Andre Motta Araujo
Advogado, foi dirigente do Sindicato Nacional da Indústria Elétrica, presidente da Emplasa-Empresa de Planejamento Urbano do Estado de S. Paulo
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A crise no mercado imobiliário, por André Araújo

A crise no mercado imobiliário, por André Araújo

Há uma crise secular no mercado imobiliário de São Paulo acentuada hoje pelo fim de uma bolha que foi até meados de 2014. O mercado imobiliário paulistano não opera dentro do critério capitalista de valor, o ajuste da oferta e procura é muito lento ou inexistente, afetado por fatores culturais específicos.

Nos Jardins, em São Paulo, há 110 casas à venda, algumas têm placa de VENDE-SE há dez anos. Nas ruas do “luxo” Oscar Freire, Lorena, Haddock Lobo e nas ramificações Padre João Manoel, Bela Cintra, Mello Alves e Consolação existem 63 lojas para alugar.

Na minha rua  há uma casa à venda, antiga, com uma arquitetura banal, provavelmente dos anos 50, morava um amigo que faleceu, placa de vende-se há um ano, imagino que estão pedindo 4 ou 5 milhões, por curiosidade pergunto ao corretor: preço 14 milhões. Não tem a mínima lógica  e não vão vender nem em vinte anos.

Na Haddock Lobo, entre Oscar Freire e Estados Unidos, existem 25 imóveis para alugar, algumas lojas fehadas desde 2011, deteriorando as quadras com sujeira e abandono. Um trio de lojas coladas, uma tem loja de grife, duas estão para alugar há mais de um ano. Uma delas o locatário foi embora porque o negocio não rendia para pagar 100 mil de aluguel, apareceu um interessado, ofereceu 80 mil, nada, o dono do imóvel quer 130 mil, quer dizer há dois anos era impossível ao locador pagar 100 mil, agora ele pede mais e não aluga. Uma simpática doceira ocupava um cantinho, pagava 20 mil com dificuldade, na renovação o dono pede 25 mil, a doceira vai embora, não vale nunca esse preço.

Por todo o bairro do luxo se repete a estória, aluguéis extorsivos que nenhum comércio consegue pagar.

Nosso mercado não é CAPITALISTA, não se rege por oferta e demanda, é ilógico.  Na crise de 2008, os imóveis em Miami perderam 2/3 do valor, uma casa de 1 milhão era oferecida por 350 mil dólares. Lá o ajuste do mercado é IMEDIATO porque há cultura de mercado, é um MERCADO PURO. Aqui fatores emocionais, de orgulho, vaidade, comigo ninguém pode, dominam o mercado, não tem lógica. O IPTU é altíssimo em São Paulo mas o proprietário prefere pagar sem renda do que diminuir 5% no  aluguel pedido. Confesso que não dá para entender, o que passa na cabeça dele?

Quando começaram as grandes incorporações nos Jardins e Itaim, por volta dos anos 60, havia o truque o “vendeu tudo em duas horas” mero jogo publicitário. Pois o truque continua velho como o show do Faustão, ainda aplicam essa lorota. Outro truque, um apartamento na Vieira Souto oferecido por 45 milhões tinha três interessados, essa sai muito em coluna social, do Rio. TUDO MENTIRA. Um apartamento na Vieira ou Delfim costuma levar anos para vender, não existe essa fila na porta, tem gente que adora contar essas vantagens em mesa de bar.

Por uma razão cultural que vem do amor lusitano à propriedade imobiliária, imóveis são totens de prestígio e segurança no Brasil, o mercado puro funciona mal, ainda existe os que falam de boca cheia “não dou meu sítio por menos de 3 milhões”, isso não é mercado, mercado é AQUILO QUE ALGUÉM PAGA PARA UMA VENDA A CURTO PRAZO, se o único interessado que aparece paga 700 mil pelo seu sítio, é isso o que ele vale.

Nas casas dos Jardins há muito valor emocional agregado ao preço pedido, “papai adorava a  casa “, “eu fui  batizado neste casa”, “aqui viveram três gerações dos Moreira”, como a casa tem esse grande valor à história da família, não pode ser vendida a preço de mercado, tem “algo a mais” no valor.

Agora, com o aperto da queda do PIB, das perspectivas ruins para a economia, o mercado implodiu no submercado de apartamentos de classe média, qualquer ignorante via que o número de lançamentos em 2013 e 2014 era excessivo, centenas de prédios ao mesmo tempo, onde está a renda para pagar esses financiamentos? Essa foi uma bolha que estourou, entram os feirões com descontos de 40 e 50%, aí começa a funcionar o MERCADO que se reflete no preço dos terrenos, o que é uma benção para São Paulo, bairros inteiros desfigurados por excesso de prédios como Cambuci, Ipiranga, Aclimação, Vila Leopoldina, Vila Mariana, Moema, Brooklyn, Santo Amaro, grandes manchas verdes de casas vindo abaixo e tornando São Paulo uma ilha de concreto disforme. Felizmente vai haver uma parada.

O mercado imobiliário, especialmente nas vendas individuais, será o ultimo setor da economia a se ajustar ao conceito capitalista de economia. O mercado de automóveis JÁ se ajustou perfeitamente, é oferta e demanda pura no mercado de carros usados, os preços são milimetricamente ajustados e flexíveis dentro da oferta e demanda.

Trata-se de um bem onde não há valores culturais antigos, como nos imóveis, o mercado foi importado dos EUA sem passar por Portugal, o carro vale aquilo que pagam por ele e ninguém papagueia ao contrário, não há nesse mercado o velho refrão de balcão de padaria ” não dou minha casa por menos de um milhão” expressão anedotica que ainda impera no mercado imobiliário paulistano , no Rio era a notinha do Ibrahim, “o playboy Mariozinho Cafajeste falou em vender seu ap da Vieira Souto, meia hora depois tinha fila na porta dele”, essas lendas alegóricas classicas do Rio.

A crise depressiva da economia dá uma ducha de agua fria nas placas de vende-se das orgulhosas mansões dos Jardins, a “casa de papai” vale o que alguém pagar por ela, será o ultimo mercado a entrar na modernidade.

Andre Motta Araujo

Advogado, foi dirigente do Sindicato Nacional da Indústria Elétrica, presidente da Emplasa-Empresa de Planejamento Urbano do Estado de S. Paulo

75 Comentários

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  1. Mas este é um traço

    Mas este é um traço tipicamente brasileiro, não sei a origem disto. Veja o caso das máquinas industriais, são depenadas, estão depreciadas contabilmente, deveriam por exemplo valer 20, como valem nos EUA guardadas as devidas proporções. Mas aqui pedem 200 e querem uma parte por dentro e outra por fora para não pagarem imposto da venda.

    Esta lógica dos aluguéis é realmente maluca, os proprietários preferem deixar anos o imóvel vazio do que alugar pelo valor que seria compatível com a procura.

    Nos imóveis para venda, com metro quadrado fora de parâmetros de bom senso, há mais variáveis a criar dificuldades. O vendedor gostaria de vender por menos, mas se o faz, perde poder de compra para o mesmo bem. Para os incorporadores é salutar que os preços de usados estejam com preços fora da realidade, cria um guarda-chuva para estes lucros gordos.

    Quem então deveria ter interesse em dinamizar os mercados a preço de mercado? imobiliárias. Como, através de sua classe, Se existe uma tabela FIPE para automóveis 10 a 30% acima dos preços de mercado para automóveis, atendendo aos interesses dos governos estaduais, o órgão de classe das imobiliárias deveria criar uma tabela para o corretor fazer avaliações dentro do potencial de mercado.

    A maior dificuldade é o começo em se criar esta tabela, quais critérios usar, mas o tempo a ajustaria cada vez mais ao mercado.

  2. Tem uma diferença
    Tem uma diferença fundamental. Nos EUA quem vendia o apto de 1 milhão por 350 mil era O BANCO.
    Quem é dono, espera momento favorável.

    Agora dizem por aí que o Haddad iniciou um IPTU progressivo. Sem a regulação de imposto, sempre existirá aqueles imóveis vazios.
    Fica à pergunta, mudou mesmo o IPTU?

    1. (De fato, sem desmerecer o

      (De fato, sem desmerecer o otimo item, o Andre fez um erro analitico nisso.  O banco vende por qualquer preco porque voce NAO eh dono de uma casa ate a pagar por completo, portanto o banco a vende duas vezes, pra voce e -quando voce nao puder pagar mais- pra outra pessoa, dessa maneira voce perde todo seu dinheiro enquanto outra pessoa completa o preco inteiro de quando a casa valia o que valia.  Eh uma cachorrada tao grande que teve gente comprando casa de banco por UM dolar so pra passar pros “donos” que a perderam.)

      1. O mercado de Miami NÃO

        O mercado de Miami NÃO consite apenas de bancos vendendo imoveis tomados de ex-donos, isso pode ser 5 ou 10% do mercado mas o resto é de dono vendendo para terceiros, se há financiamento ele está embutido no preço e é transferido

        com o imovel., por exemplo vende-se um imovel por 400 mil dolares com 190 mil de financiamento, vc paga 210 mil para o dono e fica devendo 190 mil para o banco, isso é o grosso do mercado.

        Dizer o contrario é como dizer que todos os carros usados à venda em São Paulo foram tomados por financeiras de seus donos originais. Não é assim, é uma parte do mercado de usados, não é todo o mercado.

  3. Isso é especulação, querem

    Isso é especulação, querem ganhar muito sem ter valor para isso. O que acontece em São Paulo é surreal, perderam a noção da razão.

  4. Isso mesmo

    André, apenas na minha rua há duas casas à venda por preços absolutamente irreais. Uma tem a placa há três e a outra há doze anos (!!). O que justifica uma pessoa a manter um imóvel à venda por mais de uma década sem baixar o preço ?  Coisa de louco…

    1. E o PT …

      Epa! A direita não diz que o PT quer comunizar o Brasil?

      Então?

      Esses especuladores deviam estar mortos de medo.

      É…

      Tudo faz pensar que esse blá-blá-blá de astrólogos da extrema direita só serve mesmo é de cortina de fumaça pra encobrir a incompetência administrativa e os interesses publicamente inconfessáveis dos neocons neoliberais.

  5. Há mais do que elementos culturais

    Em São Paulo não temos nenhum mecanismo tributário que impeça – ou ao menos que dificulte – os abusos da especulação imobiliária. Em outras cidades do mundo é comum que imóveis vagos mais mais de 3 meses paguem muito mais impsotos municipais, como o IPTU. A fiscalização é smples: basta ver o consumo de água e luz para se saber se há pessoas morando ou não em um imóvel.

    Por aqui, justiça seja feita, Gilberto Kassab cogitou cobrar algo parecido, o que seria bom para evitar esses abusos. A ideia não prosperou e não tenho informações de Haddad esteja fazendo algo parecido.

    Creio que a abordagem cultural seja um elemento importante do problema, mas nem de longe o único e o maior deles.

     

    É preciso lembrar que alguém que se disponha a ficar 5 anos sem vender um imóvel não dependa dele para sobreviver. Moro em Pirituba, um bairro de São Paulo de classe média, média baixa. Conheço um único cidadão que possui 200 imóveis no bairro. É óbvio que ele dispõe de condições para que, sozinho, manipule os preços dos aluguéis e de venda dos imóveis no bairro. Dou aula em Higienóplis e sei de casos que algumas pessoas possuem 20 ou 30 imóveis na região, hipervalorizada. A questão é essa: a concentração da propriedade facilita a manutenção artificial dos preços para venda e locação. Quem quiser que consulte um corretor desses prédios em lançamento. Em off, ele confirmará que, a depender do lançamento, há quem adquira 5 ou 10 apartamentos num único conjunto de torres.

    O aspecto cultural desse problema e, mais do que isso, histórico, é o da insegurança social de um país com um sistema relativamente novo de previdência e amparo social. portugueses e espanhois, imigrados em São Paulo, sabiam que precisavam adquirir imóveis para garantir renda para a a velhice. Isso é um aspecto cultural importante que acaba por levar ao problema da posse de imóveis por parte de pessoas que não são, necessariamente, ricas. Para essas pessoas, um imóvel é uma garantia de valor muito confiável, que pode render menos que ações ou títulos financeiros, mas que não está sujeita às osiclações tão grandes. A  cultura inflacionária e o sequestro de ativos financeiros como o que o Collor cometeu, são fatos consideráveis para esse fenômeno.

    Resumindo: sem estabilidade e confiabilidade dos investimentos fincaneiros para pequenos e médios poupadores, sem impostos progressivos que atenuem a capacidade especulativa de grandes jogadores do setor imobilário e, sem uma política municipal que atenda aos anseios da maioria da população, e não de uma minoria de especuladores, os preços para venda e locação conitnuarão abusivos, com crise, sem crise, ou apesar da crise…  

    1. A Prefeitura PODE editar

      A Prefeitura PODE editar legislação para multar imoveis fechados há mais de determinado tempo. Essa legislação existe em Paris e Londres , a razão é que o IMOVEL FECHADO detriora a area, portanto não diz respeito apenas ao dono e sim ao entorno, há um INTERESSE SOCIAL na ocupação do imovel para que se mantenha o EQUILIBRIO URBANO do entorno.

      A Rua Haddock Lobo no quarteirão que vem das Oscar Freire à Rua Estados Unidos tem 25 imoveis fechados, virou uma area DEGRADADA, o imovel fechado não tem guarda, começam a jogar lixo na frente, em um mês parece um deposito de lixo. O antigo cabeleireiro De La Lastra, um predio de dois andares de bom porte na Rua Bela Cintra, um quarteirão de lojas de luxo, está fechado HÁ SEIS ANOS, deteriora toda a area, a frente imunda, suja, a calçada encardida, um nojo.

      Fiz essa sugestão via um Secretario Municipal amigo ao Prefeito Haddad, já tinha preparado um paper sobre isso há muitos anos quendo estava na presidencia da Emplasa. Trata-se de MULTAR por abandono esses predios, multas porgressivas,

      ou aluga ou vende ou tem quem que ter guarda e faxina permanente no imovel, o que indiretamente estimula a venda ou locação.

  6. Andre, estas coisas acontecem
    Andre, estas coisas acontecem no mundo todo. Eu discordo que o iptu em sp seja carissimo, e eh justamente esta uma razao para os imoveis ficarem la vazios.
    O q falta no Brasil sao boas regras, como sempre.
    A logica toda tributaria no Brasil eh completamente irracional e nao estimula a logica de mercado, seja no mercado imobiliario, seja em qq outra area.
    O mercado automobilistico eh mais liquido, por isto se ajusta mais rapido. Mesmo assim os precos sao irracionais, devido a uma logica tributaria arcaiaca de taxar as mercadorias em detrimento das rendas
    Se voce se indigna com o mercado imobiliario de sp, deveria refletir sobre a questao agraria, ainda muito pior, e de novo entra a falta de regras que estimulem a logica capitalista que desenvolva um mercado dinamico.

    1. IPTU

      Droubi,

       

      O IPTU tem que ser mais caro a partir do segundo imóvel. IPTU caro expulsa moradores e reforça a ideia de gueto, o que um governo supostamente de esquerda deveria refutar.

      1. Não é possivel saber se é

        Não é possivel saber se é segundo imoel, o grosso das residencias nos Jardins está em nome de pessoas juridicas, muitas são off shores,  um cara com quareo casas pode ter cada uma em nome de uma sociedade.

  7. Sou gerente de imóveis e

    Sou gerente de imóveis e conheço muito bem a prepotência anarquista dos economistas. A vontade deles é que o mercado financeiro saia fazendo as cagadas da especulação e que elas levem a economia real para o seu despenhadeiro: a economia de mercado.

    Felizmente, o mercado imobiliário luta com os seus próprios valores contra a (per)versão dos preços de ficção!

    Coube ao valoroso indicador “imóvel” mostrar o seu modelo de resistência real aos gerentes de opinião em massa, ou seja, não vale usar a mídia para contaminar o movimento da história com a insensata instabilidade subjetiva.

    É preciso entender que o imóvel não é uma mercadoria reciclável que se transporta de um lado para o outro, ou de risco que se reproduz aos milhões pelo dinheiro. Imovél é um ativo fixo sacrado, em que o homem de bom senso sabe que o limite de valor, como é uma herança de Deus, está firme sobre a terra. 

    1. respostas

      Miguel, você se diz gerente de imóveis, eu não vou duvidar. Mas gostaria que você respondesse as questões levantadas pelo André.

      Qual a lógica de se ficar anunciando um imóvel durante cinco ou dez anos sem vender? Para uma pessoa física que tenha sua renda mensal, tudo bem. Mas para uma imobiliária que  vive de vendas, se não vender, vai viver de que?

      Nos últimos cinco anos eu estava em Brasília, fui para o Rio e a menos de dois anos voltei para Brasília outra vez. E sinceramente, eu comecei a notar que as imobiliárias não estão vendendo nada: estão vivendo de que?

      Quando estava no Rio, mais precisamente em Cabo Frio, em 2011, tinha um apartamento para vender atrás do meu. Fiquei dois anos em Cabo Frio e o apartamento não vendeu. Quando eu estava indo embora de Cabo Frio para Brasília procurei saber sobre esse imóvel. O Cara comprou o apartamento por 120 mil reais em 2009. Em 2011 o pôs para vender por 400 mil reais. Agora me diga qual investimento no mundo em que você aplica 120 mil reais e que em dois anos te remunera 280 mil reais (aproximadamente 234%? É justo isso? É normal? Estamos em 2015 e o referido apartamento continua lá, bravamente a espera de um otário para comprar!

      Voce diz: “Felizmente, o mercado imobiliário luta com os seus próprios valores contra a (per)versão dos preços de ficção!” o caso acima mostra essa luta?

      O que você quis dizer no sua resposta, que no mercado imobiliário tá tudo certo? Se não foi isso eu é que entendi tudo errado

      1. Também já procurei a lógica!

        Já procurei a lógica deste mercado e ainda não encontrei! As pessoas perdem dinheiro com isto tudo mas se alimentam com a fantasia de possuírem algo com um valor maior do que ele vale.

        Há no Brasil a tendência de dizer “este imóvel vale tanto” mas este valor é retirado do nada, é uma fantasia criada na cabeça dos vendedores.

        Observei durante uns dez anos uma casa a venda num loteamento no Serra Gaúcha, o proprietário tirava cerca, dividia o terreno, modificava a casa, mas não baixava o preço de venda. Pagando o condomínio (que não era pouco), o IPTU, as taxas diversas e somado o que ele gastou em reformas e pinturas ele se tivesse vendido por um preço bem abaixo do que ele pedia ele tinha ganho muito, porém ele tinha que mostrar que não estava precisando do dinheiro e que a casa vvalia o seu tanto.

        É um caso mais de psiquiatria do que outra coisa!

    2. Critério de valor

      É preciso entender que o imóvel não é uma mercadoria reciclável que se transporta de um lado para o outro, ou de risco que se reproduz aos milhões pelo dinheiro. Imovél é um ativo fixo sacrado, em que o homem de bom senso sabe que o limite de valor, como é uma herança de Deus, está firme sobre a terra. 

      Pelo que entendi está observando que o valor de um imóvel não se determina pelo seu valor de uso. Mas não ficou claro para mim qual é o outro critério de valor a que se refere (“o homem de bom senso sabe que o limite de valor, como é uma herança de Deus, está firme sobre a terra.”) e se puder discorrer mais, agradeço.

  8. A bolha imobiliária está em

    A bolha imobiliária está em todo o Brasil, e não só em São Paulo. Foi alimentada pela política irresponsável do primeiro governo Dilma, que abaixou os juros baseado apenas no voluntarismo. Agora os juros voltaram a subir, porque as reformas necessárias, apesar de impopulares, não foram feitas. 

    1. o da confraria troll

      O troll no R$ 70.000,00 do bolsa Alkimin, Serra.

      Para este e os outros trolls defensores dos galináceos gordos emplumados tucanos.

      Tá na lista do hsbc? Tá na lista da operação “zelote”? Tá na lista da privataria? Tá na lista do trensalão? Tá na lista do mensalão psdb minas? Tá na lista de Furnas?

      Acho que não, muito bagrinho por lá estar, mas bastante bobo por defender quem nela está.

    2. É tudo culpa da Dilma

      Imóvel à venda há 10 anos, como André Araújo citou – culpa da Dilma, e não importa e ela só está na presidência há pouco mais de 4 anos.

      Falta de chuva na Cantareira – culpa da Dilma.

      Chacina na Pavilhão Nove do corinthians – culpa da Dilma.

      Cruzeiro perdeu o campeonato mineiro – culpa da Dilma.

      Navio afundado no Mediterrâneo – culpa da Dilma.

      Explosão da nave espacial Challenger em 1987 – culpa da Dilma.

      Essa mulher é realmente poderosa…

    3. Aleandro, se juros baixos causassem isto!!!

      Aleandro, esta tua observação, além de demonstrar que estás perdendo a noção do tempo, pois estamos falando de imóveis que esperaram dez anos ou mais para serem vendidos. ela mostra que não sabes nada sobre juros que são cobrados para imóveis.

      Os juros cobrados para imóveis, mesmo na época em que eles estavam mais baixos eram mais altos do que no mercado norte-americano e europeu, mesmo na época em que estes juros estavam mais altos.

      Por favor, não venha aqui com o discurso padrão que podes utilizar no resto da Internet, mesmo o pessoal que orbita por aqui e não é favorável ao governo Dilma sabe da realidade nacional e internacional, visto que o artigo está baseado no comportamento irracional do vendedor de imóveis brasileiro.

    4. Quer dizer que o pessoal dos

      Quer dizer que o pessoal dos Jardins também é usuário do Minha Casa, Minha VIda? Precisam de empréstimo para realizar o sonho da casa própria? Jovem, use seu poder sobre ocontrole remoto; vai lhe fazer bem.

  9. Concordo em parte

    Realmente o mercado imobiliário está estagnado principalmente em SP.

    Trabalho com locação, minha familia aluga quartos, em uma pensão no interior de SP. Muita gente acha que os valores realmente absurdos cobrados dos alugueis, são fruto da pura ganância da elite. Mas sinto em discordar.

    O que realmente acontece, é que há um vácuo na legislação de aluguéis, ou uma legislação, que impede ou dificulta para o dono do imóvel receber ou despejar inquilinos. Mesmo quando a justiça é favorável, é lenta, leva décadas, para se fazer cumprir. Já tive casos de inquilinos que disseram, “só vou sair quando eu quiser, não quando você quiser”, dentro de minha prórpria casa, no meu quintal. Aí o dono do imóvel, pede mais, aluguel maior, ou mais garantias, fiador, aluguel antecipado, etc, para compensar a possível dor de cabeça que vai ter.

    Quando a lei favorece muito um lado, ela acaba prejudicando justamente quem quer ajudar. Aqui no Brasil, a lei favorece sempre o inquilino. então, o locador se sente desistimulado a investir no setor, já que sempre sairá perdendo no caso de disputa judicial. E sobram apenas os locadores mais ferozes no mercado. O valor do aluguel no Brasil, é muito maior do que em outros países, em parte justamente por isto. Por outro lado muitos que poderiam estar construindo para alugar, nem pensam nisto, pois abem que é um negócio arriscado. E não existe lei que obrigue uma pessoa a investir num negócio que ela não vê garantias legais.

    Quanto ao preço de venda dos imoveis na estratosfera, é a mais pura verdade.

    Também tem suas causas. Cada vez que se vende um imóvel se paga 15% de Imposto de Renda, então, o vendedor, já adiciona 15% por antecipação. O próximo vendedor adiciona mais 15%. E daí por diante, numa bola de neve, até os imóveis chegarem nos 14 milhões como citado no artigo, e que provavelmente não encontrarão compradores nunca. E o país parado, com muita gente precisando de imóveis, e na outra ponta outros precisando vender, e o imposto de 15% cumulativo no meio dos dois impedindo.

    A tributação desincentiva quem vai vender, e incentiva quem quer especular. O preço que os imóveis estão hoje, está fora da realidade nacional e até internacional.

    O gande erro, não é o imposto, mas onde ele é cobrado. Se fosse cobrado o mesmo valor, 15% na transmissão de causa mortis, e o Imposto de Renda tivesse isenção, as vendas seriam enormemente alavancadas, e a arrecadação seria a mesma. Importante dizer, que nestes países empresas, que geram empregos não pagam este imposto.

    Nos EUA, Alemanha, Inglaterra, e Japão o imposto transmissão por herança chega a 50%. o dono do imóvel acaba vendendo ele se precisar, pois sabe que lá imóvel é para uso, e não para especulação. Comparando o preço de uma casa de periferia de SP, com um castelo da Europa, a casa de periferia custa mais.

    Legislação inexistente, ou ineficiente, explica muita coisa.

    O que vai acontecer aqui no Brasil, é que os imóveis ficarão parados algumas décadas, até que os herdeiros acabarão cansando de pagar IPTU e venderão quase de graça, e enquanto isto o ,país continua parado e com as vendas imobiliárias paradas.

     

  10. MOOCA

    Aqui na Mooca demoliram tudo que conseguiram , casas, fabricas antigas, e os corretores venderam aptos na planta por 500 mil, como investimento para qdo estiver pronto valer 1 mi  ,teve gente que comprou 4 ,5 unidades , hoje nao coseguem vender nem pelo preço que pagou, culpam Dilma pela crise, mas nao pensem que isso acabou fiquei sabendo que a diretoria do Juventus quer vender o estadio da rua Javari para salvar o clube !!!

  11. Bolha ?

    Seria reflexo de uma bolha ? Acho que não. Aliás, nunca vi uma crise muito grave no setor imobiliário no Brasil, do tipo daquela de 2008 nos Estados Unidos. Mas o mercado deu uma acomodada, depois de um período de crescimento especulativo, embalado pelo crescimento econômico do segundo governo Lula, Copa do Mundo, etc. Mesmo com um mercado mais retraído e tendo de confrontar o real, ainda vemos preços irreais, especilamente nas chamadas “áreas nobres”, aqui no Rio como aí em Sao Paulo e outros locais do Brasil.

  12. A resposta é simples :

    A resposta é simples : Imposto.

    Haddad implantou o IPTU progressivo pela loclização do imóvel quando na verdade a progressão tem que ser pelo CPF ou pelo CNPJ, já que a “casa que o papai adorava”, hoje pertence a empresa familiar criada para esse fim, onde o IPTU é custo e se a “casa que o papai adorava” não etiver alugada, ela vira prejuízo.

    IPTU progressivo para o terceiro, quarto, quinto, …, enésimo imóvel, até ficar tão caro que a locação se tornará inviável.

    Sempre lembrando o absurdo do locatário aceitar pagar o imposto sobre a propriedade do locador. Ora, se a propriedade é dele e o imposto é sobre a propriedade, ele que pague.

      1. Nada

        Isso aí já foi derrubado pela Emenda 29.

        Além disso, o Estatuto das Cidades (  Lei 10257/01 ) no seu Artigo segundo, Inciso VI, Alínea e, confere ao poder municipal não só o direto, mas a OBRIGAÇÂO de combater a retenção de imóveis que resultem em não utilização ou sub-utilização.

        Portanto, é só falta de vontade política para por a coisa para funcionar.

      2. Nem precisa IMPOSTO

        Nem precisa IMPOSTO PROGRESSIVO, o normal já é altissimo, uma casa nos Jardins paga  de 5 a 6.000 Reais por mês

        de IPTU.

        1. Depende

          Se fora o único imóvel e de moradia, está caríssimo.

          Se for o terceiro, quarto, quinto imóvel e estiver servindo a especulação imobiliária, até ue está barato.

  13. O que tem de irracional, de

    O que tem de irracional, de ilógico, de absurdo nessas histórias brasileiras é o dono ter cacife para bancar um imóvel fechado por dois, três, doze anos! De onde ele tirou, tira tanta grana, heim? Aqui em BH a “crise” é a mesma. Mas preço baixar…kkkkkk. E discordo da indústria automobilística ser diferente. É a mesma sacanagem com o país. Vendas lá embaixo, preços cada vez mais altos. Fazem tudo: demitem, pedem favores ao governo, pioram os carros, pedem mais favores ao governo, fecham fábricas e pedem mais um favorzinho. Mas baixar preço…kkkk

  14. O mercado imobiliário está

    O mercado imobiliário está surreal em todo o Brasil, não apenas em SP, caro André.

    Em Brasília, por exemplo, os apartamentos das quadras 400 (três andares, sem elevador, sem porteiro, sem garagem), em 2005 custavam cerca de R$ 80 mil. Em 2009, já valiam R$ 450 mil. Hoje, há quem anuncie por R$ 600 mil. Prédios velhos, da década de 60.

    E assim se repete por todo o país. Fatores que influenciaram essa alta absurda: expansão do crédito, minha casa minha vida, afluxo de especuladores no mercado imobiliário e falta de cultura do brasileiro (de todas as classes), que aceita pagar absurdos por bens que claramente não valem o pedido.

    1. Expansão do crédito – possibilitou o aumento da demanda. Hoje a CEF financia a quase totalidade do crédito imobiliário residencial. Houve uma “flexibilização” nos critérios de concessão, a mando do governo. Pessoas com emprego precário e autônomos sem muita comprovação de renda tiveram crédito aprovado sem problemas nos últimos anos. PROBLEMA: desemprego começa a subir, PIB deve cair esse ano e já houve duas elevações das taxas de juros recentemente. Ou seja – cenário propício para aumento da inadimplencia. 

    2. MCMV – apesar das óbvias boas intenções (reduzir o déficit de moradias), o MCMV acabou foi auxiliando para inflacionar o mercado. O valor de imóveis do programa chega a até R$ 190 mil, com o governo pagando boa parte desse valor. Ora, há até poucos anos atrás compravam-se bons apartamentos em bairros como Pinheiros, Saúde etc por R$ 250, 300 mil. 

    As constutoras passaram a erguer verdadeiros “pombais” e a negociar pelos R$ 190 mil. Com isso, associado ao aumento da demanda (item anterior) os demais imóveis tiveram um reajuste natural, e o que antes custava R$ 300 mil saltou para R$ 700, 800 mil. Lançamentos (e mesmo usados) de 100m2 passaram a custar mas de R$ 1 milhão. Quantos podem comprar imóveis (de classe média) por esse preço?

    3. Afluxo de especuladores – esses passaram a comprar imóveis “na planta”, para repassar adiante no momento da entrega das chaves, embolsando a valorização no período. Muitas pessoas (até mesmo corretores imobiliários) “compravam” 3, 4, 5 imóveis de uma vez, pagando as baixas parcelas à construtora durante a obra, mas sem ter a real capacidade financeira de quitar o imóvel, o intuito era revender mais à frente. Isso gerou uma FALSA DEMANDA, o que também contribuiu para elevar os preços dos imóveis. Durante certo tempo deu certo, mas essa bolha já estourou, e muita gente já perdeu dinheiro (caso do bairro Noroeste, em Brasília – teve gente perdendo 300, 400 mil por imóvel)

    4. Falta de cutura do brasileiro (de todas as classes) – aqui me refiro à falta de educação financeira e a vontade de ostentar. Nem adianta se estender muito, o brasileiro acredita em propaganda, vai com o cardume e paga o que o “mercado” diz que vale (“mercado” esse que, no setor imobiliário, é formado por corretores que querem é arrancar dinheiro de tonto). O que dizer de pessoas que acreditam em propaganda da Hyundai-CAOA e pagam 100 mil em um IX-35, que nos EUA custa US$ 17 mil e não vem sequer com computador de bordo? Ou R$ 90 mil no Elantra, que até outro dia vinha com freio a tambor na traseira? Desde a época do dólar a R$ 2,20 esses carros já custavam essa fortuna em reais, então imaginem a margem de lucro da Hyundai-CAOA. Assim como o brasileiro acredita que essa porcarias de carro “valem” isso, também se acredita que imóveis de 60m2 “valem” 800, 900 mil reais.

    Enfim, o mercado imobiliário pratica preços surreais, e o ajuste será doloroso.

     

    1. Corretíssimo

      Isso está acontecendo em todo o Brasil. Um detalhe, a ausência de planejamento urbano na maioria das cidades está favelizando os bairros, tudo em função do lucro (terreno que era para uma casa hoje tem três). Culpa do governo do PT, que soltou crédito sem obrigação nenhuma por parte dos municípios, construtoras, etc. Cada loteamento que faz inveja a países africanos e mais pobres do mundo.

      Classe média cada vez mais se verticalizando, em selvas de pedras que mais parecem infernos. O rumo das nossas cidades não é nada agradável e decente. Um sobrevoo por cidades americanas (sobrevoei  Atlanta recentemente, que inveja) ou de outros países ricos do mundo (Alemanha, Inglaterra, até África do Sul) mostra  bairros muito melhores que os nossos, com pessoas morando em casas, não “apertamentos”, casas com jardins, área de lazer privativa etc., coisa que aqui no Brasil está cada vez mais reservado a ricos. 

  15. Não é por amor ao imóvel. Não

    Não é por amor ao imóvel. Não é pelo zelo às memórias afetivas que não vende. É avareza mesmo. Na verdade as “forças do livre mercado” atuam sim, mas para demonstrar que a natureza hereditária da concentração de renda amarra a renovação urbana e social. É o nosso capitalismo atrasado, hegemônico e aristocrático. Não importa desenvolver e ampliar o mercado, o importante é entesourar. Infelizmente a decadência deste modelo é lenta neste país que nega a famigerada luta de classes. 

     

  16. Não é tão simples assim

    Em primeiro lugar é preciso considerar se a mentalidade dos ricos brasileiros é igual à mentalidade dos ricos de lá. Aposto que não.

    No caso daqui, grande parte dos proprietários destes imóveis encalhados não precisa do dinheiro. Não irá investir o dinheiro em produção de bens ou serviços. Se vender o imóvel vai torrar o dinheiro para sustentar o padrão de vida cada vez mais alto que acha justo ter. E se vender no preço que realmente vale vai se sentir diminuído perante os colegas da elite.

    No caso dos imóveis comerciais, não é incomum os proprietários terem vários imóveis. Neste caso, podem se dar ao luxo de manter alguns fechados enquanto não aparece algum idiota que pague o que o proprietário acha que vale.

    No casao das cidades médias uma grande parte dos imóveis comerciais está concentrada nas mãos de alguns poucos proprietários. Eles são o mercado. Conheço algumas lojas que são um túmulo de empreendedores incautos. Nenhum sobrevive mais de um ano porque o negócio não se sustenta com alguel tão alto. Em São Paulo não seria assim também? Quantos Arefs existem por aí multiplicando imóveis no patrimônio pessoal?

    É bom também não esquecer dos corretores que são remunerados com um percentual dos negócios. Conheço uma senhora que é proprietária de vários imóveis comerciais e ficou com 3 deles fechado por quase 3 anos, mas não aceitava diminuir o valor de aluguel porque o corretor não deixava. Recebeu várias propostas 20 a 30% abaixo do que o corretor pedia, mas não aceitava. E não adiantava mostrar pra ela os números (número de meses com receita nula e despesas mensais x número de meses com receita de 80% da desejada). Mas pra ela não fazia diferença, aquela receita perdida realmente não fazia falta.

    1. Concordo, Rabuja

      O mercado imobiliário parece sui generis. Não tem nada de mercado perfeito (doce e vã ilusão liberal). O que ainda parece ordenar em larga medida a lógica desse mercado é o patrimonialismo senhorial, o privilégio nobiliárquico. E isso não será “curado” com “mais mercado”, como quer se iludir o André Araújo.

      O mercado imobiliário de Paris, por exemplo, é um dos fenômenos mais resistentes a qualquer racionalidade oferta-demanda. Cerca de 20% dos imóveis de Paris ficam permanentemente desocupados. O preço do resto é exorbitante (para padrões franceses), e define tudo o mais no que respeita a custos urbanos: o preço do café no bar da esquina é composto majoritariamente pelo valor hipotético do aluguel da mesa em que se senta. Os parisienses sabem disso, pedem um cafezinho e lêem o jornal inteiro na mesa, sem serem perguntados pelo garçom se querem “mais alguma coisa”. O que eles querem é estar ali, sentados, lendo o jornal e olhando para a rua; o café é só um pretexto.

      Tentou-se defender lá (como também vem-se cogitando na Espanha) uma tributação progressiva para imóveis vazios, mas ela não poderia ser implementada exatamente porque não há como definir, em termos de positividade jurídica, um “imóvel vazio”. Não é meramente uma questão de especulação, é uma questão de fazer valer um privilégio sobre um bem de raiz cujo acesso a ele é definido por marcas de origem. O valor não incide sobre a mercadologia desse bem, mas sobre as marcas de origem.

      O que, no fim das contas, parisienses e turistas pagam nos preços exorbitantes da exclusivíssima Cidade Luz são os privilégios da velha casta dos proprietários.

  17. No mercado de carros acontece

    No mercado de carros acontece o seguinte: vc vai comprar um carro, se estiver “inteiro” pedem o valor acima da tabela, se estiver “detonado” pedem o valor da tabela, foi o que perguntei uma vez para um vendedor, se a tabela era para carros pela metade já que um carro bom sempre pediam acima.

  18. O ajuste era pela inflação.

    Caro André.

    O problema não é IPTU progressivo ou regressivo, pois este tipo de comportamento é disseminado por todo o Brasil onde existe e não existe IPTU progressivo ou não, o que há é uma verdadeira ignorância dos vendedores que esqueceram somente parte do passado.

    Antes do plano Real a venda de imóveis era regida pelo ajuste de preços pela inflação, o proprietário a partir de algo que não existe, o valor de um imóvel que não se vende arbitrado por um corretor, colocava um determinado preço. Vinte milhões de alguma coisa (cruzeiros, cruzeiros novos, cruzados,….) este valor estava muito acima do valor que as pessoas estavam dispostas a comprar, aí o imóvel ficava a venda sem compradores, no mês seguinte com uma inflação de 20% ao mês, o proprietário corrigia em 20% ficando 24 milhões, ele ia corrigindo até que um ano após algum corretor convencia o proprietário a não corrigir o preço, isto colocava uma nova base, vamos dizer um valor equivalente a 16 milhões ao preço inicial.

    Este processo continuava até um momento que já perdendo totalmente a noção do preço que tinha colocado da primeira vez, e aceitando termos de negociação em que o comprador pagava em duas ou três parcelas com correção parcial, o vendedor vendia o seu imóvel por um valor real de 10 milhões, ou seja, a metade do que ele estava pedindo no início. Porém em termos nominais ele vendia por algo como 120 milhões e achava que tinha feito um ótimo negócio.

    Os vendedores não se deram conta que com uma inflação baixa se colocarem o imóvel citado por 20 milhões e não corrigirem o preço, vão levar dez anos até que a inflação corroa o valor, porém esquecem que perderão todo o valor que gastaram ao longo do tempo em impostos, manutenção, contas de luz, água etc. mas ficarão felizes porque venderam pelos vinte milhões pedidos!

    Em resumo, quem ditava o preço era a inflação.

  19. A crise do mercado imobiliario

    Fui gerente de imoveis usados ai nos jardins, e via muito dono de imovel pedindo muito acima do que valia, tanto pra vender como para alugar. O corretor deve orientar seus clientes para a realidade do mercado a maioria não aceita isso, tem cliente que quer vender e por uma questão de ego ou sei la o que não quer que as pessoas saibam ele acha que vão pensar que esta falido, esta é a mentalidade deste pessoal por isso muitos imoveis não tem placa de vende-se e aceitam propostas tem aquele tom do dono, por menos de 10 milhões nem me traga a proposta dai o imovel fica anos parado e perdendo dinheiro ate que um maluco compre. E pior de vez em quando aparece uns malucos assim.

  20. “comunista AA”  – by realismo Caravaggio –

    “comunista AA”  – by realismo Caravaggio – toca fundo o dedo na ferida gangrenada

    da miséria da política econômica e do ideário religioso-cartorial reinante no país:

    a vigente vil herança da elite colonial patrimonialista rentista anticapitalista.

    nas entrelinhas subliminares deste libelo, prega tonitruante surdamente

    uma reforma agrária liberal, moderna, social no território brasileiro,

    uma reforma imobiliária urbana de liquidez do ativo no mercado.

    prega a vigência das leis de mercado capitalista adam smith.

    AA quer inserção do país no bom capitalismo liberal real.

    AA comunga o comunismo do bem estar de mercado. 

     

     

     

  21. André os donos destes imovéis

    André os donos destes imovéis não vendem porque não precisam vender.

    Mercado existe quando alguém necessita vender ou comprar algo.

    1. A cois não é tão RACIONAL

      A cois não é tão RACIONAL assim, muitos querem vender mas fazem conta de mais no dinheiro que vem e ficam nessa empatação porque se venderem barato vão aparecer N amigos que dirão, vc jogou fora, v é trouxa, tenho um amigo que pagaria mais, se vc esperasse mais um pouco podia conseguir o dobro, conheço esse mundo como a palma da mão.

      “”Tenho um amigo que te pagaria muito mais”” é uma das preferidas, esse amigo ou não existe ou se existe vai querer aproveitar da amizade para comprar uma pechincha. É por causa desses blas blas que a casa leva dez anos para vender.

  22. A crise do mercado imobiliário

     

    Na verdade, o autor do texto, apesar de certa razão em sua lógica de raciocínio, equivoca-se conceitualmente ao confundir um mero movimento especulativo, com uma inexistente bolha imobiliária. As bolhas imobiliárias, como aquela, famosa, que se abateu sobre o mercado norte-americano, são  determinadas por fatores como a relação crédito/PIB, além de um total descolamento dos preços praticados em relação ao valor real do bem, porém, isso não significa afirmar, como fez o autor, que exista um MERCADO PURO, que regule os preços a oferta e a demanda.

    Os problemas existentes no mercado imobiliário brasileiro, estão ligados a fatores especulativos, que  estão relacionados com a própria dinâmica do mercado, determinada pelo crescimento acelerado da economia, num período próximo passado, abundância de crédito , aumento da renda, enorme deficit habitacional, aumento do custo das áreas para construção, que também sofreram influência do MCMV e a pressão de demanda geral. Numa economia onde a relação credito /PIB, geral, não chega a 60%, e a relação crédito/PIB, IMOBILIÁRIO, NÃO CHEGA A 6%, não podemos falar em BOLHA IMOBILIÁRIA.

      

  23. O que todo mundo fala sobre

    O que todo mundo fala sobre teoria econômica é bla bla bla.

    O mercado de imóveis tem a lógica própria dos imóveis entre si. Ou seja: O proprietário coloca o seu imóvel para vender, mas, antes de fazer a intermediação, pesquisa o que se vende no mesmo seguimento, e se certifica de quanto precisa conseguir na mão para que, ao mesmo trempo, ele realize a sua compra da nova moradia; como uma operação casada, sem perder dinheiro. 

    Neste caso os vendedores podem até perder dinheiro, desde que o prejuízo seja empurrado para os que confiam nos preços de mercado.

    A questão da prática com o aluguel, como é um empréstimo, é tão instável como as crises do dinheiro. 

    1. Estou falando de uma

      Estou falando de uma determina area que só tem casas, os Jardins em São Paulo, moro na area há 50 anos econheço a estoria de muitas casas. O grosso dos imoveis à venda é de HERDEIROS, os velhos morreram ou mudaram para apartamento, então sobrou aquela casa que guarda a vida da familia, quanto vendem a casa consideram subconscientemente que estão transferindo parte da historia da familia para o novo comprador, então isso tem um valor imenso. Essa é diferença dos EUA, lá ninguem tem apego a nada, tudo é bem comerciavel, uma casa é quase um objeto,

      se constroe em 4 meses, tudo vem semi pronto e se encaixa, não há aquela sensação de “tijolo a tijolo” que aqui faz uma construção levar dois anos ou mais.

      Quando são herdeiros que vendem nem todos se dão bem entre si, o dinheiro vai ser dividido, ai tem a Tininha que precisa de 1 milhão para comprar seu apartamento de solteira, o Marquito vai casar precisa de 1 milhão para o ap e mais 500 mil para a festa de 200 mil para a lua de mel, a Vivi já é casada, o marido gasta muito então ela precisa  só para ela 1 milhão e 800 mil,, vai somando e chega a 11 milhões mas a casa vale 7 milhões, na duvida anunciam por 12 milhões e fica nessa empatação por 5 anos.

       

  24. Puro cartório

    Esta situação é mais um indicativo da ausência de capitalismo no Brasil. É puro cartório. Uma empresa pode fazer burradas de toda espécie, mas quando vai querbrar (merecidamente), aí esquecem toda a cantilena do mercadismo e correm para o colo do contribuinte, via BNDES e outros meios. Quando a Sadia quebrou especulando com derivativos em dólar, achei que as empresas brasileiras iriam se precaver um pouco mais dali em diante. Que nada. Estão endividadas em dólar até a cabeça novamente.

  25. California

    Mercado bom mesmo é aqui no vale do silício: muita procura e nenhuma oferta. Apertamento de 1 quarto em Santa Clara por US$ 2.500/mês  (R$ 7.500,00 !!!). Vem pra cá, pra ver o que é bom pra tosse.

    1. Olá Paulo Coelho,
      Você leu o

      Olá Paulo Coelho,

      Você leu o texto? Você apenas aprendeu a juntar letras ou é capaz de entender uma frase? 

      O que você está relatando apenas confirma o texto do André, ou seja, o preço é determinado pela oferta e procura. Se não tem oferta e existe muita procura, logo, o preço será bem alto, então a situação em Santa Clara faz todo o sentido e é compátivel com a ideia capitalista.

      Em São Paulo ocorre o contrário, tem muita oferta e pouca procura, então, o preço deveria ser lá embaixo, porém, por questões culturais a leis da economia não funcionam aqui e o preço é equivalente a situação descrita por você e, totalmente, contrário a qualquer lógica de mercado.

       

       

       

    2. Aqui no Kentucky, está mais

      Aqui no Kentucky, está mais ‘em conta’….. tem umas casinhas de madeira no meio do nada… baratinho, baratinho

    3. Amigo se você estiver ai

      Amigo se você estiver ai fazendo um full time passando cera no floor do marshalls trabalhando 40 horas p semana e mais uma dishinha leve c 20 hra p semana tu ganha 4200 dolares p mes imagina se for qualiificado??!! aposto que é bem mais facil pagar 2500 dolares ai doque 2500 reais aqui!!

  26. Fico furioso de ver alguém

    Fico furioso de ver alguém valorizar o capitalismo (mercadista), depreciar as instituições brasileiras e os empresários que trabalham.

    Fazer a relação do capitalismo com o povo, empresários e Estado, é como procurar a inspiração do Lobo Mal com os 3 Porquinhos…

    Minha vontade é a de matar o Lobo Mau para gerar alguma realidade.

  27. Em Dubai existem mansões novinhas pela metade do preço.

    E essas casas citadas pelo Andre,só se aproveita o terreno a construção,já era.

  28. E tem gente que acha que a

    E tem gente que acha que a culpa é da Dilma, claro. Parece piada, mas tentam vender a preços exorbitantes em BH uns monstrengos imobiliários, desses bem horrorosos, construídos recentemente, no meio de nada. E o motivo, como mostra o anúncio desse engraçadinho, é Dilma… 

     

  29. André, o mercado imobiliário

    André, o mercado imobiliário de São Paulo é mesmo surreal. Na Rua Augusta – sentido Jardins, também começam aumentar o número de imóveis vazios. Um conhecido fechou sua loja e agora trabalho só no site. Outros imóveis comerciais do entorno também passam pela mesma situação.

    Outro ponto é número – exagerado pelo menos na minha perspectiva – dos lançamentos voltados para a classe média. Me pegunto sempre, existem tantos compradores para imóveis de 200, 300 mil e daí para cima? Alguém notou que esses prédios à noite sempre tem a maioria dos apartamentos com luzes apagadas, indicando que estão vazios? O mesmo pode-se dizer sobre os condomínios horizontais que se multiplicam pela Zona Leste de São Paulo, existe um número absurdo de lançamentos.

    1. Me diz onde que vou correndo.

      Imóveis para classe média 200, 300 mil? Zero bala? Vá la que exista, mas deve ser pertino de onde? Aqui em BH 200 pratas só MCMV.

  30. Para ver como fatores

    Para ver como fatores CULTURAIS são básicos para entender um mercado imobiliario. São Paulo não tem mercado e portanto não tem arquitetos especializados em RETROFIT, seria um grande negocio e de alto interesse publico.

    Buenos Aires, ao contrario, tem grande especialização em retrofit, os argentinos são excelentes engenehrios e arquitetos dessa modalidade de industria imobiliaria, o magnifico projeto de Puerto Madero é a prova disso, docas centenarias transformadas em elegantes escritorios, com os mesmos tijolos e fachada original.

    RETROFIT é o reaproveitamento de prédios antigos, com uma reforma do miolo interno, mantendo as caracteristicas basicas externas. O mercado de compradores provavelmente não existe ou é muito pequeno em São Paulo, os paulistanos preferem DERRUBAR tudo e fazer um predio novo. Nos Jardins foram derubadas nos ultimos 8 anos, 200 DUZENTAS CASAS, a maioria de época, a rigor não poderia nenhuma ser derrubada porque o bairro é tombado mas o Conselho municipal que cuida disso fecha os olhos. No lugar de uma csa de estilo de época se faz SEMPRE o famoso caixotão de concreto com cara de bingo, churascaria ou pior, um pastiche misturando estilos, coisas pavorosas. Na rua Honduras há uma casa nova com fachada estilo pseudo greco-romano, o telhado provençal francês, as colunas frontais são georgianas, uma coisa horrorosa, não sei como algum profissional assinou esse monstrengo.

    Todas as casas derrubadas se transformam em caixotões com garagem subterranea, nesse estilo mixto alphaville-barra da tijuca, o chamado modelito “novo rico casado com perua”, todas as casas iguaizinhas, do mesmo arquiteto, ele já tem tudo pronto , é só dizer o numero de quartos e area do terreno e ele já puxa do computador.

    O RETROFIT em São Paulo contaria com no minimo 2.000 predios de apartamentos e escritorios dos anos 50 e 60 viaveis para retrofitagem, muito bem localizados, especialmente em Higienopolis, Jardins, Paraiso, Santa Cecilia, Aclimação, os de escritorio na região da Paulista e no centro chamado novo, em torno do Teatro Municipal e Pça da Republica.

    Nas transversais e paralelas da Paulista há tambem muitos otimos predios de apartamentos bons para retrofit. A Prefeitura de São Paulo deveria dar incentivos fiscais na forma de desconto do IPTU para predios retrofitados bem como criar um CONCURSO INTERNACIONAL DE ARQUITETOS para esses projetos, para criar um clima em torno da ideia. O retrofit cria valor imobiliario, cria valor cultural, renova a cidade, aproveita CAPITAL JA AMORTIZADO porque o retrofit não significa a construção do predio todo, aproveita-se os alicerces, as paredes externas, o que é muito mais economico do que fazer um predio do zero.

    Os bairros de Martinez e Olivos, a Recoleta  Palermo, Palermo Chico e o Barrio Norte em Buenos Aires tem muitos predios retrofitados, eles sabem fazer, parece uma especialidade. Aqui teriamos materia prima mas falta o mercado,  que precisa ser criado pelo marketing da ideia, está crescendo lentamente a aceitação, apreciar um predio de época exige cultura, é o que falta no comprador paulistano mas isso pode ser trabalhado, afinal é uma onda chiquerrima, charmosa, Paris e Londres e especialmente Nova York há muito tempo cultuam o retrofit, são os apartamentos mais caros de Nova York.

     

    1. Caríssimo André

      Certeza absoluta que sabes mais que eu. Salvo engano, no primeiro mundo, e mesmo em Bs As, os escritórios de arquitetura pegam o projeto de cabo a rabo. Ninguém em de sair atrás de projeto elétrico e/ou hidráulico ou seja lá qual for. Certa vez aluno meu me contou rido o caos que estava sendo a construção de um shoping aqui em BH pois não coube a uma única empresa os projetos de ar condicionado, elétrico, hidráulico etc. Foi gambiara a obra toda.

      1. Pelo que sei o Porto

        Pelo que sei o Porto Maravilha vai aproveitar a area do antigo porto mas eu não sei se vão aparoveitar os predios antigos,

        não me parece ser o caso. O Porto Madero aproveitou os armazens das centenarias docas, o que deu um toque de extraordinaria beleza ao conjunto. Para trás desses armazens foram construidos os predios novos, hoteis, etc.

  31. A rigidez de preços ocorre tanto aqui como nos Estados Unidos

     

    André Araujo,

    Queria fazer uma crítica a este seu post, mas me sinto como o coroinha ensinando o padre nosso a vigário, pois você sabe muito mais sobre São Paulo do que a mim e sabe muito mais sobre os Estados Unidos do que a mim. A crítica que pretendo fazer não é propriamente ao post que me pareceu bem construído e ilustrativo da realidade do mercado imobiliário de modo geral e de modo particular em São Paulo. Minha crítica é mais na direção de você apegar a especificidades para apresentar distinções genéricas entre Brasil e Estados Unidos, distinções que ao meu ver não ocorrem.

    Assim, sem desmerecer a oportunidade do seu artigo que resultou neste post “A crise no mercado imobiliário, por André Araújo” de terça-feira, 21/04/2015 às 09:34, aqui no blog de Luis Nassif e concordando com os que destacaram a questão específica das diferenças nas formas de financiamento dos imóveis no Brasil e nos Estados Unidos que criam diferenças genéricas, eu gostaria de apontar três pontos que seriam de interesse serem abordados em um post como o seu.

    Um é a questão do efetivo momento da bolha na economia brasileira, outro é a questão do efeito da reversão das expectativas sobre a economia brasileira verificada no terceiro trimestre de 2013 e o terceiro ponto e que é o mais importante é o que nos Estados Unidos chama-se “Sticky-prices” e que se refere a rigidez dos preços diante da curva de oferta e procura.

    Os dois primeiros pontos não possuem a relevância para serem destacados e eu fiz referência apenas para indicar que de algum modo houve um momento de bolha na economia brasileira, mas que essa bolha foi habilidosamente estancada desde o governo de Lula e depois em todo o primeiro governo da presidenta Dilma Rousseff.

    De acordo com o Banco Central do Brasil a bolha no mercado imobiliário brasileiro adquiriu contornos mais perigosos em 2009, mas foi desde então paulatinamente combatida. A matéria “Banco Central nega qualquer sinal de bolha imobiliária no Brasil” com o subtítulo “Estudo mostra que, mesmo se preço dos imóveis caísse 33% após a Copa, bancos não enfrentariam onda de quebradeira” encontrada no site do Estado de Minas trata desse assunto e pode ser vista no seguinte endereço:

    http://www.em.com.br/app/noticia/economia/2014/03/21/internas_economia,510286/banco-central-nega-qualquer-sinal-de-bolha-imobiliaria-no-brasil.shtml

    A matéria foi postada sexta-feira, 21/03/2014 às 06:00, há, portanto, pouco mais de um ano, e dela merece a transcrição do seguinte parágrafo:

    “O diretor recordou que os preços já desaceleraram nos últimos meses, conforme mostra o Índice de Valores de Garantia de Imóveis Residenciais (IVG-R), um indicador preparado pelo próprio BC. Os imóveis crescem hoje em ritmo pelo menos duas vezes menor que o verificado no auge do movimento de valorização imobiliária, em 2009. Em agosto daquele ano, as residências no país valorizaram, em média, 1,93%. Já em agosto do ano passado, o último dado disponível, essa alta havia sido de 0,74%. “Mesmo que houvesse uma hecatombe nos preços, nossas instituições bancárias teriam capacidade para absorver isso”, garantiu Meirelles”.

    Então hoje, não há muito o que falar em bolhas no sentido que se deve esperar alguma grande variação no preço dos imóveis. Essa possibilidade poderia ter ocorrido em 2009, mas dadas as peculiaridades do financiamento de imóveis no Brasil, mesmo naquela época a administração de uma bolha imobiliária no Brasil seria mais fácil do que em países com um financiamento menos regulado do que o brasileiro.

    Mencionei sobre a reversão das expectativas de retomada da economia brasileira que ocorreu no terceiro trimestre de 2013, porque o momento atual da nossa economia acabou sendo uma situação esdrúxula que tem um pouco da sua origem naquela reversão. Nós tivemos nos últimos quatro anos uma política econômica que de um lado buscava impedir que o incentivo ao crescimento criado pelas medidas adotadas para combater a crise do final de 2008 (E que também visaram assegurar que o governo ganhasse a eleição em 2010) levasse a uma explosão da inflação e de outro evitava restringir a demanda interna diante da baixa demanda externa.

    A conciliação foi exitosa até o segundo trimestre de 2013. O governo reduziu, a partir do segundo semestre de 2010, o crescimento econômico até que o país praticamente se estagnasse durante os dois últimos trimestres de 2011 e os dois primeiros de 2012, com crescimento da ordem de 0,1% de um trimestre em relação ao imediatamente anterior. E a partir daí inicia-se uma fase de retomada do crescimento.

    A retomada do crescimento fica mais visível se considerarmos que no segundo trimestre de 2013, o crescimento da Formação Bruta de Capital Fixo, quando se compara com o trimestre imediatamente anterior, foi de 3,4% como se pode ver na página 9, no “GRÁFICO II.2 – Componentes da Demanda (com ajuste sazonal) – Taxa (%) do trimestre em relação ao trimestre imediatamente anterior” do boletim “Indicadores IBGE- Contas Nacionais Trimestrais – Indicadores de Volume e Valores Correntes – Janeiro / Março 2014” no seguinte endereço:

    ftp://ftp.ibge.gov.br/Contas_Nacionais/Contas_Nacionais_Trimestrais/Fasciculo_Indicadores_IBGE/pib-vol-val_201401caderno.pdf

    E na página 14 do mesmo boletim, no “GRÁFICO II.7 – Componentes da Demanda – Taxa (%) do trimestre em relação ao mesmo trimestre do ano anterior” vê-se que quando se compara o segundo trimestre de 2013 ao mesmo trimestre do ano anterior, o crescimento da Formação Bruta de Capital Fixo foi de 7,7%.

    O que ocorreu é que o terceiro trimestre de 2013 foi uma lástima econômica. Todo o processo lento de recuperação econômica admiravelmente bem administrado e que apareceu extremamente forte no segundo trimestre de 2013 foi por água abaixo sem nenhuma explicação plausível. Assim é que se vê na página 8 do boletim “Indicadores IBGE- Contas Nacionais Trimestrais – Indicadores de Volume e Valores Correntes – abril / junho 2014”, no “GRÁFICO II.2 – Componentes da Demanda (com ajuste sazonal) – Taxa (%) do trimestre em relação ao trimestre imediatamente anterior” que no terceiro trimestre de 2013 a Formação Bruta de Capital Fixo caiu -1,7%. O endereço para o boletim do segundo trimestre de 2014 é:

    ftp://ftp.ibge.gov.br/Contas_Nacionais/Contas_Nacionais_Trimestrais/Fasciculo_Indicadores_IBGE/pib-vol-val_201402caderno.pdf

    O acesso ao Sistema de Contas Nacionais Trimestrais do IBGE pode ser feito no seguinte endereço:

    http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/pib/defaultcnt.shtm

    E a consulta as publicações das Contas Nacionais Trimestrais pode ser feita no seguinte endereço (No endereço anterior é só clicar em Clique aqui para consultar todas as Publicações das Contas Nacionais Trimestrais):

    ftp://ftp.ibge.gov.br/Contas_Nacionais/Contas_Nacionais_Trimestrais/Fasciculo_Indicadores_IBGE/

    A observar que deixei o link para os boletins mais recentes porque neles os dados referentes aos trimestres mais antigos são mais definitivos.

    Com a reversão no crescimento econômico iniciado com a queda brusca da taxa de investimento nas circunstâncias em que o governo havia dado o máximo de incentivos para a manutenção da demanda interna, o país começou a conviver com uma dualidade que deu uma aparência ainda pior a economia. É como se ocorressem aquelas chuvas localizadas que gerassem lado a lado áreas de extrema liquidez com áreas sem liquidez nenhuma.

    Não creio que a explicação acima tenha relevância na justificativa dessas anormalidades que você aponta no seu texto, mas considero que o que eu disse acima é útil para entender a realidade brasileira atual e pode ter alguma influência nos desajustes de preços do setor imobiliário.

    E o terceiro ponto diz respeito a rigidez nos preços que não sofrem a queda brusca que seria de se esperar quando há uma forte redução da demanda como na crise de 2008. Penso que este é o problema (Não se trata propriamente de um problema e melhor seria ter dito aspecto) mais relevante, mas não vou entrar em detalhes sobre ele, não só porque não sou economista e se trata de discussão que precisa de um instrumental mais teórico para ser bem desenvolvida como também porque a minha intenção aqui foi apenas mostrar que Brasil e Estados Unidos não são assim tão diferentes no capitalismo que adotam.

    De todo modo esta questão do sticky-price foi debatida recentemente com discussões em alguns blogs americanos. Nesse sentido deixo a indicação do post “Price Stickiness and Macroeconomics” de sexta-feira, 17/04/2015, publicado no blog de David Glasner, Uneasy Money e que pode ser visto no seguinte endereço:

    http://uneasymoney.com/2015/04/17/price-stickiness-and-macroeconomics/

    O David Glasner me decepcionou recentemente com uma analogia de uma banheira com uma economia para mostrar que poupança e investimentos podem ser diferentes, mas este post vale pelo menos pelos limnks que ele apresenta e que mostram como o assunto teve um amplo debate. No post de David Glasner não há o link para um post no blog de Brad deLong onde eu tive o primeiro contato com esta discussão recente. Trata-se do post “Today’s Must-Must-Read: Noah Smith: What Causes Recessions?” de sexta-feira, 10/04/2015 às 087:39 am, e que pode ser visto no seguinte endereço:

    http://www.bradford-delong.com/2015/04/todays-must-must-read-noah-smith-what-causes-recessions.html

    Eu gosto muito dessa discussão porque uma das razões que me fazem defender uma inflação mais alta é que com ela os preços dos produtos aproximam mais rapidamente do ponto de equilíbrio da oferta e demanda. Uma economia desequilibrada tem mais dificuldade para ir para o equilíbrio se não houver inflação. Assim, pelo menos para iniciar uma discussão, eu gosto de dizer que uma economia sem inflação é uma economia desequilibrada.

    Há consequências mais importantes da rigidez dos preços (incluindo aqui a rigidez dos salários). Uma vantagem é que a rigidez de preços evita que ocorra uma recessão aguda, pois se os preços caíssem, as pessoas se sentiriam compelidas a adiar as compras e diminuiria a demanda além do que o lucro das empresas diminuiria também e a recessão seria brutal e com isso também haveria redução dos salários e a demanda cairia ainda mais e o processo poderia ser uma espiral deflacionária destrutiva da economia. Nesse sentido a rigidez das normas trabalhistas no mercado de trabalho funciona também para impedir uma variação muita acentuada dos salários na existência de alguma crise. E apesar de que de certo modo há um desequilíbrio na não variação do salário quando esta variação deveria ocorrer segundo a regra da oferta e procura, é importante reconhecer esta pouca variação do salário como um instrumento de estabilização da economia. E mais importante, é preciso destacar que se alega que, mesmo nos Estados Unidos, a rigidez dos salários é bem expressiva.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 21/04/2015

    1. “O que ocorreu é que o

      “O que ocorreu é que o terceiro trimestre de 2013 foi uma lástima econômica. Todo o processo lento de recuperação econômica admiravelmente bem administrado e que apareceu extremamente forte no segundo trimestre de 2013 foi por água abaixo sem nenhuma explicação plausível”.

      Explicação plausível: protestos de junho/13 contra aumento da passagem de ônibus e metrô de São Paulo transformados pela mídia oposicionista e sabotadora em protestos contra o governo federal. A partir da manipulação dos protestos, com convocação dos eleitores anti-petistas para irem às ruas, a mídia conseguiu derrubar em poucos dias a popularidade de Dilma, que até então era alta, e derrubar o ânimo dos empresários e investidores, causando insegurança e desaceleração da economia.

       

  32. Crise Imobiliaria

    Moro no Jardins, tem muitos imóveis que a meu ver que estão vazios só na aparencia, mas na realidade o dono faz um contrato de gaveta com empresa de fachada e esquenta a grana dele!!!

    abs

    Maia

  33. Crise Imobiliaria

    Moro no Jardins, tem muitos imóveis que a meu ver que estão vazios só na aparencia, mas na realidade o dono faz um contrato de gaveta com empresa de fachada e esquenta a grana dele!!!

    abs

    Maia

  34. Cupim

    Acho que é isso o que valoriza tanto esses imóveis nos Jardins, Higienópolis etc.

    CUPINS só perdem para o mosquito da dengue em Sampa, no momento. 

  35. camarada, isso se chama

    camarada, isso se chama “patrimonialismo”

    é o uso da propriedade imobiliária para ser usada como forma de entesouramento das fortunas que a elite paulistana possui.

     

    eles são tão ricos, tão ricos… que não importa deixar parado…

     

    entende?

     

    estude um pouco isso,  vais gostar.

     

    att

     

    chico barros

    urbanista pesquisador da USP

    1. Certíssimo.

      Comentei em outras ocasiões que no Brasil existe uma cultura arraigada que vincula propriedade a riqueza/status/poder e disso se explica muitos problemas e não só a (i)lógica da especulação imobiliária no Brasil…

      É aquela coisa, “pobre” no Brasil quando ganha na loteria quer logo comprar uma fazenda. E essa idéia não vem do nada, é o inconsciente coletivo “rico = dono de terra” que vem lá das Capitanias Hereditárias se manifestando no infeliz.

  36. E o preço da carne de PORCO, qual a relação com isto?

    Li no jornal correio do povo uma notícia que mostra como funciona não só a mente dos vendedores de imóveis, mas também a mente dos varejo (no caso os supermercados) na composição dos preços no Brasil. A notícia é do Correio do Povo do dia de hoje (21/04/2015) e está na página 9 deste jornal.

    Se a imagem não possibilitar a leitura copiei parte da notícia:

    “A queda no preço pago ao produtor de suínos, acentuada desde o início do ano, não teve o mesmo efeito para o consumidor. Conforme a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), o preço do quilo vivo baixou de R$4,10 em dezembro para R$2,70 em abril – uma variação de 35%. Segundo o vice-presidente da entidade, Mauro Gobbi, a redução foi acelerada em fevereiro, em decorrência da quaresma e da greve dos caminhoneiros. Entre os motivos apontados também está o cenário econômico estagnado.

    Nos supermercados a variação não foi a mesma. Conforme a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), a costela suína estava cotada a R$16,92 o quilo em dezembro, chegou a R$18,29 no início do ano e caiu para R$17,61 em abril. Gobbi acredita que, como o preço do boi está alto, o supermercado não tem margem para aumentar o valor da carne bovina e mantém o da carne suína para regular a lucratividade no açougue. “O custo de produção subiu 15% em função da alta do dólar e o preço do suíno vivo caiu”, compara. “Está complicada a situação”, avalia.

    ….”

    Vejam porque políticas de contenção de demanda via diminuição de salários não funcionam no Brasil, simplesmente porque os oligopólios não permitem!

    O raciocínio do CARTEL DOS SUPERMERCADOS é simples, o preço que eles compram baixou em 35%, o preço de venda aumentou (de R$16,92 em dezembro para R$17,61 em março), o consumo diminuiu 8%, como a margem aumentou mais de 35% mesmo com a queda do consumo em 8% eles mantém o preço alto.

    A pergunta que se pode fazer, para o CARTEL DOS SUPERMERCADOS representado por estas Associações de Supermercados o Ministério Público não faz nada?

    1. Cartel

      Concorrência ineficaz em mercado concentrado. Mais um aspecto do liberalismo -ao mesmo tempo falso e predatório- que domina a paisagem econômica brasileira.

  37. O mercado imobiliário é

    O mercado imobiliário é apenas mais um dos mercados que só perde sua dinâmica para os setores gananciosos dos usurários da Ciência da Economia.

    Isso demonstra que os economistas, por usar de maneiras equivocadas suas supostas teorias, só entendem da dinâmica de entregar os despojos para os predadores da economia real.

    O redimensionamento recorrente no sentido banal, com pesquisas de persuasão para os próprios erros de condução, deveria ser aceito, em primeiro lugar, pelos acadêmicos especialistas em matéria de mecanizar a recessão. 

  38. O patrimonialismo no DNA

    Prezado AA.

    Acho que esse fenômeno é no Brasil inteiro, mas é acentuado em algumas regiões. Na cidade onde moro, Itajaí, esse fenômeno é elevado exponencialmente. Em meados dos anos 90, apareceram várias imobiliárias que começaram a “fofar” os moradores a elevarem os preços de seus imóveis. Lá fiquei quase um ano tentando comprar uma casa e o seu proprietário aumentava o preço, sentimentalmente, todos os meses. Foi então que eu vi que não tinha solução e gastei o meu dinheiro fazendo uma casa a partir do zero.

    O preço vai de acordo com o seu sotaque ou o carro que vc aparece para negociar. Como carioca, os preços e a forma de pagamento era uma, normalmente carioca “é tranbiqueiro”, lógica sulista. Se fosse paulista querendo morar o “sul maravilha”, o preço já era mais caro e as condições mais flexiveis, paulista é “trabalhador”, lógica sulista.

    As imobiliárias chegaram ao ponto de se estabelecer dentro da prefeitura, pois o secretário que cuida do ordenamento urbano é dono de imobiliária e fecha os olhos para a destruição de prédios históricos para dar lugar a terrenos de alta especulação.

    Essa bolha especulativa faz o metro quadrado, por exemplo em Manaus ser 5 vezes o valor do CUB. O preço de custo praticamente é pago até o imóvel ficar pronto, protegendo tanto o construtor, ao financiador e ao especulador. O resto é dívida especulativa que o financiador vai extorquir por 20 ou 30 anos. Matam o negócio e recrudesce o problema habitacional brasileiro.

    Nosso país tem suas peculiariedades, essa ilógica está no DNA do empresário da construção civil, nos bancos de financiamento e no especulador. Todos acham que vão enriquecer as custas do estado e dos pobres coitados dos habitantes dessa terra maravilhosa.

  39. O patrimonialismo no DNA

    Prezado AA.

    Acho que esse fenômeno é no Brasil inteiro, mas é acentuado em algumas regiões. Na cidade onde moro, Itajaí, esse fenômeno é elevado exponencialmente. Em meados dos anos 90, apareceram várias imobiliárias que começaram a “fofar” os moradores a elevarem os preços de seus imóveis. Lá fiquei quase um ano tentando comprar uma casa e o seu proprietário aumentava o preço, sentimentalmente, todos os meses. Foi então que eu vi que não tinha solução e gastei o meu dinheiro fazendo uma casa a partir do zero.

    O preço vai de acordo com o seu sotaque ou o carro que vc aparece para negociar. Como carioca, os preços e a forma de pagamento era uma, normalmente carioca “é tranbiqueiro”, lógica sulista. Se fosse paulista querendo morar o “sul maravilha”, o preço já era mais caro e as condições mais flexiveis, paulista é “trabalhador”, lógica sulista.

    As imobiliárias chegaram ao ponto de se estabelecer dentro da prefeitura, pois o secretário que cuida do ordenamento urbano é dono de imobiliária e fecha os olhos para a destruição de prédios históricos para dar lugar a terrenos de alta especulação.

    Essa bolha especulativa faz o metro quadrado, por exemplo em Manaus ser 5 vezes o valor do CUB. O preço de custo praticamente é pago até o imóvel ficar pronto, protegendo tanto o construtor, ao financiador e ao especulador. O resto é dívida especulativa que o financiador vai extorquir por 20 ou 30 anos. Matam o negócio e recrudesce o problema habitacional brasileiro.

    Nosso país tem suas peculiariedades, essa ilógica está no DNA do empresário da construção civil, nos bancos de financiamento e no especulador. Todos acham que vão enriquecer as custas do estado e dos pobres coitados dos habitantes dessa terra maravilhosa.

  40. Mercados e mercados…

    Claro que o AA entende muito mais de SP e EUA que eu, mas tem uma coisinha me incomodando nesse post: a esmagadora maioria dos exemplos é referente aos ditos bairros chics de São Paulo e Rio.

    Tenho sonhado em trocar de casa nos últimos 6 ou 7 anos. E com isso, vez por outra, dou uma olhada nos anúncios de apartamentos e casas para a classe média média e baixa. Notei uma coisa muito interessante: depois de dois eventos que não têm nada a ver, diretamente, com a oferta e a procura de imóveis, os preços explodiram. O primeiro deles foi a reativação da política de financiamentos pela CEF, com fartura de oferta de crédito. O segundo, a onda de fusões e incorporações havida no mercado de corretagem. No Rio, que conheço razoavelmente, de três ou quatro imobiliárias de médio para grande porte e centenas de pequenas, de repente nos vimos com uma empresa gigante e um mar de bagrinhos. E, sem que nem porque, os preços do imóveis usados explodiram, a ponto de um apartamento em conjunto habitacional (que os corretores chamam agora de ‘condomínio’, assim como favela passou a ser ‘comunidade’), que em 2008/2009 podia ser comprado por 40, 50 mil reais (com muitas reformas e melhorias), saltar para 150, 180 mil, apesar da enorme deterioração da segurança pública ocorrida nesses ‘condomínios’. Uma quitinete em Botafogo ou Copacabana, que se comprava por R$ 100mil, anda sendo vendida por R$ 800mil.

    Pelo que pude perceber, nos contatos com corretores e seus prepostos, a valorização excessiva partiu da manipulação do mercado pelas construtoras e pelas imobiliárias de grande porte. Havia crédito. Havia demanda. E havia um monte de grandes terrenos (ao menos no Rio) antes destinados a indústria ou simples ‘guardados’ por especulação, que estavam desocupados. Um apartamento que se construia com 40 ou 50 mil reais de investimento não pode, repentinamente, ter tido seu custo inflado em 300%, 400%, sem que tivesse havido uma grita generalizada dos construtores. Os custos, cresceram, é certo. Mas os preços não cresceram, somente. Explodiram. Com preços tão altos nos imóveis novos, era necessario dar à classe média que emergia de vinte anos de oferta retraída e crédito difícil meios de adquirir um imóvel novo. E isso arrastou os preços dos usados para a estratosfera, seguindo os dos novos, numa lógica simples: venda o velho, compre o novo e financie uma parte muito menor do preço.

    O problema é que, como tudo que é movido a ganância e sofreguidão, não se teve o cuidado de desacelerar conforme o mercado ia diminuindo pela simples satisfação dos que podiam comprar e financiar nos preços impostos. A cegueira obtusa da ganância impediu que se visse o que já estava anunciado desde o terceiro trimestre de 2013: vamos passar por um período de recessão, com a consequente perda de renda do Trabalho e redução do mercado. A classe C tem agora que se preocupar em não cair de novo na classe D, e isso implica em esperar mais um pouco para sair do conjunto habitacional estilo BNH ou mesmo da casa de favela (onde, ademais, tem o incentivo de não pagar luz, água, condomínio, etc, e ainda poder tocar funk pornô berrando sem ser incomodado pelo síndico).

    Embora saibam disso, os construtores e as imobiliárias grandes, dada a margem absurda dos novos empreendimentos, podem esperar e arcar com o custo financeiro dessa espera – tanto mais que são financiados pela CEF, a taxas bem mais camaradas do que qualquer linha de Capital de Giro comercial – então mantêm os preços na estratosfera, resistindo em derruba-los, na esperança de que em 18 ou 24 meses o vigor comprador seja retomado. Se estiverem errados, e toda a pressão contra o Governo parece que vai manter a recessão por mais tempo do que isso, vamos ver uma onda de quebras no setor dentro de dois anos, pouco mais. Mas, infelizmente para a classe média, os imóveis que serão executados e postos à venda, não o serão pelos mecanismos aplicados às pessoas físicas, em leilões da CEF. Vão ser transferidos a especuladores com maior fôlego financeiro para esperar a melhora do mercado, se é que um dia virá…

  41. e …………….

     

    Realmente desta vez, o AA tem razão. Não comungo com suas idéias é quando ele se mete a falar de politica partidaria, aí…………………..

    Ideologizado como é………………..

    No caso dos imóveis com valor estimativo,  e que os herdeiros plelos vários mótivos citados por ele querem talvez vender, é exatamente o que ocorre, e não precisamos ir aos Jardins ou outros bairros nobres de qualquer capital. No interior de Minas é tb tudo igual. Muda-se de donos e de estados, mas o comportamento da antiga classe média conservadora é o mesmo.” Sempre foi a casa da familia, durante várias gerações “”, dizem ! E da-lhes empatação !!!!!!

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