Dilma começa a se recuperar no Norte/Nordeste

 

Sem dúvida. A falta de popularidade da presidente Dilma Rousseff é muito desconfortável para o governo. Mas é bom tomar cuidado com algumas estratégias retóricas da imprensa oposicionista, como fazer o leitor confundir aprovação com avaliação. O cartel de mídia gosta de difundir que a aprovação de Dilma é de “apenas 8%” E até admite que melhorou para “10%”.

Mas, por exemplo, o último Datafolha não pergunta se o pesquisado aprova ou desaprova, mas antes pede uma avaliação qualitativa do governo. Na divulgação dos resultados, a imprensa descarta a avaliação “regular” e fixa-se somente na opinião mais negativa.

 

O terço cheio do copo de Dilma

É preciso entender antes a ambiguidade da avaliação “regular”. Diante de um quadro propagado, diuturnamente, como catastrófico, é natural que o leitor sinalize uma resistência a esta avaliação, quando classifica o governo como “regular”. O contrário se daria se fosse um governo de alta popularidade: “regular” seria uma forma de resistência ao otimismo. 

Assim, 32% dos pesquisados não concordam que o governo seja péssimo ou ruim. Não é possivel ignorar 2/3 do país. Mas dizer que o outro terço não existe é um exagero esperto. Além disso, essa avaliação varia muito de acordo com as regiões.

No Sudeste (possivelmente pela força de São Paulo) e no Centro-Oeste, apenas 27% discordam das avaliações mais catastróficas. Mas no Norte ou Nordeste, este índice chega a 41%. O Sul fica bem próximo das primeiras regiões: 28%.

Portanto, muito próximo da metade do universo pesquisado no Norte e Nordeste não assinam embaixo a rejeição que Dilma tem nas outras regiões. O que é positivo para este momento. Significa que uma base de importância também simbólica para o PT e para o governo começa a se fazer o contraditório no jogo das opiniões. Por mais que a imprensa do Centro-Sul desprezem estes resultados.

E mais: no último Datafolha a avaliação mais pessimista caiu em todas as regiões, mas principalmente no Nordeste: 8%; no Norte.6% e Centro Oeste, 4%. No Sul e no Sudeste, as quedas  foram  irrelevantes.

 

O peso de São Paulo

 Não se tem dúvidas de que avaliação tão negativa é fortemente embasada por questões econômicas. Mas a reação de Dilma no Norte e no Nordeste pode estar vinculada  a uma melhora de percepção de dois itens que pesam muito na simpatia  ou antipatia pelo governo:  inflação e desemprego.

A  explicação é um tanto quanto óbvia:  embora os índices de  emprego estejam subindo,  ainda  não são tão mais  altos que a média na segunda gestão de Lula. E a inflação do segundo semestre não é a mesma do primeiro. Há algo aí que os habitantes daquelas regiões estão percebendo antes dos outros.

 

Por fim, é bem pensar no peso de São Paulo na avaliação do Sudeste. Acredito ser  pouco provável que Rio, Minas e Espírito Santo que, juntos, têm pouco mais de 50% da população total sejam responsáveis por tão grande rejeição. Se o Datafolha tivesse a coragem de desagregar estes dados, possivelmente, Dilma estaria  melhor nessa região também.

 

 

Redação

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador