A idade média e as prisões de Garotinho e Cabral, por Washington Quaquá

“Era na idade média um programão das famílias ir ver alguém ser queimado vivo na fogueira ou guilhotinado em praça pública”
 
 
Jornal GGN – No artigo a seguir, compartilhado nas redes sociais, o prefeito de Maricá e presidente estadual do PT do Rio de Janeiro, Washington Quaquá, analisa as prisões espetaculares dos ex-governadores do estado Sérgio Cabral e Anthony Garotinho, criticando tanto a ação do poder judiciário quanto da cobertura da mídia. 
 
“Em um país democrático, onde se respeita a lei e os direitos e garantias do cidadão, ninguém pode ser preso sem que o processo seja concluído. Ele [Cabral] teria que ser preso ao final do processo, depois de vistas as provas e de ter seu direito a defesa garantido. Esse linchamento público realizado pela mídia com ações de justiçamento da justiça estão levando o Brasil há um processo de degradação ética e social nunca vista. Não se sabe onde isso vai parar”. 
 
Quaquá reforça que sempre foi adversário dos dois políticos, entretanto, seu posicionamento divergente não significa que seja contrário a democracia e respeito às garantias constitucionais, atentando para a necessidade de racionalizar o momento político para que a sociedade não volte a cometer mais uma vez erros historicamente recorrentes. 
 
“Jesus foi condenado em Praça Pública com apoio do povo. Tiradentes enforcado e esquartejado num dia de sol com apoio popular. Era na idade média um programão das famílias ir ver alguém ser queimado vivo na fogueira ou guilhotinado em praça pública”. 
 
A IDADE MÉDIA CHEGOU
 
Por Washington Quaquá, via Facebook 
 
Vamos assistir uma decapitação em praça pública?
 
Tenho visto abismado as manifestações ouriçadas e entusiasmadas de muitos, mas muitos mesmo, com a prisão de Garotinho e Cabral. Os dois são meus adversários. Mas não entro na fila da comemoração…
 
No caso do Garotinho, no que pese as divergências com ele e os problemas que possa ter, me parece de fato um caso contestável já que o delegado fazia abertamente campanha contra ele nas eleições municipais.
 
Em relação a Cabral, Embora seja provável que ele tenha culpa, sendo provável uma prisão ao final do processo. Também é fato a forma deslumbrada que ele passou a viver, como num clube de Paris… Em um país democrático, onde se respeita a lei e os direitos e garantias do cidadão, ninguém pode ser preso sem que o processo seja concluído. Ele teria que ser preso ao final do processo, depois de vistas as provas e de ter seu direito a defesa garantido.
 
Esse linchamento público realizado pela mídia com ações de justiçamento da justiça estão levando o Brasil há um processo de degradação ética e social nunca vista. Não se sabe onde isso vai parar. 
 
Sou adversário de Cabral e de Garotinho, mas sou mais favorável a democracia e ao respeito às garantias da cidadania. O vale tudo e o linchamento já levaram sociedades ao nazismo e ao fascismo, com amplo apoio do povo. Primeiro foram judeus, depois ciganos, mais tarde homossexuais até que todos que discordassem do Füher…
 
Jesus foi condenado em Praça Pública com apoio do povo. Tiradentes enforcado e esquartejado num dia de sol com apoio popular. Era na idade média um programão das famílias ir ver alguém ser queimado vivo na fogueira ou guilhotinado em praça pública. Os tempos sombrios estão de volta. Tudo com fotos e vídeos publicados nas redes sociais ou ao vivo pela rede globo…
 
Um Brasil mais justo e melhor para seu povo estava sendo criado. De uma hora para outra uma casta de juízes, promotores, delegados, todos com vidas boníssimas e altíssimos salários, catapultados pela rede globo de Televisão, junto com um congresso Golpista e sem qualquer reputação transformaram o Brasil numa Líbia ou numa Síria..
 
Agora os americanos podem levar nosso petróleo na boa. Os imbecís dos brasileiros nem vão notar porque estão no Coliseu assistindo mais um leão devorar mais outro cristão.
 
A vida segue… Ou seria a morte?
 
Washington Quaquá
Prefeito de Maricá e Presidente Estadual do PT-RJ
Redação

29 Comentários

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  1. As prisões arbitrárias: distração do brasileiro médio.

    A cada momento de possível descontrole da narrativa do Golpe parece que existe uma prisão arbitrária na Lava-Jato como que para distrair o brasileiro médio. 

    A cada votação contra a classe trabalhadora e contra o povo brasileiro, também.

    A narrativa da corrupção virou o centro de todo o noticiário brasileiro, única narrativa possível e que se quer que as pessoas discutam e considerem prisões de políticos como uma redenção do País. 

    E a economia se afunda, para desviar do noticiário? Mais uma prisão arbitrária se televisiona.

    E segue o Golpe.

    Até quando vai ser possível manter essa estratégia?

    1. Estamos no campo do vale

      Estamos no campo do vale tudo.

      A Globo já não esconde mais as suas intenções, estratégias e conspirações. Ela partiu para o ataque, ele quer controlar o Brasil, imponde sua versão da falsa moral.

      O Judiciário também partiu para o atque faz uns 2 anos. Em vários estados o MP têm como alvo políticos. O Judiciário cansou de ser funcionário publico concursados. Eles querem REINAR o Brasil.

       

  2. Não esperava outra coisa…

    Excelente posicionamento desse admirável ser humano Washington Quá Quá.  Perfeito! Quem já teve a oportunidade de ouvi~lo em entrevistas na TV, passa a admira-lo.

  3. A Globo mandou prender o Garotinho

    Gente, não sejam inocentes….aprendam a entender as coisas dentro dos seus contextos.

    A Rede Globo não engoliu a vitoria do Crivella, bem como, ela está morrendo de medo do Crivella interferir nos negócios da Rede Globo na cidade do Rio de Janeiro.

    Que negócios ?

    Ora, vocês já pararam para calcular o quanto a Rede Globo é dependente do espaço público do Rio de Janeiro para fazer dinheiro?

    Quantos programas, filmes, miniséries, novelas, competições e tudo mais a Rede Globo promove na cidade do Rio de Janeiro e com isso cria a oportunidade de vender, a peso de ouro, espaço publicitário nesses eventos aos seus anunciantes ?

    E é justamente aí que mora o medo da Rede Globo, pois quem controla o espaço público é o Prefeito e nos próximos 4 anos, no Rio de Janeiro, quem irá controlar a cidade é o sobrinho do Edir Macedo, que é dono da maior concorrente da Rede Globo, a TV Record.

    Já imaginaram se o Crivella começar a criar dificuldades para a Rede Globo realizar os seus eventos, o quanto de dinheiro que a Rede Globo irá perder ?

    Pois bem…é nesse contexto que se incere a prisão do Garotinho.

    Garotinho foi fundamental para a eleição do Crivella e a própria Rede Globo noticiou isso:

    http://oglobo.globo.com/brasil/garotinho-apoia-crivella-de-olho-em-cargos-na-prefeitura-do-rio-20149179

    Logo, como uma forma de intimidar o Crivella a Rede Globo mandou prender o Garotinho, que aliás, é um antigo desafeto dela, inclusive ao expor, na própria Rede Globo, a sua dívida bilionária: https://www.youtube.com/watch?v=EV0tR1yLB_Y

    O quê ?  A Rede Globo tem esse poder de mandar prender alguém ?

    Meus caros….no Rio de Janeiro a Globo pode tudo !!!

    Ela tem a sua disposição (quer seja pela intimidação, imposição ou suborno) juízes, desembargadores, promotores, delegados e vários servidores públicos de todos os poderes e em todas as esferas.

    Não estou querendo aliviar para o Garotinho e dizer que ele não tem culpa no cartório, muito pelo contrário. Ele é um dos políticos mais perniciosos do Brasil, porém, a verdade tem que ser dita. Essa prisão visa atacar a futura gestão Crivella. É uma forma da Rede Globo dizer….não venha atrapalhar meus negócios não que eu pego vocês, viu ?!?

    A briga entre Crivella e Rede Globo vai pegar fogo a partir de 2017, aguardem.

     

  4. Jamais imaginei que, um dia,

    Jamais imaginei que, um dia, estaria aqui a lamentar a prisão de corruptos notórios.

    Agradeço a Globo, por isso.

    Agora ela está, literalmente, no comando do espetáculo de horrores em que está se transformando o Brasil.

    É disso que ela entende.

    De horrores, não espetáculos, bem entendido.

    E vem coisa pior por aí, já que os depoimentos de Lula ao Savonarola já estão marcados.

    O episódio envolvendo a Andrade Gutierrez e o cheque viúva porcina – que foi sem nunca ter sido – já está aí, como prólogo.

    Vem coisa pior por aí.

    Faço uma confissão pessoal: tenho 53 anos, e não tenho filhos.

    Nunca me senti tão próximo de Machado de Assis, ou ao seu estado de ânimo, ao escrever o breve capítulo que encerra as Memórias Póstumas de Brás Cubas:

    “Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria.”

  5. Mieus comentários podem

    Mieus comentários podem demorar segundos ou horas pra ser publicado.

    Ou ser censurado.

    Não me queixo, Por que ?

    Porque me sinto réu ou acusador,tanto faz , neste breve comentário, no trbunal de Nuremberg.–num jubeley.

    É uma honra participar desse HISTÓRICO tribunal.

    Ajjeitando a gravata e fazendo pose.

  6. Cara, eu tenho lido

    Cara, eu tenho lido pouquissimas coisa feitas com tanta sensatez como esse artigo

    .Jesus foi condenado em Praça Pública com apoio do povo. Tiradentes enforcado e esquartejado num dia de sol com apoio popular. Era na idade média um programão das famílias ir ver alguém ser queimado vivo na fogueira ou guilhotinado em praça pública. Os tempos sombrios estão de volta. Tudo com fotos e vídeos publicados nas redes sociais ou ao vivo pela rede globo…

    Um dia espero que as pessoas voltem ao normal nesse país .                  

  7. Só o fato de se tirar do seu

    Só o fato de se tirar do seu lar um homem que não está oferecendo risco de vida a ninguém, e sobretudo ser extraído como um câncer pela garagem do edifício com a Globo filmando os manifestantes enlouquecidos, tudo isso prova que justiça e Globo estão de mãos dadas, para produção não de uma novela imbecil, mas para demonizarem quem já está mais pra cachorro morto. Foi o que fizeram aos donos da Escola Base, a Guchiken, e ao próprio Genoíno, três momentos horrendos da nossa história sem a menor justificativa. No final, nenhum tinha cometido crime para tanto sofrimento, e se um morreu, o mesmo acontece aos demais, pois mortos-vivos,

    E a maioria diz que tem que tirar tudo dos corruptos, deixando a pão e água. Isso fizeram com maestria com Genoíno e Dirceu. Este último, dentro da cadeia, teve notícia de que sua pobre e velha mãe perdera o teto, por ter sido cedido por um amigo do ex-ministro. E o povo tá se lixando pra velhinha; pelo contrário.

    Eu não precisava ler uma matéria qualquer para sentir muita tristeza com essas prisões, embora queira que Cabral e Garotinho possam ser investigados, e se tem o que devolver aos cofres públicos, que o façam, ou que sejam presos, como qualquer cidadão, ao final das investigações. 

    Temos que estar atentos a esses movimentos, que vão tomando corpo, e vão desmantelando os princpios legais, como se mais nada restasse para quem ainda sonho em direitos humanos. 

  8. TV da torpeza

    Chocante as cenas da transferência do Garotinho. A TV totalitária esbanjou vindita contra os ex-governadores esmiuçando ridículos “privilégios”. Cada vez mais nojenta esta rede de comunicação.

    Olham para o rabo dos outros e se esquecem do seu, que não anda nada limpo…

  9. Cotidiano

    Cabral e Garotinho tiveram o mesmo tratamento que os cidadãos de segunda categoria,quando flagrados cometendo ilegalidades. A indignação pelos supostos abusos de autoridade nestas ocasiões só atestam a hipocrisia da sociedade dita esclarecida.

  10. Guilhotina só na Revolução

    Guilhotina só na Revolução Francesa… Na Idade Média ningém sonhava com guilhotinas, haha!!

    “A guilhotina foi uma máquina criada para executar pessoas. A execução acontecia após o julgamento e o método utilizado era a decapitação das pessoas condenadas à morte, isto é, separava-se a cabeça do restante do corpo por meio de uma afiadíssima lâmina, através de um contrapeso.Esse invento, chamado de guilhotina, teve como mentor o médico parisiense Joseph Guilhotin”.

    Hoje em dia a nossa distração é ver politicos sendo presos na TV.. e se debatendo e tudo o mundo aplaude! nem Idade Média não é. É selvagem mesmo!

    Resultado de imagem para guilhotina revolução francesa

  11. Ninguém se manifesta pela quase totalidade dos presos?

    quando eu era participante cadastrado, deixei pelo menos uma postagem sobre nossos presos, a condição desumana, muitos sequer sem julgamento.  Uma participante poeta disse que iria escrever uma poesia sobre o tema. Até hoje. Ah, essa humanidade tão seletiva… Por que não aparecem abaixo-assinados, posts de articulistas na blogosfera, etc clamando por novas prisões? Veja-se o espírito de classe: aqui, grita-se contra injustiças diversas nas duas prisões.

  12. Já estou vendo como será a

    Já estou vendo como será a prisão do Lula.

    Vão colocar aquela música chata da Globo, que é a chamada para qualquer desgraça.

    O Bonner entra ao vivo com voz empostada e com semblante denotando profunda alegria e diz ” O Lula se fudeu, o juiz Moro  pediu a sua prisão” em seguida ele cai na gargalhada esquecendo que está ao vivo.

    Na outra cena a porrada estancando na rua entre os prós e contra a prisão. 

    Tudo devidamente filmado.

     

  13. A Globo conseguiu…

    criou uma legião imensa de justiceiros, que têm na figura de Moro um semi-deus a qual não se pode questionar.

    A leitura que faço disso tudo é: estão pavimentando o terreno para a prisão de posterior humilhação pública de Lula.

     

  14. DESTRUIÇÃO MORAL NA PRISÕES DE ADVERSÁRIOS POLÍTICOS

    TORTURA: BANALIZAÇÃO DO MAL OU MAL NECESSÁRIO NO PROCESSO INVESTIGATIVO?

     

    Por: MIGUEL DOS SANTOS CERQUEIRA

     

    Embora quase todos neguem, a tortura como método investigativo ou como instrumento de prevenção ao crime, de defesa social é arraigada na cultura brasileira. Da tortura pode até se dizer, que malgrado ser tipificada como um dos crimes hediondos, trata-se na verdade de uma política consentida pelo Estado e inerente aos aparelhos do Estado.

    No caso brasileiro, a tortura como insumo cultural está na gênese da própria nação e do Estado. Como país eminente do escravagismo moderno, para dobrar a resistência dos negros e índios no intuito de arrancar-lhes trabalho forçado e construir a riqueza da então colônia, a tortura física e psicológica foi o método mais bem empregado pelos senhores de engenho, pelos cafeicultores, pelos fumicultores, enfim, por então todos os empreendedores das monoculturas então dominantes.

    Com o fim do regime escravocrata, pelo menos oficialmente, e com a emergência do regime republicano, sob a égide do positivismo, não exsurgiu a humanização das relações e a tortura não debelada. A assertiva é tão veraz que tivemos a Revolta da Chibata para não desmentir a resiliência do método tido por hediondo, e as escâncaras, num das Forças Armadas, no caso na Marinha Brasileira.

    Em seguida a derrubada da aristocracia cafeeira pela Revolução de 1930, em seguida ao breve interstício do regime democrático inaugurado pela Revolução, com o advento do Estado Novo, a tortura correu à solta nas masmorras das prisões Getulina. Nomes famosos da historiografia brasileira foram vítimas da polícia getulista, a cargo do seu então maior jurista, Francisco Luís da Silva Campos, ou melhor Francisco Campos. Dentre tais figuras temos o então militante do Partido Comunista, o escritor alagoano, Graciliano Ramos e também João Mangabeira, jurista baiano e um dos fundadores do antigo Partido Socialista Brasileiro.

    Segundo as autoridades estudiosas do assunto no Brasil, a adoção da tortura como método investigativo se tornou regra encarquilhada no aparelho policial a partir do Estado Novo e desde lá a prática nunca foi efetivamente abandonada, embora combatida e denunciada.

    O recrudescimento da tortura como método de investigação policial, associada aos métodos paramilitares de extermínio e aos esquadrões da morte, teve o seu apíce no período pós 1964, quando então os militares que se assenhoram do poder aperfeiçoaram a prática com soluções trazidas por militares e policiais franceses que a utilizavam diuturnamente com os argelinos, no período anterior a independência da Argélia. Alguns de tais métodos podem ser vistos no grandiosíssimo filme político, um dos maiores de todos os tempos, a obra-prima, “A Batalha de Argel”.

    Uma das razões para a debacle da Ditadura Militar de 1964, descontadas aquelas de natureza econômica, foi a prática continuada da tortura, que passou a ser objeto de denúncias por membros da Igreja Católica, a exemplo do “santo e intemerato”, Dom Paulo Evaristo Arns, o ex-Arcebispo do Estado de São Paulo, e também por membros das igrejas reformadas históricas, a exemplo presbiteriano Jaime Wright e de alguns pastores metodistas. O desnudamento completo da prática se deu com as mortes do jornalismo Vladimir Herzog e do operário Fiel Filho, que culminou com a queda do então comandante do II Exército, o general Ednardo D’Ávila Mello e, posteriormente, com a demissão do Ministro do Exército Sylvio Frota, pelo então Presidente da República o General Ernesto Geisel.

    O fim do regime militar e a “redemocratização” do Estado brasileiro, todavia, não significou o fim da tortura como método de intimidação, de investigação ou de combate ao crime, posto que o aparelhamento policial viciado na prática de tortura permaneceu incólume.

    Demais disso, como já dito, a tortura trata-se de um insumo cultural da mentalidade do povo brasileiro, que não só endossa os métodos adotados pelas suas polícias, mas até se insurge, persegue e difama todos aqueles que se contrapõe à prática como sendo uma das mais infames das desumanidades. 

    De fato, para todos aqueles que se pretendem cristãos, liberais ou humanistas, todos aqueles que acreditam e afirmam ser o homem detentor de dignidade inata, a tortura não se trata apenas de um crime, mas a mais infame das desumanidades. Tanto isso é verdadeiro que um dos maiores dos filósofos do ocidente, Immanuel Kant, até admite a pena de morte como método de refutação do homicídio, contudo, rechaça a tortura por ser a mais vil das negações do homem, da dignidade humana.

    Ocorre que, com a bancarrota do estado civilizatório, com o mais completo esgarçamento do aparelho social, são poucos os que ainda ousam levantar a voz contra a loucura das multidões.

    De fato, nesses tempos tenebrosos, o normal e a verdadeira sanidade é silenciar diante da tortura, é aclamar os linchamentos, é louvar e cobrir de louros os que se levantam como sendo torturadores, membros de esquadrões da morte e de grupos de extermínio. Os que, a exemplo de um Cesare Becccaria, de Roberto Lyra Filho, de um Eugenio Raul Zaffaronni,  de um Miguel Seabra Fagundes, advogam o império da Lei, a prevalência da Ordem Jurídica e a Dignidade Humana como sendo um dos princípios mores da civilização ocidental, da civilização judaico-cristão devem ser enxovalhados, humilhados e ofendidos, como se fossem cúmplices da criminalidade dos pequenos,  que por serem perpetrados pela raia miúda, na sua maioria por pobres e pretos, egressos da margem do aparelho social, são tidos como mais assombrosos, e não admissíveis,   mas que nem por isso mesmo menos odiosos que aqueles que são cometidos pelos cidadãos acima de qualquer suspeita e de altos coturnos, como são muitos dos próprios torturadores.

    Nesse sentido, uma vez que a prática da tortura como método de prevenção do crime, de inibição da prática de delitos, bem como de investigação é um dos insumos culturais mais relevantes do povo brasileiro e quase que unanimidade, está mais que na hora de o Brasil adotá-la na sua legislação penal, o que certamente contará com aprovação da grande mídia e de parte dos que integram o sistema de justiça, notadamente promotores e juízes.

  15. Enquanto isso a tucanada

    Enquanto isso a tucanada estão se derretendo de rir; saberão que com a ajuda do judiciário tucano só sobrarão eles para 2018. Que acho eu que eles só têm chance de voltar ao poder central dessa maneira mesmo.

  16. O ESPETÁCULO ESCABROSO DA TORTURA NAS PRISÕES DE ADVERSÁRIOS

    TORTURA: BANALIZAÇÃO DO MAL OU MAL NECESSÁRIO NO PROCESSO INVESTIGATIVO?

     

    Por: MIGUEL DOS SANTOS CERQUEIRA

     

    Embora quase todos neguem, a tortura como método investigativo ou como instrumento de prevenção ao crime, de defesa social é arraigada na cultura brasileira. Da tortura pode até se dizer, que malgrado ser tipificada como um dos crimes hediondos, trata-se na verdade de uma política consentida pelo Estado e inerente aos aparelhos do Estado.

    No caso brasileiro, a tortura como insumo cultural está na gênese da própria nação e do Estado. Como país eminente do escravagismo moderno, para dobrar a resistência dos negros e índios no intuito de arrancar-lhes trabalho forçado e construir a riqueza da então colônia, a tortura física e psicológica foi o método mais bem empregado pelos senhores de engenho, pelos cafeicultores, pelos fumicultores, enfim, por então todos os empreendedores das monoculturas então dominantes.

    Com o fim do regime escravocrata, pelo menos oficialmente, e com a emergência do regime republicano, sob a égide do positivismo, não exsurgiu a humanização das relações e a tortura não debelada. A assertiva é tão veraz que tivemos a Revolta da Chibata para não desmentir a resiliência do método tido por hediondo, e as escâncaras, num das Forças Armadas, no caso na Marinha Brasileira.

    Em seguida a derrubada da aristocracia cafeeira pela Revolução de 1930, em seguida ao breve interstício do regime democrático inaugurado pela Revolução, com o advento do Estado Novo, a tortura correu à solta nas masmorras das prisões Getulina. Nomes famosos da historiografia brasileira foram vítimas da polícia getulista, a cargo do seu então maior jurista, Francisco Luís da Silva Campos, ou melhor Francisco Campos. Dentre tais figuras temos o então militante do Partido Comunista, o escritor alagoano, Graciliano Ramos e também João Mangabeira, jurista baiano e um dos fundadores do antigo Partido Socialista Brasileiro.

    Segundo as autoridades estudiosas do assunto no Brasil, a adoção da tortura como método investigativo se tornou regra encarquilhada no aparelho policial a partir do Estado Novo e desde lá a prática nunca foi efetivamente abandonada, embora combatida e denunciada.

    O recrudescimento da tortura como método de investigação policial, associada aos métodos paramilitares de extermínio e aos esquadrões da morte, teve o seu apíce no período pós 1964, quando então os militares que se assenhoram do poder aperfeiçoaram a prática com soluções trazidas por militares e policiais franceses que a utilizavam diuturnamente com os argelinos, no período anterior a independência da Argélia. Alguns de tais métodos podem ser vistos no grandiosíssimo filme político, um dos maiores de todos os tempos, a obra-prima, “A Batalha de Argel”.

    Uma das razões para a debacle da Ditadura Militar de 1964, descontadas aquelas de natureza econômica, foi a prática continuada da tortura, que passou a ser objeto de denúncias por membros da Igreja Católica, a exemplo do “santo e intemerato”, Dom Paulo Evaristo Arns, o ex-Arcebispo do Estado de São Paulo, e também por membros das igrejas reformadas históricas, a exemplo presbiteriano Jaime Wright e de alguns pastores metodistas. O desnudamento completo da prática se deu com as mortes do jornalismo Vladimir Herzog e do operário Fiel Filho, que culminou com a queda do então comandante do II Exército, o general Ednardo D’Ávila Mello e, posteriormente, com a demissão do Ministro do Exército Sylvio Frota, pelo então Presidente da República o General Ernesto Geisel.

    O fim do regime militar e a “redemocratização” do Estado brasileiro, todavia, não significou o fim da tortura como método de intimidação, de investigação ou de combate ao crime, posto que o aparelhamento policial viciado na prática de tortura permaneceu incólume.

    Demais disso, como já dito, a tortura trata-se de um insumo cultural da mentalidade do povo brasileiro, que não só endossa os métodos adotados pelas suas polícias, mas até se insurge, persegue e difama todos aqueles que se contrapõe à prática como sendo uma das mais infames das desumanidades. 

    De fato, para todos aqueles que se pretendem cristãos, liberais ou humanistas, todos aqueles que acreditam e afirmam ser o homem detentor de dignidade inata, a tortura não se trata apenas de um crime, mas a mais infame das desumanidades. Tanto isso é verdadeiro que um dos maiores dos filósofos do ocidente, Immanuel Kant, até admite a pena de morte como método de refutação do homicídio, contudo, rechaça a tortura por ser a mais vil das negações do homem, da dignidade humana.

    Ocorre que, com a bancarrota do estado civilizatório, com o mais completo esgarçamento do aparelho social, são poucos os que ainda ousam levantar a voz contra a loucura das multidões.

    De fato, nesses tempos tenebrosos, o normal e a verdadeira sanidade é silenciar diante da tortura, é aclamar os linchamentos, é louvar e cobrir de louros os que se levantam como sendo torturadores, membros de esquadrões da morte e de grupos de extermínio. Os que, a exemplo de um Cesare Becccaria, de Roberto Lyra Filho, de um Eugenio Raul Zaffaronni,  de um Miguel Seabra Fagundes, advogam o império da Lei, a prevalência da Ordem Jurídica e a Dignidade Humana como sendo um dos princípios mores da civilização ocidental, da civilização judaico-cristão devem ser enxovalhados, humilhados e ofendidos, como se fossem cúmplices da criminalidade dos pequenos,  que por serem perpetrados pela raia miúda, na sua maioria por pobres e pretos, egressos da margem do aparelho social, são tidos como mais assombrosos, e não admissíveis,   mas que nem por isso mesmo menos odiosos que aqueles que são cometidos pelos cidadãos acima de qualquer suspeita e de altos coturnos, como são muitos dos próprios torturadores.

    Nesse sentido, uma vez que a prática da tortura como método de prevenção do crime, de inibição da prática de delitos, bem como de investigação é um dos insumos culturais mais relevantes do povo brasileiro e quase que unanimidade, está mais que na hora de o Brasil adotá-la na sua legislação penal, o que certamente contará com aprovação da grande mídia e de parte dos que integram o sistema de justiça, notadamente promotores e juízes.

    MIGUEL DOS SANTOS CERQUEIRA, Defensor Público. Militante de Direitos Humanos e titular da Primeira Defensoria Pública Especial Cível do Estado de Sergipe. 

     

  17. Muito estranho. Mas, causa

    Muito estranho. Mas, causa muito maior estranheza as diversas prisões que não estão acontecendo, principalmente de políticos alguns no atual governo ditador golpista, e as impressionantes diferenças de tratamento! São características de um violento tribunal de excessão sem prescedentes na história! Estão livrando tantos delatores premiados, tantos políticos claramente criminosos, que já está mais do que certo e já podemos afirmar sem sombra de dúvidas que “O CRIME, NO BRASIL DE HOJE, COMPENSA!” E essas ações, bem como as vendas de empresas públicas que tiveram início marcante com a venda da Liquigás, com digitais claras dos responsáveis que muito préviamente já haviam entabulado tudo isso, invoca-nos boquiabertamente ao verdadeiro crime do “domínio do fato”.

  18. PT

    Sr. Qua Qua

    Me desculpe, mas o PT também não foi para Praça Pública ver ninguém ser queimado, mas também não foi para praça defender Dirceu e Genoino.Só vi Suplicy e meia dúzia de pessoas embaixo de uma tenda fazendo discursos. Não vi  uma praça cheia,com pessoas defendendo presos sem provas sendo julgados por suspeição.Ali tudo começou…E hoje perdemos o controle dos fatos.

  19. Idade Média

    Estava pensando exatamente isso hoje, que logo vamos ver execuções e linchamentos na frente do Palácio Tirandentes em vez de rodas de samba e choro na cidade maravilhosa.

  20. Destaco:
    “Um Brasil mais

    Destaco:

    “Um Brasil mais justo e melhor para seu povo estava sendo criado. De uma hora para outra uma casta de juízes, promotores, delegados, todos com vidas boníssimas e altíssimos salários, catapultados pela rede globo de Televisão, junto com um congresso Golpista e sem qualquer reputação transformaram o Brasil numa Líbia ou numa Síria..

     Agora os americanos podem levar nosso petróleo na boa. Os imbecís dos brasileiros nem vão notar porque estão no Coliseu assistindo mais um leão devorar mais outro cristão. A vida segue… Ou seria a morte?”

  21. A queima na fogueira, o

    A queima na fogueira, o esquartejamento e a decapitação têm nomes diferentes atualmente: Rede Globo, Moro e Janot, o horrendo.

  22. Depois de o PT, sem que Dilma

    Depois de o PT, sem que Dilma fosse sequer citada, soltou nota dizendo que ele nunca foi aliado e que apoiou Aécio ( mesmo com fotos mil deles em carreata) agora esse Quaqua, aliadissimo a Cabral, solta uma dessa. Cabral deve saber de coisas graves para que as pessoas se defendam antes de serem acusadas

  23. Esgoto, o local de onde surgem os bichos peçonhentos

    Tanto aqui no Nassif, quanto no O Cafezinho, como no Viomundo e nos demais blogs progressistas e independentes, diariamente sempre há análises da política, das tramas do Golpe, análises da economia, além de notícias e artigos variados.

    Como é do conhecimento de todos os que escrevem, se informam, participam e visitam esses blogs, a rede globo de televisão – a rede esgoto – é o miolo, o caroço, o títere, o carro-chefe e o quartel general, enfim, é o sustentáculo deste Golpe de Estado, dessa traição ao Brasil, e a responsável maior por todo esse ódio disseminado em cada canto do País.

    Sabendo disso, essa mídia independente deveria, diuturna e ininterruptamente, expor e divulgar as mazelas e maldades dessa gente!

     

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