Diário da deputada Renata Abreu descreve Câmara mais real

Por Renata Abreu (PTN-SP)
 
 
Poucos prestam atenção aos discursos  (Alex Ferreira/Câmara dos Deputados)
 
Leitor assíduo deste blog, Cristovão Martins Torres me escreve sobre os pronunciamentos na tribuna da Casa: “Não deve ser fácil fazer um discurso na tribuna da Câmara, que deve ser preparado com muito carinho pelo deputado, e, quando o mesmo vai falar, os colegas ficam com conversas paralelas, não prestando atenção no que está sendo dito”. É verdade, Cristovão, isso foi a primeira coisa que me chamou atenção quando entrei nesta Casa. É engraçado, porque não tem cadeira para todos os deputados, ou seja, se todos quiserem sentar para ouvir os discursos e pronunciamentos, não tem lugar. Assim, fica aquela bagunça, um falando e ninguém ouvindo, sem prestar nenhuma atenção ao que o colega está dizendo ao microfone.
 
É bom ressaltar, no entanto, que grande parte daquele pessoal aglomerado naquele espaço frontal do plenário está discutindo tanto a matéria quanto a estratégia. Ali são discutidos emendas que entram na hora e substitutivos, que entram para votação no lugar do projeto. É naquele burburinho que a articulação do projeto acontece. Se ficar sentado não consegue falar com o líder, que fica justamente nessa área para orientar a bancada. Então, quem quer pedir alguma coisa ou mudar algo vai até lá.

 
É importante esclarecer isso. É uma bagunça? É, mas é uma bagunça organizada. Poucos ouvem os oradores? Sim, é verdade também. Acho até que deveria ter uma regra para limitar o número de oradores porque, em cada votação, vai muita gente para a tribuna, muitas vezes para repetir o que já foi dito ou só para aparecer na transmissão da TV Câmara. E muitas vezes os presentes já têm opinião formada sobre o assunto, salvo um caso ou outro o tema já foi exaustivamente discutido nas comissões  lideranças e blocos. Enfim, concordo com você, Cristovão, sobre o fato de o orador falar sem ser ouvido, deveríamos ter um avanço disciplinar essa equação orador x ouvintes.
 
 
 
Redação

3 Comentários

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  1. se nao tem cadeira para todos

    se nao tem cadeira para todos  é sinal que  a camara  de deputados  foi  feita  para um certo numero de  deputados  mais eles  aumentaram o numero  para ganhar mais cadeira

  2. congresso brasileiro é uma bagunça so

    Eu assisto os noticiarios do exterior todos os dias. Muitas vezes aparecem imagens dos parlamentos em discussões de temas. Ha discussoes acaloradas mas todos sentados e ouvindo o que o que o outro fala.Ja no congresso brasileiro é uma bagunça. Vai ver é por causa disso que são legislação tão ruim. È tambem muita falta de educação.

  3. Chanchada e má educação

    Chanchada é uma palavra de origem italiana, significa bagunça, e no Brasil foi utilizada de forma predatória contra o cinema brasileiro. Mas a maior chanchada ocorre em lugar de grande importância para o Brasil: a Câmara Federal. Jamais poderia funcionar uma sessão legislativa onde não há lugar para todos. Não foram os engenheiros que erraram, foi a pessima classe política brasileira que , por clientelismo, permitiu o aumento de número de deputados. E essas conversas paralelas enquanto o orador fala representam auseência de educação, de civilidade e apgo a bagunça. Claro, os discursos deveriam ter limitação de tempo, o proeslitismo tem que ser evitado, o poder de síntese existe e con tantos  funcionários bem pagos (bota tantos nisso), alguém poderia ajudar ou ser capaz de ajudar na redação dos discursos. Presididida pelo rancoroso Eduardo Cunha, a Câmara Federal, apesar de alguns bons deputados (Luisa Erundina, Jean Wyllis), atualmenete me enoja com a sua leniência diante da bagunça, a sua falta de educação e de respeito ao povo .É necessário um amplo protesto contra essa chanchada e essa má educação. Só vou votar em alguém (pessoa e partido) que se comprometam oficialmente a acabar com esse quadro  

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