EUA e a estratégia de guerra contra Rússia na Ucrânia, por J. Carlos de Assis

 
Os Estados Unidos do Prêmio Nobel da Paz Barak Obama empreendem uma guerra virtual contra a Rússia e preparam obstinadamente uma guerra real para ser travada em território ucraniano. Não importa a inviabilidade dessa aventura militar, do ponto de vista estratégico. O objetivo não é controlar o território ucraniano e “salvá-lo para a democracia”, mas esgotar em combate o poderio russo mediante seu estrangulamento econômico e militar numa guerra convencional em terceiro país. É que nem os lunáticos neoconservadores instalados no Pentágono, no Departamento de Estado e no Conselho de Segurança Nacional proporiam um ataque direto à nação russa, dada sua condição de potência nuclear de primeira linha.
 
A estratégia central norte-americana é afirmar sua hegemonia mundial a partir da força. É-lhe intolerável a realidade de um mundo apolar ou multipolar em face da presença de um competidor nuclear como a Rússia e de uma potência econômica ascendente como a China, também ameaçadora, a médio prazo,  no campo militar. Para os neoconservadores, a hora de agir é agora, antes que essas forças rivais criem raízes mais profundas. O pretexto ucraniano vem a calhar. Depois de derrubar um governo legítimo e colocar em seu lugar um bando de facínoras, o próximo passo é a incorporação da Ucrânia à OTAN, em aberto desafio à Rússia. Só com muito sangue frio Putin poderá contornar mais essa provocação no quintal da Rússia.

 
É muito fácil começar uma guerra de grandes proporções na terra dos outros,  sobretudo quando se tem a ilusão de um poder assimétrico em relação ao adversário  e mesmo quando não se tem certeza quanto aos efeitos. É que, uma vez instalado o caos que se segue a uma guerra, não basta ter imensa superioridade miliar para controlar suas consequências. Os Estados Unidos são peritos em começar guerras inacabadas: foi assim na Coreia, no Vietnã, no Iraque, no Afeganistão; mais recentemente insuflaram revoluções no norte da África, que resultaram em dramática carnificina e permanente instabilidade na Líbia e no Egito. Entretanto, quando se trata de conseguir a paz, os Estados Unidos lavam as mãos. Os outros é que cuidem do estrago que provocam, como no Haiti e no Iraque.
 
É muito fácil entender a estratégia dos chamados neoconservadores americanos que acabaram de colocar agora um representante na principal cadeira no Departamento de Defesa. Querem repetir o processo que levou à exaustão a antiga União Soviética. Dado que Estados Unidos e Rússia estão em virtual paridade nuclear, a solução é levar a Rússia à capitulação através de uma guerra convencional, não em território russo, que arriscaria uma guerra nuclear, mas no território de um terceiro país. Nada melhor, pois, que a Ucrânia. 
 
O objetivo dos neoconservadores é tentar repetir uma estratégia que, embora tendo dado certo na liquidação da União Soviética, não liquidou o Estado russo que estava em seu coração. O Estado socialista desmoronou, mas a nação russa, mesmo ferida, continuou de pé. Putin tratou de recuperá-la por inteiro colocando-a na condição de um estorvo nuclear que limita a vontade de poder ilimitada de Washington. A intenção norte-americana de atacar o governo sírio esbarrou efetivamente no veto russo e chinês. Isso, claramente, expôs a impossibilidade prática do exercício de um poder hegemônico na era nuclear partilhada. Transformado num boneco operado pelos neoconservadores, Obama resolveu “estrangular” a Rússia com embargos econômicos.
 
Recordemos os passos que levaram à extinção da União Soviética a fim de examinarmos os paralelos atuais. Em meados dos anos 70, foi refundada em Washington por influência do então diretor da CIA, George Bush pai, a ONG denominada “Comitee on the present danger”, ou Comitê para o Perigo Presente (CPD). Tinha como principal objetivo estatutário “levar a União Soviética à rendição, se necessário por meios militares”. Do Comitê faziam parte 60 personalidades notáveis do círculo conservador norte-americano, sendo que o futuro Presidente Ronald Reagan filiou-se à ela pouco antes de eleger-se em 1979. Como Presidente, levou a posições de alto destaque no Departamento de Defesa, no Departamento de Estado e no Conselho de Segurança Nacional 33 integrantes do Comitê.
 
Em 1985, quando estive na Alemanha para cobrir a reunião dos Sete Grandes, andava por lá o chefe do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Richard Perle, membro do CPD, fazendo conferências sobre o conceito subjacente ao programa de escudo nuclear, então conhecido como Guerra nas Estrelas, que se baseava no princípio de “guerra nuclear protegida”. Perguntei aos alemães o que achavam daquilo, pois a guerra nuclear “protegida” no contexto de Guerra nas Estrelas implicava a proteção nuclear do território norte-americano, mas não do europeu. Os alemães com quem conversei estavam perplexos. Imagino que estejam perplexos de novo com a marcha forçada pela guerra em território da Ucrânia, que os expõe diretamente às forças militares russas convencionais em seu próprio território.
 
É importante assinalar que não se tratava apenas de retórica. Diretivas presidenciais de Reagan, na virada do primeiro para o segundo mandato, introduziram mudanças cruciais nos programas de computador que põem em posição de ataque os três sistemas estratégicos baseados em terra, mar e ar das forças nucleares norte-americanas. Através de vazamentos de imprensa, soube-se de mudanças fundamentais  no SIOP (Single Integrated Operational Program, ou Programa Operacional Integrado Único), a parafernália eletrônica capaz de desencadear uma guerra nuclear contra a então União Soviética a partir do teatro europeu.
 
A principal alteração no SIOP, de acordo com os fragmentos de diretivas presidenciais secretas,  recolhidos e reconstituídos por um cientista canadense, F. Knelman (em “America, God and the Bomb”), consistiu em recuar para oito minutos, pelo princípio do prêmio por resposta rápida, o início de um ataque nuclear total à União Soviética a partir do primeiro alarme. Não se tratava de uma questão acadêmica. Como um hipotético míssil soviético em cruzeiro levaria 36 minutos para mergulhar em território nacional norte-americano (trata-se de míssil disparado de terra: não se menciona a frota indetectável de submarinos nucleares, por expediente elusivo de convencimento), o programa Guerra nas Estrelas só se justifica se houver uma capacidade efetiva de interceptá-lo no meio da trajetória, isto é, no mínimo 18 minutos depois do disparo. 
 
O mesmo tempo é o que levaria um míssil americano disparado de terra para alcançar o míssil hostil na estratosfera. Entretanto, seria necessário um sistema de detecção instantânea do início do ataque. Para qualquer efeito prático, não há possibilidade de alcançar o míssil antes que cruze o ponto médio da trajetória, a não ser de uma base em órbita. O programa Guerra nas Estrelas pretendia pôr bases em órbita, mas até lá seria necessário contar com a boa vontade dos estrategistas soviéticos para não atacarem primeiro. Por isso reduziram o tempo de resposta do SIOP a oito minutos, pelo que ficou limitado a um nível de redundância o processo de checagem para confirmar se um disparo captado na tela de controle eletrônico era um disparo real. Com isso ficamos todos expostos à possibilidade de uma guerra nuclear casual na medida em que o SIOP reagiria automaticamente a uma checagem errada sem tempo de consulta para resposta ao falso ataque do Presidente da República.
 
O primeiro passo para implementar Guerra nas Estrelas era ignorar o tratado SALT II, que vedava a construção de sistemas antibalísticos por parte de EUA e União Soviética. A lógica do SALT II, jamais aprovado pelo Senado norte-americano mas até então respeitado pelo Executivo, era simples: a dissuasão nuclear só se efetiva na base da autodestruição assegurada por quem iniciar uma guerra nuclear. Se um dos lados conseguir construir um sistema operacional que efetivamente proteja seu território de um contra-ataque nuclear, ele estará livre para desencadear um primeiro ataque sem medo de retaliação. Cientistas de todo mundo, inclusive americanos, questionaram as bases técnicas de Guerra nas Estrelas, mas Reagan, a fim de esgotar a União Soviética numa corrida tecnológica para construir seu próprio escudo, levou Gorbachev a uma posição insustentável por falta de condições econômicas e técnicas para isso.
 
Foi a combinação de pressão tecnológica, econômica e política norte-americana que levou a União Soviética à autodestruição. É este mesmo caminho que está sendo seguido agora para levar a Rússia à exaustão econômica e à rendição política. Não se trata de teoria conspiratória. Os norte-americanos, conscientes de sua superioridade militar e econômica, nunca escondem suas reais intenções. Seus movimentos são explícitos e claramente apresentados em documentos estratégicos públicos. Assim, eis como a intenção de eliminar qualquer possibilidade de “um novo rival” era colocada em 1992, imediatamente depois da derrota da União Soviética, pelo neoconservador Paul Wolfowitz, do CPD, então Subsecretário da Defesa, no Manual de Planejamento de Defesa: 
“Nosso primeiro objetivo é prevenir a re-emergência de um novo rival, seja no território da antiga União Soviética seja em outro lugar, que coloque uma ameaça do tipo que foi colocado pela antiga União Soviética. Isso é uma consideração dominante sublinhando a nova estratégia de defesa regional e requer que previnamos qualquer  tentativa de um poder hostil de dominar uma região cujos recursos poderiam, sob controle consolidado, ser suficiente para gerar poder global.”
 
Essa linha estratégica está sendo trilhada religiosamente no sentido de evitar que a Rússia seja um embaraço para a hegemonia militar absoluta norte-americana, contornando a realidade elidida da virtual paridade nuclear. O SALT II foi revogado,  unilateralmente, pelos EUA. Eles se recusam, por outro lado, a fazer um tratado de desmilitarização do espaço.  Assim, é necessário recuar à geopolítica anterior à Guerra Fria para entender os movimentos americanos. De fato, há uma década e meia a possibilidade real de uma guerra na Ucrânia está sendo preparada metodicamente pela OTAN, que agora mesmo acaba de decidir aumentar o comprometimento de orçamento militar de seus membros (2% do PIB) por pressão americana. Desde 1999 que a Organização avança para o Leste. Naquele ano, incluiu a República Checa, a Hungria e a Polônia. Uma segunda expansão se deu em 2004, incluindo Bulgária, Estônia, Latvia, Lituânia, România, Eslováquia e Eslovênia.  Com isso, quase metade dos países atualmente membros da OTAN foram incorporados, rumo ao Leste, depois do fim da URSS. Paralelamente expandia-se para Leste a União Europeia, cujo último movimento seria a tentativa de tomada de posse da Ucrânia. E só não houve a efetiva incorporação da Ucrânia e da Geórgia, formalmente sinalizada na cúpula de Bucareste em 2008, porque dessa vez Putin reagiu pela força, pois se tratava, a seu ver, de colocar uma fortaleza militar hostil no quintal de seu país.
 
O cerco militar à Rússia segue uma tríplice estratégia: alargamento da OTAN, expansão da União Europeia e promoção da “democracia”, obviamente desconsiderando o risco de uma guerra aberta. Diante do baile estratégico que foi a absorção da Crimeia pela Rússia, com apoio esmagador da população da península, os Estados Unidos se movem na direção da guerra através inicialmente de sanções econômicas, a partir de uma posição forte, recém-conquistada, no campo da energia. Contudo, não nos iludamos. Uma guerra convencional seria de alto interesse norte-americano, desde que ela pudesse esgotar a capacidade militar e econômica russa sem o risco de escalar para uma guerra nuclear. É com essa possibilidade que os neoconservadores contam para iniciar a guerra. 
 
Sabemos, por outro lado, pela experiência histórica, que os Estados Unidos não se preocupam muito em como acabar com guerras. Para eles trata-se de um jogo estratégico para assegurar a afirmação da hegemonia mundial. Por isso, no momento, a única força capaz de parar a máquina de guerra americana é o povo dos Estados Unidos, tocado pela consciência de solidariedade com os bilhões de inocentes do mundo, e eles próprios, que sofreriam as consequência de uma guerra proto-nuclear. É necessário que os inocentes rompam com a passividade, falem e votem. De fato, os Estados Unidos podem esgotar as forças econômicas e militares dos russos numa guerra em território de terceiro. Mas o que acontece com uma potência derrotada, humilhada, sitiada, e não obstante de posse de um imenso arsenal nuclear?
 
Aos que consideram essa análise exagerada peço que leiam “Foreign Affairs”, uma das mais prestigiosas revistas do estabelecimento norte-americano, em detalhados e esclarecedores artigos sobre a “crise” na Ucrânia, na edição de setembro último. Um deles diz claramente: “a crise na Ucrânia é nossa culpa”, referindo-se aos Estados Unidos. No corpo da matéria vem a narrativa da marcha da OTAN para Leste, em confronto direto com entendimentos anteriores com os russos e sob constantes protestos destes. Ali também se encontra o relato do caos planejado pelo Departamento de Estado e ONGs patrocinadas pelo Governo norte-americano para derrubar o governo legítimo pró-russo de Kiev, colocando em seu lugar um governo que tem pelo menos quatro membros proeminentes neofacistas.
 
Ainda em termos de medidas provocativas contra a Rússia, destaca-se a monstruosa derrubada do avião comercial MH 17 sobre o Leste da Ucrânia, um típico atentado terrorista que os Estados Unidos pretenderam atribuir a forças pró-russas. Falso. O avião, de que já não se fala mais muito sintomaticamente, foi derrubado por forças do governo de Kiev, conforme denunciou o presidente russo Vladmir Putin, numa reunião internacional, com base em investigações independentes, e com praticamente nula repercussão no Ocidente.
 
O ânimo dos neoconservadores  norte-americanos para o confronto global com os russos, a partir da economia, ganhou força com a revolução energética representada pela exploração de gás de xisto nos Estados Unidos através de uma das mais criminosas tecnologias do ponto de vista ambiental, o fracting. O sucesso comercial do empreendimento, com rápida expansão de produção de gás e petróleo de xisto, possibilitou atacar o principal pilar da economia russa, grande produtora e exportadora de petróleo e gás, e, simultaneamente, “tranquilizar” os europeus quanto à possibilidade de cessação de suprimento de gás russo à Europa, o qual seria substituído pelo norte-americano.
 
Não se sabe se os sauditas entraram nesse jogo por razões geopolíticas, evitando reduzir a produção de petróleo para prejudicar os russos, ou por suas próprias razões de tentar inviabilizar economicamente a produção de hidrocarbonetos por fracting. O fato é que também grandes empresas norte-americanas, que investiram pesadamente no petróleo e gás de xisto, estão tendo pesados prejuízos com a redução do preço do petróleo, que agrada mesmo só ao consumidor. Por outro lado, as promessas supostamente infinitas do fracting  se revelaram surpreendentemente  limitadas nos últimos meses:  em Monterey, na Califórnia, reservas de petróleo de xisto antes avaliadas em 13,7 bilhões de barris foram reavaliadas oficialmente para 600 milhões, ou 96% menos. Além disso, a opinião pública norte-americana começa a ser mover contra o fracting: segundo uma pesquisa de opinião recente, em 2008, 48% a 38% dos norte-americanos apoiavam essa tecnologia; em novembro último, 47% a 41% se manifestaram contra. Isso certamente reflete a comprovação inequívoca da destruição ambiental, sobretudo de aquíferos, que essa tecnologia suja provoca no meio ambiente de forma irreversível. 
 
Enquanto o mercado de hidrocarbonetos não sofrer nova reviravolta, refletindo o fracasso da Califórnia, a Rússia, sem dúvida, será penalizada pela estratégia norte-americana de seu estrangulamento econômico. Putin, com sua frieza característica, ponderou que a Rússia é um país autossuficiente e, de qualquer modo, tem meios de retaliação – imaginando certamente um embargo na exportação de gás para a Europa. Uma importante ficha para a Rússia é certamente a China, que já lhe garantiu um contrato de fornecimento de gás por 20 anos no montante de 400 bilhões de dólares, e que tem se alinhado com ela em questões geopolíticas, como no caso da Síria. Contudo, estamos claramente diante de uma escalada.
 
O novo passo estimulado pelos EUA foi a recente decisão do Parlamento da Ucrânia de renegar sua neutralidade. Note-se que o próprio Kissinger, num artigo recente, assinalou que a solução definitiva para a crise ucraniana, de uma forma aceitável pela Rússia, seria transformar a Ucrânia num país neutro entre a União Europeia/OTAN e a Rússia, como aconteceu com a Finlândia na Guerra Fria. Contudo, Kissinger é um velho conservador lúcido, não um neoconservador alucinado. Os EUA, sob controle destes, indicam que não aceitarão perder mais essa oportunidade de guerra. Tudo indica que forçarão a Rússia a aceitá-la. Com a integração da Ucrânia na OTAN, numa iniciativa indiferente aos milhões de russos e russófilos no Leste do país, a aliança militar ocidental estaria nas costas da Rússia, o que significa ameaça direta a seu território. O mínimo que a Rússia buscaria seria retalhar a Ucrânia com apoio local, o que de uma certa forma foi ensaiado na Crimeia. Seria então uma guerra global em território ucraniano? 
 
E nós, que temos a ver com tudo isso? Os inocentes entre nós acham que os neoconservadores norte-americanos veem com muita naturalidade nossa aproximação, via BRICS, com sua arqui-inimiga Rússia. Acreditam que a gravação das conversas da Presidenta foi mero divertimento. Acham que as tentativas de desestabilização do legítimo Governo brasileiro atual, assim como o reeleito, são fenômenos exclusivamente internos, ou resultantes dos impulsos éticos de alguns tribunais. Pelo fato de termos passado à margem de guerras, e estarmos no centro de um continente  peculiarmente pacífico, nos acostumamos a não pensar geopoliticamente – mesmo porque, na era nuclear, a geopolítica devia estar definitivamente fora de moda. Contudo, querendo ou não, estamos no jogo. Se o preço do petróleo cair abaixo de 40 dólares o barril, a exploração do pré-sal estará inviabilizada. Se os Estados Unidos fizeram a guerra contra a Rússia em território ucraniano, teremos de fazer difíceis escolhas.  
 
 
J. Carlos de Assis – Economista, doutor pela Coppe/UFRJ, professor de Economia Internacional da UEPB
 
Redação

46 Comentários

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  1. Século XX

    Este post tem a contextualização  de um artigo que poderia ter sido escrito na década de 1980, por exemplo.Mais uma vez é destacado quem é o vilão e quem são as vítimas, pois nesta história , para que se torne verossímil, não há mocinho.Uma versão sobre os mesmos fatos é escrita em algum outro  lugar, invertendo de forma diametralmente oposta as intenções das personagens envolvidas em todo o episódio de que trata aqui o autor. Quid es veritas?

    1. Esses pseudo-estrategistas,

      que parecem ser uns dinossauros velhinhos (ao menos nas idéias) e que se preocupam apenas em por fogo em terra alheia, aparentemente se esquecem de umas variáveis novas:

      a) a Internet, que costuma difundir as verdades com muito mais rapidez, desmascarando mentiras contadas;

      b) a economia chinesa, que proporciona os lucros para a maioria das empresas estadunidenses;

      c) a incompetência geográfica da realidade economica: a economia russa, quando generosamente avaliada não é muito maior do que duas Turquias, ou um México mais uma Turquia e está estagnada tecnologicamente há um bocado de tempo.

      Uma belíssima campanha de esclarecimento pela Internet certamente causará mais estrago à credibilidade desses dinossauros, do que propagandas deles nos jornalões estadunidenses (alías também uns dinossauros).

      Não se deve enfurecer seu credor, o que pode acabar bem caro; a China e até o Brasil são credores daquele país em estado pré-falimentar. 

      Eu imagino que executivos estadunidenses vão preferir muito mais fazer negócios com assemelhados em economias  em crescimento, do que economias estagnadas, ou mesmo em recessão. 

      E claro, o tal do fracking ainda vai causar um bocado de estragos. E como dizia Garrinhca,falta ainda combinar com os russos, ou melhor, com o eleitor estadunidense. 

  2. Os imbecis da casa branca

    Os imbecis da casa branca estao jogando a Russia nas maos de radicais.

    Putin ja começou a guinada servindo de apoio para a Coreia do Norte em um momento em que a propria China começava a dar um gelo nele, um gelo sob medida mais ainda assim um progresso.

    A Ucrania é assunto Russo desde sempre, o ocidente nao tem nada que se meter nisso, a açao OBSCENA do ocidente e sua má fé para com os Russos ja foi deixada clara com o episodio ( GRAVISSIMO ocorrido em Kosovo )

    Alias se neste continente houvesse alguma vida inteligente ( e verdadeiramente anti imperialista ) teria denunciado essa açao na tribuna da ONU e deveria continuar a faze-lo ate os dias de hoje.

    A Russia esta em uma situaçao dificil e pode arrastar inclusive nossa economia para uma situaçao preocupante e tudo isso porque imbecis querem brincar de defensores da soberania alheia, os mesmos que ignoraram isso em Kosovo diga-se de passagem…rs 

    1. Crise russa

      Penso que a economia brasileira não está mais tão vulnerável à confiança do mercado quanto estava em 98, Risadinha.

      Agora as coisas são um pouco diferentes.

      1. Infelizmente, essa eh uma das

        Infelizmente, essa eh uma das poucas vezes em que o Leonidas tem razao. 

        Uma crise grave, com ameaca de guerra na Russia, pode leva-los a radicalizacao e a uma ameaca nuclear. A Ucrania esta, e sempre esteve, na area de influencia da Russia. Qualquer processo forcado de tirar a Ucrania da esfera de influencia Russa, trara instabilidade e consequencias imprevisiveis para o mundo, e o Brasil nao esta fora.

        A Ucrania pode ate vir a se ocidentalizar no futuro, mas esse eh um processo que tem que ser lento e quase que imperceptivel, haja visto que a Russia impora toda a sorte de obstaculos para evitar. Talves leve algumas centenas de anos para isso acontecer. Entretanto, no estagio atual, o mundo precisa pressionar os EUA para que o mesmo pare de semear instabilidade no mundo para sustentar sua gigantesca industria de armamentos. Nesse momento, a industria belica Americana eh a maior ameaca a paz mundial.

    2. A Rússia está com um problema

      A Rússia está com um problema de “caixa” momentâneo, visto que os investimentos do acordo sino-russo levarão alguns anos para frutificar. Os maçons do norte, desesperados para criar o trono do rei do mundo antes que seja tarde, meteram-se a furar o solo da América do Norte para provocar uma baixa (por quanto tempo aguentarão?) do preço do petróleo e ferrar com a economia russa. A Rússia poderia retribuir com algumas “sacanagens”: promover uma cooperação nuclear clandestina ou não entre o Irã e a Coréia do Norte, vazar certas tecnologias para o Irã, etc. A China, por sua vez sentindo-se na próxima bola da vez, caso a Rússia seja derrotada (Putin derrubado e substituido por líder inofensivo), poderia, como já escrevi há alguns dias atrás, comprar os dois milhões de barris excedentes por uns dois anos criando, assim, um gigantesco programa interno de tancagem e formação de reservas que mobilizaria um enorme contingente de mão de obra chinesa em siderurgia, montagem e construção. Tal petróleo seria comprado em yuans do Brasil, Irã, Venezuela, etc. É claro que isto contribuiiria para tornar o subsídio americano às empresas de fracking, já deficitárias, ainda mais penoso aos EUA por conta do efeito de “minagem” do dólar no mundo. Quem sabe assim o novo nazismo não desistiria de enfrentar o mundo inteiro?

  3. de novo, ótimo t4xto.
    fiquei

    de novo, ótimo t4xto.

    fiquei curioso num ponto:

    joão paulo II teve influecia na derrota da urss,

    . pelo avanço dos conservadores capitaneados por reagan.

    qual seria a infuecia do papa francisco atualmente?

  4. Bem que um Hommer Simpson

    Bem que um Hommer Simpson qualquer poderia deixar explodir, sem querer, um arsenal de bombas atômicas e afundar logo essa merda de ‘eua’, antes que eles afundem com o mundo todo. VAGABUNDOS.

     

     “O BRASIL PARA TODOS não passa na REDE GLOBO de SONEGAÇÃO & GOLPES – O que passa na REDE GLOBO de SONEGAÇÃO & GOLPES é um  braZil-Zil-Zil para TOLOS”

  5. é impressionante o

    é impressionante o alinhamento deste rapaz, o professor j carlos, com o blog. a rússia hoje tem importância geopolítica limitada, dado que sua importância econômica se resume a gás e óleo, o grande adversário americano é a china.. sem sombra de dúvida a rússia perto da china é uma migalha, por que os eua se preocupariam com a rússia, se ela pode ser até um contraponto ao poderio militar chinês, que HOJE é maior do que o russo.. como outro comentarista falou, esse texto deveria ter sido escrito em 1980. 😉

    1. Obvio que a Russia perde de

      Obvio que a Russia perde de longe para a China mas o ponto nao é esse.

      como voce mesmo frisa a Russia tem importancia geopolitica limitida e É EXATAMENTE NESTA AREA LIMITADA ( leia-se UCRANIA ) que ainda resta ao Russos que o ocidente resolveu meter as fuças.

      Ela nao é mais a União Sovietica porem possui parque industrial sofisticado o suficiente para lhe garantir autonomia na area que realmente importa a uma naçao ou seja DEFESA

      com o que ela ainda tem em termos de arsenal ela pode sim causar uma reviravolta no mundo e nem precisa de guerra basta ela ameaçar interesses estratégicos ( e dispoe de meios para tal ) para criar instabilidade nos mercados financeiros.

      A Russia nao pode ser substimada e muito menos DESRESPEITADA ACINTOSAMENTE como tem sido pelo ocidente.

      Ela esta certa em marcar uma linha para preservar o que resta à ela de sua influencia, lembrando que a Ucrania nunca existiu na historia como naçao isso só a partir dos anos 90 e a Ucrania e o berço do imperio Russo por assim dizer.

      Traduzindo a Russia noa é mais uma superpotencia porem tem poder de fogo o suficiente para se impor à força se necessario for, claro que isso tem um preço mas pelo visto os EUA mais uma fez estao fazendo merda, nao aprenderam com a zona que fizeram no Iraque , e na Libia.

      Deve haver alguma seita secreta que acredita que deve arruinar o proprio EUA atraves do uso de sua influencia para disseminar o caos porque é exatametne isso que esses imbecis tem feito, o que é o Iraque hoje?

      Ou a Libia?

      Ninguem da America Latina condenou a agressao covarde feita a uma naçao soberana como a Libia sem declaraçao formal de guerra , açao essa levada a cabo pelo ocidente ( seguindo os passoas do precedente aberto em Kosovo )

      Agora ao tentar dobrar os russos com sançoes o que eles irao conseguir é uma radicalizaçao do governo Russo que nao é negocio para NINGUEM no mundo… 

      Obs: Que fique claro que nao apoio e jamais apoiei o cel Kadafi era uma besta mas as coisas nao sao tao simples assim quando o assunto é geoestrategico.

    2. Sempre os EUA prejudicando o

      Sempre os EUA prejudicando o Mundo. Vcs sabiam que são eles os responsáveis pelos atentados de 11.9? Não sabiam? Pois há prova disto! Não foram terroristas, a mando de Bin Laden, que não sabiam pilotar teco-tecos, mas a Casa Banca, Casa da Mentira, airma que pilotaram boengs sofisticados naquele fatídico atentado que eles planejaram para justificar sua crueldado contra o povo afegão. Mas nem é preciso ser muito inteligente para pareceber que mesmo fossem verdadeiros os atentados de 11.9, isso não justificaria a carnificina que fizeram no Afeganistão, onde centenas de milhares de civis foram assassinados covardemente pelo exército criminoso dos EUA. O mesmo fizeram no Iraque, na Líbia e pretendem fazer na Ucrânia ou mesmo na Rússia, se esta não tiver poderio militar suficiente para se defender. Mas a nação mais criminosa nesse contexto é, sem dúvida, a americana dos facínoras que querem dominar o Planeta.

  6. NY acaba de proibir

    NY acaba de proibir fracionamento hidráulico em seu território por questões ambientais (se não me engano publicado aqui no GGN). Avidez e cobiça sobre o pré-sal. China em ascensão ininterrupta. Quando se fala em assalto, tentativas de depreciação, enfraquecimento, desconstrução, retaliação contra os BRICs, hegemonia global, preço do petróleo, etc. onde está o delírio? Há quem veja nisto somente alarmismo.

    1. As reservas de petróleo não

      As reservas de petróleo não convencional norte-americano não são aquilo que era apregoado há dois anos, é muito menos e muito mais caro de explorar, os embargos ecológicos é mais para jogar para a torcida, no momento eles estão interessados em explorar o golfo do México.

  7. Mais uma fora

    Não sei se realmente os americanos, do norte, estão tão preocupados com os russos. Acho que foi apenas um plano, mais um, que não deu certo e estão enfiando os pés pelas mãos. A necessidade do inimigo externo é mais importante que o próprio inimigo real, e pode ser qualquer um, chegamos a ter uma guerra eterna e universal contra um grupo terrorista, al-qaeda, que eles mesmo criaram, como é atualmente o estado islâmico.

    A política é subsidiar a industria armamentista em seus projetos, garantindo empregos de qualidade, tecnologia e os bancos afastados das bolhas financiando novos produtos de última geração. O subsídio, segundo os manuais, só é aceitável, ao livre mercado, se for para garantir a segurança nacional. Deles.

    Além disto a política externa é garantir o dolar como moeda internacional, que eles podem emitir sem qualquer lastro. Só é possível isto se o petróleo só for comercializado em dólar. Não é aceitável nenhum país que compre e venda o petróleo e não use dólar. Portanto, Russia e Irã, que podem e fazem isto, sempre estarão na listinha do eixo do mal.

    Os grupos radicais financiados se sairem do controle só podem causar dano local, as armas vendidas e o treinamento dado nunca envolve equipamento anti-aéreo ou anti-mísseis, portanto, sob o ponto de vista militar, deles, podem ser eliminados quando necessário ou ficarem inconvenientes. De qualquer forma o problema é da população local, e eles não votam nas eleições americanas.

    A crise na Ucrânia ocorreu porque eles não combinaram com os russos, literalmente. O oeste quer entrar para o mercado europeu, e o leste se rebelou já que depende muito da rússia. Agora o mundo livre ocidental resolveu que pode impor um bloqueio econômico a russía como fez durante 53 anos contra cuba. Tirando o equipamento para petróleo e os eletrônicos, chineses, os americanos não perdem muita coisa. O mesmo já não podem dizer os europeos.

    De qualquer forma os americanos parecem dispostos a impor algumas perdas aos russos, a superprodução dos sauditas no mercado de petróleo parece ter sido a resposta americana. Foi com a inundação de petróleo saudita que desmantelaram a economia da união soviética pondo fim a guerra fria. Mas o truque é conhecido e vai ter troco. Vamos aguardar os próximos passos da novela.

  8. o texto não é datado

    A meu ver a estrategia americana é essa mesma, e os chineses devem estar muito felizes com isso, o maior adversario olhando e gastando energia com a  Russia.

  9. Caro José Carlos de Assis,
    Caro José Carlos de Assis, obrigado pelo texto. Depois de ler fico pensando como é podre a nossa imprensa que não põe em discussão assunto tão importante. Pela primeira vez bati 5 estrêlas para o Leônidas.Acredito que o início de conversas com Cuba tem propósito nesta batalha. Medo norte americano de novos mísseis instalados em Cuba. Isto estragaria toda estratégia de guerra à distância. Recentemente li um artigo de um jornalista americano que se dizia pasmo com o Obama ter jogado os Russos no colo dos Chineses. Como o poder bélico dos Chineses é limitado e dependente dos Russos, o mesmo não acontece com seu PIB e reservas. Os BRICS são uma estratégia Sino Russa em que a India, Brasil e Africa do Sul são auxiliares. As sanções aos Russos estão os unindo mais profundamente estes dois países. É claro, que o Chineses não são bobos em acreditar, que depois de uma derrota Russa virariam o próximo alvo.

    É uma pena nosso jornalismo estúpidamente engajado na ignorância sobre política internacional. Se o urso se sentir ameaçado vão voar os mísseis intercontinentais? O primeiro alvo é a Europa depois EUA. E não sobra ar puro para o resto do mundo.

  10. Há alguns pontos que é

    Há alguns pontos que é necessário esclarecer, pois atribuir a queda da gereontocracia soviética somente à Guerra nas Estrelas de Reagan é simplificar demais a política internacional, a política de Reagan foi um dos fatores, mas uma nação que resistiu a uma guerra civil apoiada pelas nações capitalistas e uma invasão do poderoso exército alemão teria condições de resistir uma crise econômica que levou estas despesas com armamentos.

    A União Soviética foi destruída de dentro para fora e não de fora para dentro, após o longo governo de Stalin, que apesar de todos os excessos nucleava a União Soviética em torno de um discurso da manutenção da “Pátria” Soviética, Khrushchev e outros procuraram combater o ocidente dentro da mesma lógica de sociedade consumista sem a mínima condição para fazer isto.

    As aventuras soviéticas nos paises da Europa do leste, no Afeganistão criaram mais inimigos nas áreas internas do que externas, países como a Polônia, Alemanha Oriental e outros estavam prontos para a dissolução do grupo, a atabalhoada Perestroika e Glasnost de Mikhail Gorbachev culminou no mais desastrado dos governos da Rússia, o governo de Boris Yeltsin foi o cúmulo da humilhação para o espírito russo, territórios que eram russos há séculos geraram repúblicas autônomas como as repúblicas bálticas e a própria Ucrânia o berço do primeiro império eslavo.

    Logo Putin representa uma contra-revolução ao caos criado por seus antecessores, assim sendo ao contrário do ocorrido durante a era Reagan que leva a Rússia a máxima desmoralização, Putin representa a luta em torno da reconstrução da “Pátria” Russa.

    Devido a este estado de espírito fica difícil a manutenção de qualquer guerra junto as fronteiras russas, e por mais combalida que esteja a economia russa qualquer provocação dos países da órbita de interferência norte-americana será rechaçada com muito vigor.

  11. Of course…

    Dez entre dez jornais internacionais (alinhados ao país do norte) dizem não acreditar, ou pelo menos não o explicitam, que foi uma manobra conjunta com os árabes para sufocar financeiramente a Rússia e indiretamente Venezuela e Irã (oh, casualidade!).

    Isto me permite deduzir tacitamente o oposto…

  12. Algumas pessoas comentaram

    Algumas pessoas comentaram que a Rússia não é o objetivo principal e que a China é muito mais perigosa do que ela, para os interesses dos EUA. Discordo. Primeiro, porque a submissão da Rússia põe a China imediatamente em sítio. Segundo porque há uma única guerra fria em andamento, contra as duas, ou alguém esqueceu a tal estratégia de Pivo para o Pacífico?

    Analisando o que está ocorrendo, ouso propor um entendimento sobre a estratégia global americana: levar a Rússia novamente ao esgotamento em uma guerra por procuração, como fizeram no Afeganistão, mas que começou bem antes, com os levantes na Hungria, na Tchecoeslováquia e na Polônia, obrigando a gastos crescentes para sustentar os regimes do Leste Europeu. Provocar levantes no próprio território russo (lembrando que há mais de cem etnias na Federação), a partir de uma aguda crise econômica e social provocada pela guerra, fragmentando-o ao máximo, se não for possível impor um regime simultaneamente ditatorial para os russos e submisso aos EUA no território da Federação Russa. Ao mesmo tempo, pressionar a China militarmente, para que comprometa parcela cada vez maior do PIB em Defesa, reduzindo as disponibilidades para investimento e consequente manutençao do crescimento. Açular separatistas e “democratas”, como vem ocorrendo em Hong Kong, expandindo a atuação de radicais islâmicos no extremo oeste chinês, dos tibetanos e outras etnias da também multietnica sociedade chinesa, para finalmente provocar a queda do regime do PCC e a instalação de um governo fantoche, submisso. A partir daí, não haveria mais nenhum outro desafiante no horizonte, pelos próximos 100 ou mais anos. Seria a materialização do “Século Americano”.

    Tenho duas dúvidas principais: a economia americana suporta o custo disso tudo, ainda mais num quadro de crescente  subtaxação dos mais ricos?, e, como teria dito Garrincha, combinaram isso tudo com os russos?

    Acho que a questão do financiamento dessa guerra poderá ser resolvida com novas medidas do tipo Quantitativy Easying, imprimindo dólares que serão despejados nos bancos, que comprarão títulos para financiar a empreitada. O risco é que subitamente europeus, coreanos e japoneses – além de outras economias de porte mas não tão desenvolvidas, como os BRICS – tenham uma séria crise de terror monetário e reneguem o dólar como moeda internacional, levando quase imediatamente a uma situação de hiperinflação nos EUA. Algo assim produziria o exato efeito contrário, destruindo o império americano, e acredito que nenhum dos três grupos principais citados tem qualquer interesse em quebrar as pernas do sistema econômico que domina o mundo atualmente, e do qual são, ainda que minoritários, parceiros preferenciais, enquanto o resto é apenas cliente.

    Já a segunda parte é muito mais complexa. Essa é uma disputa que se trava em um ambiente dialético, no sentido de que as estratégias americanas, teses, têm suas antíteses nas estratégias russas e chinesas, e o resultado nunca, mesmo havendo o maior desequilíbrio possível entre as forças em confronto, o resultado nunca será apenas e exclusivamente o proposto por um dos lados. Russos e chineses não estão passivamente esperando serem cercados e destruídos. Os recentes movimentos para formação de uma aliança estratégica provam isso. Mais ainda, há uma evidente mobilização das duas partes para consolidar um espaço de poder conjunto na Asia Central. A China já ultrapassou, em números absolutos, o PIB americano. Se conseguir trazer os dois terços de sua população que ainda vivem numa economia rural de baixa produtividade para uma economia urbana e industrial, mesmo que de baixa produtividade (lembrando que a primeira, em qualquer caso, é sempre bem menor que a segunda), como já alardearam que pretendem fazer nos próximos dez anos a vinte anos, podem atingir um PIB per capita que torne inviável aos EUA manter o enfrentamento. A distância proporcional hoje é de cerca de 4,5:1. Se essa distância cair para cerca de 5:2, dará à China uma vantagem de 2:1 em termos de PIB absoluto. Somando isso ao da Rússia, não haveria meios de os EUA sustentarem essa estratégia, não sem sugar seus parceiros internacionais como um sumidouro voraz. Nesse ponto, acho que a debandada começaria pelos coreanos e se alastraria pela Asia e África, não restando senão a opção da guerra quente e a aniquilação nuclear, que o pentecostalismo associado ao neoconservadorismo tornariam uma opção perfeitamente lógica para os estrategistas americanos.

    Ainda bem que não viverei para ver nada disso…

     

     

  13. a  China  precisa de petroleo

    a  China  precisa de petroleo  ja  fez  um grande investimento  aqui, entao  a soluçao é o  Brasil combinar com os  países dos  brics   o preço  do barril de petroleo  e   fixa-lo  numa  margem que dê  lucro,  Esta na hora  de  se  separar  tambem  esse controle  de preços  do petroleo pelos  EUA. sao eles  que  determinam  de  certta forma  o preço do  barril do petroleo  e  a meu  ver  cada país  devia  determinar seu proprio preço.  comprem quem   quizer. O Brasil  tem  200 milhoes  de habitantes prontos para consumir   gas de cozinha, gasolina  e  outros  derivados, é importrante  se  dá  valor  ao consumo interno. 

    1. Sua proposta não faz sentido:
      Sua proposta não faz sentido: se o Brasil fixaro preço do seu petróleo em $150 o barril, não vai vender pra ninguém.

    2. Sua proposta não faz sentido:
      Sua proposta não faz sentido: se o Brasil fixaro preço do seu petróleo em $150 o barril, não vai vender pra ninguém.

    3. Sua proposta não faz sentido:
      Sua proposta não faz sentido: se o Brasil fixaro preço do seu petróleo em $150 o barril, não vai vender pra ninguém.

  14. Vale sempre lembrar o que disse Zbigniew Brzezinski

    Vale sempre lembrar o que disse Zbigniew Brzezinski em seu livro “Tha grand chessboard – American Primacy And It’s Geostrategic Imperatives” de 1997. Quem nåo sabe, ele foi secretário de defesa de Carter e esteve presente em vários governos dos EUA. O mundo mudou um tanto, mas a estratégia parece ser a mesma. Só que seus temores viraram realidade. Apereceram forças eurasianas para atrapalhar os planos do imprério americano. Leiam alguns trechos e tirem suas conclusões: 

    “Desde que os continentes começaram a interagir politicamente, há cinco séculos atrás, a Eurásia passou a ser o centro do poder mundial”

    “A chave para controlar a Eurásia é controlar as repúblicas da Ásia Central. E a chave para controlar a Ásia Central é o Uzbequistão”

     

    “A última década do século XX testemunhou uma mudança radical nas relações internacionais. Pela primeira vez, um poder de fora da Eurásia emergiu não apenas como árbitro das relações de poder entre as repúblicas deste território, mas como o supremo poder mundial. O colapso da União Soviética foi o último passo para a ascensão do poder ocidental, os EUA como o único e verdadeiro poder global” 

     

    “Neste contexto, a gerência da Eurásia é crítica para a América. A Eurásia, maior continente do mundo, é também o de maior importância geopolítica. Um poder que domine a Eurásia passa ter controle sobre duas das três mais produtivas regiões do planeta. Uma simples olhada no mapa sugere que o controle da Eurásia subordina a África, o Hemisférios Ocidental”

     

    “…entretanto, é imperativo que nenhuma força eurasiana apareça, capaz de exercer alguma dominação na região e desta forma desafiar os EUA. A formulação de uma abrangente e completa geoestratégia para a Eurásia é a proposta deste livro”

     

    “O recuo do poder americano no mundo, a emergência de outra nação rival, pode produzir uma imensa instabilidade internacional, logo estimulando uma anarquia global”

    1. A estratégia geopolítica

      A estratégia geopolítica de Brzezinski, inspirada em Mackinder, foi implementada pelo governo W. Bush, com retumbante fracasso. 

      O governo Obama já abandonou essa política e recua para a geopolítica do poder naval, de Mahan, que é a lógica da estratégia de pivôs, principalmente o controle do fluxo marítima no mar da China.

      O que ocorre na Ucrânia é apenas a velha política de contenção, na verdade, os EUA temem(e muito)que a Europa seja atraída economicamente pelo eixo Moscou-Pequim, principalmente diante do poder de atração que a Nova Rota da Seda exerce sobre os alemães, já bastante vinculados economicamente à Rússia. As peripécias ucranianas apenas atrasam, mas não impedem, o fortalecimento desse processo.

      Putin também, apenas retoma esse discurso do medo, batsante característico da narrativa russa, país historicamente invadido por inimigos externos(Napoleão, Hitler). É uma maneira de se fortalecer internamente.

      1. Não é verdade

        O que indica ter existido fracasso no governo Bush Jr.? Ao contrårio, tomando outros trechos do livro de Brzezinski podemos inferir que a dominaçao do Iraque, Afeganistão e Líbia foram sucesso do plano. Pior, ficam claros os objetivos do 11/9. Veja:

        “A postura da opinião pública americana em relação ao poderio externo dos EUA tem sido muitas vezes ambivalente. A população só apoiou o engajamento da América na segunda Guerra Mundial em função do choque causado pelo ataque a Pearl Harbour”

        “Além disso, como a América se torna a cada dia uma sociedade mais multi-cultural, fica mais difícil de se achar um consenso sobre assuntos de política externa, a menos na circunstância de uma massiva e percebida ameaça externa”

        E Obama náo abandonou a cartilha brzezinskiana ao atuar sobre a Ucrânia. Veja post publicado aqui mesmo no CGN:

        https://jornalggn.com.br/noticia/em-1997-brzezinski-defendia-uma-ucrania-longe-da-russia

        Tudo indica que o projeto eurasiano dos EUA continuam seguindo a receita de Brzezinski. Passo seguinte é tentar enrolar a Rússia em duas frentes: Ucrânia e Líbia. Depois, abater Irã e correr para o Mar Cáspio. 

        Tudo como já confessado pelo polaco.

        1. Os Estados Unidos dominam o

          Os Estados Unidos dominam o Iraque, o Afeganistão e a Líbia?(que por sinal, excetuando o Afeganistão, não possuem qualquer relação com o território cordial de Mackinder).

          Tampouco a Ucrânia está localizada no núcleo do território coridal, que é a Ásia Central(vide a referência que Brzezinski fez ao Uzbequistão, você postou em seu comentário anterior).

          Após o 11 de setembro, os EUA começaram a implementar seu projeto de dominação do Território Coridal via a conquista da Ásia Central. Essa é a lógica da operação no Afeganistão, das bases no Quirguistão). Hoje o Talibã controla o território afegão, o Quirguistão não renovou o tratado com os EUA que permitia o uso de suas bases aéreas, e acabou de aderir à comunidade econômica capitaneada pela Rússia. Diante da ameaça americana, russos e chineses superaram suas desconfianças e formaram uma coalizão de segurança, a Organização para Cooperação de Xangai, que inclui Rússia, China e países da Ásia Central, sendo esperada a futura adesão do Irã. Os EUA foram praticamente expulsos do território cordial, taí o retumbante fracasso do projeto Bush.

          Obama reafirmou a tradição naval mahaniana dos EUA com sua estratégia de pivôes, que visa controlar os fluxos, não o território. Essa é a base da estratégia americana no mar da China, sua aproximação de países com disputas territoriais marítimas com a China, o fortalecimento das bases americanas na Austrália, etc.

  15. O conflito já começou

    O 3 grande conflito já começou mas não se tem claro quem são os atores e seus papeis. Alguns estados chave do tabuleiro estão acumulando força e disputando de forma definitiva o cento do tabuleiro. A década de crise no centro do capitalismo fez com que seus líderes reais (pessoas e corporações) veissem brutal concentração de capital promovida por intermédio da UE ou da USA, resultar no esvaziamento de poder dos seus estados principais. Novos atores e seus estados se colocam no tabuleiro, em especial a China. A Russia é um elemento de força que  reinvidica seu lugar, mas que seu núcleo capitalista não foi chamado para a festa. Outros estados, mais periféricos estão sendo às suas posições e escolhas, como neste ano a batalha do Brasil.

    Como a história mostra, o papel dos povos pode ser importante ou podemos ser sabotados, vejam o caso da França na 2a Guerra, vendida aos alemaes por sua elite capitalista e militar. No Brasil, é necessário um partido que dê conta dessa realidade e que coloque o tema para o povo. Estamos falando da sobreviencia da humanidade.

  16. E o direito das pessoas de decidirem sobre suas vidas?

    Na minha opiniao o artigo eh bastante enviesado e nao traz informacoes de forma equilibrada. Por exemplo, nao ha necessidade de ler a midia dos paises ocidentais, basta ler mesmo a midia pro russa para entender que Validimir Putin eh tudo menos um santo. Outro, o artigo aceita cegamente a versao russa que o aviao foi derrubado pelos ucranianos, mas porque a versao que foi derrubado pelos rebeldes russos esta errada? Mesmo que a Ucrania tenha sido ou ainda seja (seja la como for) area de influencia da Russia, mas o que fazer se parte de sua populacao deseja fazer parte da Uniao Europeia? Iludidos ou nao, eles nao tem esse direito? Ou sera que, em nome da paz mundial e para manter a antipatia contra USA, os ucranianos nao devem ter o direito de decidirem se querem ainda fazer parte da influencia russa? Talvez essa seja a tragedia maior, milhoes de pessoas nao tem o diereito de decidirem sobre suas proprias vidas, uma parte deseja estar na Uniao Europeia mas nao podem porque isso ameaca a Russia, outra parte deseja estar na influencia da Russia mas o territorio onde vivem legalmente pertence a um pais que se aproxima da Uniao Europeia e eles nao se sentem integrados. 

    1. Faltou lógica no seu argumento

      Um golpe de estado tirou o presidente eleito da Ucrânia, eleito democraticamente, inclusive com uma plataforma de campanha contra a aproximação com a UE. Onde fica a vontade deste povo? Na Criméia foi feito um plebiscito onde mais de 90% decidiram pela anexação à Rússia. Onde fica a vontade deste povo? Em Donesk e outras províncias rebeldes também. Será que realmente há respeito pelo direito do povo decidir?

  17. Incrível que em nenhum

    Incrível que em nenhum momento a anexação da Crimeia pelo Putin é citada. Roubar trerritório é correto?? Quem começou esta “coisa” foi o Putin que resolveu rasgar o acordo com a Ucrânia e tomar o território, que considera estratégico para os interesse srussos. Se ninguém fizer nada ele toma a Ucrânia inteira, basta olhar no mapa para verificar sua importânca ainda mais estratégica que a Crimeia. Certamente se o Putin devolve a Crimeia e o problema acaba. O resto é mais do mesmo, a Rússia pode tudo e nunca é cobrada em nada.

    1. Seu conhecimento da historia
      Seu conhecimento da historia da região é nula. Inclusive a recente. Anexação implica em invasão militar. Quando isto ocorreu ?

  18. Dois temores

    Por conta de alguns comentários temo pelo sucesso do trabalho de desinformação praticado pela nossa mídia. Duas coisas me espantam:

    1) Poucos se importam que o atual governo ucraniado tenha um forte grupo nazista o suportando. Ou é fruto de desinformação ou o pior: os nazistas agora são simpáticos a uma parte de brasileiros.

    2) O grupo formado para apurar as causas da queda do voo MH77 da Malasyan em solo ucraniano disse que divulgaria o resultado em outubro último. Até agora nada. A mídia esqueceu. Só lembram do fato para culpar os rebeldes ucranianos, como se já existisse apuração concluída. Poucos se importam.

    Tenho medo.

  19. Os atentados de 11 de setembro foram cometidos pelos próprios am

    E eu acrescento: os atentados de 11.9 foram cometidos pelos próprios americanos. As torres gêmeas foram atingidas por aviões teleguiados (não, não foram aviões sequestrados) antes de serem implodidas, e o Pentágono foi atingido por um míssil (tomahawk, talvez). Mas nossa mídia autoritária e perversa insiste em contar a versão mentirosa do governo americano, de que os responsáveis por aqueles crimes absurdos contra a Humanidade foram terroristas muçulmanos, liderados por Osama Bin Laden. Tanta mentira, tanta gente sendo enganada por essa imprensa vendida a interesses econômicos, que manipula e sonega informação e impostos. Vejam o documentário: “A grande farsa dos atentados de 11.9 – RTP-2, traduzido pela TV portuguesa do original “Loose Change”, feito pelos próprios americanos. Este crime absurdo nossa imprensa esconde até hoje da população. Isto é muito grave!
    O referido documentário está no Youtube. Dura pouco mais de 1 hora. Nele são reveladas as provas que a imprensa corrupta brasileira não mostra, por interesses econômicos, numa atitude de cumplicidade com os verdadeiros terroristas dos atentados de 11.9 – os canalhas norte-americanos-sionistas que não se cansam de impor guerras contra inocentes, por interesses econômicos e poder estratégico no mundo. Quem duvida, veja o documentário e tire suas próprias conclusões. É preciso denunciar os verdadeiros tiranos.

  20. A FUTURA GUERRA DA CRIMÉIA E DONBASS

    Prá esse tipo de guerra creio que o articulista errou ao dizer que a UCRANIA seria incorporada como membro da OTAN. E que um ataque à UCRANIA impçocaria na GUERRA TOTALL (inclusive nuclear) entre a OTAN e a RUSSIA, o que os EUA/OTAN não querem mesmo! A UCRANIA seria apenas uma ‘Síria reversa” a qual com 1 milhão de homens em seu Exército, treinado e armado pela OTAN/EUA  desencadearia a Guerra convencional como ‘proxy’ mas não como MEMBRO DA OTAN. E esse cenário est´sendo prearado agora em final de 2017 em diante, com a futura tentativa da UCRNIA retomar a CRIMÉIA ou o DONBASS.   TELMO MARINHO

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