A predominância da economia na política

Comentário ao post “O fim de um ciclo político

Praticamente impossível se ler uma matéria como essa nos jornalões, e isso não se deve, como muitos acreditam, à linha ideológica de suas matrizes, e sim porque aqueles que por lá ingressam ou continuam é porque aderiram ao pragmatismo, ao mesmismo, isso se chama efeito manada.

O Brasil sem dúvidas avança, as dificuldades estão dentro do exposto acima, e que o belíssimo texto aborda em algumas de suas passagens; trata -se do pensamento dominante da sociedade pós moderna que foi conduzida pelos que dominam para que a população estreitasse o seu pensamento,  se acomodasse, e se limitasse à procura daquilo que lhe apraz individualmente, e foi através deste paradigma que a economia passou a dominar inclusive aquilo que a ela deveria preceder; a política como forma de criar diretrizes, praticamente impossibilitando as inovações programáticas. Como estabelece a famosa frase “É a economia, estúpido”.

Desta forma, e não apenas entre os governos de Sarney até FHC, como ainda atualmente o único instrumento de pacificação se dá através da procura do crescimento do PIB, e não através da busca do desenvolvimento via melhorias substanciais no IDH, na divisão mais justa da riqueza do país, diminuindo o enorme fosso entre os ricos e pobres.

De outra forma, foi a concentração de riquezas em São Paulo, concentração destrutiva onde os mais fortes comem os mais fracos inclusive governos mais liberais, que determinou a concentração de poder em São Paulo, assim consolidou-se a dualidade PSDB-PT paulistas.

Ainda, para que o PT quebrasse a anterior hegemonia do antigo PMDB, o mesmo que formou o PSDB, foi preciso e necessário o papel de Dirceu e de Palocci, que conduziram o partido àquelas condições determinadas pelos que indiretamente detinham o poder, os grandes empresários, muito bem sintetizadas no conteúdo da famosa “Carta ao povo brasileiro”.

Como o governo começava com forte condicionamento ditado pela “Carta ao povo brasileiro”, e o ainda pouco apoio parlamentar era necessário a busca por novas e fieis alianças para que as reformas pretendidas tivessem as suas aprovações pelo congresso, essa responsabilidade foi outorgada a José Dirceu.

Dirceu, provavelmente pela urgência destas reformas  resolveu “absorver toda a tecnologia de governabilidade do governo que saía, incluindo operadores, lobistas”.

O PMDB, com sua imensa pluralidade contraditória, não seria o “partido ônibus”, como foi o DEM para o PSDB, e por isso Dirceu foi à procura dos partidos de varejo, como Nassif aborda e daí “acabou resultando no mensalão.

A jogada era muito arriscada, e Dirceu sabia disso. Utilizando-se do mesmo esquema anterior dos governos “inimigos”, e talvez acreditando que o “pacto  de honra” entre aqueles que praticam ilícitos mantivesse a situação sob controle, arriscou e se deu mal.

A despreocupação com a coisa pública demonstrada nos governos FHC, principalmente nas privatizações, e pelo governo Lula no episódio do mensalão, acompanhada do imobilismo judicial, acabou por criar o desgaste da política, que era representada pelo velho grupo do PSDB que entre seus principais lideres se encontravam os dinossauros Serra e FHC, e pelo PT aqueles de mais visibilidade; Dirceu e Polocci.

Viva àqueles que mantém a utopia, a coragem de expressar o seu pensamento de forma independente daquilo que quer ouvir ou ler os seus seguidores.

Luis Nassif

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