27,5% de etanol na gasolina, por Newton Lima

27,5% de etanol na gasolina

Por Newton Lima (*)

A indústria de açúcar e álcool vive uma das crises financeiras mais agudas de sua história e pode piorar com a queda dos preços na entrada da nova safra.

Dados divulgados recentemente na imprensa dão conta que de 64 grupos canavieiros analisados em 2013, dois terços operam com déficit e 22 não têm sequer condições de recuperação financeira. O índice de endividamento médio do setor alcançou 60%.

A crise não recai apenas sobre as finanças das usinas. O país pode deixar de processar 50 milhões de toneladas de cana-de-açúcar anuais devido à crise. Isso representa a extinção de milhares de postos de trabalho e já estaria acontecendo.

Trata-se de uma conjunção de eventos negativos. Os principais seriam a euforia em relação aos biocombustíveis no mundo, antes da crise de 2008 – que causou endividamento elevado e excesso de oferta –; a própria crise; a sequência de safras com problemas climáticos; a histórica valorização da moeda brasileira, a política de subsídios à produção/exportação de açúcar e etanol nos países desenvolvidos; a queda substantiva dos preços do açúcar no mercado internacional; e a política de reajuste da gasolina da Petrobras.

Alguns críticos atribuem a este último fator a responsabilidade única pela crise. Dizem que o governo não deveria ter usado o preço da gasolina como forma de evitar a volatilidade da inflação, porque isso supostamente contrariaria “as leis de mercado”.

Todavia, o objetivo do governo é reduzir o impacto sobre os consumidores decorrente da alta volatilidade dos preços do petróleo e do dólar.

Os preços têm sofrido oscilações substanciais nos últimos anos. Para evitar que tais oscilações causassem prejuízo à população, a Petrobras vem reajustando a gasolina com uma frequência menor.

Desde 2011, o petróleo e o dólar têm subido muito, o que torna a gasolina importada mais cara. A Petrobras está recompondo esses preços aos poucos e vai equalizar os preços internos aos internacionais, mas isso deve demorar algum tempo. Até lá o que faremos para amenizar a crise?

A política mais eficaz seria aumentar a proporção de etanol na mistura da gasolina para 27,5%. Isso representará um aumento de 10% na demanda por álcool anidro.

Segundo o economista Gustavo Santos, do BNDES, essa política faria a produção de álcool anidro aumentar em cerca de 1 bilhão de litros, já considerando o aumento estimado do consumo de combustíveis, de 4%. Assim, teríamos 13,3 milhões de toneladas de cana a menos para produção de etanol hidratado e açúcar.

Haveria melhor equilíbrio no mercado, recomposição do preço desses dois produtos e substancial recuperação da margem de lucro do setor. Sem contar os demais benefícios de tal política: menor emissão de gases de efeito estufa; maior recolhimento de impostos; melhor adimplência junto aos bancos; mais empregos; mais investimentos, menor importação de gasolina, aumento no lucro da Petrobras e melhoria da balança comercial.

O governo precisa tomar uma decisão consciente e com embasamento técnico. Opiniões técnicas preliminares indicam que o impacto sobre o desempenho e durabilidade dos motores será insignificante, se houver. Resta apenas avaliar o impacto sobre o meio ambiente, que considerando uma avaliação global, deve ser positiva.

A situação do setor requer um tratamento de urgência. O governo já está se reunindo com o setor. A fim de corroborar com a busca de solução para a crise, apresentei o projeto de lei 7413/2014, que permite ao executivo fazer uma política mais flexível de adição do etanol à gasolina.

(*) Newton Lima é doutor em engenharia, ex-Reitor da Universidade Federal de São Carlos, ex-prefeito de São Carlos, presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Nacional, e Presidente da Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul.

Redação

57 Comentários

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  1. Queda do preço do açucar

    “queda substantiva do preço do açucar no mercado internacional” , esse é o x da questão , pois quando o preço do açucar melhora no mercado internacional esses usineiros(tadinhos) não pensam duas vezes em deixar o mercado interno na mão.

    E ainda tem a questão do subsídio da produção com taxas de juros baixíssimas , rolagens de dívidas , e o fato de não pagarem quase nada de impostos. 

    1. Os milhares de trabalhadores

      Os milhares de trabalhadores desempregados vão vender o jatinho ?

      Os Ometto e Biagi vão perder um pouco, mas quem perde mesmo são os trabalhadores do setor e o País, que vai ter um atraso enorme em um setor industrializad que poderia ter alta competitividade mundial. Setor de etanol movimenta o setor de máquinas agrícolas também, para quem não sabe.

      Pessoal, quando vão acordar ?

      O erro da politica do Governo com relação ao etanal já virou consenso há muito tempo entre quem entende da área, seja de que la político for.

      O Nassif ja entendeu, o Newton Lima, que é dos grendes deputados do PT ja entendeu.

      Só falta a turma governista acrítica entender.

      Não é “pecado” errar, todo Governo erra.

      Mas eles tem que entender o erro e formular uma política razoável de médio prazo para equacionar a situação.

      Essa proposta do Newton Lima é um bom começo.

  2. Dá-lhe lobby.

    Rapaz, eu não sei se o lobby do etanol por aqui é uma questão econômica (que seria legítima, afinal, ninguém vive de vento) ou uma aliança orgância com o pessoal da casa grande, aqui no sentido literal.

    O articulista e o economista só esqueceram de dizer uma coisa: o setor de etanol não é e nunca foi confiável como base energética, é reconhecido como sonegador contumaz, inclusive de direitos trabalhistas mais básicos, degrada terras em proporções pangíricas, joga fuligem na atmosfera com a queima da cana (ainda o método padrão de colheita), entope estradas com caminhões (que jogam carbono no ar), etc, etc, etc.

    Crise, que crise? A Petrobrás continua dando lucro, vai jogar 100 bi de dólares na indústria naval, seu plano estratégico de investimentos está intacto e sua captação permanece nos mesmos patamares.

    Eu aposto que tem o dedo deste pessoal na CPI da Petrobras.

    Este pessoal do álcool faz a Ndrangheta parecer um convento carmelita.

    Quando eles terminarem de pagar os papagaios do Pro-Álcool e do IAA eu acho que aí a Dilma poderia voltar a ouvir estes achacadores. Caso contrário, danem-se e esperem sua vez, quando for preciso, voltam os investimentos, quem estiver vivo, parabéns…

  3. De onde o Brasil compra gasolina?

    Para falar que compra mais caro que vende aqui? O Brasil tem uma das gasolinas mais caras do mundo, 36 posição, só ficando abaixo de países da Europa que tem ótimo sistema de transporte coletivo. A gasolina brasileira é mais cara que a do México, EUA, Japão, Austrália, Africa do Sul, Argentina, India, Colômbia, China, Canadá, Russia, segundo dados obtidos em http://oglobo.globo.com/infograficos/preco-da-gasolina-60-paises/! Qual o preço do litro no mercado exportador, se os principais países tem preço menor que o Brasileiro? O preço do açucar está em alta no mercado internacional, justamente por quebra de safra brasileira http://agricultura.ruralbr.com.br/noticia/2014/03/depois-de-dois-anos-em-baixa-preco-do-acucar-volta-a-subir-no-mercado-internacional-4449744.html. Esta notícia é apenas o velho choro dos usineiros misturado a mídia em seu processo de terror econômico brasileiro. Querem passar a sensação que o Brasil quebrou e que a Dilma tem de sair já. E se a Dilma ficar debaixo da mesa como está é por que ela quer sair mesmo. Ela não evacua nem sai da moita. Então que volte nosso Lula. Infelizmente parece que só você para salvar o povo brasileiro esta corja da direita brasilera. Por que o resto do PT só tem banana preocupado com o prórpio umbigo

    1. O Brasil sempre teve a

      O Brasil sempre teve a gasolina mais cara.

      O problema é a variação e não o preço nominal.

      Imagina que vc tem uma padaria e o preço do paozinho está fixo há algum tempo enquanto que o trigo, o salário, o aluguel, a luz, a agua sobem todo mes. De forma que não faz diferença se o preço do paozinho é o maior do mundo. O que imposta para o setor como um todo é a variação (aumento) que têm ficado abaixo da variação (aumento) dos custos.

  4. Preço Álcool

    É de doer quando uma pessao aparentemente bem informada confunde preço de venda ao consumidor final com o preço de realização praticado pela Petrobras ! 

    O que leva o preço da gasolina praticado no Brasil a um patamar mais elevado é o peso dos impostos, particularmente do tributo estadual ICMS. 

    O preço de venda praticado pela Petrobras hoje é inferior ao do mercado internacional, incluindo EUA.  Um reajuste da ordem de 3 % no preço Petrobras de diesel e gasolina seria praticamente imperceptível ao consumidor final e tiraria a empresa do sufoco em que se encontra. 

    Se os governos estaduais pudessem dar uma força e reduzir em 1 ou 2 pontos o ICMS seria o ideal. Mas, isso é sonho de uma noite de verão … 

     

    1. Ora, quanto a formação do

      Ora, quanto a formação do preço voce tem razão, mas o ICMS sempre existiu.

      Então o problema não é o preço nominal mas sim a variação que tem ficado abaixo do aumentos dos custos.

    2. É de doer

      Alguem achar que só o Brasil paga imposto! Acha que Japão, Austrália e Canadá pelo menos não tem impostos maiores que brasileiros? E os outros países, Russia,  China e India não ter similares? E quais destes países hoje produzem mais petróleo que Brasil fora a Russia? Agora doi ainda?

  5. Não é o preço da gasolina ,é a poliitca…..

    com um aumento de combustiveis agora ,sob a desculpa de que os acionistas estão perdendo muito dinheiro ,o gatilho de reajustes de preços seria disparado com uma justificativa implacavel, a inflação teria uma alta e desestabilizaria ainda mais o governo da D.Dilma.

  6. O Newton Lima é petista de

    O Newton Lima é petista de carteirinha, 8 anos prefeito de São Carlos.

    Excelente deputado federal.

    E ai, agora o pessoal vai acreditar ou continuar com o diversionismo de açucar, subsídio ou qual será o da vez ?

    Não eram só os usineiros exploradores que iriam perder dinheiro ?

    O Newton Lima deve ter se equivocado né, com certeza.

    Não há crise alguma, apenas safadeza dos exploradores.

     

     

     

    1. Ranking ingrato

      Celso,

      Qual dos 38 primeiros produz gasolina em razoável quantidade?

      Procure pelo preço praticado nos USA, Venezuela, Arábia Saudita, Iraque, Irã, Rússia, esta é que é a base sensata de comparação, e não Noruega ou Holanda, países cujas populações que cabem folgadamente em Minas Gerais. 

      1. Caro Alfredo o problema não é

        Caro Alfredo o problema não é o preço nominal atual.

        O problema é a variação de preços, que tem ficado muito abaixo do aumento de custos.

        Pega o preço em 2007 e em 2014 e veja a inflação no período.

        1. Preço

          Daniel

          Preço final não pode ser determinadado por custo de produção, esteo era o método utilizado durante a ditadura.

          Preço final de qq coisa é aquele que o consumidor está disposto a pagar, nos combustíveis existe a influência política, ao meu ver inteiramente equivocada.

          Esta transposição de preço sob variação de inflação pode ser favorável, ou não, ao setor, depende do período, da variação do dólar, etc… Em 2007 custava em torno de U$1,20, que atualizado seria U$ 1,65 em 2014, ou R$ 3,66 neste momento.

          Uma eventual defasagem de 5% em sete anos é motivo prá tanto estardalhaço? Está visto que o setor, e não apenas este, não vale nada.

           

          1. A conversão tem que ser feita

            A conversão tem que ser feita em real, para o caso do alcool.

            Não digo que preço final tem que ser determinado sempre por custo de produção, concordo.

            Mas, tem que guardar alguma concordância, senão não tem como.

            Se os custos aumentam muito acima do preço as margens são sufocadas. Ninguem aguenta isso por miito tempo sem demitir, reduzir investimentos ou em última análise, quebrar.

            É só ver a cidade de Sertaozinho, polo de máquinas para o setor sucro alcooleiro. Nos últimos 4 anos está definhando.

            O estardalhaço não é de palavras, usinas estão quebrando.

          2. Conversão em real

            Daniel,

            Porque a conversão só pode ser feita em real?

            As novas usinas optaram pelo álcool porque o objetivo primeiro é a exportação, e esta é feita em U$.

            Até aqui, não li nenhuma reclamação consistente por parte dos usineiros, aliás, acho que nunca vi isto, me refiro a desde meados da década de 70, já a choradeira nunca faltou. Sertãozinho pode ter dificuldade, mas aquela  turma da cana estava podre de rica, muitos na região venderam as propriedades para estrangeiros, e não vejo estes reclamando, como pode? O mesmo ocorreu no noroeste de SP, as áreas tradicionais de pasto se transformando em canavial na mão de grandes grupos estrangeiros.

          3. Os custos são em real.
            A

            Os custos são em real.

            A maioria das receitas em real, a exportação é mínima.

             

        1. Comparação equivocada

          Wsobrinho,

          Eu me referi aos países produtores de petróleo em escala razoável. Nenhum dos tres citados possui petróleo em tal escala. Tais países são o parâmetro correto de comparação com o patropi, mas não em petróleo, enquanto Noruega, Finlândia, Holanda, Bartbados, Costa Rica e dezenas de outros cabem dentro de Minas Gerais ou Sergipe, ou seja, é outra escala em quase tudo, incluisive de problemas sociais, etc… 

           

        2. Sabe do vem o nome Brent?

          Holanda, Noruega e Reino Unido produzem petróleo no Mar do Norte. O nome de Brent vem do campo de Brent, da Royal Dutch / Shelll, que originalmente denominava seus campos de produção com nomes de aves (neste caso, o ganso de Brent).

          Veja o preço praticado nestes países.

          Os iluminados esquecem que preço de combústível é ferramenta de política fiscal e monetária. Aqui e lá fora também.

          Veja o que foi feito pelos governos militares nos anos pós-64!

    2. O preco da gasolina nos EUA

      O preco da gasolina nos EUA esta mais de um dolar mais caro do que esta escrito nessa tabela.  (comprei antes de ontem, nao notei o preco, infelizmente)

      1. Litro ou galão?

        Seria interessante vc nos trazer o preço por litro praticado aí, Ivan.

        E se possível o do litro de diesel que, pelo que sei ,aí é mais caro que o da gasolina.

        Agradecemos.

  7. Usineiros do patropi

    Nassif,

    A quadrilha faz de tudo prá conseguir comover o governo brasileiro.

    Como pode a produção cair, se a commodity não perdeu preço? Dos grandes produtores de petróleo, a gasolina do patropi é a mais cara ( nos USA, o litro  não deve atingir os 3 reais ), o combustível gasolina já carrega 25% de álgool, então, o que quer a quadrilha notoriamente incompetente e nem um pouco interessada com o seu país?

    Que vendam as usinas, logo aparece comprador prá todas aquelas que estão operando no vermelho, morro de pena destes pobres coitados.

    1. Etanol não é commoditie

      Etanol não é commoditie comercializada mundialmente. O grande mercado para as usinas do País ainda é o mercado brasileiro.

      Os custos vem subindo muito mais que os preços nos ulitmos anos.

      Quem perde muito mais são os trabalhadores das usinas.

      1. Açúcar

        Daniel,

        Tudo bom?

        Estou me referindo ao açúcar, pois usineiro só produz o que oferece melhor preço, açúcar ou etanol. Eu faria o mesmo se o setor não tivesse, como é o caso, nenhum compromisso com o governo –  identifico a faixa possível de preço e administro o meu negócio de acordo com o mercado.

        Quanto aos trabalhadores das usinas, os usineiros estão se lixando prá eles, já estão mecanizando as colheitas e daqui a pouco, zefini prá maioria dos cortadores de cana, trabalho escravo que ainda tem bastante espaço no país.

        Um abraço

        1. Tudo bem Alfredo.
          Creio que

          Tudo bem Alfredo.

          Creio que voce esteja equivocado em alguns pontos.

          Nem todas as usinas produzem açucar, principalmente após 2007 foram construidas muitas usinas que só produzem alcool. Creio que em em nenhuma usina dê para se fazer a conversão 100% para um ou outro. Não é tão simples assim.

          Cortar cana é um trabalho duro, ja conheci alguns cortadores de cana. Mas, pelo menos aqui no estado de são paulo (que é o maior produtor do Brasil), a grande maioria ganha mais que salário mínimo, alguns muito mais. Não é trabalho escravo – que pode até ocorrer, mas é minoria da minoria, pode ter certeza disso.

          Em muitas fazendas, e muitos locais, não é possível a utilização plena de máquinas para cortar a cana. Os empregos naturalmente vão diminuir sim com a mecanização, mas desaparecer totalmente nunca vão. O motivo do desemprego que fala no artigo é outro.

          É um setor industrializado aonde o Brasil tem boa competitividade, movimento o setor de máquinas e ainda tem, além do emprego de cortadores, muitos bons outros empregos, em escritórios, motoristas, etc…

          O problema, Alfredo, é que o custo vem subindo acima do preço, não há remédio para isso. O setor está sendo sufocado. Essa politica do Govenro não é sustentável e terá que ser revista. A medida do Lima é paliativa mas  é boa pra começar, a meu ver.

           

          1. Usineiros

            Daniel,

            Se optaram apenas por álcool, deveriam saber o que estavam fazendo.

            Quanto ao cortador, qualquer pessoa normal irá considerar aquilo como trabalho escravo, mesmo ganhando tres SM mensais.

            Entendo cortador de cana como equivalente catador de lixo, são atividades que deveriam ser varridas do mapa, e o pessoal corretamente orientado para outros serviços.

            Quanto à variação de preço, é algo que ocorre com diversos produtos, e o álcool pode ser um deles.

            Um abraço

          2. Deveriam, confiaram que os

            Deveriam, confiaram que os preços não ficariam confinados, confiaram que o Governo não iria tirar impostos da gasolina e não foi isso que o Governo fez. De qualquer forma não é uma rixa pessoal, é um problema economico.

            Bom, trabalho escravo, para mim, é trabalho obrigatório em condições degradantes, não é o caso deste tipo de trabalho. Pode ter certeza, meu caro, que, infelizlismente, no mundo, existe trabalho, muito pior do que estes.

            Variação de preços é algo normal, mas quando um setor todo é submetido a uma redução de margens como está ela vai ser sufocado e grande parte dele não vai aguentar.

            Um abraço.

  8. Mas e o consumidor?

    Nassif, e o consumidor? Esse aumento não afeta os automóveis já ajustados para esse percentual de alcool na gasolina? Há uma série de carros só gasolina, novos e velhos que serão afetados. A medida não prejdica o rendimento, funcionamento e durabilidade desse motores?

  9. E na moringa não vai água?

    Para beneficiar os usineiros, e talvez diminuir a pressão para aumento de preço da gasolina. 

    Quando eles estão ganhando bem com o açucar este percentual não abaixa. 

    Aumente o preço da gasolina e o consumo do álcool deve ficar mais interessante.

    Dê ao consumidor a oportunidade de escolher gasolina pura, misturada a 25% de alcool ou alcool puro e veja o que acontecerá. Qual dos três vc acha que vai vender mais?

    Por que será que na maioria das vezes é mais econômico para o consumidor abastecer com gasolina?

    E como fica a situação de quem tem carro exclusivamente movido à gasolina?

    Devido ao alto teor de etanol adicionado, a gasolina  brasileira é sem similar no mundo.

    Isto faz com que o carro nacional tenha que ser modificado para poder ser exportado.

    Da mesma forma, um carro importado terá que ser alterado para funcionar adequadamente no país.

    O carro flex não é otimizado nem para gasolina nem para álcool. é o pior desempenho se comparado a um puramente a gasolina ou puramenta a alcool. sem falar que as emissões hoje em dia, com a evolução dos motores, catalizadores e do combustível, não justificam o selo “verde” aplicado ao alcool.

    vejam isso

    http://autoentusiastas.blogspot.com.br/2011/04/uma-inconveniente-verdade-brasileira.html

    e

    http://www.autoentusiastas.blogspot.com.br/2012/10/governo-decreta-fim-do-carro-flex.html#more

    e

    http://www.autoentusiastas.blogspot.com.br/2011/03/flex-vale-mesmo-pena.html#more

     

    1. Justifica sim

      Nos EUA 95% da gasolina consumida tem até 10% de etanol adicionado. 95%! Esse negócio de gasolina pura é a maior balela.

      No EUA tem até o E85 (que tem 85% de etanol). O mais comum é o E10 (10% de etanol). Um percentual de etanol é usado como antidetonante (aumenta o nº de octanas, impede a detonação nos cilindros, apesar dos ignorantes alrdearem exatamente o contrario). Outros tipos de antidetonante são altamente poluente tais como o chumbo tetraetila (ainda usada na AVGAS). A eletrônica embarcada dá conta de de ajustar e compensar as variações dos combustíveis.

      Além do sequestro de CO2 efetuado no processo de crescimento da cana ou do milho ou de qualquer outro vegetal usado para o fabrico do álcool. O Etanol ainda justifica o selo verde. Quem diz isso não é nenhum orgão nacional, é o EPA estadunidense.

      Veja em :

      http://www.afdc.energy.gov/fuels/ethanol_benefits.html

      http://www.afdc.energy.gov/fuels/ethanol_blends.html

      E lá como aqui há também autos flex. E todos carros vendidos após 2001 podem usar o E15 indiscriminadamente.

       

       

       

      1. Errado.
         
        Na europa há

        Errado.

         

        Na europa há gasolina pura, com 5% e 10% de alcool. Esta última é solenemente ignorada pelos consumidores, por não render tanto e ser prejudicial ao motor.

        E comparar 10% com 27,5%, como se fosse uma simples mistura, beira a má-fé. Carros movidos a gasolina da década de 90 são regulados para determinado percentual de alcool na mistura. Aumentar para 27,5% causa danos ao motor sim. Mas quem está ligando para o consumidor? usineiros, governo?? claro que não.

        Quanto ao chumbo faz décadas que não é mais adicionado à gasolina vendida em postos. Avgas é combustível de aviação. Para esta, pouco importa o percentual de alcool.

        Quanto ao E15 nos EUA, faz tanto sucesso por lá quanto veículos de passeio movidos a diesel. Ninguém dá bola.

        E não venha com a conversa fiada de que o alcool deixa a gasolina menos poluente. Gasolina nos EUA e na Europa são muito mais limpas que a vendida no Brasil. Aliás, o diesel – considerado aqui como combustível altamente poluente – vendido na europa é menos poluente que a gasolina brasileira.

        Tem mais. Adicionando alcool na gasolina, o veículo consumirá mais. Logo, utilizará mais combustível, no caso, mais gasolina.

        Carro flex é o maior engodo empurrado aos brasileiros e vendido como a oitava maravilha do mundo. Somos piada no restante do mundo por termos carros que fazem 5 ou 6km/l na cidade. Na europa, carros fazem 15 ou mais km/l na cidade.

        Usineiros e governo estão pouco se lixando para o consumidor. São duas corjas, isso sim.

         

         

         

         

        1. Por partes

          1) Na Europa o álcool é caro devido a uma posição de política agrícola. Se bem que durante a 1ª administação de FHC, nos importamos excedentes de álcool de uva da UE.

          2) Má-fé é achar que a tecnologia parou na década de 90. A vida útil de um auto é de aproximadamente 20 anos, boa parte destes carros movidos a gasolina da década de 90 estão em um desmanche, aguardando reciclagem. Todos os autos vendidos nos EUA após 2001 estão aptos a usar E15, aqui no Brasil a maior parte do market share é dos carros flex.

          3) Quanto ao chumbo faz décadas que não é mais adicionado à gasolina vendida em postos, pois é foi substituido em sua esmagadora maioria no Brasil por álcool anidro.

          4) Avgas é combustível de aviação. Não diga! Para esta, pouco importa o percentual de alcool. Importa sim! Ácool é higrófilo, caracterista indesejável em combustível aeronáutico. Por isso e pelo poder lubrificante e por que sua demanda no computo geral de produção é pequena continuam usando chumbo.

          Na gasolina automotiva quando não usa álcool anidro geralmente usam MTBE como antidetonante . Sabe o que isso? Caso não : http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89ter_metil-terc-but%C3%ADlico

          Que esta sendo abandonado por razões ambientais! Outros antidetonantes são geralmente mais caros que álcool anidro ou que o MTBE.

          5) Sabia que os EUA, são os maiores consumidores mundiais de álcool? E que são também os maiores produtores? Se isso não é sucesso não sei o o que o é. Caso todos os autos estadunidenses usasem E15 não ia ter álcool para a demanda!

          6) A qualidade dos derivados de petróleo depende fundamentalmente do processo de refino, do tipo de petróleo e da aditivação usada. O que sua argumentação capenga chama de conversa fiada é uma realidade provada pela engenharia e pela química : o alcool deixa a gasolina menos poluente. Usado como aditivo antidetonante ou como combustível. Álcool é um dos principais oxigenatos (http://pt.wikipedia.org/wiki/Oxigenato).

          Diesel é combustível altamente poluente. Seu principal problema é a quantidade de particulados emitida e a alta concentração de NOX, esta resultante das altas taxas de compressão dos motores diesel. Uma das razões das dificuldades de vender carros à diesel nos EUA é o CAFE (http://en.wikipedia.org/wiki/Corporate_Average_Fuel_Economy)  e a regulamentação da EPA  (http://www.c2es.org/federal/executive/vehicle-standards) e a composição da matrix de refino estadunidense.

          Usando o “for dummies”: se todos quizerem carros a diesel, não vai ter diesel para todos e caso tenha vais morrer de doença respiratória!

          Nosso diesel avança nas frações superiores e inferiores de refino para compensar uma distorção na matrix de consumo. Fruto de décadas de subsídio para este tipo de combustível. Esse é um dos maiores problemas da dificuldade em seu controle de qualidade.

          E se álcool fosse um combustível tão ruim não seria usado na Indy.

          5) Adicionando alcool na gasolina, o veículo consumirá mais um combustível mais barato: uma misstura de álcool e gasolina. Se vai ser repassado ao consumidor esse ganho são outros 500. Logo, sua lógica não se sustenta pelo lado econômico.

          6) Carro flex vieram para ficar. Tanto é que estão sendo implantados nos EUA.

          7) Usineiros são empresários que vendem uma commodity (açucar) e eventualmente lucram vendendo combustivel (álcool hidratado, nosso etanol na bomba de posto) e aditivo (álcool anidro, que é adicionado á gasolina tipo A) e governo é uma necessidade, a não ser que sejas anarquista.

  10. Reclamação não procede

    Usineiros incompetentes.

    A coisa é resolvida nos períodos de bonanza, onde o preço do açúcar estava em alta e estes aí davam banana para o Governo Federal. E o Lula ainda fazendo lobby para latifundiário.

    Agora recebem de volta a mesma banana. Cambada de Traíras.

    Se o Governo Federal der o braço a torcer desta vez. Tem que ir pros quintos do inferno.

    1. Mas nem todas as usinas

      Mas nem todas as usinas produzem açucar e muito menos conseguem migrar a produção 100% para cada item, não é assim que funciona.

      Nem todas as usinas estavam abertas na época de “bonanca”.

      Nem todas as usinas sabiam que viria a época de “vacas magras” atual.

      Não há como fazer uma previsão no nível que voces estão exigindo.

      O fato é que o preço está travado e os custos crescentes. Só os muito capitalizados e eficientes vão aguentar.

      A proposta do Newton Lima é muito boa para ajudar um pouquinho o setor, mas o Governo terá que formular ouitras, de médio prazo.

      1. Daniel,
        Muito boas sua

        Daniel,

        Muito boas sua argumentação, e etc., mas, você sabe muito bem que a questão aqui não é de quem está logicamente correto.

        Seu raciocínio só será validado desde que tenha por conclusão algo favorável ao governo. Você está replicando cada comentário deste post, mas saiba de antemão que não vai convencer ninguém.

        1. Ja percebi.
          E olha que nem

          Ja percebi.

          E olha que nem sou grande conhecedor do setor, conheço só por cima. Estou argumentando apenas no bom senso.

          Mas os setores especializados já perceberam os erros do Governo neste caso, ja virou praticamente consenso. O Governo vai ter que se mexer.

      2. >> O fato é que o preço está

        >> O fato é que o preço está travado e os custos crescentes. Só os muito capitalizados e eficientes vão aguentar.

         

        Bom, isto está de acordo com as “leis do mercado”. Ir contra a “lei” quando é a favor é bom, né?

        1. Meu caro, voce não sabe do

          Meu caro, voce não sabe do que está falando.

          Esta “lei de mercado” que voce cita é da biblia dos ultra liberais. Nada mais distante da realidade dos negócios e de um pais.

          Na prática, muitas, aliás, a maioria das empresas não têm nada de eficiente. E são elas que puxam a economia, geram empregos, etc… Se voce considera que todas que são ineficientes teriam que quebrar voce arruinaria o País de um dia para o outro. Aliás, a maioria dos Países, talvez todos.

          E se formos pensar bem é até bom, porque temos muito campo para melhorar.

           

      3. ?????

        O Etanol é subproduto do açúcar. 

        Tudo que está em cotação acima da média tende a diminuir, não precisa fazer Doutorado em economia para saber disto. Mas os Industriais “competentes” deixaram passar batido. E ainda deram banana para o Governo Federal.

        O custo da produção de etanol diminuiu, as usinas estão quase que 100% mecanizadas. Demanda por etanol crescente, estão fazendo até etanol de milho. A produtividade é que deve estar ruim.

        É muita incompetência…

         

        1. Negativo.
          Salário é custo e

          Negativo.

          Salário é custo e aumentou e muito.

          Insumos são custo e aumentaram e muito.

          Ganhos com mecanização, enxugamento, eficiencia de gestão podem ter havidos, mas nunca irão reduzir o CUSTO TOTAL do negócio. Isso não existe.

          Se fosse do jeito que voces estão falando, usina de etanol seria o melhor negócio do mundo, o melhor da história.

      4. Discordo de você, mas seus comentários fazem um bom serviço

         

        DanielQuireza (quinta-feira, 24/04/2014 às 14:52),

        Mundo cheio de coisas. O PT está tão por baixo que pela primeira vez eu vejo um deputado do PT não se apresentar como do partido. Ele realmente faz um recheio que é mais de representante do grande empresariado que utiliza o problema do desemprego para defender os interesses que ele representa. No entanto, deixando de lado a omissão do nome do partido e a defesa de interesses específicos, o ponto fundamental do texto dele “27,5% de etanol na gasolina” e que se transformou neste post “27,5% de etanol na gasolina, por Newton Lima” de quinta-feira, 24/04/2014 às 12:40, aqui no blog de Luis Nassif, é saber se é correto sob o aspecto de vida útil do veículo este aumento do percentual de álcool. Se for, eu imagino que a medida é boa.

        E lembro que vez ou outra eu vejo você pegando um post e fazendo o bom combate. Tenho especial predileção por seus comentários quando o assunto é tributação. Aqui vale lembrar alguns destes posts. Há um comentário meu enviado domingo, 16/03/2014 às 00:04, para Francisco A. de Souza junto ao post “Estudo do Banco Mundial mostra que tributos indiretos aumentam desigualdade” de sexta-feira, 14/03/2014 às 15:50, em que por sugestão de Francisco A. de Souza há a transcrição do texto “IR e Bolsa Família reduzem desigualdade; outros impostos elevam, diz estudo” de Sívio Guedes Crespo do Uol e completado com a opinião de Francisco A. de Souza em que eu faço referências a outros posts com comentários seus fazendo advertência aos que estão já com a opinião formada pelas idéias que a grande mídia propaga sem conhecimento do que fala. O endereço do post “IR e Bolsa Família reduzem desigualdade; outros impostos elevam, diz estudo” é:

        https://jornalggn.com.br/noticia/estudo-do-banco-mundial-mostra-que-tributos-indiretos-aumentam-desigualdade

        Como em meu comentário eu faço referências a outros posts onde você fez o dever de casa de esclarecer sobre os problemas da tributação, eu creio que em relação às suas opiniões sobre tributação fica aqui suficiente deixar só este endereço.

        E em relação a questão da política de preço de combustíveis que o governo adotou e que você vem fazendo a crítica razoavelmente correta, eu aproveito para transcrever aqui um comentário que enviei terça-feira, 15/04/2014 às 18:54, para junto do comentário seu enviado terça-feira, 15/04/2014 às 09:39, junto ao post “Dilma defende Petrobras e seu modelo econômico” de terça-feira, 15/04/2014 às 06:00 e de autoria de Luis Nassif.  Em meu comentário para você eu procuro apresentar um ponto de vista diferente do seu. Reproduzi o comentário em comentário que enviei terça-feira, 22/04/2014 às 14:33, junto ao post “O etanol e o samba de uma nota só da política econômica”, de terça-feira, 22/04/2014 às 06:00 e de autoria de Luis Nassif. Os dois posts merecem bem uma indicação aqui. O endereço do post “O etanol e o samba de uma nota só da política econômica” é:

        https://jornalggn.com.br/noticia/o-etanol-e-o-samba-de-uma-nota-so-da-politica-economica

        E o post “Dilma defende Petrobras e seu modelo econômico” de terça-feira, 15/04/2014 às 06:00, pode ser visto no seguinte endereço:

        https://jornalggn.com.br/noticia/dilma-defende-petrobras-e-seu-modelo-economico

        O meu comentário, que transcrevo a seguir, e para o qual dei o título de “Talvez a política para os preços dos combustíveis esteja certa”, é em defesa da política que o governo adotou em relação ao preço do combustíveis e nele eu disse o seguinte:

        – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –

        DanielQuireza (terça-feira, 15/04/2014 às 09:39),

        Lá no post “Dilma está ficando barata no momento certo” de terça-feira, 01/04/2014 às 08:02, eu enviei quarta-feira, 02/04/2014 às 21:02, um comentário para Luis Nassif junto a outro comentário meu que eu havia enviado terça-feira, 01/04/2014 às 21:52. No meu segundo comentário eu aproveito para falar de uma boa discussão que você, JB Costa e Ruy Acquaviva travaram no post “Dilma está ficando barata no momento certo”, mas que estava truncada porque uma parte estava na primeira página e outra parte estava na segunda página. O endereço do post “Dilma está ficando barata no momento certo” é:

        https://jornalggn.com.br/noticia/dilma-esta-ficando-barata-no-momento-certo

        Bem, em vez de entrar na discussão de vocês com um comentário direto lá, eu optei por utilizar o meu segundo comentário para analisar os principais pontos que foram abordados na discussão. E fiz previamente um resumo da discussão. Em uma parte do meu resumo eu disse o seguinte:

        “Além disso, DanielQuireza menciona certa letargia do governo que não teria feito nada, mencionado em especial a falta de reforma tributária e o baixo preços dos combustíveis”.

        Fiz esta reminiscência para lembrar que embora tenha feito um comentário bem extenso analisando todos os pontos da discussão de vocês, que eu apresentara em meu resumo, eu esqueci de analisar a questão do preço dos combustíveis.

        Bem, a questão dos preços de combustíveis é bem mais ampla do que parece ser a primeira vista. Vou tocar em dois pontos que eu penso são mais importantes. Uma questão relevante aqui é saber a que preço do barril de petróleo, o pro-álcool precisaria ser subsidiado? Suponhamos que seja a 50 dólares. Ai então cabe a pergunta, o atual preço de combustíveis significa um barril de petróleo a que preço?

        A idéia é que a produção do pró-álcool não deve ser muito grande de tal modo que reduza a produção agrícola brasileira e evidentemente nem tão baixa que inviabilize o pro-alcool. Só que este cálculo deve ser feito levando em conta a produção de açúcar. Antes do pro-álcool, o preço do açúcar era determinado pela Comunidade Europeia via subsídios para formação de grandes estoques de açúcar de beterraba. Com o pro-álcool, o Brasil fez letra morta o instrumento de controle de preço do açúcar que a Europa possuía. Se a Europa baixa o preço do açúcar, o Brasil passa a produzir álcool.

        Ontem houve uma discussão ampla sobre o pro-álcool aqui no blog de Luis Nassif. Além do post “Brasilianas.org discute a crise do setor sucroalcooleiro” de segunda-feira, 14/04/2014 às 18:04, com a chamada para o debate ao vivo na TV Brasil das 20h às 21h de ontem, segunda-feira, 14/04/2014, houve também o post “Setor do etanol critica política econômica do governo Dilma” de segunda-feira, 14/04/2014 às 09:19, com a transcrição da matéria da Folha de S. Paulo “Política econômica de Dilma está quebrando o etanol” em que Patrícia Campos Mello entrevista Elizabeth Farina, presidente da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar).

        O endereço do post “Brasilianas.org discute a crise do setor sucroalcooleiro” é:

        https://jornalggn.com.br/noticia/brasilianasorg-discute-a-crise-do-setor-sucroalcooleiro

        E o endereço do post “Setor do etanol critica política econômica do governo Dilma” é:

        https://jornalggn.com.br/noticia/setor-do-etanol-critica-politica-economica-do-governo-dilma

        Deixo também outra matéria sobre este assunto e que foi publicado no Valor Econômico. Trata-se da reportagem “Preço do açúcar em NY ainda subestima possível quebra da produção no Brasil” de segunda-feira,  14/04/2014. No site da Única há também um link para esta matéria conforme indicação a seguir:

        http://www.unica.com.br/unica-na-midia/17729932920317344817/preco-do-acucar-em-ny-ainda-subestima-possivel-quebra-da-producao-no-brasil-/

        Bem, nos meados da década passada em fui em Uberaba em uma fazenda de criador de gado de raça. Ele tinha terra em Marília e vendeu para que lá fosse explorada a cana de açúcar. Provavelmente a cana de açúcar vai chegar no Triângulo também. É claro que a criação de gado de raça próximo do mais afamado centro produtor brasileiro de gado registrado deve ser bem mais lucrativo do que o cultivo de cana de açúcar. De todo modo, trata-se de setor que não pode operar com margem de lucratividade muito grande, pois do contrário ele acaba expulsando a produção alimentícia. A tendência vai ser grande concentração do setor, com a quebra de pequenas empresas que só sobrevivem em situação de preços do álcool muito elevado. Só que se isto acontecer e na verdade já está acontecendo não fará nenhum mal ao país, ao contrário é bom para a economia que em relação a este setor vai funcionar com mais eficiência. No caso da produção de arroz, feijão e outros a eficiência não pode ser buscada a qualquer custo, pois há a produção familiar que deve ser protegida, mas no caso da produção de álcool, a eficiência é bem vinda.

        A outra questão é destrinchar o motivo de o governo manter baixo o preço de combustíveis. Se olhar só para o déficit público, o interesse do governo é aumentar o preço da gasolina. Como se trata de setor altamente tributado, o aumento do preço de gasolina vai aumentar a receita dos Estados e via pagamento da dívida pública também representa receita para a União. Ademais, o aumento do preço de combustíveis representa lucros maiores para a Petrobras que não só representa mais receita tributária para a União via IRPJ como também mais receita via dividendos.

        Creio, entretanto, que o governo joga com a probabilidade do Brasil aumentar muito a produção de petróleo e fazer o seu próprio refino. Na nova situação talvez o preço atual dos combustíveis seja lucrativo para a Petrobras. E então não vale a pena aumentar o preço agora para sobrecarregar todo o setor produtivo com o custo mais elevado dos combustíveis e lá na frente reduzir os preços.

        Aumentar os preços de combustíveis agora para os reduzir lá à frente quando houver aumento próprio de refino com produção própria de petróleo, vai deixar atuar o efeito da inflação indexada de modo muito maior do que se não houvesse aumento. Além disso, quando ocorrer a redução dos preços da gasolina não haverá redução de preços de produtos que tiverem o custo reduzido com a redução do preço dos combustíveis. Este é um dos grandes ensinamentos de Keynes do qual a equipe econômica é seguidora. Ensinamento ao qual a equipe econômica não seguiu quando propôs a redução do preço de Energia Elétrica. O correto era ter aumentado o preço em índices mais baixos do que o índice de inflação em um prazo de 3 a 5 anos.

        Também não se deve tomar a Petrobras como uma coitadinha em toda esta história. Há um post no blog de Alexandre Schwartsman em que se chama atenção para um artigo de Ciro Gomes publicado na Carta Capital e intitulado “A serviço de quem”. Trata-se do post “Domingo deprimente”, publicado segunda-feira, 28/10/2013. A chamada é do colaborador de Alexandre Schwartsman que assina como “O” Anonimo. A chamada é crítica em relação a Ciro Gomes que no texto dele desanca a Petrobras pelo fato de ela não ter conseguido aumentar o refino de combustíveis no Brasil. E até que eu fui na onda e concordei com a crítica que se fazia a Ciro Gomes. Depois, com mais informações eu enviei um comentário sábado, 09/11/2013 às 13:19, em que considero que Ciro Gomes tinha um pouco de razão.

        O endereço do post “Domingo deprimente” é:

        http://maovisivel.blogspot.com.br/2013/10/domingo-deprimente.html

        E o artigo de Ciro Gomes pode ser visto no seguinte endereço:

        http://www.cartacapital.com.br/revista/772/a-servico-de-quem-5112.html

        Então de certo modo, a política de preços de combustíveis que o governo adotou e que de certo modo prejudica a Petrobras só não é a correta, para quem leva ao pé da letra o que diz o comentarista Marcos Veiga no comentário que ele enviou hoje, 15/04/2014 às 12:07, aqui para este post “Dilma defende Petrobras e seu modelo econômico” de terça-feira, 15/04/2014 às 06:00 e de autoria de Luis Nassif. Aliás vejo que você criticou a opinião do Marcos Veiga que estaria certo se houvesse uma lei que determinasse que o governo não podia manipular o preço dos combustíveis. Não creio que um governo de esquerda possa se pautar por idéias como a que ele expressa. E aplaudir a ação do governo me parece ser a posição mais correta para a esquerda adotar. É claro que desde que esta ação do governo esteja dentro dos parâmetros legais”.

        – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –

        Deixo ainda o mesmo esclarecimento que eu deixei em meu comentário junto ao post “O etanol e o samba de uma nota só da política econômica”, a respeito do comentário de Marcos Veiga. No comentário dele de terça-feira, 15/04/2014 às 12:07, não havia um argumento muito consistente, mas ele argumentava (se se pode dizer que o que ele escrevera lá era um argumento) que transferir valor dos acionistas (Com a queda do valor das ações da Petrobras) para o público em geral (via preço baixo do combustível) configuraria “crime de lesa e fraude perante autarquias de responsabilidade a começar pela CVM”.

        Enfim, parece que você está se apegando a questão particular. O governo erra em deixar o preço de combustível baixo. E se o governo estiver certo? E se no caso do etanol o Brasil ter de aceitar que a produção de cana e de etanol só se viabiliza ou com subsídio ou com concentração em grandes empresas? Observe que você analisa qualquer questão que envolva o preço de combustível como sendo fruto de uma política errada do governo. Quando você analisa a Petrobras, por exemplo, você trata de dizer que o único problema é a política errada do governo em relação ao preço de combustíveis.

        E se a política do governo estiver certa? Talvez o que mais bem esclareça esta situação da possibilidade do governo ter agido corretamente em relação ao preço de combustíveis é um gráfico que pode ser visto junto ao post “Derruba sim…” de terça-feira, 08/04/2014, no blog de Alexandre Schwartsman. Trata-se de um gráfico mostrando a relação entre juro real e inflação. No Brasil desde 2006. O endereço do post “Derruba sim…” é:

        http://maovisivel.blogspot.com.br/2014/04/derruba-sim.html

        Trata-se de um gráfico cuidadosamente elaborado pelo Alexandre Schwartsman com outro intuito, mas que permite concluir que Dilma Rousseff tem como um grande trunfo do governo dela ter assegurado o menor juro real entre todos os governos. E com a taxa de desemprego mais baixa. Será que o governo conseguiria este feito com uma política de preços de combustíveis que assegurasse agora a Petrobras um ganho que com preço menor de combustíveis ela pode ter quando a produção de petróleo e o refino no Brasil atenderem com sobra as necessidades do país.

        Clever Mendes de Oliveira

        BH, 24/04/2014

        1. Obrigado pela paciencia em

          Obrigado pela paciencia em responder Clever.

          Apenas comentando um ponto, que nem é essencial: no triangulo mineiro ja existem várias usinas e muita plantação de cana em Uberaba, Uberlândia e também em Araguari.

          Também creio que o Govenro Dilma fez boas políticas, mas estas que citamos várias vezes por aqui estão erradas e têm que ser corrigidas sob pena de sufocarem ainda muito mais setores, e o que é pior, acabar prejudicando mais ainda a Petrobras.

  11. O Etanol é muito mais complexo do que isto

    E tem muita bobagem e preconceito nos comentários. A indústria estava em um momento de grande euforia com a perspectiva real de um mercado global, com grandes vendas para EUA, Europa e Japão entre 2007 e 2008. O crescimento do mercado interno era robusto, a produção interna de gasolina era limitada por razões ambientais e econômicas, e o dinheiro para financiamento de consolidação e modernização do setor era abundante. Quem viu uma usina padrão da década de 60 e uma projetada no final da década passada sabe que existia muita tecnologia e inovação embarcada, baseada em uma rede ligando fortemente o setor privado às universidades, em um ciclo que terminaria por gerar um setor moderno e com forte apelo ambiental.

    A crise matou tudo isso. E logo nos primeiros meses, quando as fontes de financiamento de capital de giro das usinas desapareceram (instantaneamente) e as usinas implantaram metodologias suicidas de não reforma das plantações e não manutenção das usinas para gerar caixa. O resultado disto foi uma sensível redução de produtividade que vimos nos anos posteriores (confundida pelo pessoal do preconceito com a famosa acusação de fabricar mais açúcar por que dá mais dinheiro no mercado exterior…).

    O setor é importante para nossa balança comercial, tinha uma bem estruturada rede de pesquisa e inovação com excelentes resultados (apesar de um financiamento aquém do que deveria ser), gerando conhecimento e tecnologia nacionais e exportáveis, e uma importância muito grande para a questão ambiental no Brasil. É claro, tudo isso convivia com usineiros estilo “Coronel do Interior”, com exploração de trabalho análogo a escravidão e as queimadas, mas como eu disse, a modernização era um processo, não um status.

    Erraram os usineiros que acreditaram em projeções beeeemmmm fora da realidade para o crescimento do mercado e se endividaram além da conta, errou o governo que não cuidou da saúde financeira do setor na crise de 2008 (estava preocupado somente com bancos e montadoras), mas o fato de deixar o setor abandonado, sem uma política específica (o pre sal não vai resolver tudo no Brasil) é perder uma oportunidade histórica de modernizar um setor que desenvolveu um modelo tecnológico exportável (etanol provavelmente não vai virar uma commodity internacional, mas o modelo de automóveis flex com fabricação de etanol nacionalmente pode ser exportado para vários países da américa latina, caribe e áfrica, com ganhos imensos para nossa indústria de equipamentos e pesquisa agrícola.

    É uma pena.

  12. O Etanol é muito mais complexo do que isto

    E tem muita bobagem e preconceito nos comentários. A indústria estava em um momento de grande euforia com a perspectiva real de um mercado global, com grandes vendas para EUA, Europa e Japão entre 2007 e 2008. O crescimento do mercado interno era robusto, a produção interna de gasolina era limitada por razões ambientais e econômicas, e o dinheiro para financiamento de consolidação e modernização do setor era abundante. Quem viu uma usina padrão da década de 60 e uma projetada no final da década passada sabe que existia muita tecnologia e inovação embarcada, baseada em uma rede ligando fortemente o setor privado às universidades, em um ciclo que terminaria por gerar um setor moderno e com forte apelo ambiental.

    A crise matou tudo isso. E logo nos primeiros meses, quando as fontes de financiamento de capital de giro das usinas desapareceram (instantaneamente) e as usinas implantaram metodologias suicidas de não reforma das plantações e não manutenção das usinas para gerar caixa. O resultado disto foi uma sensível redução de produtividade que vimos nos anos posteriores (confundida pelo pessoal do preconceito com a famosa acusação de fabricar mais açúcar por que dá mais dinheiro no mercado exterior…).

    O setor é importante para nossa balança comercial, tinha uma bem estruturada rede de pesquisa e inovação com excelentes resultados (apesar de um financiamento aquém do que deveria ser), gerando conhecimento e tecnologia nacionais e exportáveis, e uma importância muito grande para a questão ambiental no Brasil. É claro, tudo isso convivia com usineiros estilo “Coronel do Interior”, com exploração de trabalho análogo a escravidão e as queimadas, mas como eu disse, a modernização era um processo, não um status.

    Erraram os usineiros que acreditaram em projeções beeeemmmm fora da realidade para o crescimento do mercado e se endividaram além da conta, errou o governo que não cuidou da saúde financeira do setor na crise de 2008 (estava preocupado somente com bancos e montadoras), mas o fato de deixar o setor abandonado, sem uma política específica (o pre sal não vai resolver tudo no Brasil) é perder uma oportunidade histórica de modernizar um setor que desenvolveu um modelo tecnológico exportável (etanol provavelmente não vai virar uma commodity internacional, mas o modelo de automóveis flex com fabricação de etanol nacionalmente pode ser exportado para vários países da américa latina, caribe e áfrica, com ganhos imensos para nossa indústria de equipamentos e pesquisa agrícola.

    É uma pena.

    1. O único azar…

      A sorte dos usineiros foi a Petrobrás ter descoberto o Pré-Sal, pois estava com as turbinas ligadas para iniciar seu investimento na produção de etanol. 

      Se a culpa não é dos preços elevados do açúcar, então porque o Governo Federal importa etanol de milho dos EUA, a preço mais caro que os produzido aqui?

      E assistindo a este desespero, porque os usineiros não tomaram às rédeas e aumentaram a produtividade do etanol das usinas?

      Dinheiro subsidiado do BNDES não falta (bolsa usineiro).

      É muita incompetência.

  13. “Milhares de trabalhadores”.

    “Milhares de trabalhadores”. Quá, quá quá. Até parece que a casa grande se preocupou com isso algum dia. Que tal comparar o que aconteceu com o número de trabalhadores do sistema bancário desde os anos 80, com as montadoras de automóveis, com o próprio agronegócio. Essa corja quer é continuar ganhando rios de dinheiro, praticando o “capitalismo á brasileira”, sem risco para ricos etc etc

  14. Parece que neste debate os

    Parece que neste debate os unicos sensatos sao o senhor Quireza e o autor do post sr Newton. Eu nem sabia que este ultimo eh petista de carteirinha. O resto eh um bando de bobocas que nunca viu um peh de cana ou uma usina. Soh sabem, pela limitacao ideologica que eh opeculiar da esquerda, repetir bordoes-Nao sabem o tamanho que a atividade sucro alcoleira representa para a economia do pais. Nao eh lor acaso que nenhum pais comunista deu certo, mas mesmo assim os burroes esquerdistas nao conseguem perceber a complexidade da economia moderna. Para eles tudo se resume a luta de classes. Estao no seculo 18.

  15. O “burrão esquerdista” aqui

    O “burrão esquerdista” aqui freqüentou Pompeu anos e anos a fio. Vai lá, Iron, sentir na carne como eu que o grande sertão: veredas tá vivinho da silva, cercado pelo interminável Canavial (fiquei perdido dentro dele duas vezes), pelos fazendeirões com inacreditáveis SUV’ s, pelas monstruosas usinas movidas a uma massa analfabeta, violenta e encharcada de cachaça, vendida em embalagens pet de 2 litros por três reais! Pelo menos isso, né? Ah sim, Iron, não é só pra chocar, é que eu vi: a 200 km de BH, a terceira capital do país, tá assim de propriedades rurais sem energia elétrica. Aí  eu confesso que era burrão mesmo. Nem sabia que ainda existe geladeira movida a querosene funcionando. 

  16. Etanol na Gasolina

    O que precisamos no Brasil é de motores mais eficientes, quanto mais “mexem” na  proporção gasolina/álcool dos combustíveis nossos automóveis consomem mais R$/km rodado. O generalista motor flex “bebe” tão rapidamente a gasolina quanto o álcool.

    Sem falar das “Vilas de Miséria” que se formam no entorno das grandes usinas de álcool & açúcar, essa sim é a herança que vemos,  basta rodar pelo país, atravessar o nordeste brasileiro por exemplo. Em 2014 não é possível acreditar que há algum benefício social advindo de atividades ligadas a grandes latifúndios.

     

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