Fator Putin – efeito Trump, por Arkx

Fator Putin – efeito Trump, por Arkx

nada é exatamente o que parece ser. tudo é teatro de sombras. jogo de espelhos, miragens distorcidas. tudo são performances. manipulação de manipulações. reflexo infinito.

um reality show dentro de uma gigantesca bolha, como num bizarro conto sci-fi.

através da gestão da percepção e da elaboração do simbólico, a política e a arte se unem, garantindo acesso direto ao inconsciente social. quem domina a linguagem, domina o mundo.

mas entre as narrativas e o fato, uma evidência se acentua: o Império do Caos e a Tirania Financeira Global perderam a guerra para impor uma governança mundial unilateral.

não haverá mundo unipolar. nenhum algoritmo cibernético automaticamente calculando uma nova ordem para governar um mundo previsível e estável, do qual a política foi extirpada.

as peças do grande tabuleiro de xadrez da geopolítica mundial foram derrubadas.

o projeto de uma USA Incorporation pós-nacional está ruindo pelo próprio caos que instalou e através do qual pretendeu se consolidar. com a I Guerra Fria, desmoronou a URSS. a II Guerra Fria implodiu com o Império do Caos.

guerra perdida, ainda mais uma vez a solução será política!

Nós não buscamos impor nossa maneira de viver sobre ninguém, mas, em vez disso, deixar que ela brilhe como um exemplo a ser seguido.

Trump – discurso de posse – 20/01/2017

“Não foi um discurso presidencial, foi uma verdadeira declaração de guerra”.

Gabor Steingart, Editor Chefe do Handelsblatt, principal jornal econômico da Alemanha

um complexo realinhamento que não será pacífico. a solução política para configurar um mundo multipolar será a continuidade da guerra, por outros meios. indo além da guerra híbrida, avançamos agora no desconhecido teatro de operações de uma guerra de mundos.

um pântano profundo que resistirá a ser drenado. um imenso e ingovernável Estado paralelo que não fará imediatamente nenhum fácil armistício.

uma diversificada coalizão terrorista de Daesh & CIA: gestores de fundos hedge e cartéis de narcotraficantes, ONG corporativas e comércio de exportação e importação de órgãos humanos, agências de risco e empresas midiáticas de controle mental.

todas as armas de destruição em massa da globalização neoliberal “progressista”. um admirável mundo novo erguido sobre o choque e pavor.

como um rei coroado sobe ao palco e brada performaticamente: “Uma nação sem fronteiras não é uma nação!”. mas apenas com uma frase mágica, de algum showman em Las Vegas, é possível fazer desaparecer o TPP e o Nafta? muralhas de concreto podem impedir o livro fluxo do narco-capital financeirizado?

como se fosse algum um líder bárbaro, um King Kong topetudo do alto de sua torre bilionária anuncia: “estamos transferindo o poder de Washington, D.C., e o devolvendo a vocês, o povo”. mesmo tendo sido eleito por um sistema viciado, concebido para manter sob controle a soberania do voto popular.

como um remake do  Dr. StrangeLove, pregando o plano de uma nova corrida armamentista, apenas para o mundo se recuperar da loucura de ter perdido a noção de uma mútua destruição garantida (MAD), no caso de uso de armas nucleares.

enquanto o Vale do Silício viajava nas nuvens, na busca de um definitivo upload da neo aristocracia para a web, Putin modernizou em segredo suas forças armadas, tornando a Rússia território fora de alcance para os mísseis dos EUA.

numa das ironias da História, foi o complexo industrial-militar russo o grande obstáculo no caminho do capitalismo cognitivo-cultural.

se a queda das torres gêmeas marca o ato de inauguração da estratégia de uma guerra sem fim, provavelmente levando ao fim de todas as guerras com o armagedon termonuclear, talvez agora pode ser finalmente o 11/9 começando a cair.

assim como acontecera na derrota no Vietnam, a guerra contra o terror consumiu em vão trilhões de dólares. mais uma vez a economia mundial está disfuncional. do mesmo modo que em 1971 era insustentável o padrão monetário Ouro-Dólar, agora um novo sistema Bretton Woods terá que ser estabelecido.

um mundo multipolar, no qual os EUA ainda serão a liderança, mas não isoladamente.

todos os associados a USA Incorporation, desde corporações como a Rede Globo no Brasil, até países inteiros, como a Alemanha com sua despótica subordinação da Europa, todos serão brutalmente atingidos. não apenas em seus negócios, mas politicamente em sua identidade.

como a plutocracia brasileira será afetada? o que vai fazer? nem ela mesmo sabe!

a plutocracia colonial e escravocrata do Brasil sempre foi comandada de fora, nunca teve projeto próprio, pensamento estratégico ou qualquer visão de futuro.

um de nossos maiores perigos é surgir um populista nacionalista de Direita, carismático, articulado e bem assessorado, para ser no Brasil o representante desta outra nova ordem mundial que se anuncia.

o poder que dá o golpe, não é o poder que consolida o golpe. mas desta vez, ao se descascar camada por camada, nada restou no centro da cebola. um vácuo que só pode ser preenchido de fora, por um outsider. um outsider saído de dentro do próprio sistema.

“Nós criamos uma organização. Nós planejamos a insurreição da pessoas simples e bidimensionais contra os astuciosos e complexos. Contra, aqueles que não poderiam responder ‘sim’ ou ‘não’. Aqueles que não podiam dizer: ‘preto’ ou ‘branco’. Aqueles que sabiam uma terceira palavra. Muitas, muitas terceiras palavras. Palavras vazias e falsas. Caminhos enredados que escurecem a verdade. Nesta teia de escuridão, nestas complexidades fugazes – se esconde e se reproduz todo o mal no mundo. Eles são a casa de Satanás. Lá, eles fazem dinheiro e bombas. Falam: ‘Isto é o dinheiro para o bem dos honestos; Estas são bombas para a defesa do amor’. Vamos nos engajar amanhã. Seremos vitoriosos. Ou pereceremos. Não existe uma terceira via.”

“Without Sky”, Nathan Dubovitsky, também conhecido como Vladislav Surkov, consultor particular de Putin. 

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Redação

27 Comentários

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  1. Eu leio arkx há uns 10 ou

    Eu leio arkx há uns 10 ou mais anos. Já debatemos muito…..

    Ele não usa letras maiúsculas.

    Isso pra mim, significa uma pessoa delicada , embora seja contundentemente contra o atual governo.

     Gosto de vc, cara.

  2. Excelente texto. O Mundo

    Excelente texto. O Mundo precisa se acostumar com a ideia de que  “…o agora não será mais como o “antigamente”. Viveremos uma “Nova Ordem Mundial”, talvez não como foi prensada, mas como foi “viável”.

    1. fator Putin – efeito Trump

      -> Viveremos uma “Nova Ordem Mundial”, talvez não como foi prensada, mas como foi “viável”.

      mas como o jogo de forças geopolíticas a viabilizarem, no sentido de mantê-la funcional – ao contrário do que ocorre atualmente. abraços.

      .

       

  3. Muito bom. Esperemos que 2017

    Muito bom. Esperemos que 2017 seja o ano da derrocada da plutocracia brasileira. Cenário internacional desfavorável e crise econômica, política e institucional no país. O pálido projeto da plutocracia está a ruir. Quando a democracia for restaurada, é preciso, desta vez, ser firme e forte.

    1. fator Putin – efeito Trump

      -> Esperemos que 2017 seja o ano da derrocada da plutocracia brasileira. 

      eles vão se reposicionar para logo estarem lambendo as botas do novo senhor. 

      .

  4.  
    Muito bom . Então, os

     

    Muito bom . Então, os russos se recolheram após a derrota no primeiro turno da Guerra Fria. E, num primeiro momento abaixaram a cabeça, para melhor analisar a extensão do dano sofrido. Com a concentração necessária ao bom  enxadrista,  recolheram o que haviam produzido de bom desde a vitoriosa Revolução de outubro de 1917, e, sem atrair a atenção dos vencedores reorganizaram o time, digo, seu capital humano. Cuidaram de reativar o complexo industrial-militar. Tudo isso na  surdina. De repente, de uniforme e chuteiras nos trinques e de técnico novo,  partem agora para o segundo turno cheios de gás. Boa lição para esse tempo de marketagem desvairada.

    Orlando

     

  5. Síria: “rebeldes moderados” ou terroristas?

    A deputada estadunidense, Tulsi Gabbard, a mais cotada para ser vice de Bernie Sanders caso o senador conseguisse a indicação democrata, foi à Síria, conversou pessoalmente com moradores de várias regiões do país, constatou que os sírios querem desesperadamente a paz, que não existem “rebeldes moderados” mas só terroristas que lutam contra o governo e foi incumbida pelas pessoas comuns do país a fazer um apelo ao governo dos EUA para que suspendam seu apoio aos terroristas que destruíram seu país:

    https://blogdoalok.blogspot.com.br/2017/01/tulsi-gabbard-o-povo-sirio-quer.html

  6. Arkx, não faltou você dar

    Arkx, não faltou você dar alguns créditos a Pepe Escobar?  Tudo no seu texto parece remeter a alguns textos de Pepe que li recentemente, já a começar pelo “teatro de sombras” de Bali, que Pepe visitou recentemente e cita em todos os seus textos mais recentes

    1. fator Putin – efeito Trump

      -> Arkx, não faltou você dar alguns créditos a Pepe Escobar?

      um dos links do texto é para uma ousada afirmação de Pepe Escobar: “tornando a Rússia território fora de alcance para os mísseis dos EUA.” (New S-500 Anti-Missile Missile Will Seal Russia Airspace).

      Pepe Escobar e seu encontro com um shaman em Bali: Teatro de sombras: O Novo Grande Jogo na Eurásia

      leio Pepe Escobar desde os tempos em que ele escrevia na Ilustrada (FSP).

      sobre marionetes, fiz em 01/08/2015 o seguinte comentário (trecho) no Blog do Nassif:

      mais nebuloso que o céu de Curitiba

      cada qual executando uma parte de um plano, do qual são apenas marionetes enquanto se julgam protagonistas.  todos estão sendo usados?

      mas usados por quem? pelos interesses geopolíticos dos EUA? mas os EUA ainda são um país, com seus 1% detendo 44% da renda, enquanto apenas 7% sobram para 80%? uma nação guiado pelo sonho de uma middle class que já não existe? os EUA não são mais um país. é o lar do bravo individualismo em duelo por negócios.

      Curitiba é a capital brasileira com o maior número de noites de céu nublado. winter is now. os zumbis estão por toda parte.

      “a blasfêmia dos que dizem ser judeus, e não o são, porém são sinagoga de Satanás.” Revelação 2:9

      “Eis que farei aos da sinagoga de Satanás, aos que se dizem judeus, e não o são, mas mentem,”

      Revelação 3:9

      abração

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  7. Fiquei meio reticente

    Mas ao cabo, acabei concordando.

    Até porque identifico a esperteza dos tucanos, que desde a eleição do Covas, montaram um projetro de poder em São Paulo, talvez estimulado pela obsessão dos caciques do partido a nível federal que fizeram parte dos governos FHC.

    O Sergião Mota sempre disse que o psdb estavam elaborando um projeto de governo para vinte anos.

    Talvez a vaidade, mais a vaidade do que a incompetência de FHC, fez o projeto ruir, acrescido pela morte do Trator.

    Mas em São Paulo, o “santo” Covas  e seus comparsas fizeram na surdina o projeto prosperar.

    Estão  a vinte e três anos governando São Paulo. Algo impensável se estivéssemos realmente numa democracia.

    O que tem a ver tudo isso com o artigo do sopa de letrinhas?

    Tudo o que ele escreveu, vou tentar resumir para a área doméstica do Estado de São Paulo.

    A dinâmica da dominância do poder se estrutura com o poder do dinheiro.

    Mas são necessárias certas condicionantes para que isso dê certo.

    A nível mundial o Arkx já explicou.

    Então, o poder do dinheiro faz a diferença, e não por acaso os tucanos se aproveitaram do poder de São Paulo, o estado mais poderos do país para consolidar o seu projeto..

    O que mais?

    Uma classe média acéfala politicamente e extremamente preconceituosa.

    A grande mídia dando total apoio em troca de generosos acertos financeiros com publicidade estatal num período crucial em que a internet veio para arrebentá-la, e também porque ela sempre se identificou com o modo de governar dos tucanos.

    Todas as escolas da rede estadual de edecuação foram agraciadas com assinaturas das suas publicações, Folha, Estadão, Veja e todo o lixo publicado por esses veículos para manipular o ensino degradante de São Paulo.

    Passado vinte e três anos, São Paulo acabou com a eduação estadual, mas fortaleceu a grande mídia que publica só o que interessa dos governos tucanos.

    Só isso? 

    Não. Tem mais.

    Venderam tudo que era competência do estado para o setor privado.

    Desde coleta de lixo (Tejofran) até o setor de saúde, passando pela privatizações das concessões da rodovias, o que restou das ferrovias, setor de energia, bancos estatais todos privatizados, etc. etc. etc.

    Tudo isso foi milimetricamente calculado. Foram entregues para os amigos do poder.

    Na eduacação quem é João Carlos Di Genio?

    Nas concessões das rodovias quem são os donos?

    As Fundações das universidades são terrenos férteis para todo o tipo de maracutaia.

    Os hospitais universitários entregue para a administração da Secretaria da Saúde que não faz mais concurso e deixou para as fundações contratarem funcionários para ocuparem e substituirem os cargos efetivos que existiam nas universidades e estão sendo extintos. Salários oferecidos? É para passar fome mesmo.

    Todos esses setores são administrados por pessoas que de alguma forma são diretamente ligados ao governo ou até testas de ferros de forma indireta.

    A gama de terceirização em São Paulo é monumental. É só parar para analisar.

    Merenda escolar, quentinhas para os presídios, serviços de limpezas para órgãos públicos, hospitais, serviços burocráticos que eram mastodônticos foram terceirizados para o Poupatempo.

    Ele tiraram dos órgãos públicos, principalmente do SSP e do Detran, os funcionários ladrões propineiros e tomaram para si, governo, a administração da roubalheira.

    A classe média acéfala não enxerga isso.

    O bolo da cereja seria a cooptação do judiciário e MPE.

    Ciclo completo, protegido pela grande mídia, judiciário e MPE que não acata nenhuma denúncia envolvendo seus comparsas.

    Os exemplos estão ai para quem quiser ver.

    Então, há algo parecido com a nova ordem mundial?

    Com esse poderio, é viável um candidato progressista ganhar as próximas eleições para governador?

    João Dória explica.

    1. fator Putin – efeito Trump

      -> que desde a eleição do Covas, montaram um projetro de poder em São Paulo,

      -> Com esse poderio, é viável um candidato progressista ganhar as próximas eleições para governador? João Dória explica.

      debater sobre SP é sempre assunto delicado. capaz de ferir suscetibilidades.

      por que os tucanos não ganharam mais eleições para Presidente?

      a resposta está no trecho inicial do seu comentário que citei acima.

      é a mesma resposta do motivo que João Dória jamais ganharia eleição fora de SP.

      o projeto de poder dos tucanos é centrado em SP, para SP e do ponto de vista de SP! portanto, a oligarquia paulista é auto-referenciada. não se vêem como a liderança de um país! ao contrário, tem de si a imagem de sócios minoritários da plutocracia dos EUA!

      daí sua fascinação com o american way of life.

      veja bem, não se trata de uma característica originária da população paulistana e paulista. são valores do setor dominante que acabam sendo absorvidos pela maior parte do povo!

      dito outra forma: a oligarquia de SP jamais ousou enfrentar o desafio de construir, sob sua hegemonia, uma Nação.

      -> Então, há algo parecido com a nova ordem mundial?

      muito embora tenha urdido o mito de ser a moderna locomotiva puxando os  vagões do atraso brasileiro, uma ilha bem sucedida arcando com o ônus de subsidiar uma federação parasitária, São Paulo Ltda. não passa da sede do rentismo brasileiro.

      em tempo: a expressão São Paulo Ltda. não se refere ao povo, as pessoas, e sim a oligarquia de SP.

      abraços

      vídeo: A Dívida Pública Paulistana

      [video:https://www.youtube.com/watch?v=ZS3OBluFQko%5D

      .

      1. Vídeo

        Quantos conhecem esse vídeo?

        Eu também não conhecia.

        Mas não seria improvável que São Paulo adotasse o que o governo federal sempre fez.

        Quando se fala em auditoria da dívida pública, os rentistas tremem nos seus assentos.

        Quanto ao seu comentário, você acrescentou tudo o que não me ocorreu escrever.

        Sou paulista e tenho horror ao comportamento do seu povo.

        Crítico, acha que sabe tudo, petulante e corrupto.

        E as classes  D e E não estão nem ai.

        Se tiver  cerveja, churrasco e pancadão está tudo maravilha.

  8. fator Putin – efeito Trump

    A épica batalha em curso pelo future da nova ordem mundial

    “Os beneficiários do velho mundo tentarão sem dúvida interromper o processo de mudança e reorganização, mas serão incapazes de fazer parar a roda da História. Podem até mesmo tentar acabar com Trump, o que só retardaria a velocidade dos processos já em movimento, mas não os paralisariam … O ás de ‘trumps’ (trunfo) só pode ser derrotado por um coringa. Veremos se os globalistas têm um na manga”.

    .

  9. O sistema neoliberal quebrou, o capitaismo quebrou.

    O sistema neoliberal quebrou. economicamente, politicamente, psiquicamente. A psique das massas está desorientada.

    Mas não é possível um rearranjo multipolar do mundo capitalista, voltado para a economia real e para o poder mltipolar de estados independentes. Isto porque não é só o neoliberalismo que está em crise, mas o próprio capitalismo: e é sua crise final, por conta da tecnologia que está substituindo o trabalho humano.

    Suponhamos que Trump consiga implementar seu programa econômico:

    A proposta de Trump é keynesiana: proteger o mercado nacional e trazer a indústria de volta. Se ele conseguir vencer o neoliberalismo e as indústrias voltarem aos EUA, elas serão indústrias 4.0.

    Os anos Trump podem ser de euforia, pois a construção das novas indústrias e da infraestrutura necessária para suportá-las vai gerar um boom / bolha de contrução e muito emprego.

    Mas Trump desencadeará uma corrida tecnológica entre EUA, China, Alemanha, Japão e Coreia de Sul, pois ninguém vai querer perder posições na indústria 4.0. E estes são os países em condições de entrar nesta corrida.

    Ao final dos anos Trump, com a indústria 4.0 em pleno funcionamento no mundo todo, a decepção: esta indústria não emprega quase ninguém. Os empregos serão no setor de serviços e serão precários. A maior parte do trabalho humano será desnecessária. E, no capitalismo, o lucro vem do trabalho. Além do que, sem ganho salarial não há massa de consumo. Como pagar as dívidas da fase de euforia?

    O retorno keynesiado da direita nacionalista  trumpista se mostrará tão inviável quanto o neoliberalismo dos “liberais progressitas”.

    Fim do mundo (capitalista).

    Tomara que seja mesmo só o fim do capitalismo e não um inferno nuclear ou ecológico.

    1. fator Putin – efeito Trump

      -> O retorno keynesiado da direita nacionalista  trumpista se mostrará tão inviável quanto o neoliberalismo dos “liberais progressitas”. Fim do mundo (capitalista). Tomara que seja mesmo só o fim do capitalismo e não um inferno nuclear ou ecológico.

      nobre,

      fico sempre impressionado com a clareza que vc escreve. e como agora conseguiu expressar o nó para o qual marcha a “nova ordem mundial”, seja a moribunda ou qualquer outra.

      é bastante improvável que esta mesma linha de análise não tenha sido levada em conta pelos grandes estrategistas deste processo em curso.

      veja o trecho do texto com link abaixo:

      “A maior fraude da história da humanidade, que inclui a ideologia de difundir a democracia à mão armada, resolver as crises globais através da emissão do dólar e da criação de pirâmides de débito, e a globalização e o fim da soberania de todos os países do planeta, alcançou os limites de sua capacidade de se reproduzir”.

      A épica batalha em curso pelo futuro da nova ordem mundial

      abraços

      p.s.:

      “what Trump has started in dismantling the old system has given us all a chance to survive the grand cataclysm without a major war,” something which 20th century global economic crises were unable to do during their own crises of overproduction.

      .

    2. Duplo erro:
      – Keynesianismo

      Duplo erro:

      – Keynesianismo não tem nada a ver com protecionismo. A posição de Keynes quanto ao livre comércio mudou com os anos e é objeto de debate entre os economistas. Mas o que se entende por kenesianismo é um conjunto de doutrinas de expansão econômica liderada pelo estado para combater momentos de depressão, especialmente quando há deflação. O verbete

      https://en.wikipedia.org/wiki/Keynesian_economics

      não menciona protecionismo nem uma única vez.

      – Trump não é keynesiano. Trump propõe desonerações para empresas que toquem projetos de infraestrutura. Isso não terá nenhum efeito keynesiano, ao contrário, aumentará a concentração de capital em grandes empresas, tornará os ricos ainda mais ricos.

       http://www.politico.com/magazine/story/2016/11/trumps-misguided-flirtation-with-keynesianism-214468

      Toda essa discussão é maluca porque os EUA não estão em recessão. Os americanos só aceitaram um programa keynesiano em um momento de enorme desespero (New Deal), e não vai ser um mega-empresário republicano que irá implementar um programa keynesiano. Isso é absurdo.

       

  10. Como sempre, um texto confuso

    Como sempre, um texto confuso e mistificador. Espanta que o autor considere novidade e acredite no chavão americano

    “Nós não buscamos impor nossa maneira de viver sobre ninguém, mas, em vez disso, deixar que ela brilhe como um exemplo a ser seguido.”

    que não passa de retórica velha e vagabunda. Mas o que salta aos olhos o autor acreditar em Donald Trump. Achar que ele pode fazer alguma diferença, tentar colocar em prática alguma das suas “ideias”. Até agora, a única “decisão” de Trump foi sair do TPP, sem que os EUA nunca nele tivessem entrado. Ou seja, zero. Já foi provado que a construção do muro é impossível. A xenofobia não é nenhuma novidade, Trump não é original nisso, já houve restrições à entrada de muçulmanos antes. O protecionismo também não é novidade. O enfrentamento à imprensa, ibidem. Em 1 ano, Trump será o presidente mais normal da história americana, ou terá sido deposto ou assassinado. Vamos lembrar que Obama prometeu encerrar as guerras e, ao contrário, multiplicou os conflitos em que os EUA se meteram. O presidente dos EUA não manda nada, nunca mandou, e quando tentou mandar foi assassinado. Então qual é a importância de Trump? Nenhuma, a não ser para quem consome a imprensa chapa branca brasileira, inconformada com um ciclo de protecionismo americano no momento em que o o desmonte do estado brasileiro precisaria de um pouco do ópio do capital especulativo internacional para que o povo o aceitasse calado. A eleição de Trump é boa para a Rússia? Claro que é. Ela desorganiza momentaneamente a admistração, cria confusão no território inimigo. Mas essa desorganização tem data marcada para terminar. Putin riria — de satisfação — ao ler um texto tão ingênuo. Com links para Dr. Strangelove e o verbete de destruição mútua assegurada da Wikipedia, tenha a santa paciência. O enorme investimento em defesa territorial da Rússia não é novidade, não é recente e não é segredo. Os sistemas de mísseis S-400 e mais recentemente S-500 são públicos e fazem parte da propaganda interna de Putin. A Rússia tem tradição nesses sistemas de defesa desde o S-300, da década de 70. É um grande engano é atribuir a um sistema exclusivamente de defesa o condão de ser um grande obstáculo ao capitalismo. A Rússia não tem forças ofensivas, não tem porta aviões. Putin se aproveita da enorme crise do sistema financeiro, não a cria. Quem visitou a Rússia recentemente sabe a dificuldade que o bloqueio econômico liderado por Obama causa àquele país. Putin não tem alternativa senão lutar com todas as suas forças no terreno da tecnologia, da guerra cibernética e da retórica para defender o seu país. Esse é o mundo real, e não a “grande revelação do sistema ultra secreto de mísseis do Tsar Putin que vai destruir o capitalismo”. Um outro mito, conversa pra boi dormir repetido por quem não entende do assunto, de que o padrão ouro para o dólar se tornou “insustentável”, “inviável”. O padrão ouro foi abandonado simplesmente porque era mais vantajoso para os EUA. Uma mera demonstração de força, garantindo a moeda americana pela força militar. Um golpe nos países que, jogando com as regras de Bretton Woods, queriam implodir o dólar como moeda internacional. Não tinha nada de inviável e tornou os EUA muito mais fortes financeiramente. Enfim, nada se aproveita disso aqui. 

    1. fator Putin – efeito Trump

      sua má vontade em debater é reveladora de um problema de identidade: afinal o que vc quer? quer participar da conversa, mesmo tendo grandes discordâncias? ou quer apenas “desabafar” e desqualificar seus interlocutores?

      a verdade é que vc quer participar da conversa! mas resiste a fazê-lo porque terá que abrir mão de algumas de suas “convictas certezas”…

      o diálogo faz com que vejamos pontos de vista e perspectivas que muitas vezes acabam alterando as nossas próprias “convictas certezas”.

      em sua réplica há vários pontos importantes para se analisar conjuntamente. e sim é altamente produtivo confrontar diferentes opiniões, mesmo antagônicas, para se ter um amplo leque de alternativas de cenários e desdobramentos.

      vou me ater, inicialmente, em apenas duas:

      -> Um outro mito, conversa pra boi dormir repetido por quem não entende do assunto, de que o padrão ouro para o dólar se tornou “insustentável”, “inviável”.

      no início de 1971, as dívidas dos EUA superavam US$ 70 bi, enquanto a reserva em ouro era de apenas US$ 12 bi.

      a Guerra do Vietnã custou US$ 113 bi mais um impacto de US$ 220 bi na economia. os lucros reais nas empresas dos EUA caíram 17% entre 1965 e 1970.

      a questão chave aqui é: o capitalismo é intrinsecamente disfuncional. Breton Woods foi mais um tentativa de gerir as crises estruturais do capital. o principal erro foi o monopólio da moeda dos EUA. hoje, um novo Breton Woods terá que se fundamentar na criação de uma moeda global.

      o capitalismo para ser minimanente estável precisa de um mecanismo global de reciclagem de capitais. nenhum mercado desregulado será capaz de fazer isto.

      em 1971 os EUA já não tinham mais como executar esta reciclagem nos moldes configurados por Breton Woods. este é o motivo da falência do padrão monetário Ouro-Dólar.

      do mesmo modo, a partir de 2008 mais uma vez a economia norte-americana, associada a China e a Alemanha, esgotou seu combustível para manter o padrão Dólar funcional. ou se renegocia um novo sistema, ou se desemboca na guerra.

      o enigma Trump nada mais é do que a tentativa de dar resposta a este impasse.

      ->“Nós não buscamos impor nossa maneira de viver sobre ninguém, mas, em vez disso, deixar que ela brilhe como um exemplo a ser seguido.”

      ->que não passa de retórica velha e vagabunda. Mas o que salta aos olhos o autor acreditar em Donald Trump.

      a frase de Trump é uma notável forma de expressar o domínio pela hegemonia, e não pelas armas. é a admissão que a guerra sem fim não atingiu seu objetivo: consolidar a supremacia. então, a solução terá quer ser política! negociada. através de um american way of life que seja “desejável” para os dominados. e não a eles imposto à mão–armada.

      não se trata de “acreditar” ou não em Trump. se trata de compreender o que está em curso, para não ser atropelado pelos fatos e depois se ficar fazendo de “vítima”.

      .

    2. João Luis

      Não deve se o João Luis que conheço, meu amigo, versado em história, mas não petulante como este.

      O petulante fala com uma convicção que deveríamos cobrar no futuro, suas visões, provavelmente, buscadas em cartas de tarô, bola de cristal, jogo de búzios, ou até no consultório da vidente Alecsandra que previu a morte de um político importante este ano.

      Se Teori não era político, depois da sua morte, virou.

      As convicções do João petulante são colocadas de maneira a evitar discordância, mas se esquece o dito cujo, que em assim agindo, pelo contrário, tanta sumidade no assunto, desperta desconfianças.

      Eu por exemplo, sou um dos desconfiados.

      Primeiro porque não acredito em nada do que ele diz.

      É a opinião dele, pronto e acbabou.

      Daí querer que eu seja trouxa para acreditar nas suas previsões, é um tremendo exercício patético de convencimento.

      “Quem visitou a Rússia recentemente(…)”, deixa implícito que foi ele que visitou.

      Mas é preciso que o petulante nos informe as dificuldades do bloqueio econômico liderado por Obama.

      O povo russo deve ser muito idiota mesmo a ponto de elegê-lo com um líder admirável desde o desmoronamento URSS.

      Dificuldades todos os países tem. Até os EUA, mas que sonega informações e imagens da sua pobreza.

      O petulante quer dizer em síntese que não há nada a ser feito, a não se resignar-se diante do poderio do império norte americano? Ou que nada mudou desde quando Putin assumiu a Rússia?

      É isso?

      Se for, ele vai continuar sendo petulante.

      Vai contribuir muito para o nosso debate. O que é descartável ou não.

      PS: Ah! de tudo o que ele falou, não apresentou nenhuma comprovação, nenhuma fonte, tudo saiu da cabeça dele. Deve ser um cabeção.

  11. Wilton, excelente

    Wilton, excelente contribuição ao debate. Que o confronto, aqui, seja sempre de idéias.  Nos próximos meses, veremos a face completa do governo Trump. Uma coisa parece certa, nesse momento: a plutocracia brasileira está sem NORTE. 

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