Os “ninjas”

A gente convive diariamente com coisas das quais não compartilhamos, e naturalmente não aceitamos, mas que aprendemos a medianamente tolerar, seguindo aquelas regras populares de que “não se mata o que não se come”, “não se dá murros em pontas de facas”, etc..
Numa roda de bar com alguns amigos, observo que a TV mais adiante está a exibir um flash sobre o mensalão. Coincidentemente um dos amigos porta uma revista que não identifiquei qual, mas em cuja foi possível ver a chamada de uma matéria sobre os problemas domésticos de Obama em gerenciar uma economia tensamente em estado de decomposição. Enquanto meu olhar se apercebe disso, o papo aqui é sobre corrupção eleitoral nas campanhas municipais atuais locais. Um dos presentes lembra que numa das cidades em discussão, a grande contrariedade da oposição é que, quando foi situação, não teria sabido, segundo eles, “fazer a coisa” como os atuais mandatários. Em linguagem clara: não teria sabido bem roubar. Aí o amigo reforça com mais alguns fatos, localmente por todos conhecidos, da dita insatisfação dos grupos em questão e da virulência com que pleiteiam se apoderar ou, no caso dos que já estão, em se manter no controle do cofre da viúva. E aí a dura constatação: a política, mais do que nunca vem se transformando num banditismo onde os políticos, mesmo quando não são em princípio bandidos, a este estado são arrastados pelo modus operandi das quadrilhas que cada vez mais cercam o poder público. Nos Estados Unidos começou pra valer com a indústria armamentista assumindo de fato o controle já no Governo Lyndon Johnson; no Brasil – e por tabela em seus municípios – desde o retorno à democracia plena que cada vez mais bicheiros, contrabandistas, traficantes, estelionatários e sonegadores, ou tudo isso junto asfixiam a política com a ajuda da imprensa, como está provado agora no conluio Cachoeira-Veja, e leniência da Justiça e seus engavetamentos de processos, para o domínio total do Estado, até a exaustão do mesmo. Isso desde o nível da União a praticamente todos os municípios brasileiros. Por trás de cada governante existe a sombra sinistra do financista quase sempre criminoso, que dele se apoderou desde a campanha de eleição. Em grande parte dessa simbiose diabólica é o próprio político, antes de entrar na política quem arquiteta o plano. Mas, na maioria  dos casos, os políticos foram envolvidos tais como o são os viciados em drogas ilegais.
Ah, o título, ninjas, é porque é uma gíria usada por um dos grupos mencionados ao se referir com inveja aos do outro grupo, e às supostas habilidades deste em roubar.

Redação

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