Boff, sobre Marina: “os opulentos ganharam uma legitimadora”

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do Viomundo

Leonardo Boff, sobre Marina: “Pobres perderam uma aliada e os opulentos ganharam uma legitimadora”

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por Conceição Lemes – no Viomundo

Leonardo Boff é um dos mais brilhantes e respeitados intelectuais do Brasil. Teólogo, escritor e professor universitário, expoente da Teologia da Libertação. Ficou conhecido pela sua história de defesa intransigente das causas sociais. Atualmente dedica-se sobretudo às questões ambientais.

Ele conhece Marina Silva, candidata do PSB à Presidência da República, desde os tempos em que ela atuava no  Acre e estava muito ligada à Teologia da Libertação. Acompanhou toda a sua trajetória.

Em 2010, chegou a sonhar com uma representante dos povos da floresta, dos caboclos, dos ribeirinhos, dos indígenas, dos peões vivendo em situação análoga à escravidão,  chegar a presidente do Brasil. Hoje, não.

“Está ficando cada vez mais claro que Marina tem um projeto pessoal de ser presidente, custe o que custar”, observa Boff em entrevista exclusiva ao Viomundo.

Para Boff, Marina acolheu plenamente o receituário neoliberal. 

“Ela o diz com certo orgulho inconsciente, sem dar-se conta do que isso realmente significa: mercado livre, redução dos gastos públicos (menos médicos, menos professores, menos agentes sociais etc), flutuação do dólar e contenção da inflação com a eventual alta de juros”, alerta.  “Como consequência, arrocho salarial, desemprego, fome nas famílias pobres, mortes evitáveis. É o pior que nos poderia acontecer. Tudo isso vem sob o nome genérico de ‘austeridade fiscal’ que está afundando as economias da zona do Euro”.

Sobre a  autonomia do Banco Central prevista no programa de Marina, Boff detona:  “Acho uma falta total de brasilidade. Significa renunciar à soberania monetária do país e entregá-la ao jogo do mercado, dos bancos e do sistema financeiro capitalista nacional e transnacional. A forma como o capital se impõe é manter sob seu controle os Bancos Centrais dos países”.

Veja a íntegra da nossa entrevista. Nela, Leonardo Boff aborda o  recuo de Marina em relação à criminalização da homofobia, a sua trajetória religiosa, a influência de Silas Malafaia, Neca Setúbal (Banco Itaú), Guilherme Leal (Natura) e do economista neoliberal Eduardo Gianetti da Fonseca. Também a autonomia formal do Banco Central e o risco de ela sofrer impeachment.

Viomundo — Na última sexta-feira, Marina lançou o seu programa de governo, que previa o reconhecimento da união homoafetiva e a criminalização da homofobia. Bastou o pastor Malafaia tuitar quatro frases para ela voltar atrás. O que achou dessa postura? É cristão não criminalizar a homofobia, que frequentemente provoca assassinatos?

Leonardo Boff — Está ficando cada vez mais claro que Marina tem um projeto pessoal de ser presidente, custe o que custar. Numa ocasião, ela chegou a declarar que um dos objetivos desta eleição é tirar o PT do poder, o que faz supor mágoas não digeridas contra o PT que ajudou a fundar.

O Malafaia, líder da Igreja Assembleia de Deus à qual Marina pertence, é o seu Papa. O Papa falou, ela, fundamentalisticamente obedece, pois vê nisso a vontade de Deus. E, aí, muda de opinião. Creio que não o faz por oportunismo político, mas por obediência à autoridade religiosa, o que acho, no regime democrático, injustificável.

Um presidente deve obediência à Constituição e ao povo que a elegeu e não a uma autoridade exterior à sociedade.

Viomundo — Qual o risco para a democracia brasileira de alguém na presidência estar submissa a visões tão retrógradas em pleno século XXI, ignorando os avanços, as modernidades?

Leonardo Boff — Um fundamentalista é um dos atores políticos menos indicado  para exercer o cargo da responsabilidade de um presidente. Este deve tomar decisões dentro dos parâmetros constitucionais, da democracia e de um estado laico e pluralista. Este tolera todas as expressões religiosas, não opta por nenhuma, embora reconheça o valor delas para a qualidade ética e espiritual da vida em sociedade.

Se um presidente obedece mais aos preceitos de sua religião do que aos da Constituição, fere a democracia e entra em conflito permanente com outros até de sua base de sustentação, pois os preceitos de uma religião particular não podem prevalecer sobre a totalidade da sociedade.

A seguir estritamente nesta linha, pode acontecer um impeachment à Marina, por inabilidade de coordenar as tensões políticas e gerenciar conflitos sempre presentes em sociedades abertas.

 Viomundo — Lá atrás Marina Silva esteve ligada à Teologia da Libertação. Atualmente, é da Assembleia de Deus. O que o senhor diria dessa trajetória religiosa? O que representa essa guinada para o conservadorismo exacerbado?

Leonardo Boff – Respeito a opção religiosa de Marina bem como de qualquer pessoa. Eu a conheço do Acre e ela participava dos cursos que meu irmão teólogo Frei Clodovis (trabalhava 6 meses na PUC do Rio e 6 meses na igreja do Acre) e eu dávamos sobre Fé e Política e sobre Teologia da Libertação.

Aqui se falava da opção pelos pobres contra a pobreza, a urgência de se pensar e criar um outro tipo de sociedade e de país, cujos principais protagonistas seriam as grandes maiorias pobres junto com seus aliados, vindos de outras classes sociais. Marina era uma liderança reconhecida e amada por toda a Igreja.

Depois, ao deixar o Acre, por razões pessoais, converteu-se à Igreja Assembleia de Deus. Esta se caracteriza por um cristianismo fundamentalista, pietista e afastado das causas da pobreza e da opressão do povo. Sua pregação é a Bíblia, preferentemente o Antigo Testamento, com uma leitura totalmente descontextualizada daquele tempo e do nosso tempo. Como fundamentalista é uma leitura literalista, no estilo dos muçulmanos.

Politicamente tem consequências graves: Marina pôs o foco no pietismo e no fundamentalismo, na vida espiritual descolada da história presente e quase não fala mais da opção pelos pobres e da libertação. Pelo menos não é este o foco de seu discurso.

A libertação para ela é espiritual, do pecado e das perversões do mundo. Com esse pensamento é fácil ser capturada pelo sistema vigente de mercado, da macroeconomia neoliberal e especulativa.

Isso é inegável, pois seus assessores são desse campo: a herdeira do Banco Itaú Maria Alice (Neca), Guilherme Leal da Natura e o economista neoliberal Eduardo Gianetti da Fonseca. Os pobres perderam uma aliada e os opulentos ganharam uma legitimadora.

E eu que em 2010 sonhava com uma representante dos povos da floresta, dos caboclos, dos ribeirinhos, dos indígenas, dos peões vivendo em situação análoga à escravidão, dos operários explorados das grandes fábricas, dos invisíveis, alguém que viria dos fundos da maior floresta úmida do mundo, a Amazônia, chegar a ser presidente de um dos maiores países do mundo, o Brasil?! Esse sonho foi uma ilusão que faz doer até os dias de hoje. Pelo menos vale como um sonho que nunca morre!

Viomundo — O programa de Marina prevê autonomia ao Banco Central. O que acha dessa medida?

Leonardo Boff — Eu me pergunto, autonomia de quem e para quem?

Acho uma falta total de brasilidade. Significa renunciar à soberania monetária do país e entregá-la ao jogo do mercado, dos bancos e do sistema financeiro capitalista nacional e transnacional. Um presidente/a é eleito para governar seu povo e um dos instrumentos principais é o controle monetário que assim lhe é subtraído. Isso é absolutamente antidemocrático e comporta submissão à tirania das finanças que são cada vez mais vorazes, pondo países inteiros à falência como é o caso da Grécia, da Espanha, da Itália, de Portugal e outros.

Viomundo — Essa medida expressa a influência de Neca Setúbal, herdeira do Itaú, no seu futuro governo?

Leonardo Boff — Quem controla a economia controla o país, ainda mais que vivemos numa sociedade de “Grande Transformação” denunciada pelo economista húngaro-americano Karl Polaniy ainda em 1944 quando, como diz, passamos de uma sociedade com mercado para uma sociedade só de mercado. Então tudo vira mercadoria, inclusive as coisas mais sagradas como água, alimentos, órgãos humanos.

A forma como o capital se impõe é manter sob seu controle os Bancos Centrais dos países. A partir desse controle, estabelecem os níveis dos juros, a meta da inflação, a flutuação do dólar e a porcentagem do superávit primário (aquela quantia tirada dos impostos e reservada para pagar os rentistas, aqueles que emprestaram dinheiro ao governo).

Os bancos jogam um papel decisivo, pois é através deles que se fazem os repasses dos empréstimos ao governo e se cobram juros pelos serviços. Quanto maior for o superávit primário a alíquota Selic mais lucram. Pode ser que a citada Neca Setúbal tenha tido influência para que a candidata Marina acreditasse neste receituário, velho, antipopular, danoso para as grandes maiorias, mas altamente benéfico para o sistema macroeconômico vigente.

Viomundo — As avaliações feitas até agora mostram que o programa econômico de Marina é o mesmo de Aécio Neves, candidato do PSDB à Presidência. São neoliberais. O que representaria para o Brasil o retorno a esse modelo? O senhor acha que, se eleita, o governo Marina teria conotações neoliberais?

Leonardo Boff — Marina acolheu plenamente o receituário neoliberal. Ela o diz com certo orgulho inconsciente, sem dar-se conta do que isso realmente significa: mercado livre, redução dos gastos públicos (menos médicos, menos professores, menos agentes sociais etc), flutuação do dólar e contenção da inflação com a eventual alta de juros.

Como consequência, arrocho salarial, desemprego, fome nas famílias pobres, mortes evitáveis. É o pior que nos poderia acontecer. Tudo isso vem sob o nome genérico de “austeridade fiscal” ,que está afundando as economias da zona do Euro e não deram certo em lugar nenhum do mundo, se olharmos a política econômica a partir da maioria da população. Dão certo para os ricos que ficam cada vez mas ricos, como é o caso dos EUA onde 1% da população ganha o equivalente ao que ganham 99% das pessoas. Hoje os EUA são um dos países mais desiguais do mundo.

Viomundo – Foi amplamente divulgado que Marina consulta a Bíblia antes de tomar decisões complexas. Esta visão criacionista do mundo é compatível com um mundo laico?

Leonardo Boff — O que Marina pratica é o fundamentalismo. Este é uma patologia de muitas religiões, inclusive de grupos católicos. O fundamentalismo não é uma doutrina. É uma maneira de entender a doutrina: a minha é a única verdadeira e as demais estão erradas e como tais não têm direito nenhum.

Graças a Deus que isso fica apenas no plano das ideias. Mas facilmente pode passar para o plano da prática. E, aí, se vê evangélicos fundamentalistas invadirem centros de umbanda ou do candomblé e destruírem tudo ou fazerem exorcismos e espalharem sal para todo canto. E no Oriente Médio fazem-se guerras entre fundamentalistas de tendências diferentes com grande eliminação de vidas humanas como o faz atualmente o recém-criado Estado Islâmico. Este pratica limpeza étnica e mata todo mundo de outras etnias ou crenças diferentes das dele.

Marina não chega a tanto. Mas possui essa mentalidade teologicamente errônea e maléfica. No fundo, possui um conceito fúnebre de Deus. Não é um Deus vivo que fala pela história e pelos seres humanos, mas falou outrora, no passado, deixou um livro, como se ele nos dispensasse de pensar, de buscar caminhos bons para todos.

O primeiro livro que Deus escreveu são a criação e a natureza. Elas estão cheias de lições. Criou a inteligência humana para captarmos as mensagens da natureza e inventarmos soluções para nossos problemas.

A Bíblia não é um receituário de soluções ou um feixe de verdades fixadas, mas uma fonte de inspiração para decidirmos pelos melhores caminhos. Ela não foi feita para encobrir a realidade, mas para iluminá-la. Se um fundamentalista seguisse ao pé da letra o que está escrito no livro Levítico 20,13 cometeria um crime e iria para a cadeia, pois aí se diz textualmente:  “Se um homem dormir com outro, como se fosse com mulher, ambos cometem grave perversidade e serão punidos com a morte: são réus de morte”.

Viomundo — Marina fala em governar com os melhores. É possível promover inclusão social, manter políticas que favorecem os mais pobres com uma política econômica neoliberal?

Leonardo Boff — Marina parece que não conhece a realidade social na qual há conflitos de interesses, diversidade de opções políticas e ideológicas, algumas que se opõem completamente às outras.

Lendo o programa de governo do PSB de Marina parece que fazemos um passeio ao jardim do Éden. Tudo é harmonioso, sem conflitos, tudo se ordena para o bem do povo. Se entre os melhores estiver um político, para aceitar seu convite, deverá abandonar seu partido e com isso, segundo a atual legislação, perderia o mandato.

Ela necessariamente, se quiser governar, deverá fazer alianças, pois temos um presidencialismo de coalizão. Se fizer aliança com o PMDB deverá engolir o Sarney, o Renan Calheiros e outros exorcizados por Marina. Collor tentou governar com base parlamentar exígua e sofreu um impeachment.

Viomundo — Marina é preparada para presidir um país tão complexo como o Brasil?

Leonardo Boff — Eu pessoalmente estimo sua inteireza pessoal, sua visão espiritualista (abstraindo o fundamentalismo), sua busca de ética em tudo o que faz. Estimo a pessoa,  mas questiono o ator político. Acho que não tem a inteligência política para fazer as alianças certas. O presidente deve ser uma pessoa de síntese, capaz de equilibrar os interesses e resolver conflitos para que não sejam danosos e chegar a soluções de ganha-ganha. Para isso precisa-se de habilidade, coisa que em Lula sobrava. Marina, por causa de seu fundamentalismo, não é uma pessoa de síntese,  mas antes de divisão.

Viomundo — A preservação efetiva do meio ambiente é compatível com o capitalismo selvagem dos neoliberais?

Leonardo Boff — Entre capitalismo e ecologia há uma contradição direta e fundamental. O capitalismo quer acumular o mais que pode sem qualquer consideração dos bens e serviços limitados da Terra e da exploração das pessoas. Onde ele chega, cria duas injustiças: a social, gerando muita pobreza de um lado e grande riqueza do outro; e uma injustiça ecológica ao devastar ecossistemas e inteiras florestas úmidas.

Marina fala de sustentabilidade, o que é correto. Mas deve ficar claro que a sustentabilidade só é possível a partir de outro paradigma que inclui a sustentabilidade ambiental, político-social, mental e integral (envolvendo nossa relação com as energias de todo o universo).

Portanto, estamos diante de uma nova relação para com a natureza e a Terra, onde as medidas econômicas preconizadas por Marina contradizem esta visão. Temos que produzir, sim, para atender demandas humanas, mas produzir respeitando os limites de cada ecossistema, as leis da natureza e repondo aquilo que temos demasiadamente retirado dela.

Marina quer a produção sustentável, mas mantém a dominação do ser humano sobre a natureza. Este está dentro da natureza, é parte dela e responsável por sua conservação e reprodução, seja como valor em si mesmo, seja como matriz que atende nossas necessidades e das futuras gerações.

Ocorre que atualmente o sistema está destruindo as bases físico-químicas que sustentam a vida. Por isso, ele é perigoso e pode nos levar a uma grande catástrofe. E com certeza os que mais sofrerão, serão aqueles que sempre foram mais explorados e excluídos do sistema. Esta injustiça histórica nós não podemos aceitar e repetir.

Leonardo Boff, sobre Marina: “Pobres perderam uma aliada e os opulentos ganharam uma legitimadora”

20 Comentários

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  1. Boff!!! O mesmo que defende o

    Boff!!! O mesmo que defende o direito da ditadura cubana matar o quanto quiser? E ainda falando de opulência quanto a famíla Castro é uma da mais no mundo e o povo cubano um dos mais miseréveil!!!!  Marina ganhou mais um voto

    1. Parabens pela escolha, mas você poderia ter dado

      uma explicação mais completa, citando a Venezuela do Chavez, a Bolívia do (sei lá esqueci o nome), a Coreia do Norte do filho de nome impronunciável, o Irã de gente de nomes tão complicados que devem ser mesmo reincarnações do capeta, etc…

    2. Ganhou mesmo? Agora?

      Não foi bem antes, quando te contrataram para vir aqui provocar com um argumento sem qq relação com o assunto  em discussão?

       

       

  2. Alguns links, boa leitura
    Emir Sader: Por que eles tem medo do Lula———————-
    http://www.cartamaior.com.br/?/Blog/Blog-do-Emir/Por-que-eles-tem-medo-do-Lula-/2/27152
    ——————-Os outros nomes da UDN————–
    http://www.cartamaior.com.br/?/Coluna/Os-outros-nomes-da-UDN/21590——————-
    —————–Mauro Santayana: A doutrina Hillary Clinton: A gestação do argumento golpista———————–
    http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Internacional/A-doutrina-Hillary-a-gestacao-do-argumento-golpista/6/15269————————–
    Eleições 2014————————
    http://www.lexometro.blogspot.com

  3. gosto do bff pela

    gosto do bff pela hisotricidade racionalizaora de suas avaliações.

    sem razão, é a páixão dissimulada do ódio,  é o caos.

  4. “Os pobres perderam uma

    “Os pobres perderam uma aliada e os opulentos ganharam uma legitimadora”

    O brilhantismo intelectual de Boff criou a frase síntese que define a candidatura de Marina Silva.

    Ao brilhantismo intelectual soma-se a coragem de um católico que peitou um papa e um futuro papa, João Paulo II e o cardeal Ratzinger .  Como se sabe , João Paulo II além de papa agora é santo.

    Já nossa intrépida candidata, amiga íntima de banqueiros e quetais, contraditoriamente, não resistiu a ordem de seu “papa” boquirroto. Ficou com medo, não de ser condenada a um “silêncio obsequioso” pelo  preconceituoso condutor de ovelhas pentecostais, mas sim por paúra de ver seu território eleitoral implodido.

    A cada dia que passa, as contradições e inconsistências da candidata e de seu programa de governo ficam mais evidentes. Seus recuos mostram também que a própria pouco opinou sobre a elaboração do referido documento. Hoje lí no blog de Eduardo Guimarães a entrevista de Marcio Pochamann. Ele diz que o programa de Marina terceiriza funções do poder executico. Parece que a terceirização já começou na elaboração do programa.

  5. Foi a melhor análise do que

    Foi a melhor análise do que representa Marina ,hoje, que já li.

    “Os pobres perderam uma aliada e os opulentos ganharam uma legitimadora”. Xeque-Mate!

    1. os pobres perderam uma alida

      Coisa de evangelico que foi um dia catolico e adorava a pobreza de jesus que andava entre os impuros e agora pregam o sucesso a qualquer custo vivendo entre os bem sucedidos que gostam de usura luxuria acumulaçao competiçao ganancia cobiça e capelas da divina grana que cobram pedagios pra o ceu,nao sei quem é mais vigarista quem paga  querendo mordomia em paraisos ou quem recebe,Um museu com grandes novidades como dizia cazuza.

      1. Chega de pobreza ! Agora Marina mora no bairro mais caro de SP

        Agora Marina mora em apartamento na Vila Nova Conceição, junto ao Parque Ibirapuera, cedido por rico empresário e fazendeiro do DEM, que já ganhou muito dinheiro com rede de postos de gasolina (ai, que horror, né Marina ?), com gado de corte (e então, Marina, ele não contribuiu para a poluição do planeta ?), etc.

        http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/09/1511113-em-sp-marina-se-hospeda-em-imovel-de-empresario-e-fazendeiro-do-dem.shtml

         

  6. Cinderela

    “Está ficando cada vez mais claro que Marina tem um projeto pessoal de ser presidente, custe o que custar”, só li até aqui e pra mim é o suficiente, pois resume clara e nitidamente a “nova” Marina.

    Corrobora para esse diagnóstico de projeto pessoal, o fato de estar cercada de várias tribos e quadrilhas que certamente irão cobrar o preço (outros já estarão satisfeitos de quebrar o ciclo do PT) o que dismitifica o trololó (homenagem póstuma ao Serra) da “nova” política. Ela, pelo jeito, topa enfrentar essa questão no futuro pois o objetivo principal e pessoal é realizar o sonho de ser presidente.

    A transformação visual, o orgulho e deslumbramento de circular entre a elite econômica e financeira do país como se fosse um deles é indisfarçável. Não consigo imaginar essa transformação numa Heloisa Helena, por exemplo.

  7. A melhor definição de fundamentalista que eu ja li!

    O que Marina pratica é o fundamentalismo. Este é uma patologia de muitas religiões, inclusive de grupos católicos. O fundamentalismo não é uma doutrina. É uma maneira de entender a doutrina: a minha é a única verdadeira e as demais estão erradas e como tais não têm direito nenhum.

     No fundo, possui um conceito fúnebre de Deus. Não é um Deus vivo que fala pela história e pelos seres humanos, mas falou outrora, no passado, deixou um livro, como se ele nos dispensasse de pensar, de buscar caminhos bons para todos.

    O primeiro livro que Deus escreveu são a criação e a natureza. Elas estão cheias de lições. Criou a inteligência humana para captarmos as mensagens da natureza e inventarmos soluções para nossos problemas.

    Sensacional !! Leonardo Boff é realmente umas pessoas mais fantásticas e inteligentes que o Brasil ja produziu. Merecia um Nobel da Paz !!

  8. Lá vem outra “emenda” no

    Lá vem outra “emenda” no programa de Marina. Agora, o latifúndio “é de Deus”

    Excelente a matéria do repórter Roldão Arruda, do Estadão, sobre as águas profundas da passagem de Marina Silva pela Expointer, ontem, no Rio Grande do Sul.

    Agora, segundo ele, é a definição de índice de produtividade dos latifúndios, para fins de desapropriação de terras ociosas que passou a ficar “pendente de revisão” no programa marinista.

    Marina anunciou -junto do outros pontos “já falecidos”, como a união homoafetiva – que iria revisar estes índices, que datam dos anos 70, quando a tecnologia agrícola engatinhava.

    E ontem, o agronegócio exigiu que Marina passe a foice na promessa.

    Aliás, querem mesmo é que se “avance” para o fim da desapropriação de terras improdutivas. Dizem que “o mercado” resolve isso sozinho:

    -Viu que o produtor rural, quando fica com a produtividade abaixo da média, quebra. É o mercado que desapropria. Não precisa de um índice especial. Tem índice para fábrica? Cinema? Restaurante? Não. Porque nunca economia liberal, competitiva, quem não for produtivo, quebra.”

    Quem fala é o ex-ministro Roberto Rodrigues, que conseguiu que Lula não fizesse a revisão e agora, com Marina, percebe a chance de sepultar de vez a ideia de desapropriar terras. Sim, porque cinema e restaurante quem quiser e puder abre um até nos fundos do quintal. Terra é uma só.

    O curioso é que estes índices não são uma perigosa invenção dos comunistas ou do MST. Foram fixados pelo governo militar e a lei tem hoje a forma que tomou  em 1993, em pleno neoliberalismo.

    O “programa” de Marina virou um “bunda-lelê”, como naquela música do Latino: todo mundo põe a mão, dos pastores aos latifundiários.

     

    http://tijolaco.com.br/blog/?p=20810

  9. Os opulentos

    Comovente esta declaração de Leonardo Boff. Neoliberal nesta altura do campeonato é uma definição superada. O mundo globalizado está visceralmente inserido no capitalismo onde o Brasil é membro efetivo de instituições como o FMI, Banco Mundial, OMC.etc  que simbolizam a política econômica ortodoxa, com normas que( mesmo combatida pelo governo atual ) nosso país segue  e obedece.

  10. Pois é, o início das

    Pois é, o início das contradições de Marina encontra-se lá na troca de religião. É claro que as pessoas são livres para conduzirem suas vidas da maneira que achar melhor, mas é que Marina era católica, da igreja vermelha, da teoria da libertação, ou seja, da parte mais progressista da igreja católica naquela época, eis que ela migra para a igreja pentecostal mais retrógada e fechada que existe. Isso não tem lógica! Essa semana ouvi o depoimento de uma jovem que disse ter sido terrível participar dessa igreja quando criança, imagina! Ela acreditava que Jesus ia passar e ela não poderia ir com ele pelo simples fato de ter brincado com um baralho! sair do PT e cair nos braços da direita mais retrógada é movimento semelhante. É preciso investigar se isso aconteceu quando ela conheceu o homem que viria a se tornar seu esposo. Pois, pra mim, ela não passa de uma daquelas mulheres governadas pelo marido. Daquelas que trabalham, mas é o esposo que recebe o salário e decide o que fazer com ele. Mulheres que sustentam encostados, quase sempre de caráter duvidoso. Se assim o for, é preciso ficar de olho nesse candidato a primeiro cavalheiro.

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