Câmara aprova MP dos Ministérios com derrotas a Bolsonaro

Coaf volta a ser de responsabilidade da Economia e a Funai sai das mãos da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos, Damares Alves, e volta à Justiça

Jornal GGN – Após o acordo fechado com o Centrão, o Plenário da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (22), a redução de Ministérios feita por Jair Bolsonaro. Com pequenas derrotas ao governo, Coaf volta a ser de responsabilidade da Economia e a Funai sai das mãos da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos, Damares Alves, e volta à Justiça.

Na proposta aprovada, os deputados retiraram das mãos do ministro da Justiça, Sergio Moro, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), transferindo-o ao Ministério da Economia.

Outro trecho incluído no projeto aprovado, que não guarda relação direta com o texto, é a proibição de auditores da Receita de investigarem crimes que não estejam relacionados à ordem fiscal.

Em outras palavras, se investigadores da Receita se depararem com possíveis crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, entre outros, eles não poderão mais apurar.

Ainda está sendo discutido se os Ministérios de Integração e Cidades serão recriados, a partir do desmembramento do Ministério do Desenvolvimento Regional.

Mais um derrota para o governo Bolsonaro, os deputados conseguiram retirar da responsabilidade do Ministério da Agricultura a demarcação de terras indígenas, que volta a ficar sob responsabilidade da Funai (Fundação Nacional do Indio), que está vinculada ao Ministério da Justiça.

Redação

6 Comentários

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  1. O inominável mandante do assassinato de Marielle e a dura missão de Moro

    O Ministro da Justiça tem em sua mesa uma missão espinhosa. Caberá a ele o anúncio do responsável pela ordem de executar a vereadora Marielle Franco e que também vitimou o motorista Anderson Gomes. O espetáculo midiático, tão ao gosto do ministro, estaria prometido para breve.
    Para chegar aos mandantes, bastaria seguir a regra básica da investigação nesses casos: o famoso “follow the money” (siga o dinheiro). Com o COAF nas mãos, não seria uma tarefa das mais difíceis para o Ministro da Justiça que, aliás, quis ter o órgão sob a sua alçada logo após vazarem os dados comprometedores da família do presidente. Pura coincidência, claro. Alguém duvida? O objetivo de Moro é chegar aos políticos corruptos, doa a quem doer. O resto é intriga da oposição, que insinuou que Moro queria mesmo era amordaçar o COAF para que o órgão não implicasse mais a família do presidente. Coisa de gente maldosa.
    Agora Moro perdeu o tal órgão por simples pirraça dos deputados. Tudo porque no passado o então juiz vazou para a imprensa informações colhidas de forma criminosa, grampeando ilegalmente até escritórios de advocacia. Os deputados temeram pelo que ele poderia fazer agora com o poder de ter o COAF nas mãos. De nada adiantou nada alguns falarem que ele tava mais preocupado em ocultar relações da família presidencial como milicianos, porque amizade com bandidos não faz de ninguém um criminoso – exceto na mente doentia da oposição maliciosa, não é mesmo?
    É dura a missão do ministro. Porém, se bem sucedida, poderá lhe garantir o “bilhete premiado da loteria” que uns dizem que ele tanto almeja. Afinal, promessa é dívida. Principalmente quando feita pelo presidente que o nomeou.
    Mas em boa hora uma colega de Ministério já veio em seu socorro. A ministra Damares quer os dados dos que recebem recursos federais pelo programa de proteção às testemunhas. No caso, muita gente que delatou milicianos. Assim talvez Moro tenha acesso a testemunhos vitais para elucidar o caso. O objetivo dela é ver se os recursos são realmente utilizados como deveriam, claro. Alguém duvida disso? Se esses dados guardados a sete chaves vazarem e ocasionarem alguma “queima de arquivo” pelos milicianos certamente será por uma infeliz coincidência.
    Seja como for, há fortes razões para deduzir que dificilmente o nome anunciado será o do verdadeiro mandante. Com tantas dificuldades que nosso Ministro da Justiça encontra pelo caminho, será mesmo difícil.
    Quem encomendou o assassinato é um inominável, embora nos bastidores já se saiba quem ele é. Algumas autoridades já deixaram isso bem claro. O ex-Ministro da Justiça e o ex-comandante da intervenção militar no Rio de Janeiro afirmaram que por trás do crime há “políticos poderosos” e “famílias influentes”. O tom pode parecer evasivo, pois a revelação vai até o limite que a prudência recomenda quando milicianos estão envolvidos. Não se deve provocar quem tem acesso facilitado a uma rede sofisticada de assassinos profissionais.
    O mandante do crime, o inominável, é obviamente um boçal. Mas um boçal poderoso, que consegue mobilizar agentes públicos para erguerem uma sólida blindagem que visa sabotar as investigações e assim lhe garantir a impunidade.
    Seu maior erro foi menosprezar a repercussão e indignação nacional e internacional que o assassinato da Marielle causou. Como boçal que é, não imaginava que o assassinato de uma mulher negra, lésbica e de esquerda poderia causar tanto alvoroço. Um raciocínio que até tem sua lógica, pois a tal “classe média formadora de opinião” é notoriamente racista, misógina e homofóbica. São aqueles que, cinicamente, dizem “- todo dia bandido mata gente inocente, o que o assassinato de Marielle tem demais?”. Como se fosse trivial um crime politico planejado em detalhes, encomendado, caríssimo e com a cobertura de agentes públicos (que desligaram as câmeras da rua no local e hora da execução).
    O inominável menosprezou o fato de que, apesar dessa classe média deplorável que temos, há uma expressiva militância enraizada na sociedade brasileira comprometida com a defesa dos direitos humanos, ainda que minoritária. São os tais “ativistas” que o atual presidente gostaria de ver presos, exilados ou mortos. Menosprezar esse fato talvez tenha impedido o mandante de contratar um reles pistoleiro de aluguel, que poderia ser eliminado logo a seguir, nas tradicionais queimas de arquivo que os milicianos são useiros e vezeiros de praticar e que são a garantia de um processo arquivado sem solução.
    O inominável boçal errou feio. Queria dar um recado político para os seus adversários políticos. Achou que o fato da maioria compartilhar de seus valores, que as relações promíscuas com agentes corruptos do aparelho policial de estado bastariam para abafar o caso e fazer o crime cair no esquecimento. Por isso contratou os melhores assassinos do mercado, capaz de cometer crimes de altíssima sofisticação, tal como os que acontecem nos filmes policiais de Hollywood (filmes que, aliás, o Ministro da Justiça parece gostar muito).
    A prisão dos executores da execução foi um duro golpe, mas ainda no limite da prudência. Nesse dia, conhecidos políticos que são twiteiros compulsivos, que possuem relações quase carnais com reconhecidos milicianos, passaram o dia quase totalmente silenciosos. Curioso, não?
    As procuradoras e o delegado que conduziram as investigações abusaram de sofismas, ao considerar hipóteses nada plausíveis para o crime. Um recado subliminar, algo como “- os executores estão aí, fizemos a nossa parte, agora os políticos que resolvam qual será o próximo passo”. Como diz o dito popular, possivelmente endossado pelo “filósofo anal-obcecado” da moda, “que tem c* tem medo”. Até porque o inimigo pode ser o coleguinha policial ao lado.
    A investigação chega então a um impasse. Todos sabem que assassinos profissionais top de linha jamais entregam seus mandantes. Eles bem sabem das consequências que isso pode ter para eles e para as suas famílias. Não se brinca com o código de ética desses criminosos, mesmo sendo uma cosanostra tupiniquim. Quando o assunto é barbárie o Brasil está no primeiro mundo.
    Tanto que o governador “só na cabecinha” afastou o delegado investigado imediatamente. Seja para preservá-lo ou para atender a “recomendações de terceiros”, o fato contribui para quebrar a continuidade das investigações.
    Os executores foram transferidos para presídios de segurança máxima. A eliminação deles a essa altura poderia ter efeitos contrários ao que o mandante inominável deseja: abafar o caso.
    O tempo corre contra o Ministro da Justiça. Talvez a dificuldade nesse momento seja encontrar um laranja que assuma o crime e que soe factível. Não pode ser um zé-ninguém. Alguma figura poderosa do mundo miliciano terá que pagar o pato. Resta convencê-lo disso.
    É dura a missão de um Ministro da Justiça no Brasil.

  2. Acabei de assistir entrevista do General Heleno na GNews! Nada pessoal,suponho que queira o bem do país e do povo, mas não deve ser levado a sério em temas que não se refiram à defesa do nosso território!

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