A incoerência do liberalismo empresarial brasileiro

Da Carta Capital

A riachuelização do Brasil

Por Carlos Juliano Barros

À nata dos empresários, incentivos fiscais e crédito subsidiado. Ao grosso dos trabalhadores, empregos precários e sub-remunerados

Você já ouviu falar de Flávio Rocha? Nascido no Recife, ele é o herdeiro e presidente da Riachuelo, grupo empresarial de sua família que, nos últimos dez anos, virou referência de fast fashion e se transformou na rede de varejo de moda que mais cresce no Brasil. Antes de trilhar a carreira de executivo, Flávio Rocha até se aventurou na política entre as décadas de 1980 e 1990, quando chegou a ser deputado federal e correligionário do ex-presidente Fernando Collor de Melo.

Como quase todo CEO de sucesso que se preze, Flávio Rocha é dado a hábitos disruptivos que transformam homens de negócio em super-heróis e artistas. Já correu algumas vezes a maratona de Nova York e coleciona nas paredes de sua casa obras exclusivíssimas – do ícone pop americano Andy Warhol ao cerebral pintor venezuelano Carlos Cruz-Díez.     

Só que Flávio Rocha vai muito além de um executivo vencedor. Um dos mais barulhentos porta-vozes do empresariado nacional a defender o impeachment de Dilma Rousseff, o presidente da Riachuelo é um liberal convicto e crítico mordaz do “capitalismo de conluio” – ou crony capitalism, na expressão popularizada pelo professor da Universidade de Chicago, Luigi Zingales – que em sua opinião se instalou no Brasil durante a era PT. Um dos seus alvos prediletos é a “política dos campeões nacionais” do BNDES, o banco estatal de fomento da economia brasileira. 

De fato, não há como negar que o governo federal usou e abusou do BNDES para distribuir dinheiro farto a juros subsidiados, às vezes até abaixo do próprio custo de captação de capital, para os amigos da corte – Eike Batista e JBS que o digam.

Para os adversários do PT, a farra do dinheiro barato liberado a gigantes do PIB nacional, escolhidos à revelia da meritocracia do mercado, tolheu a formação do mercado de capitais e inibiu o financiamento privado no Brasil. 

Em recente entrevista concedida a Miriam Leitão, na Globo News, Flávio Rocha foi categórico sobre o assunto: “Essas deformações, como subsídios na hora do crédito, também têm o efeito de distorcer a economia”. Mas o presidente da Riachuelo só se esqueceu de mencionar que a empresa de sua família também encheu a pança na boquinha dos juros camaradas do BNDES – tudo dentro da lei, obviamente. 

Uma rápida consulta pública ao site do banco (abaixo) mostra que, entre 2009 e 2016, a Riachuelo e a indústria do grupo (chamada Guararapes Confecções) levantaram financiamentos da ordem de R$ 1,44 bilhão para, dentre outras coisas, investir numa fábrica no Ceará e expandir a rede de lojas país afora. Como se não bastassem as taxas de juros do BNDES mais baixas do que as praticadas pelo mercado, a planta industrial construída em Fortaleza, assim como outra fábrica instalada no Rio Grande do Norte, também se beneficia da isenção de 75% do Imposto de Renda – informação que pode ser pescada do próprio site da Riachuelo.

Mesmo sem citar esses dados, Miriam Leitão foi obrigada a jogar a real em cadeia nacional com o presidente da Riachuelo: “Quando os empresários brasileiros vão ser coerentes com o liberalismo que pregam?”

Flávio Rocha é um entusiasta declarado da “Ponte para o Futuro”, programa de reformas liberalizantes encampado pelo PMDB do presidente-interino Michel Temer. E já elegeu a sua prioridade: a flexibilização da legislação trabalhista. Na verdade, enquanto a CLT não vira letra morta, a Riachuelo já vem cortando os custos de produção do seu império de fast fashion. 

Parte da confecção de roupas da rede, por exemplo, é terceirizada para oficinas do sertão do Seridó, no Rio Grande do Norte, onde autoridades já flagraram violações graves como jornadas excessivas, trabalho sem carteira assinada e pagamentos abaixo do salário mínimo. 

A transferência de parte da produção da Riachuelo para o sertão do estado se deu depois de 2012, quando o Ministério Público do Trabalho multou em R$ 27 milhões a empresa por descumprimento de normas de saúde e segurança na fábrica localizada na capital Natal. O caso foi resolvido por meio de um acordo. 

Atualmente, Flávio Rocha é um dos mais eminentes arautos do processo de “riachuelização” que vem se desenhando no país. À nata dos empresários, incentivos fiscais e crédito subsidiado – mesmo quando essas medidas são tidas como ataques aos princípios do livre mercado. Ao grosso dos trabalhadores, empregos precários, exaustivos e sub-remunerados, sem qualquer proteção do Estado. E assim se constrói a ponte para o futuro no Brasil.

*Carlos Juliano Barros, diretor de “Entre os Homens de Bem”, é jornalista e documentarista. Em parceria com Caio Cavechini, dirigiu “Carne Osso – O Trabalho em Frigoríficos”, vencedor do Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos de 2013, e “Jaci – Sete Pecados de uma Obra Amazônica”, selecionado para o festival “É Tudo Verdade” e vencedor da Mostra Ecofalante de 2016.

Redação

34 Comentários

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  1. Classico liberalismo tupiniquim

    “Estado máximo para mim e meus sócios, Estado minimo/inexistente para os meus desafetos e os demais. Gloria para mim, chitote no lombo dos outros”.

    Essa parte da elite, exemplificada pelo dono da Riachuelo, pode se apropriar de quantos discursos “moderninhos” ela quiser, mas ela nunca me enganará. Nossa elite não é liberal, mas sim patrimonalista, patriarcal e internacionalista. Pra poder lucrar, tem vergonha alguma de jogar a nação ou o povo debaixo do trem. Eles não tem projeto de pais.

    1. elite, leia-se lixo

      Perfeito comentário. Acrescentaria ainda: colonialista. O paradigma desta casta desgraçada é estar sempre submissa aos interesses alienígenas e ao mesmo tempo não medir esforços em pisar no pescoço do nosso povo.

      Este apegado às tetas do empecilho chamado Estado, que quer acabar com os direitos trabalhistas, se esquece que o público que o sustenta é quase na totalidade assalariado e quanto menor o poder aquisitivo, menor será seu faturamento. Fosse eu acionista desta rede de sulanca etiquetada, já teria me livrado do investimento.

  2. Eu não gosto dela mas…

    Uma empresa e seus produtos a serem boicotada, de minha parte não compro mais, mas…recebi de presente no dia dos pais uma linda camiseta polo que minhas filhas e filhos juntaram umas economias e compraram lá. Fazer o que? me fez lembrar a música do Chico sobre a Filha do ditador Ernesto Geisel, que declarou adorar suas músicas. “Você não gosta de mim/mas sua filha gosta.

  3. HIPOCRISIA

    Será que ele concorda com o fato de o Brasil ser um dos raros países no mundo que não taxa os rendimentos na forma de dividendos que os acionistas recebem dos lucros de suas empresas ?

    Além de nunca ter implementado o imposto sobre grandes fortunas ? 

  4.  
    Nenhuma novidade

     

    Nenhuma novidade aqui.

    Tenta-se desqualificar a idéia, combate ao capitalismo do compadrio, criticando-se o autor!

    Ora, para criticar a política do BNDES então o autor da crítica nunca pode tomar um empréstimo sequer da entidade senão as criticas serão desqualificadas?

    Oras, e por acaso o eleitor não pode criticar os eleitos porque votou neles? Os correntistas não podem criticar os bancos porque são correntistas desse banco?

    Existe uma diferença fundamental quando se empresta dinheiro a uma JBS para comprar a concorrente, ou dinheiro dado a Oi para comprar a BrTelecon, do dinheiro emprestado à Riachuelo para abrir uma fábrica no nordeste.

     

     

    1. Concordo com você. Exigir

      Concordo com você. Exigir coerência de capitalistas é o mesmo que exigir de um leão que seja vegetariano. Por sinal, o leão pode se adaptar a essa condição mais facilmente. Mas, se ele (e tantos outros, como você, por exemplo) julgam que a ação do estado deforma o livre mercado, que tal só se financiar no mercado privado, no caso, financiando a expansão do grupo somente em bancos privados? 

      1. O dono da Riachuelo não disse

        O dono da Riachuelo não disse que a ação do estado deforma o livre mercado.

        Ele é contra que o estado deforme o livre mercado com a política de campeões nacionais, onde grandes empresas conseguem uma posição hegemonica do mercado com o auxílio de financiamentos fartos a juros subsidiados.

        Existe uma grande diferença entre se fornecer dinheiro a uma empresa para construir fábricas do que emprestar dinheiro para uma empresa comprar a sua concorrente.

        Veja no que deu os financiamentos dados ã OI, e a JBS. O BNDES deu a esses grupos dezenas de bilhões de reais para que essas empresas aumentassem de tamanho às custas de comprar suas concorrentes.

        O dono da Riachuelo quer um BNDES para todos, e não um BNDES para poucos. E ver que ele pr[oprio é um beneficiário dos financiamentos do BNDES demonstra, sem nenhuma sombra de dúvida, que ele defende a sua tese sem interesses pessoais envolvidos.

        Ele faz parte da elite que ganha finaciamentos do BNDES e que ele gostaria que outras empresas também conseguissem financiamentos e prega isso abertamente.

  5. Deixe-me ver.
    Eike Batista,

    Deixe-me ver.

    Eike Batista, Wesley Batista, e Carlos Jereissati tomam dezenas de bilhões de reais do BNDES e ficam caladinhos , são os bonzinhos, já o dono da Riachuelo que levantou 1 bi do BNDES para montar uma fábrica no Nordeste esse é o vilão da história.

    Tá serto!

  6. Nada demais
    ….

    Outra perseguição ideológica.

    Coisa de fascista!

    O Presidente da Riachuelo pode acreditar no que quiser que NINGUÉM tem nada a ver com isso.

    É só um idiota que a CIA arranjou para manobrar sem ter que pagar. É o que mais tem por estas bandas e por isso jamais haverá envolvimento de forças armadas por aqui…. é muito barato.

  7. Estou ficando velho

    Pra quem cresceu e quando possível, lia as entrevistas de Antônio Ermirio de Moraes, hoje essa juventude “empreendedora” tem quem como símbolo no setor empresarial? Eike do que? Flávio do que? Essa turmia não agrega nehum conhecimento, só sobrevi graças as informações privilegiadas e se limita a repetir o que ouviu. Essa turminha é motivo de piada nas rodas do empresariado internacional. Melhor, nem são lembrados. Empresários da Revista Caras… Estou ficando velho.

    1. A Revista CARAS não é para

      A Revista CARAS não é para empresarios, é para celebridades, sertanejos de asfalto, popuzudas, decoradores,

      peruas de todos as penugens, misses, reis do camarote, jogadores de futebol e suas marias chuteiras, cantores e cantoras, artistas de novelça, modelos, chef de cuisine estrlados, pintores de Miami, corredores de autor, etc.

      Os maiores empresarios do Brasil raramente se expõe, são conhecidos em circulos empresariais e olhe lá.

  8. “Como quase todo CEO de
    “Como quase todo CEO de sucesso que se preze, Flávio Rocha é dado a hábitos disruptivos que transformam homens de negócio em super-heróis e artistas.”

    Brilhante.

  9. O empresariado que conheço

    O empresariado que conheço nada mais é que a elite parasitando o Estado por meio de benefícios dos Governos assumidos por eles mesmos.  Empresariado e Governo, em geral, são duas faces da mesma moeda.  O golpe nada mais é que o retorno e o reforço dessa lógica.  E a classe média reacionária que se acha elite apoia essa aberração de golpe.

    1. Foi-se o tempo em que

      Foi-se o tempo em que empresário bancava RISCOS. Hoje bancam os lucros, os riscos empurram para o erário. Na maior cara de pau. 

    2. Então vc conhece muito pouco

      Então vc conhece muito pouco do empresariado. A esmagadora maioria SUSTENTA o Estado, quem parasita o Estado é

      a mega burocracia que não produz meio pé de alface e vive as custas de quem paga impostos, o Estado nada produz e vive de quem produz e paga impostos, na economia competitiva se vc não trabalha bem fracassa, no Estado pode trabalhar mal ou não trabalhar nada, o Estado sempre sustenta.

      1. Muito me espanta você, André,

        Muito me espanta você, André, um cara tão instruido, vir com esse discurso obscurantista. Vamos colocar algumas coisas no lugar:

        1. Que papo é esse de que empresário sustenta o Estado? E os impostos indiretos que incindem sobre a população de menor faixa de renda sumiram? Sabe-se que são eles quem pagam o grosso dos impostos;

        2. A sonegação campeia entre o empresariado. Vi de perto;

        3. Também vi de perto outras “qualidades” do empresariado brasileiro: comodismo, exibicionismo, choradeira, egoísto e obscurantismo mais primitivo;

        4. O Estado nada produz? Investimentos através de estatais, gastos públicos e investimentos sociais são o quê? Miragem? Tá louco? Mesmo nos EUA o Estado é o maior demandante da economia. Sua demanda gera P&D e investimento massiço. Tá, é no setro militar, mas olhe quantas empresas simplesmete tem como único cliente o Estado. A lista é enorme. Então chega de papo furado de que o Estado nada produz;

        5. Sou funcionário público, e não me lembro de ter chegado atrasado no trabalho, nem trabalhar menos do que qualquer um da iniciativa privada. Me lasquei para passar em concurso e dou o sangue no emprego. Acordo cedo, durmo tarde e não tenho final de semana livre. Mude teu conceito sobre o funcionalismo; 

        6. Curioso, não dizem que trabalhando você tem sucesso? Não é isto que diz a meritocracia? Então trabalhe até verter sangue para ter sucesso. Não peça nada para o Estado e não se queixe. Se vire.

        1. O investimento do Estado vem

          O investimento do Estado vem dos impostos, o Estado não gera renda. ele recolhe renda da economia produtiva e quando reinveste o faz com essa renda previamente recolhida ou com recursos obtidos da divida publica que por sua vez é lastreada na arrecadação que vem da economia produtiva, a unica que gera renda real.

          Quem paga impostos é a economia produtiva, representada pela empresa e seus empregados, todo o resto da economia depende da economia da produção sem a qual não existe Estado e funcionario publico.

          1. Sabe? Imaginei que tua

            Sabe? Imaginei que tua resposta seria esta. Velha ladainha dos manuais econômicos liberais, pra quem o Estado é o demônio encarnado e toda renda vem do setor privado. Curioso é que nunca qualquer civilização a pôs em prática.

            Agora já sei como pensa. Não precisa dizer mais nada.

  10. Algumas observações sobre o tema solo e fertilidade

    Gostaria de colocar algumas questões que julgo pertinentes para o debate a respeito da questão levantada na conferência citada:

    1 – Grande parte do conhecimento científico sobre os processos envolvidos na perda ou no aumento da fertilidade do solo – objeto de um campo do conhecimento científico chamado edafologia – é baseado nas condições naturais e nas intervenções humanas (antrópicas) em solos longamente utlizados para a agricultura situados nos países e regiões caracterizados como temperados. Trazendo para a prática, é com base nesse conhecimento que a agricultura comercial em todo o mundo utiliza os fertilizantes químicos, que fornecem os elementos fundamentais para a fertilidade – nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K). Aplicando-se a correta proporção de NPK aos solos juntamente com a quantidade adequada de água espera-se obter a máxima produtividade nas colheitas. Isso vale tanto para o Corn Belt no meio-oeste dos EUA, como para a soja no Mato Grosso, ou trigo na Argentina. Mas solos existentes nas zonas tropicais do globo terrestre são diferentes, seus processos naturais incluem a enorme participação de microorganismos presentes no chamado horizonte O (orgânico) e no horizonte A (camada superficial formada por minerais e matéria orgânica parcial ou totalmente decomposta). Para não me alongar em demasia, quero apenas destacar que existe uma estreita relação entre fertilidade e produtividade dos solos, relação essa de natureza econômica, mas que na maioria das vezes não considera os incontáveis fatores que intervêm nos processos em questão (interação solo-planta) nas diferentes condições ambientais.

    2 – A agricultura comercial, que até a 2ª Guerra Mundial era restrita aos países centrais do capitalismo (incluidos aqui o Canadá, a Austrália e outros paises da Commonwealth Britânica) se expandiu e estabeleceu os parâmetros (principalmente aqueles relativos a produtividade) que definem o correto manejo agrícola em todo o mundo, incorporando nessa expansão imensas áreas em países muito diferentes quanto às condições ambientais (clima, solo, etc.) daqueles de onde se originou (Europa e EUA). Para quem se interessar sobre o tema, basta procurar na Internet os trabalhos científicos sobre o tema COMPLEXO AGROINDUSTRIAL (CAI). Trazendo novamente para a prática, isso significa que a produção agrícola comercial seja no Brasil, seja na África depende de uma imensa quantidade de insumos e equipamentos fornecidos por setores industriais especializados. O princípio básico do funcionamento desse complexo é: a) o solo é suporte para o cultivo; b) tudo que a planta necessita – água e nutrientes – para se desenvolver na escala desejada (tamanho, qualidade, tempo) será fornecido pelo homem, incluindo a defesa contra os “inimigos” naturais ou não da planta. Aqui entra a principal (talvez seja mais adequado dizer primordial) dependência em relação à Natureza, o suprimento de água.

    3 – Se a chuva é o fator fundamental para o suprimento de água para a agricultura, seja pela precipitação diretamente nas áreas cultivadas, seja pela infiltração em áreas distantes onde irá alimentar os aquíferos superficiais (e, consequentemente, os rios de onde a água poderá ser retirada na ausência de chuva), entender o clima sob a perspectiva da previsibilidade das precipitações pluviométricas constitui um dos maiores desafios da meteorologia atualmente. Todos os modelos existentes já são suficientemente desenvolvidos para estimar e prever com muita precisão a temperatura, já que esta guarda estreita dependência com o albedo da superfície onde incide a luz solar em diferentes épocas do ano, assim como outros fatores (as massas polares, marítimas e continentais, etc.) Mas a precipitação de chuva está estreitamente relacionada à interação entre a umidade presente na atmosfera e aerosóis (que podem ser pólen, cinza vulcânica, areia dos desertos, material particulado proveniente de motores a combustão, e mutio mais) e aqui há um enorme campo a ser investigado. Para dar um exemplo, há poucos anos foi constatado que as chuvas que ocorrem nos meses de fevereiro e março na Amazônia dependem principalmente do suprimento de areia finísima proveniente do deserto do Saara! Aqui faço menção às pesquisas realizadas na área de paleoclimatologia, que tem revelado a ocorrência de crises hídricas ao longo do Holoceno (últimos 10.000 anos)  decorrentes de flutuações na precipitação de chuvas, algumas com consequências significativas para as civilizações antigas (o fim do Antigo Império no Egito aparentemente foi causado por uma dessas crises, que durou quase dois séculos!) Ou seja, somos mais vulneráveis do que nunca a esses processos ainda pouco conhecidos.

    4 – Pensando no conceito de risco e seu gerenciamento, embora a iniciativa levantada na conferência seja louvável, há que se pensar no conhecimento dos fatores que levam à condição de risco. No caso dos países da África, e do Brasil, é imprescindível conhecer as condições locais tendo como unidade de análise a bacia hidrográfica (não me refiro à Bacia Amazônica ou à Bacia do São Francisco, e sim às microbacias dos córregos, riachos e rios menores onde há cultivo) e, fundamentalmente, a experiência dos agricultores que aí vivem. Não se pode esquecer, pelo exposto nos itens anteriores, que essa questão envolve interesses estratégicos e que, talvez, estejamos diante de um dilema fundamental: permanecer vinculados aos conceitos de fertilidade e produtividade estabelecidos pela agricultura comercial (e, assim manter a dependência em relação ao CAI), ou buscar alternativas adequadas às condições ambientais locais baseadas em conhecimento científico produzido nos países da zona intertropical, que reverta em novas técnicas acessíveis aos agricultores desses países.

  11. Não há dúvida de que existem

    Não há dúvida de que existem empresários competentes e inovadores, mas no geral o empresariado brasileiro é de uma mediocridade espantosa, sem falar que gostam de desafiar a lógica: querem lucrar sem investir. Ademais, são cínicos o suficiente para pregar o liberalismo… para os outros.

    A Globo é exemplo perfeito, adora um liberalismo selvagem, desde que seja para os outros, mas ela mesma sempre fez de tudo para se manter monopolista e sempre gostou de uma mão amiga do governo…  E tem gente tola o suficiente para acreditar nas asneiras ditas pelos especialistas dessa emissora nefasta..

    No fundo acho que esses estúpidos desconhecem a real dimensão do liberalismo puro. Nenhum deles resistiria um segundo a concorrência selvagem imposta por companhias internacionais, muito maiores, mais agressivas, melhor estruturadas, mais capitalizadas, mais inovadores e… quase sempre apoiadas peo próprio governo de origem.

    Na verdade bem que eu gostaria ver a aplicação prática dessas ideias liberais estapafúrdias em quem nem Adam Smith acreditava. Ia ser legal ver o Brasil encarrando o liberalismo mais primitivo e vendo esses bocós quebrando a cara. O impacto social também seria maravilhoso: estariamos permanentemente a beira da convulsão social.

  12. Não há dúvida de que existem

    Não há dúvida de que existem empresários competentes e inovadores, mas no geral o empresariado brasileiro é de uma mediocridade espantosa, sem falar que gostam de desafiar a lógica: querem lucrar sem investir. Ademais, são cínicos o suficiente para pregar o liberalismo… para os outros.

    A Globo é exemplo perfeito, adora um liberalismo selvagem, desde que seja para os outros, mas ela mesma sempre fez de tudo para se manter monopolista e sempre gostou de uma mão amiga do governo…  E tem gente tola o suficiente para acreditar nas asneiras ditas pelos especialistas dessa emissora nefasta..

    No fundo acho que esses estúpidos desconhecem a real dimensão do liberalismo puro. Nenhum deles resistiria um segundo a concorrência selvagem imposta por companhias internacionais, muito maiores, mais agressivas, melhor estruturadas, mais capitalizadas, mais inovadores e… quase sempre apoiadas peo próprio governo de origem.

    Na verdade bem que eu gostaria ver a aplicação prática dessas ideias liberais estapafúrdias em quem nem Adam Smith acreditava. Ia ser legal ver o Brasil encarrando o liberalismo mais primitivo e vendo esses bocós quebrando a cara. O impacto social também seria maravilhoso: estariamos permanentemente a beira da convulsão social.

  13. Não há dúvida de que existem

    Não há dúvida de que existem empresários competentes e inovadores, mas no geral o empresariado brasileiro é de uma mediocridade espantosa, sem falar que gostam de desafiar a lógica: querem lucrar sem investir. Ademais, são cínicos o suficiente para pregar o liberalismo… para os outros.

    A Globo é exemplo perfeito, adora um liberalismo selvagem, desde que seja para os outros, mas ela mesma sempre fez de tudo para se manter monopolista e sempre gostou de uma mão amiga do governo…  E tem gente tola o suficiente para acreditar nas asneiras ditas pelos especialistas dessa emissora nefasta..

    No fundo acho que esses estúpidos desconhecem a real dimensão do liberalismo puro. Nenhum deles resistiria um segundo a concorrência selvagem imposta por companhias internacionais, muito maiores, mais agressivas, melhor estruturadas, mais capitalizadas, mais inovadores e… quase sempre apoiadas peo próprio governo de origem.

    Na verdade bem que eu gostaria ver a aplicação prática dessas ideias liberais estapafúrdias em quem nem Adam Smith acreditava. Ia ser legal ver o Brasil encarrando o liberalismo mais primitivo e vendo esses bocós quebrando a cara. O impacto social também seria maravilhoso: estariamos permanentemente a beira da convulsão social.

  14. Sempre falei para extinguir o BNDES, aquilo só dá encrenca

    Já o empresário não sobrevive 10 minutos no mundo competitivo real. É um banana.

    1. 99,9% dos empresarios

      99,9% dos empresarios brasileiros nunca obtiveram credito do BNDES e sobrevivem no mundo competitivo apesar da gigantesca burocracia  anti-empresarial que domina o Brasil, bos EUA o empresario tem honras de heroi, aqui é visto como bandido a eliminar.

      1. É preciso tomar muito cuidado

        É preciso tomar muito cuidado com generalizações e termos.

        A grande maioria do que na conversa de boca no brasil se chama e empresariado na verdade

        não são “Empresários”. São parte da classe trabalhadora que possuem um negôcio pequeno,

        um comercio, uma pequena fábrica. É uma atividade empresarial executada na grande maioria

        dos casos por gente da classe trabalhadora. Que não podem deixar de trabalhar, Geralmente

        trabalham junto com seus poucos empregados. E até tem uma vida de classe média em alguns

        casos. Mas arrogantemente gostam de ser incluídos na grande classe empresarial .

        Não vou generalizar mas também nos Estados Unidos há enorme corrupção.

        Simplismente mudam as leis para terem que pagar poucos impostos, e obviamente

        o imperialismo garante a remessa de lucros fartos de outros cantos do mundo.

        Muitas empresas americanas, grandes corporações, se beneficiam das guerras e do complexo militar. Guerras

        geram inúmeros negôcios altamente lucrativos ao custos de vidas humanas, muitas vidas

        civís inclusives. 

        A internet esta ai, basta fazer um pesquisa.

  15. A sanha do grupo Globo e seus

    A sanha do grupo Globo e seus asseclas agora é contra a CLT, querem de qualquer maneira desmontar os direitros trabalhistas e colocar no lugar uma legislação frouxa e totalmente permissiva quanto à proteção dos trabalhadores, eles querem os trabalhadores debaixo do tacão dos patrões sem regras fixas por lei, dependendo apenas de negociações intra-partes, não vejo qualquer discussão sobre treinamento e qualificação dos empregados, apenas discursos repetitivos com o velho lenga-lenga das reforrmas trabalhistas como pananceia para a resolução dos problemas do mercado de trabalho brasileiro, mas no fundo tudo isto é apenas um ensaio permanente para retirar todos os direitos dos trabalhadores.

  16. O fato da Riachuelo ter

    O fato da Riachuelo ter conseguido empréstimos do BNDES e seu presidente ser um crítico do sistema de “campeões nacionais” dá mais credibilidade às suas críticas ao sistema vigente, e muito menos demonstra incoerência como o autor quer mostrar.

    Quando partidos de oposição criticam a Dilma ninguém liga, mas quando políticos de seu próprio partido a criticam, isso mostra que algo muito errado está acontecendo.

     

  17. Ingrato e explorador?!

    Não compro em loja que seja acusada de trabalho escravo. E são muitas, entre as quais estava uma das minhas favoritas. Além disso, o empresário enriqueceu mais ainda durante os últimos governos e agora “vira o cocho” ?? Feio, muito feio!

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