem mal e serem injustos com muitos políticos, mas Lula é um ogro esquisito, pois ninguém nunca diz de onde vem o poder, a sustentação de fato para alguém fazer tantos males feitos e não ser obstaculizado. Até com os mais “queridos” a grande mídia comete injustiças, mas nunca vi em toda a minha vida (no passado já houve isto) um ataque tão vil, tão desonesto, tão odioso, quanto o que dirigem a Lula, e isto se dá porque sabem que não o vencem no voto.

Não vejo uma imprensa vigilante do governo ou da democracia, vejo uma imprensa atuando como partido político (alguém lembra das palavras da Maria Judith Brito*). Hoje percebo que a grande imprensa não produz uma agulha, mas enche o saco de quem trabalha. A meia dúzia de famílias que controla a grande imprensa falada e escrita neste país, repete o que já fizeram com Getúlio, com JK, com Jango, e com Collor (e esse, eles mesmos ajudaram a colocar lá). O que repetem? A disseminação do ódio em prol de um projeto de poder… Ódio de classe, ódio de frustrados, ódio que faz mal ao povo e a democracia, para embasar um projeto de poder político e econômico de gente que sai nos jornais como paladinos do “bom comportamento cívico”.

E o pior é ver gente oriunda das classes médias (da baixa a alta), supostamente com boa formação escolar e familiar, que deveria colocar um pouco de sanidade na discussão, ajudando a alimentar o ódio, por pura frustração vivencial, transbordada em frustração político eleitoral alimentada pela grande mídia. Sempre auto indulgentes, acham que fazem muito, acreditam que “os outros”, sejam Lula ou “os políticos” (no genérico), ou a estrela que fala alguma bobagem, são o inimigo, o que os impede de crescer, mas não vêem que sempre são os que mais têm, os que mais se queixam, os que mais nos rebaixam com seu viralatismo existencial. Isto ainda se voltará contra a democracia, contra o Brasil, contra eles próprios em particular, e contra os brasileiros em geral, é claro. O ódio está entranhado em muita gente, uma pena!

Os tempos atuais onde vige essa mentalidade são desastrosos para a política no Brasil. As consequências disto na vida socioeconômica do trabalhador, das pessoas comuns, muitas das quais que se juntam acriticamente ao efeito manada dessa péssima e injusta crítica política, podem ser terríveis.

Sérgio Troncoso.

*Maria Judith Brito presidente da ANJ disse que a oposição estava fragilizada e a imprensa tinha que tomar o papel da oposição. Ou seja, assumiu que jornal (ao menos no Brasil) não tem que informar nada, tem que entrar no jogo político e fazer oposição.

Redação

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