33 policiais civis investigaram hacker de Marcela Temer

marcela_e_temer.jpg
 
Jornal GGN – O hacker Silvonei José de Jesus Souza, que invadiu e roubou arquivos de um celular da primeira-dama Marcela Temer, foi preso em uma operação que teve escutas telefônicas em tempo real e contou com o envolvimento de 33 policiais civis.
 
O caso ocorreu em abril do ano passado, quando Alexandre de Moraes, indicado por Temer ao Supremo Tribunal Federal (STF), ocupava o cargo de secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo. 
 
Na última sexta (10), o jornal Folha de S. Paulo foi censurado pela Justiça após publicar reportagem com detalhes da tentativa de extorsão do hacker. Em uma das mensagens divulgadas pela matéria e presente nos processos, Silvonei dizia que iria jogar o nome de Temer “na lama”. 

 
Leia mais abaixo sobre o cerco a Silvonei, que mobilizou o mesmo número de policiais que atuaram na apuração da chacina ocorrida em Osasco e Barueri, a maior registrada no Estado.
 
Da Folha
 
Cerco a hacker que ameaçou Marcela envolveu 33 policiais, fuga e grampos
 
A operação para prender o hacker Silvonei José de Jesus Souza, que furtou arquivos de um celular da primeira-dama, Marcela Temer, em abril do ano passado, teve aspectos cinematográficos, com 33 policiais civis envolvidos, entre delegados, investigadores e peritos, e escutas telefônicas em tempo real.
 
Em meados de abril, Souza ameaçou divulgar um áudio de WhatsApp furtado do celular de Marcela caso não recebesse R$ 300 mil. À época, Michel Temer era vice de Dilma Rousseff e o impeachment ainda seria votado na Câmara dos Deputados.
 
A Folha publicou reportagem com detalhes da tentativa de extorsão contra Marcela na sexta-feira (10), mas foi censurada por ordem judicial, a pedido do Planalto, e suprimiu o texto de seu site na manhã de segunda-feira (13). O jornal recorreu.
 
Após a invasão do hacker, o irmão de Marcela, Karlo Augusto, que também havia sido contatado pelo criminoso, registrou queixa na polícia de Paulínia (SP), onde mora.
 
À época, especialistas em segurança apontaram, com a condição de anonimato, que seria atribuição da Polícia Federal investigar crime contra familiares do vice-presidente. Naquele momento, a PF estava subordinada ao ministro José Eduardo Cardozo, do PT.
 
Temer levou o caso ao então secretário de Segurança de São Paulo, Alexandre de Moraes, já que a polícia paulista também teria competência de apurá-lo, com base no local da ocorrência.
 
Sob comando de Moraes, a investigação ficou a cargo da Delegacia Antissequestro do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), unidade especializada que cuida de crimes que envolvem ricos e famosos –como os sequestros de Silvio Santos e do empresário Abilio Diniz.
 
AÇÃO
 
O número de homens mobilizados pela polícia foi semelhante ao que atuou na investigação da maior chacina já registrada no Estado, que deixou 17 mortos em Osasco e Barueri, em agosto de 2015.
 
Em 11 de maio, após cerca de 20 dias de investigação, policiais civis à paisana foram ao prédio de Souza, na zona sul de São Paulo. Viram a caminhonete da família do hacker, uma Santa Fe, sair da garagem. Seguiram-na até uma escola, onde a mulher do suspeito foi buscar os filhos. Souza não estava junto.
 
Uma equipe de PMs que fazia ronda desconfiou dos policiais civis descaracterizados e os abordou na porta da escola. Enquanto os policiais se apresentavam aos PMs, a mulher do hacker telefonou para ele, avisando sobre o cerco.
 
Souza fugiu do apartamento sem ser visto. Na fuga, telefonou para uma série de pessoas, mas seu celular estava sendo rastreado e grampeado. Foi preso ao pedir para um amigo ir buscá-lo.
 
Também ligou para seu advogado, revelando que os HDs que continham os arquivos estavam em cima de seu guarda-roupa. A polícia ouviu a ligação e, com mandado de busca e apreensão, levou todos os equipamentos encontrados na casa.
 
Além de Souza, sua mulher e outras duas pessoas foram detidas e liberadas após a investigação descartar o envolvimento delas no crime.
 
Antes, porém, elas também tiveram todos os seus celulares e computadores apreendidos, para que não restassem eventuais cópias de arquivos furtados do celular clonado. Ao todo, foram apreendidos mais de 20 aparelhos.
 
O paradeiro do áudio é incerto. A Folha perguntou à Secretaria de Segurança Pública e ao Tribunal de Justiça onde está. A secretaria diz que tudo o que era importante para comprovar os crimes foi entregue à Justiça. A Justiça disse que julgou com base nas provas que recebeu. Silvonei foi condenado em outubro a 5 anos e 10 meses de prisão por extorsão e estelionato.
 
PERGUNTAS E RESPOSTAS
 
Onde está o áudio usado na chantagem?
Ele não está entre as 1.109 páginas do processo que condenou Silvonei Souza. Foi ouvido por poucas pessoas ligadas à investigação e não deu entrada no Instituto de Criminalística. Polícia e Justiça não informaram seu paradeiro
 
O processo contra o hacker foi rápido?
Entre o início da investigação (abril) e a sentença (outubro) passaram-se seis meses. Estudo recente do Conselho Nacional de Justiça mostra que o tempo médio para que haja sentença de primeira instância na Justiça paulista, a partir do recebimento da denúncia, é de 4 anos e 6 meses. O tribunal informa, porém, que cada caso é um caso
 
A pena foi muito dura?
Souza pegou 5 anos e 10 meses de prisão. Dois criminalistas consultados disseram que o tempo está na média, considerando que ele era réu primário
 
Que arquivos o hacker furtou?
Todos os arquivos de contas de e-mail e aplicativos (como WhatsApp) que estavam armazenados em nuvem
 
O que o Planalto alegou para censurar a Folha?
Que divulgar dados do celular da primeira-dama viola a intimidade dela, que já foi vítima de um crime
 
(REYNALDO TUROLLO JR., THAIS ARBEX, ROGÉRIO PAGNAN, CAMILA MATTOSO E MARINA DIAS) 
 
0gif-tarja-autores-que-sigo.jpg
Redação

5 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Tutti bonna gente

    Então é esse audio ou audios é ou são os motivos da (s) chantagem (ens), afinal não foi apenas Moraes que foi promovido, tem delegado que também foi apesar de.

  2. 33 policiais, fuga, grampo, censura de jornais, indicação no STF

    Essa foi a clonada de celular que mais “rendeu” na história brasileira.

    O mais engraçado é que no Brasil todo mundo já foi vítima ou conhece um parente que já foi vítima de clonagem de celular, cartão de crédito, etc. Esse é um crime relativamente comum… geralmente o máximo que o cidadão comum consegue é um B.O. feito pela internet. O número de policiais envolvidos é zero, a investigação é nula.

  3. Alteração no texto

    Alteração no texto constitucional:
    SEÇÃO II
    DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

    Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada. ADMITE-SE, EXCEPCIONALMENTE QUE O INDICADO NÃO CUMPRA AS EXIGÊNCIAS ANTERIORES DESDE QUE TENHA PRESTADO ALGUM TIPO DE FAVOR AO PRESIDENTE QUE VAI NOMEÁ-LO, TIPO RECUPERAR O CELULAR DA ESPOSA COM ARQUIVOS COMPROMETEDORES.

    Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. ADMITE-SE UM REGABOFE PRÉVIO EM BARCO SUSPEITO ENTRE ALGUNS SENADORES E O INDICADO. CONQUANTO QUE NÃO TENHA OCORRIDO SURUBA. AÍ SERIA DEMAIS.

     

  4. hehehehe

    “A secretaria diz que tudo o que era importante para comprovar os crimes foi entregue à Justiça. A Justiça disse que julgou com base nas provas que recebeu.” 

    Pelo visto condenaram o sujeito sem que as provas fossem apresentadas à Justiça… Ou elas sumiram depois? hehehehe

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador