A comodidade de odiar nas redes sociais

Por Rui Daher

Comentário ao post “A morte de Deda e o exercício do ódio

Infelizmente, muitos de minha geração, eu inclusive, não terão oportunidade de conhecer algum estudo sério, com profundidade, e que use o surgimento das redes sociais para reconhecer o verdadeiro caráter do brasileiro. É certo que teses sociológicas e antropológicas, como a do “homem cordial”, de Sérgio Buarque de Hollanda, mas não só, pelas contingências da época já estavam sendo contestadas.Talvez, mesmo a magnífica folclorização de que “mestiço é que é bom”, como escrito por Darcy Ribeiro, tenha que voltar a um “mais ou menos bom”.
 
Não acredito seja plausível, como muitas vezes aparece aqui, colocar a culpa nas folhas e telas cotidianas, o que dirá em uma só publicaçãozinha ou um ou dois articulistas imbecis.
 
Esse é um processo que corre celeremente há, pelo menos, meio século, no Brasil. mesmo em períodos históricos passados, colonização, escravidão, longos períodos de ditadura, o ódio sempre esteve presente entre nós, apenas glamourizado por uma classe média de extração cultural europeia.
 
Lembro-me de um documentário com Chico Buarque, não estou certo se de João Moreira Salles, algo como “O País que perdeu a delicadeza”. Não é assim tão recente, creio que nem existia internet.
 
As redes sociais redefinem um país que odeia com facilidade; que tinha medo de mostrar sua verdadeira natureza; que sempre se mostrou covarde ao lutar ou reivindicar direitos seus ou de injustiçados; elites que sempre acharam naturais diferenças meritocráticas.
 
Cientistas sociais têm um papel importantíssimo para nos ajudarem a saber quem realmente somos. Nunca houve material de pesquisa tão forte para reideologizar o sentido do povo brasileiro.

 

Redação

35 Comentários

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  1. A mídia como mentora e executora do processo
    A mídia entra como verbalizadora, joga palavras mágicas e, assim, com muita maestria, justifica e incentiva a população a promover linchamentos movidos com muito ódio, na época da ditadura era a palavra “terrorista” e agora é “mensaleiro’ mas os personagens são os mesmos: De um lado uma mídia movida inclusive por interesses americanos, um povo sendo levado como gado e, do outro os mesmos presos políticos. O modus operandi da elite tupiniquim para manter seu status quo não muda, ocorre que não costuma ter sucesso com essa tática do ódio e, quando não conseguem, dão o golpe, como fizeram para derrubar Jango, ou induzem o infeliz ao suicídio, como fizeram com Getúlio Vargas. A nossa elite entende e muito do babado, tem know de sobra

    Não satisfeita com condenação e prisão de Genoíno, Dirceu & Cia a mídia corporativa faz bullying que pode levá-los à pena de morte

     

    Bullying é uma situação que se caracteriza por agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva por pessoa ou grupo contra outra pessoa ou grupo.

    Não é o que a imprensa está fazendo com Dirceu, Genoíno & Cia, mas especialmente os dois primeiros?

    Não basta que estejam presos. Eles são humilhados. Doença, menosprezada. Anúncio do emprego de Dirceu, ridicularizado. Direitos, tratados como mordomia. Sofrimento, recebido com alegria, satisfação e zombaria. Isso todos os dias as 24 horas do dia.

    A todo instante a incitação ao linchamento moral, que, no caso da Papuda, pode se transformar em linchamento físico (já se anuncia aqui e ali uma “insatisfação dos demais presos” com supostas “regalias” ao grupo). Parece ser o que desejam. A pena de morte.

     

  2. Serra arquitetou as redes de ódio

    “O País que perdeu a delicadeza”

    Quando ser gentil é tudo na vida, já nos disse o profeta Gentileza, mas essa loucura começou com Serra em 2010, importaram especialista estrangeiros, formaram essas redes de ódio que continuam até hoje

  3. Brasileiro homem cordial!!!!

    Brasileiro homem cordial!!!! Só pode ser piada.

    Em um lugar onde matam até porque alguém  pisou no pé de outro alguém sem querer a cordialidade passa muito longe.

    Enquanto alguns alimentam esta lenda as só coisas continuam piorando.

    1. Vide acima o sentido

      Vide acima o sentido principal de cordialidade… Até hoje há incompreensão do conceito de Sérgio Buarque de Hollanda, porque se pensa que que cordialidade é só afabilidade e “bom coração”. É mau, também.

  4. Rui, a concepção da

    Rui, a concepção da cordialidade brasileira não tem a ver só com gentileza, afabilidade, delicadeza, etc, mas principalmente com o pensar e agir impulsivamente, com o “coração” (cordis, em latim), de acordo com interesses particulares. O maior problema disso é que atinge a esfera pública. A metáfora do coração, que é uma víscera, leva a que seja considerado bom e mau…

    1. Cordialidade

      Até concordo, Jair, mas penso numa coisa mais profunda e que gostaria de ver analisada. A minha impressão é de que houve transformações no capitalismo que pegaram o brasileiro sem estrutura, até mesmo psicológica, para bem entendê-las. Grandes parcelas da população foram juntas numa onda individualista adequada a países altamente desenvolvidos, mas não à fragilidade de nossas instituições democráticas, afinal tão recentes. Veja os índices de criminalidade entre estratos pobres da sociedade. De repente, uma arma de liberação de instintos, como a internet … 

      1. Rui, o homem cordial do

        Rui, o homem cordial do Sérgio Buarque é o que foi descrito pelo Jair.

        Há um grande equívoco sobre a tese de Buarque devido ao sentido comum da expressão ‘cordial’.

        Para Sérgio Buarque, a cordialidade do brasileiro não é sinônimo de bondade ou de polidez. Assim, homem cordial é o qu age pelo impulso do coração, o que poder resultar em bondade ou maldade…

        Quem acreditava que o brasileiro era cordial no sentido de bondoso era o Cassiano Ricardo, que inclusive travou discussão com Sérgio Buarque sobre o assunto.

        Sérgio, criticando a crença de Cassiano na bondade como característica do brasileiro escreve  “Cabe-me dizer-lhe ainda que também não creio muito na tal bondade fundamental dos brasileiros.”

        Na edição comemorativa dos 70 anos da primeira edição  Raízes do Brasil (organizada por Ricardo Benzaquen de Araújo e Lília Moritz Schwarcz) está um interessante (embora equivocado nas conclusões) artigo de Cassiano Ricardo em que discute a questão (‘Variações sobre o homem cordial’, de julho de 1948( e uma breve resposta de Buarque ( “Carta a Cassiano Ricardo’, de setembro de 1948”), textos que fui rever após ler seu comentário e recomendo, pois tem tudo a ver com a discussão iniciada aqui pelo Nassif.

        Cordialmente,

         

  5. Mas isso não é um problema do

    Mas isso não é um problema do Brasil. Ocorre no mundo todo. A internet apenas é mais um veículo em que as pessoas podem expor todos os seus podres com uma sensação (falsa) de proteção sob o “anonimato”.

    A questão aí é mais psicológica do que ideológica ou social.

    1. Não é só no Brasil como
      Não é só no Brasil como tampouco é nada novo. Já nos anos 50, quando Eva Peron agonizava, Buenos Aires amanhecia pichada: “Viva o cancer”.

  6. Eu costumava entrar no

    Eu costumava entrar no facebook, até porque tive grande relação de amigos. Um deles, de bons principios, compartilhou um link desancando o hotel que ofereceu emprego a José Dirceu, recomendando que não se hospedassem lá.

    Em mensagem pessoal, perguntei a quem compartilhou o link: -“Não seria também o caso de negar refeições e, em seguida, o ar necessário aos condenados?”  Como resposta, recebi outra pergunta: – “Essa pergunta foi a mim? Não entendi.”

    Hitler, Pilatos, Caifás, e inumeras outras lideranças da história, não sujaram as mãos com o sangue de inocentes, delegaram essa tarefa a turba. Judeus, ciganos, negros e deficientes, Jesus Cristo, as principais vítimas.

    O perigo das ditaduras não é o ditador; é o guarda da esquina.

    1. Solidariedade e oportunidade

      Caro Francisco, o que o seu interlocutor que criticou o empresário brasiliense, que ofereceu o emprego ao José Dirceu, é que alem da solidariedade dele, para alguem competente como o Dirceu, para o cargo em questão, ele tirou o seu hotel do anonimato, e com uma quantia mensal infinitamente inferior ao que gastaria em publicidade, adquiriu um “share” extraordinário, na mídia e entre o setor turístico, que já começa a sentir o efeito Dirceu, nas consultas e vendas de pacotes que querem hospedar-se no seu hotel, por motivos óbvios.

      Esquecendo-se o imbróglio em que está metido, o Dirceu ainda é uma pessoa influente, e seu nome, abre portas de gabinetes e departamentos federais, para onde acorrem políticos e empresários, em Brasília, e que certamente gostarão de ter a oportunidade de cruzar com o ex-ministro, nos salões deste hotel. 

      E quem ganha com issso ?

      A economia ainda dita as ações, né não ?

  7. Rui

    Para se entender os acontecimentos no Brasil e no mundo, nada melhor do que dar uma passada na filosofia que se distancia do usual, do dito correto, da nossa sociedade, e por isso mesmo, denominada brilhantemente de “sociedade de pensamento único”

    Diz Hermes Trismegisto:

    Lei da Correspondência: “Aquilo que está em cima é como aquilo que está embaixo”Lei da Vibração: “Nada está parado, tudo se move, tudo vibra”.Lei da Polaridade: “Tudo é duplo, tudo tem dois polos, tudo tem o seu oposto. O igual e o desigual são a mesma coisa. Os extremos se tocam. Todas as verdades são meias-verdades. Todos os paradoxos podem ser reconciliados”Lei do Ritmo: “Tudo tem fluxo e refluxo, tudo tem suas marés, tudo sobe e desce, o ritmo é a compensação”.Lei do Gênero: “O Gênero está em tudo: tudo tem seus princípios Masculino e Feminino, o gênero manifesta-se em todos os planos da criação”.Lei de Causa e Efeito: “Toda causa tem seu efeito, todo o efeito tem sua causa, existem muitos planos de causalidade mas nenhum escapa à Lei”.

    Acadêmicos, sacudam a poeira e percebam o que é o mundo e que a internet apenas reflete o que ele é na atualidade.

    Sobre isso, outro brilhante pensador que analisa o mundo pós-moderno, Zygmunt Bauman, o define como “um mundo líquido” e portanto difuso.

    A internet segue esta linha que caracteriza o mundo como difuso e efêmero, portanto individualista, passageiro, e mutante.

    É esse aparente caos (difuso e efêmero), facilmente observado nas relações diárias, que, paradoxalmente, manterá a sociedade em seu sonho por mudanças.

    Esse caos é que leva leitores a concordarem ao mesmo tempo com o que está escrito na Carta Capital e no Instituto Millenium, a depender da “inspiração” do momento.

    A ansiedade da sociedade de consumo que se caracteriza exatamente por tornar qualquer produto efêmero para criar a dependência por produtos ou conceitos novos a cada respiração, leva os leitores a procurar muito mais “slogans” do que a busca por conhecimento.

    O “slogan” de logo estabelece a ligação rápida e prática entre o que busca o internauta para “confirmar” a sua opinião, enquanto a busca de conceitos e fundamentos se torna muito mais enfadonho.

    Os BBB não fazem sucesso apenas nas TVs, aqui pela internet é comum o sucesso de post que favoreçam o julgamento, o linchamento ou o aplauso, a depender daquilo que lhe, simplesmente, agrade ou desagrade.

     

  8. Rui, existem muitos estudos sobre o tema.

    Gilles Lipovetsky: “Deixamos de nos reconhecer na obrigação de viver em nome de qualquer coisa que não nós mesmos.”

    “o individualismo disciplinar e militante, heroico e moralizante” deu lugar ao “individualismo à la carte”, “hedonista e psicológico”, que “faz das realizações íntimas o propósito principal da existência”.

    1. se vc fizer um contraponto

      Assis , se vc fizer um contraponto do livro dele, A Era do Vazio, com A Socidade do Espetáculo de Guy Debord vislumbrará uma luz no fim do túnel da socidedade pós moderna..

  9. Bauman comentando Christopher Lasch

    “Os novos narcisistas”, como Lasch memoravelmente chamou os “homens psicológicos” capazes de perceber, esmiuçar e avaliar a condição do planeta unicamente através do prisma dos problemas pessoais, são “assombrados não pela culpa, mas pela ansiedade”. Ao recordarem suas experiências “interiores”, eles “procuram não fornecer um relato objetivo de um fragmento representativo da realidade, mas seduzir outros” a lhes darem “sua atenção, aplauso ou simpatia”, e assim sustentar seu inseguro senso de eu [self]. A vida pessoal tornou-se parecida com a guerra e tão cheia de estresse quanto o próprio mercado. O coquetel “reduz a sociabilidade ao combate social”.

  10. Zygmunt Bauman

    “Na Idade Média, foi elevada à categoria de principal objetivo e preocupação suprema dos mortais, e empregada para promover os valores espirituais acima dos prazeres da carne – assim como para explicar (e, esperava-se, afastar pela argumentação) a dor e a miséria da breve existência terrena como o prelúdio necessário e, portanto, bem-vindo do interminável êxtase do pós-vida.

    Com o advento da era moderna, retornou com nova roupagem: a da futilidade dos interesses e preocupações individuais, que se provou serem de duração abominavelmente curta, além de efêmeros e inconstantes quando justapostos aos interesses do “todo social” – a nação, o Estado, a causa…”

  11. Zygmunt Bauman

    “a sociedade tardo-moderna decreta a afirmação do indivíduo, mas do indivíduo de jure, não do indivíduo de fato. Sozinho, vulnerável, sem um espaço público a que se referir, sem uma dimensão política que apenas uma ressurreição da “ágora” pode garantir, o indivíduo contemporâneo não se eleva para o papel de cidadão, mas um isolado à mercê das suas escolhas e das suas derrotas, “com os olhos fixos apenas no seu desempenho.”

  12. Milton Santos

    “Fala-se muito em violência da sociedade de nosso tempo, mas esquece-se que as violências que mais percebemos são apenas derivadas. A violência estrutural resulta da presença, em estado puro, da competitividade, da potência e do dinheiro. A essência da perversidade é a competitividade, uma guerra em que tudo vale para conquistar melhores espaços no mercado.”

  13. Enquanto no “plano offline”

    Enquanto no “plano offline” ainda temos, sem entrar no mérito das qualidades e defeitos, a grande imprensa atuando como gatekeeper e o governo/justiça atuando (nem sempre) em casos de abusos e delimitando o que pode ou não pode, na rede, ainda prevalece em muitas áreas uma ausência de parâmetros e de filtros nas relações sociais e na troca de informação, que são bem mais limitadas no plano offline.

    E o problema não reside na Internet em si, o que ocorreu é que as redes sociais e outros espaços “públicos” da rede (portais, blogs, etc), no geral, acabaram com qualquer tipo de mediação ou controle que ainda existe em espaços mais “tradicionais” da internet como fóruns, listas de discussão, IRC, etc.

    Falta moderação tanto de quem “fundou” esses novos territórios no vasto mar digital…como também daqueles que participam desta nova realidade “selvagem”, que ainda está sendo desbravada e construída.

  14. Milton Santos

    “O caldo de cultura que baliza a vida já é violento em si. A globalização exige de todos os atores, de todos os níveis e em todas as circunstâncias, que sejam competitivos. Esse processo exige que empresas, instituições, igrejas sejam competitivas. A competição estimula a violência porque a regra que vigora é a regra do resultado. Não existe ética. Quando, por exemplo, se privilegia, no ensino secundário, a formação técnica, sem nenhum conteúdo humanístico, está se criando mais um caldo de cultura que estimula atitudes violentas.”

  15. Milton Santos

    “Quando se confundem cidadão e consumidor, a educação, a moradia, a saúde, o lazer aparecem como conquistas pessoais e não como direitos sociais. Até mesmo a política passa a ser uma função do consumo. Essa segunda natureza vai tomando lugar sempre maior em cada indivíduo, o lugar do cidadão vai ficando menor, e até mesmo a vontade de se tornar cidadão por inteiro se reduz.”

  16. Rui

    Lendo o seu comentário ao sempre muito bom Jair(que andava sumido) digo que o ponto é o que você tangenciou e que está expresso por cada um dos estudiosos que citei abaixo. O aumento da intolerância e do ódio é mundial, e prenúncio de momento de mudanças. É histórico que quando a corda retesa é porque mudanças estão sendo encaminhadas. No Brasil é mais nítido pelo motivo que por aqui as diferenças entre pessoas são gritantes, portanto falta cidadania que seria o modo de minorar a animosidade. A sociedade consumista e de excelência, do cada um por si, e a falta de cidadania como reflexo de respeito ao próximo em uma sociedade tão desigual é o barril de pólvora que está a se incendiar.

    1. Prezado Assis, muito trabalho

      Prezado Assis, muito trabalho e cansaço das redes… Além do mais, desde a mudança não consegui postar mais vídeos! Mas quando posso sempre leio as coisas daqui!

  17. Olha Rui, acho que a internet

    Olha Rui, acho que a internet apenas tornou mais público o que sempre escutamos no clube, na padaria, no trabalho. Nesse sentido, talvez tenha potenciado o ódio pq daí ele se tornou mercadoria e muita gente ganha dinheiro chutando a lata do lixo ou controlando o chute dos outros . Mas já houve vários períodos da história análogos a partir da invenção de outros meios de comunicação. A popularização dos libelos no século XVIII europeu e XIX por aqui (uns folhetos que lembram, tanto na forma qto no conteúdo, a literatura de cordel ainda via nesse Brasilzão). O diabo é que esses períodos são justamente aqueles que prenunciam grandes mudanças na sociedade. E daí a gente fica pensando se as mudanças são possíveis sem esse período prévio que, é claro, é muito perigoso e sujeito a derrapagens no fascismo e otras cositas más…       

  18. Olha Rui, acho que a internet

    Olha Rui, acho que a internet apenas tornou mais público o que sempre escutamos no clube, na padaria, no trabalho. Nesse sentido, talvez tenha potenciado o ódio pq daí ele se tornou mercadoria e muita gente ganha dinheiro chutando a lata do lixo ou controlando o chute dos outros . Mas já houve vários períodos da história análogos a partir da invenção de outros meios de comunicação. A popularização dos libelos no século XVIII europeu e XIX por aqui (uns folhetos que lembram, tanto na forma qto no conteúdo, a literatura de cordel ainda via nesse Brasilzão). O diabo é que esses períodos são justamente aqueles que prenunciam grandes mudanças na sociedade. E daí a gente fica pensando se as mudanças são possíveis sem esse período prévio que, é claro, é muito perigoso e sujeito a derrapagens no fascismo e otras cositas más…       

    1. Grandes mudanças

      Por aí, Roberto, mais do que criticar o tal ódio, o comportamento imbecil, estou percebendo justamente prenúncio de grandes mudanças na sociedade. O que sugiro é que se dediquem a estudar mais o assunto. Vai que o que vem por aí é muita merda. Abs

      1. Que tem vindo, e cada vez

        Que tem vindo, e cada vez mais, tb não tenho dúvidas. O problema é separar a merda do resto….

        Outra coisa é o mais econmicamente estrutural….o pessoal mais humilde, principalmente via salário-mínimo, tem tido ganhos econômicos desde o Lula. Boa parte do patronato, em especial o financeiro, tb. As classes médias ficaram mais andando de lado. As distâncias para baixo diminuíram e para cima aumentaram. Ainda que não haja perda real de poder aquisitivo, há certamente de status e de segurança econômica. Esperar que esse fenômeno ocorresse sem confusão é pouco razoável. A confusão são os escândalos e acusações de descalabro, bem como o não-reconhecimento dos feitos dos governos petistas. Afinal, para as classes médias, em especial as assalariadas, o que houve mesmo foi desfeito! 

  19. Cultivo do ódio

    O ódio, o rancor, a violência e a truculência, o preconceito e a intolerância são constructos socioculturais. Ninguém nasce odiando.  Mas logo aprende a odiar porque o capitalismo depende deles para respirar e se perpetuar. Um mundo que cultivasse a empatia, a solidariedade e a compaixão seria um mundo cristão. E nós sabemos muito bem que as religiões ditas cristãs não seguem Jesus, seguem Paulo, mais para o Saulo. Como os brasileiros se dizem cristãos se Jesus ensinou a perdoar 70 vezes sete, quer dizer sempre e a mar o próximo como a si mesmo?????Cambada de fariseus hipócritas, muitos que estão nas redes se dizem cristãos e vivem a vomitar ódios e rancores.As razões do ódio estão postas, com mestria,  no excerto que segue.”A guerra é um crime… facilmente, o mais rentável, certamente, o mais cruel … É o único em que os lucros são contados em dólares e as perdas em vidas …. Ela é conduzida para o benefício dos poucos, à custa dos muitos….. eu passei a maior parte do meu tempo como um “ defensor de alta classe” para os Grandes Negócios, para Wall Street e para os banqueiros. Em suma, eu era um gângster, um gangster para o capitalismo. “( Major General Butler)

     

  20. Cultivo do ódio

    O ódio, o rancor, a violência e a truculência, o preconceito e a intolerância são constructos socioculturais. Ninguém nasce odiando.  Mas logo aprende a odiar porque o capitalismo depende deles para respirar e se perpetuar. Um mundo que cultivasse a empatia, a solidariedade e a compaixão seria um mundo cristão. E nós sabemos muito bem que as religiões ditas cristãs não seguem Jesus, seguem Paulo, mais para o Saulo. Como os brasileiros se dizem cristãos se Jesus ensinou a perdoar 70 vezes sete, quer dizer sempre e a mar o próximo como a si mesmo?????Cambada de fariseus hipócritas, muitos que estão nas redes se dizem cristãos e vivem a vomitar ódios e rancores.As razões do ódio estão postas, com mestria,  no excerto que segue.”A guerra é um crime… facilmente, o mais rentável, certamente, o mais cruel … É o único em que os lucros são contados em dólares e as perdas em vidas …. Ela é conduzida para o benefício dos poucos, à custa dos muitos….. eu passei a maior parte do meu tempo como um “ defensor de alta classe” para os Grandes Negócios, para Wall Street e para os banqueiros. Em suma, eu era um gângster, um gangster para o capitalismo. “( Major General Butler)

     

  21. As manifestações contra Deda,

    As manifestações contra Deda, nas redes sociais, demonstram mais um antipetismo colérico do que insensibilidade com a dor do próximo, muito embora uma coisa redunde em outra. Digo isto porque a maioria dos pit bulls que vibraram com a morte dele seriam solidários se fossem conhecidos, ou amigos de parentes, e por aí vai. E isto não é privilégio dos ‘antipetistas’: quando Roberto Civita morreu, vi muitas manifestações neste sentido também em alguns comentaristas da ‘blogosfera progressista’.

    O maior problema das redes sociais é o distanciamento, a desumanização do embate político. Li em algum lugar (acho que aqui mesmo) que o que causa empatia no ser humano é o olho nos olho, o contato humano, a proximidade. Assim, se muita gente pode por e-mail ou post comemorar a morte dolorosa de alguém, como parte de uma batalha política, duvido muito que a maioria delas teria a mesma conduta se estivesse cara a cara com seu adversário abatido.

    Em um ambiente “real”, qual seja uma mesa de bar, um banco acadêmico ou na esquina do ponto de ônibus, o valentão intransigente, o cidadão que ergue o tom de voz e cala os contrários, sempre é malvistos e, não raro, evitado. Já nas redes sociais, a impessoalidade fomenta o surgimento de sectarismos das mais variadas matizes que, quando se encontram, se transformam na mais despudorada baixaria.

    Como este é um fenômeno recente, ainda precisamos caminhar muito até alcançar um grau mínimo de civilidade.

    1. E-mail

      Repare, caro Arthur, na diferença entre uma bronca direta, na cara, de um patrão e chefe bravo, no escritório, em relação a um esporro por e-mail.

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