Zygmunt Bauman: o medo dos refugiados

Sugestão de Vânia

Fronteiras do Pensamento

Animação recém-lançada pela Al Jazeera traz reflexão de Zygmunt Bauman sobre o medo que o mundo sente dos refugiados.

A narração é do próprio Bauman, que defende a hipótese de que os refugiados simbolizam nossos piores medos: a perda de tudo conquistado ao longo da vida, a pobreza inesperada, o fim da segurança.

Confira a tradução e assista na íntegra abaixo:

Estas pessoas que estão vindo agora são refugiados que não são famintos, sem pão ou água. São pessoas que, ontem, tinham orgulho de seus lares, de suas posições na sociedade, que, frequentemente, tinham um alto grau de educação e assim por diante. Mas, agora eles são refugiados. E eles vêm para cá. Quem eles encontram aqui? O precariado. O precariado vive na ansiedade. No medo. Nós temos pesadelos. Tenho uma ótima posição social e quero mantê-la. 

“Precariado” vem da palavra francesa précarité que, em livre tradução, significa andar em areias movediças. Agora, surgem estas pessoas da Síria e da Líbia. Elas trazem esta ameaça de países distantes para nossas casas. De repente, eles aparecem ao nosso lado. Não conseguimos omitir suas presenças. 

Os refugiados simbolizam, personificam nossos medos. Ontem, eram pessoas poderosas em seus países. Felizes. Como nós somos aqui, hoje. Mas, veja o que aconteceu hoje. Eles perderam suas casas, perderam seus trabalhos. 

O choque está apenas começando. Não existem atalhos para o problema. Não existem soluções rápidas. Então, precisamos nos preparar para um tempo muito difícil que está chegando. Esta onda de imigração que aconteceu ano passado não foi a última. Há mais e mais pessoas esperando. Precisamos aceitar que esta é a situação. Vamos nos unir e encontrar uma solução. 

https://www.youtube.com/watch?v=_Qlv8pqtTss

Redação

6 Comentários

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  1. Esses piores medos, eles
    Esses piores medos, eles sabem, são pelo motivo que esta “segurança”, e esta “riqueza” são efêmeras em qualquer situação de desigualdade..

    ….e as políticas atuais, eles sabem, aumenta esta desigualdade.

    Momentos doloridos de aproximam perigosamente.

  2. pergunta difícil

    Vânia,

    O sociólogo deveria ter sido mais enfático.

    A hipocrisia desta matéria surpreende. A Al Jazeera, do Qatar, é comandada pelo sheik Al Thani, da família que comanda aquele emirado há décadas, e quem foi o grande financiador $$$ dos ataques à Líbia e à Síria, se não o próprio sheik para atingir os seus próprios interesses?

    No caso da Líbia de MKadafi, que não incomodou ninguém e foi brutalmente atacada, com mais de cem mil civis assassinados pelas chamadas forças de paz, o tal sheik chegou ao ponto de reproduzir em Doha a praça da Líbia na qual estavam concentrados os protestos, e ali produziu as versões daquela invasão e tal material foi divulgado pela mídia internacional.

    Quando a patranha foi descoberta, os qatarianos não negaram a existência do teatrinho e fim de conversa, ficou o dito pelo não dito pois Al Thani é amigo de USA, França de Sarkozy, etc…

    No caso da Síria, país que também não incomodou ninguém, a carnificina foi igualmente terrível, com os inúmeros mercenários contratados pela forças de paz pintando o sete em termos de terror ( cortavam a cabeça de homens e crianças, que logo depois serviam de bola para o jogo de futebol na frente daqueles parentes e  vizinhosde toda uma vida). Entre Síria e Líbia foram quase 200 mil assassinatos.

    Se alguém vem, ataca a família da pessoa, destrói a casa da pessoa, a pessoa e os seus ele ficam impedidos de estudar e trabalhar, eu pergunto, qual país aquela pessoa tem que procurar para se reconstruir ? Pergunta difícil.

    Tudo o que eu escrevi acima, li aqui no blog, em comentários e respectivos links.

  3. Para onde o medo nos leva

    Bauman fez algo que praticamente nenhum intelectual abriu a boca para fazer: defender o direito dos refugiados ou migrantes de serem recebidos nos Paises da Europa ocidental. A sensação é tão ruim neste momento nesses paises da Europa com relação a essa questão, que quase nenhuma personalidade tem chamado a atenção para um certo fascismo que insiste em voltar por aqui. Tal qual no Brasil.

  4. Muitos dizem que esta

    Muitos dizem que esta imigração é estratégica para a dissiminação do Islã por toda a europa e solidificar o islamismo como religião planetária, colocando as outras sob ameaça. E que os políticos europeus, franceses e infleses são coniventes com isso e foram eles que autorizaram a invasão destes países sem a utorização da ONU, para provocar está onda de imigiração de países que tinham governantes contrários as políticos dominantes de determinados países islamistas. Mas como nós poderiamos evitar isso, se hoje o mundo é governando pelo dinheiro e em muitos lugares o dinheiro vale mais que a vida das outras pessoas para alguns. Afinal, o Islã é realmente vilão da história toda? Isso que eu queria saber. Supostamente o islã e determinado países ligados a esta religião abominam as outras crenças religiosas, e ameaçam a estas de morte. Mas se os árabes se disseminassem pelo mundo conforme a sua reprodução em ritmo superior a média mundial… As novas crianças nascidas na europa já nasceriam muçulmanas e não seria necessário uma destruição de outras religiões, seus templs e fiéis. Seria um processo natural. Sabemos que a fertilidade do povo europeu hoje, é bem abaixo da fertildiade do povo árabe. Acho que seria um processo natural que a religião árabe dominasse a europa, inclusive ameaçando a católica na itália. No final são tudo religiões mesmo… Mas será que o Islã é pacífico? Ouço direito na internet dizerem que o islã incentiva a perseguição daqueles que eles dizem ser infiéis ou seguirem outras práticas religiosas… OU quando se sentirem ameaçados ou ameaçados por outras práticas religiosas que não há deles. Já há em alguns países euopeus discriminação contra os povos locais e as religiões praticadas pelo povo local… Mas acho que é um processo sem volta… Realmente não sei dizer se esta religião seria uma ameaça ao bem-estar da europa e dos europeus assim como do planeta… Mas o povo europeu estão sendo tratados como uma raça extinta pelo fanáticos religiosos do islã.. Assim a religião católica seria supostamente fadada ao esquecimento na opinião deles. Isto eu digo pelos vídeos que estão no youtube e das reuniões que eles promovem.

    Assistam o vídeo e tomem as próprias conclusões:

    https://www.youtube.com/watch?v=5PCC9w9nLrE

     

  5. Badme 19 anos atrás, eram invisiveis

        Creio que a maioria não saiba nada sobre Badme, mas sabem onde fica a Etiópia/Sudão/Eritréia/Somália, mais conhecido como o “Chifre da Africa”, local que em 1997/1998, ocorreram varias “guerras tribais”, com o costumeiro enredo de apoios ocidentais, russos e depois chineses, para as facções em conflito, de conformidade com seus interesses geopolitcos, afinal quem controlar esta area, controla o Mar Vermelho e até o Canal de Suez.

          Lá por volta de 1.999, quando refrescou um pouco os combates, o “saldo” de DPs ( displacement people – jargão da UN para refugiados internos ), alcançava mais de 100.000 pessoas, as quais quem ligava era o UNCHR, MSF e outras agencias humanitárias, com pouco dinheiro, sem apoio, na real: mendingando para as “potencias” – e este “povo” era invisivel para o Ocidente, incluindo jornalistas, soiólogos, politicologos e demais “ologos” , só que tem o seguinte, ia ocorrer, qualquer um menos burro sabia : Gente com fome, sem nada a perder, já perdeu tudo, cuja vida, dele e da familia, mesmo em um “Campo” corre riscos variados ( estupros, venda de crianças/adolescentes para trabalho escravo ou prostituição, sacrificio religioso, brigas tribais, rixas antigas….etc ), tem uma unica opção : ANDAR, pelo menos tentar chegar a algum lugar um pouco mais seguro.

           Todos sabiam que isto mais cedo ou mais tarde iria ocorrer, até o Kaddaffi tentou acordar com a UE e UN, para “segurar” os DPs e refugiados, tanto os da Africa sub-saariana, como os do “Chifre”, mas mataram o safado, era um porco, assassino, mas poderia ter sido o “nosso porco” – é gente, o mundo fora das universidades, conferencias, as vezes assume certas realidades um pouco nojentas, intragaveis, mas necessárias – hj. a Libia ( país que não existe mais * ), é a porta da esperança para todos os que lá chegam, eum puta manacial de dinheiro para o trafico de pessoas ( claro que junto com estas pobres pessoas, vem o resto : drogas, prostituição, terrorismo ).

            Então meus caros, enquanto eram “invisiveis” eles não assustavam, agora todos os estão vendo, eles apareceram em carne ( pouca ) , ossos, esperança e alguns com raiva, e tem um problema : Quem os criou ?

             Fomos nós, todos fizeram merda, agora a conta chegou.

             * na realidade a Libia só existiu com Kaddaffi, como a Etiópia com Selassiê, pois sempre foi um “ajuntamento” de clãs e tribos, que foram unidas pela força, o preconceito tribal e etnico na “Libia”, mesmo na época de Kaddaffi era patente, nós como ocidentais tinhamos dificuldade de reconhecer, para gente eram todos “libios”, até que um “libio” cirenaico ( litoral ) engenheiro formado em Londres, portanto um “homem do regime”, chega para vc. e fala : Não liga para o que aquele outro engenheiro ( made in London too ) disse, pois ele é um “negro” de Fezzan ( Sul da “Libia”, fronteira com o Mali ).

  6. Barato “lokô”, na Alemanha : Realidade

        Há 5 anos atrás, visitei minha sobrinha na Alemanha, sul deste país, em Baden-Wuttenberg, próximo a Freiburg, quase fronteira com a Suiça e França – o nome da localidade é Rheinfelden ( ” Quedas do Reno ” ), uma linda região, comuna de Lorrach.

         Ela apesar de brasileira, 20 anos de Alemanha, converteu-se a religião islamica ( sufi ), lógico que teve varias crias ( 5 ), e a prefeitura cedeu um apartamento para ela, em um conjunto habitacional, um lugar bem legal, muito diferente dos CDHU e Cingapuras paulistanos, mas distante da cidade ( pelos parametros alemães ), conheci o local, fiquei lá.

         São uns 8 a 10 prédios, de 6 a 8 aps por andar, um “condominio”, com apenas uma entrada/saida que dá para uma estrada que chega a Lorrach, é a unica, e sempre tem na porta aqueles audis, ou motos bmw, verdes-brancas, escrito “Polizei”, o resto do perimetro é cercado, por telas de proteção altas e após elas : floresta.

         Para entrar/sair era necessário identificação (ausweiss ), com “portaria” ( polizei ), e no condominio não vi, não tinha, nenhuma familia alemã, tinha gente do kosovo, siria, afegãos, paquistaneses, africanos, russos, etc., só não tinha “alemães étnicos” ( deusteschvolk ).

         Na cidades próximas, como em Lorrach ( uma merdinha de cidade para quem vem de São Paulo ), ou em Basel (Suiça), para comprar qualquer coisa, tipo açougue/mercearia, ou era em grandes lojas ( acho que KDW ), ou em locais especificos, geralmente comandados por turcos, pois nas lojas dos “volks” eles não vendem para o pessoal dos “condominios de refugiados”, nem olham em sua cara, nem com a “renascença” ou a “rococó”, VIsa International, vc. é invisivel, ainda mais eu, que sou moreninho, não falo porra nenhuma de alemão, e inglês não adinata, mesmo que eles saibam, dão uma de párisiense.

          Me senti em um “Campo”, bem organizado, limpo, crianças com escola publica, saude publica, saneamento, como os coxinhas falam – 1o MUNDO, MAS ainda um “de fora”, que ninguem queria que lá estivesse, é na Alemanha, mas um enclave, um ghetto.

           Ai, pensei, afinal fui da area de segurança : Este monte de crianças/adolescentes, frequentam escolas alemãs, trabalham na Alemanha ( partjob ), a maioria nasceu lá, são alemães que voltam para suas casas e recebem outra carga cultural, a sociedade na qual eles vivem fora do “condo”, não os aceita, o moleque/menina como referncia cultural tem o Corão, a “Patria” dele está a milhares de kilometros, portanto nem precisa ser da area de segurança : Um EI da vida tem muita condição de recruta-lo.

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