3G Capital deve investir em empresa de alimentos e bebidas

Jornal GGN – A empresa de investimentos 3G Capital está captando recursos para investir em mais uma empresa do setor de alimentos e bebidas. De acordo com informações apuradas pela Veja, o fundo terá entre US$ 4 e US$ 5 bilhões. A intenção da empresa é fazer uma grande operação no máximo a cada dois anos.

3G Capital capta US$ 5 bi para sua  próxima aquisição

Por Geraldo Samor

Da Veja

A 3G Capital, empresa de investimentos de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, está conversando com clientes para captar seu próximo fundo, que, como os dois anteriores, investirá em uma empresa do setor de alimentos e bebidas.

A chance de investir no novo fundo está sendo oferecida a gestores das famílias mais ricas do País e às áreas de private banking de grandes bancos de investimento. Duas pessoas contactadas disseram que o fundo será de 4 a 5 bilhões de dólares, e uma fonte disse que a gestora já recebeu 2,5 bilhões de dólares em commitments (promessas de investimento).

Como tem credibilidade e uma história de sucesso junto aos investidores, a 3G é capaz de levantar bilhões de dólares sem dizer aos clientes em qual empresa pretende investir. Mas o início da captação deste novo fundo significa que a 3G já identificou o alvo de sua próxima aquisição, ou pelo menos trabalha com um short list.

Executivos da 3G já disseram publicamente que a ideia da gestora é fazer uma grande operação a cada um ano e meio ou dois anos.

A última compra da 3G foi anunciada em fevereiro de 2013 quando, em parceria com a Berkshire Hathaway de Warren Buffett, pagou 28 bilhões de dólares pela H.J. Heinz Company, a companhia de alimentos dona do ketchup homônimo. (O valor inclui assunção de dívidas da Heinz.)

A transação anterior foi em outubro de 2010, quando a 3G fez uma oferta aos acionistas do Burger King e retirou a empresa da Bolsa, pagando 3,26 bilhões de dólares. Dois anos depois, levou a rede de fast food de volta para o mercado de ações, onde o Burger King agora vale 11,4 bilhões de dólares.

A 3G se define como uma “empresa de investimentos global focada na criação de valor no longo prazo, com ênfase específica na maximização do potencial das marcas e negócios.”

Como o capitalismo global é repleto de empresas donas de grandes marcas, mas nem sempre bem administradas, as especulações sobre possíveis alvos de aquisição da 3G se tornaram um hobby no mercado financeiro. A lista vai desde ‘a mãe de todas as aquisições’ (a Coca-Cola) até empresas menores mas com marcas consagradas, como a fabricante de sucrilhos Kellogg (veja tabela ao lado).

Mas a grande torcida do mercado, ainda que a operação seja a mais delicada de se fazer, é mesmo a aquisição da Coca-Cola.

A aquisição da marca mais conhecida do mundo seria um divisor de águas para a autoestima do capitalismo brasileiro e viria num momento em que a atual gestão da Coca-Cola está sob ataque de um grupo de acionistas, que criticam os baixos retornos da companhia e a gordura em seus custos e despesas.

Alguns gestores acreditam que, ao contrário das operações anteriores, uma ‘compra’ da Coca-Cola não necessariamente envolveria uma oferta por toda a empresa.  Em vez disso, a 3G poderia comprar, no mercado, uma participação significativa na Coca – por exemplo, 10% do capital — em parceria com a Berkshire, que já é dona de 9,7% da empresa. Com isso, a 3G e Buffett poderiam redesenhar o conselho da companhia e nomear executivos da 3G para a diretoria da empresa.

Outros gestores acham que os profundos cortes de custos e a verdadeira ‘revolução cultural’ que a 3G promove em suas investidas só podem ser feitos se a empresa estiver livre da obrigação de responder a acionistas minoritários e reguladores, ou seja, se estiver fora da Bolsa.

O tamanho do fundo que está sendo captado (US$5 bilhões) não informa nada sobre o tamanho da aquisição. Primeiro, porque os sócios da 3G — Lemann, Telles, Sicupira e Alexandre Bhering — podem investir capital próprio lado a lado com o fundo.  Segundo, porque a 3G usa em todas as suas aquisições algum nível de dívida, com maior ou menor agressividade.  Terceiro, porque há a chance (grande) da Berkshire participar do negócio. Buffett já disse que os gestores da 3G são ‘o melhor time de administradores do mundo’ e que está pronto para fazer ‘coisas maiores’ com os brasileiros.

Nos EUA, em investimentos não relacionados com a 3G, Lemann, Telles e Sicupira controlam a Anheuser-Busch InBev e, no Brasil, a Ambev, as Lojas Americanas, a B2W e a São Carlos, uma empresa dona de um portfólio de imóveis comerciais.

Redação

7 Comentários

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  1. 3g capital deve investir emempresas de alimentos e bebidas

    Graças a deus e recusrsos proprios,o maximo que alcanço é um prato com arroz,feijao tomata e um suquinho.nessa toada de gigantescos lucros e qualidade de vida com  zero de caloria,vao convencer minhas netas que coca cola na veia faz bem para a saude e sem dizimo garante a entrada no céu purificadão.

  2. um entreguista esse Lemann

    uniu as duas maiores cervejarias nacionais, Brhama e Antártica, depois vendeu para os belgas e encheu os bolso de dólares, com esse tipo de empresário nacional é que Nassif e Motta Araujo descem o cacete em Dilma dizendo que ela não se comunica com eles..

  3. O “mercado” que endeusou Eiki e depois o demonizou, se encanta

    Quando este grupo começou a investir em empresas, foi com as lojas Americanas. Pegou o grupo em decadência. Faturou muito, matando aos concorrentes e pequenos fornecedores (a mesma estratégia do grupo SS com sua Tamakavi). Os concorrentes não aguentavam com o subpreço que eles praticavam pois os “estrategistas” não desejavam sustentar as empresas, apenas queriam ganhar (como sempre foi) no mercado especulativo. Ao vender, à época de inflação alta e taxas absurdas de remuneração que então imperavam, eles desonestamente vendiam mais barato do que qualquer concorrente pagava, aplicava no mercado de finanças e repunham os estoques. Dizem as boas línguas que naquela época eles tinham um giro de estoque 22X – quando vencia o primeiro boleto, eles já tinham reposto cerca de 22 vezes o estoque daquilo. Como o dinheiro da primeira venda estava sendo restituído pelo povo (via governo/poupança/BC) a altas taxas, pagavam o boleto sorrindo. Só que os fornecedores nao tinham as mesmas “espertezas” e não conseguiam administrar tal volume de produção/vendas e muitos quebravam. Quem se importa? As Americanas foi vendida por uma nota, que já não vale hoje. O fundo cresceu e agora investe em coisas que fazem mal à saúde do povo e às finanças estatais e pessoais: álcool, refrigerante e alimentos que ajudam a adoecer. 

    Riqueza nada abençoada esta. Não os invejo. Tenho pena de seu futuro.

    1. pois é Iara

      e aqui tem gente que tece loas à esse tipo de “empresário”  e dizem que é com eles que o País vai se desenvolver só se for nas contas dos Paraísos Fiscais onde muitos deles mantém bilhões de dólares..

  4. Marcas estão em decadência

    Uma marca que vende só se sustenta com uma propaganda concentrada, como foi o caso da coca-cola, que vende água com açucar a peso de ouro, sem estas campanhas publicitárias que sustentem as vendas a marca perde valor.

    O apogeu das marcas foi na época do domínio absoluto das redes de TV no mercado publicitário.

    A coca-cola até hoje não emplacou nenhuma ação de vulto na Net, nem irá, pois aqui é vulnerável aos insetos dentro de seus vazilhames, ou outro boato do tipo.

    As marcas valem cada vez menos, perderam o efeito “halo” que as distinguiam, refrigerantes surgem aos borbotões nas prateleiras de supermercados.

    O negócio da 3G está ultrapassado, e o tamanho dela inviabiliza esta agilidade e mobilidade que é preciso para vencer hoje no mercado realmente competitivo.

    Não boto um centavo nesta firma.

  5. Este grupos e consequência
    Este grupos e consequência direta do surgimento de fenômenos como Waltmart e Blockbuster.
    A.partir dai viram na prática que monopólios eram possíveis.

    O grupo tenta isso, monopolios!

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