A polêmica saga do exoesqueleto que apareceu invisível

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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De Ciência na Mídia
 
A polêmica saga do exoesqueleto que apareceu invisível
 
Por Tatiana Nahas
 
O tapete colorido que forrou o gramado durante a cerimônia de abertura da Copa do Mundo de 2014 foi enrolado fatia a fatia. Os jogadores entraram em campo para o aquecimento. Urros para os brasileiros, vaias para os croatas. Locutores se esgoelando em estatísticas, escalações, comparações e superstições. E eu ansiosa esperando falarem do exoesqueleto. O pontapé inicial da copa, que seria dado por um paraplégico equipado com uma veste robótica comandada por seu cérebro, estava prestes a acontecer e nada de comentarem o que seria isso, de explicarem como funcionaria. A ciência estava prestes a participar do show da copa, mas estava claro que divulgação científica não entraria em campo.
 
Às 16h47 o pontapé cientifico foi narrado retroativamente na SportTV. Um vídeo ridiculamente rápido foi mostrado. O exoesqueleto estava no canto do canto do canto do gramado. Deu um toque pífio numa bola colocada junto a seu pé. E foi tudo. Nem dava para saber em que momento da abertura o tal pontapé ocorreu. Soube depois que na transmissão da Globo o episódio tinha aparecido em tela dividida, com Galvão Bueno falando da chegada do ônibus da seleção brasileira (veja vídeo da própria emissora). No final desse vídeo dá para ver que o tal pontapé ocorreu ainda durante a cerimônia de abertura:
 
https://www.youtube.com/watch?v=TbVz8xZCVuk height:394]

Ou seja, o exoesqueleto não decolou como planejado (embora Nicolelis tenha comemorado com um “We did it!!!!” logo na sequência do feito). A FIFA, dona do show, decidiu que esse número não faria parte do espetáculo. E colocou-o para escanteio. Mas por que o espaço cedido foi essa aparição relâmpago num cantinho do campo bem longe das câmeras?

Corta para o passado recente. No início do ano, o Portal da Copa, do governo federal, apresentou uma reportagem sobre o projeto encabeçado por Nicolelis em que ele explica os trabalhos que estavam em curso, ressaltando as inovações do mesmo, e como seria o pontapé inicial:

https://www.youtube.com/watch?v=LO5pq1Qz334 height:394]

Pouco depois, foi elaborado esse outro material em que Nicolelis mostra o exoesqueleto já pronto, descreve o que seria apresentado na abertura do mundial e apresenta sua visão sobre o papel social da ciência:

[video:https://www.youtube.com/watch?v=6W7N1CzRjXs height:394

A expectativa do pontapé científico, porém, não se restringiu aos veículos “oficiais” de divulgação. O exoesqueleto de Nicolelis pouco a pouco ganhou os holofotes (mix de exemplos em veículos nacionais e internacionais: BBC BrasilDaily Mail;The GuardianO Globorevista PiauíDiscover MagazinePortal G1;Folha de São Paulo). Até o grupo Teatro Oficina fez sua referência ao pontapé que estava prestes a ocorrer – vídeo.

Mas tanto quanto realizar conquistas em ciência de ponta, Nicolelis gosta de apresentar seus belos resultados de pesquisa de maneira espetacular. Foi assim, por exemplo, quando em 2008 decidiu encenar o que chamou de a little moon walk. Uma macaca previamente treinada corria em uma esteira elétrica em um laboratório na Duke University, nos EUA, enquanto os sinais elétricos captados de seus neurônios por meio de eletrodos conectados a um computador comandavam o movimento de um robô em esteira similar num laboratório na Kyoto University, no Japão. Imagens dos movimentos do robô eram projetadas para a macaca, que podia acompanhar em tempo real o desempenho de seu comandado. Num dado momento, a esteira da macaca foi desligada e os movimentos físicos dela pararam. Mas a macaca continuava a se mover em pensamento e a transmissão desses sinais neuronais para o robô fez com que esse seguisse o movimento.

O robô havia se tornado uma extensão do cérebro da macaca. O cérebro da macaca era capaz de controlar o movimento dos seus membros e também o “membro adicional” que havia incorporado a seus domínios. Foi um dos pontos altos da pesquisa na área de interfaces cérebro-máquina (mais sobre esse e outros trabalhos de Nicolelis aqui). E foi realmente sensacional! Lembro de uma palestra do neurocientista a que assisti em 2010 em uma escola de São Paulo em que ele, orgulhoso e divertido, contou o que respondeu quando perguntado porque tinha escolhido fazer o troço transcontinental, se a beleza e a importância do que ele conseguiu demonstrar com o experimento seriam as mesmas se robô e macaca estivessem na sala em frente à outra: “algumas coisas a gente faz… just for fun“.

Quem leu seu livro Muito além do nosso eu não se surpreende com essa atitude. Não se trata de um livro de divulgação científica, dada a densidade de muitos trechos mais acessíveis aos “iniciados”. Mas é um excelente livro para se compreender o processo de construção do conhecimento científico. Para tomar conhecimento de como uma descoberta leva a outra, como uma pergunta pode levar a outra descoberta, como a inovação tecnológica e a ousadia (“inovação mental”) são fundamentais para que novos passos sejam dados, como a comunicação científica especializada é imprescindível nesse processo de construção conjunta do conhecimento. No livro em que traça sua trajetória científica desde os tempos de estudante na Faculdade de Medicina da USP até o presente, Nicolelis acaba por contar muito da história da Neurociência.

Nesse processo, põe especial ênfase nos homens que foram particularmente ousados e/ou “espetaculosos”. É o caso do neurofisiologista, filósofo e escritor americano John Cunningham Lilly, decidido a criar um novo paradigma que permitisse unir a neurofisiologia com a psicologia experimental. Artistas do futebol, como Mané Garrincha, e Santos Dumont, “o homem cujo corpo era um avião” e nitidamente seu grande ídolo, merecem referências constantes nessa narração. À página 321, Nicolelis escreve aquilo que talvez gostaria que fosse escrito hoje sobre o pontapé inicial de seu exoesqueleto:

Naquela fria manhã de outono, Alberto Santos Dumont, um brasileiro baixinho e impecavelmente trajado, desafiou o protocolo das descobertas científicas ao realizar um feito tão contrário à ortodoxia acadêmica da época que mesmo hoje ele causaria espanto nesses mesmos restritos circuitos.

Desta feita, porém, o iminente espetáculo foi cercado de críticas. Alguns exemplos: matéria na revista Piauí e na revista Ciência Hoje. As críticas foram furiosamente rebatidas por Nicolelis em seu perfil no Twitter no esquema bate-boca de boteco. Só que as críticas não se restringiram aos “colonistas” da Falha de SP e do Estadinho, como foram ironizados por Nicolelis os jornalistas da Folha de São Paulo e do Estadão.  Vieram também de além-mar, lá do “primeiro mundo”, como nessa matéria do MIT Technology Review e nessa outra naWired. O cerne da polêmica científica estava (está) em dois pontos principais: na inovação tecnológica do projeto Walk Again e na espetacularização de achados científicos antes de sua revisão e aprovação por pares. Vejamos cada ponto.

A interface cérebro-máquina-cérebro – No contexto da neuroengenharia como um dos principais desdobramentos tecnológicos da Neurociência, o exoesqueleto criado no Projeto Walk Again não é o único existente que é comandado pelo cérebro do usuário (um exemplo aqui, outro aqui, outro aqui). Então qual a inovação do exoesqueleto de Nicolelis, cientista pioneiro nessa área de pesquisa? O feedback sensorial. A ideia é a seguinte: depois de passarmos por um período de aprendizado, nosso cérebro armazena uma espécie de programa motor que dá conta de controlar esses movimentos já aprendidos realizando apenas pequenas correções. Assim, andar é um dos programas motores que temos, bem como correr, saltar e, no caso da Daiane dos Santos, executar um duplo carpado. O mesmo programa motor é acionado a cada vez que caminhamos, mas como às vezes caminhamos na calçada cheia de desníveis ou na areia ou em uma superfície com obstáculos diversos, nosso cérebro vai corrigindo os movimentos do programa básico a partir do retorno sensorial (principalmente visual e tátil) que recebe. Essa correção é feita durante a própria execução dos movimentos sem nem nos darmos conta.

Assim, andar (de preferência sem tropeçar) envolve esse feedback sensorial para o cérebro, que não é contemplado pelas interfaces cérebro-máquina já desenvolvidas. Nicolelis tem o objetivo de desenvolver uma interface cérebro-maquina-cérebro. Para isso, o exoesqueleto do projeto Walk Again, que na verdade ainda é um protótipo disso, conta com sensores táteis nos pés do robô que encaminham essa informação para os braços do usuário do exoesqueleto (um resumo nesse infográfico). Porém, o retorno sensorial propiciado ainda precisa de muito aprimoramento para realmente ser caracterizado como feedback. Não permite correções de movimentos até porque o exoesqueleto ainda sequer é capaz de realizar muitos movimentos. Por enquanto está centrado em alguns programas básicos, como “comece a caminhar” e “pare de caminhar”. Nesse contexto, o que o feedback desse exoesqueleto proporciona ao usuário é a sensação de caminhada, a sensação de que é seu próprio pé que está tocando o chão e não o pé de um robô alheio a ele.

Isso não é pouca coisa, como podemos ver pela reação de uma moça paraplégica ao testar o exoesqueleto desenvolvido no projeto comandado por Nicolelis nesse vídeo divulgado por ele na página do projeto no Facebook. Mas ainda é algo distante de restabelecimento dos movimentos. Isso tudo é normal no processo de construção do conhecimento científico. Quer dizer que a pesquisa deu um passo e está caminhando para dar os demais.

Outro ponto: muito antes do feedback sensorial, importa como os sinais cerebrais são captados. Há duas formas principais: uma touca de eletrodos que cobre a cabeça do usuário e envia os sinais elétricos captados para o computador (ou seja, um registro eletroencefalográfico – ECG) ou um bloco de microeletrodos implantados diretamente no cérebro, como Nicolelis fez nos modelos animaiscom que vem trabalhando. Nicolelis, aliás, se especializou em desenvolver dispositivos desse tipo cada vez mais precisos, ou seja, que captam sinais concomitantes de números cada vez maiores de neurônios. O registro das tempestades cerebrais, como gosta de chamar, é um dos orgulhos de Nicolelis narrado em seu livro e em diversas palestras, como nessa TED-talk.

Além disso, sua equipe se destaca também no aprimoramento do sistema de leitura e interpretação desses sinais, conseguindo excluir cada vez mais ruídos ao mesmo tempo em que amplia o poder dos modelos matemáticos de analisar um número crescente de dados concomitantes. Mas ainda não está pronto para implantar em humanos, mais pesquisas são necessárias, como conta Nicolelisnessa entrevista à Scientific American pouco antes da abertura da Copa. Ou seja, a técnica escolhida para o pontapé inicial da copa tem a vantagem de ser não invasiva, mas a desvantagem de ser muito menos precisa, como já defendido pelo próprio Nicolelis.

Então, de novo: a pesquisa deu um passo e está caminhando para dar os demais. Mas será que esse primeiro passo era algo tão estonteante para ser alardeado da forma como Nicolelis vem fazendo? E, ainda que fosse, essa é uma boa forma de divulgar a ciência?

A ciência no palco – A postura de Nicolelis e de outros cientistas que flertam com a mídia é muito criticada por seus pares. O principal argumento contrário a isso é que a divulgação precoce de resultados científicos pode dar a impressão de “cura milagrosa” para muitos e até estimular absurdos como o “turismo de células tronco” que ocorre na China.  Mas é ruim que a ciência apareça para o público em grandes exibições? Essa matéria no The Atlantic faz uma boa ponderação a respeito, resgatando a relação mais próxima entre ciência e público que ocorria no início da Royal Society. Também já escrevi um pouco sobre isso na coluna de estreia na revista Quanta. Porém, uma coisa é aproximar a ciência do público, inclusive colocando-a num “palco” (um bom exemplo atual é o World Science Festival). Outra coisa é promover um espetáculo. Vide o exemplo vergonhoso da “bactéria do arsênio” que, como prematuramente alardeado pela Nasa, iria redefinir a química da vida (um belo apanhado dessa novela aqui e um resumo aqui).

Corta para hoje. O prometido espetáculo não foi muito espetacular. Após o chute tímido, muitas matérias vêm divulgando os passos do projeto Walk Again (umexemplo na mídia nacional  e outro na internacional). Ontem Nicolelis comemorou no Twitter que os vídeos do projeto passaram dos 2 milhões de visitas, sendo uma vitória o Brasil estar debatendo neurociência durante a Copa. E é mesmo. O que mais me alegrou ontem quando entrei na sala de aula foi encontrar os alunos comentando a abertura da Copa e o jogo do Brasil e muitos falando do paraplégico que tinha dado um pontapé usando um robô controlado pelo cérebro e querendo saber como aquilo funcionava.

Mas muitas interrogações continuam sendo lançadas, especialmente contrastando o que foi atingido até agora com o tanto que custou para os cofres públicos num país que não valoriza a ciência como deveria e, portanto, deixa uma fatia estreita do orçamento para a pesquisa:

O valor investido na construção do protótipo chama a atenção pela grandiosidade. É de três a dez vezes maior do que o valor que qualquer um dos 37 Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs) da área de saúde recebeu do CNPq nos últimos cinco anos, por exemplo. E R$ 13 milhões maior do que o valor total do último edital lançado pela Finep para o desenvolvimento de tecnologias de auxílio a deficientes (de R$ 20 milhões), que deverá beneficiar dezenas de projetos em todo o País. (texto do jornalista Herton Escobar no Estadão)

A Finep, agência de financiamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, colocou R$ 33 milhões no exoesqueleto. Nada errado nisso: trata-se de uma agência de inovação, cuja missão é justamente investir em projetos ousados, assumindo os riscos, que de resto são inerentes a todos os projetos científicos. Mas é inevitável comparar: o edital recentemente lançado por outras agências do mesmo ministério para a criação de Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia anunciou que proverá no máximo R$ 10 milhões para cada um dos grupos que vencerem uma acirrada concorrência. Como esses R$ 10 milhões se destinam a grupos que associam vários pesquisadores independentes, cada pesquisador contará com algo em torno de R$ 1 milhão para o seu projeto. Três a um foi a vitória da seleção brasileira; 33 a 1 foi a vitória de Nicolelis sobre a comunidade científica brasileira. (texto do neurocientista Roberto Lent no Globo)

acho que a impressão final é que os 33 milhões de reais da Finep aprovados pela Dilma para o Andar De Novo compraram, até agora, apenas 3 segundos de televisão. Espero que, no final, seja bem mais do que isso, claro. Mas devo dizer que o guindaste que, sustentado por dois ajudantes, possibilitou ao rapaz dar um toque na bola colocada aos seus pés de fato ficou muuuuuito aquém da expectativa tão alardeada. Por outro lado, que fique claro: tenho PLENA confiança no que Miguel é capaz de fazer. Isso ele já demonstrou em seus artigos científicos. No que isso dá quando aplicado às pressas para fazer propaganda para o governo, aí são outros quinhentos. (texto da neurocientista Suzana Herculano-Houzel em sua página no Facebook)

Paralelamente, Nicolelis começou um embate com a FIFA, que retrucou. No meio do bate-boca, um pouco do foco no ideal científico da coisa toda vem se perdendo.

Andar de novo. E também correr e dançar e escalar e recobrar o controle da bexiga urinária – Há muitas formas de reabilitação sendo pesquisadas. Algumas enfocam exoesqueletos, como é o caso de Nicolelis e outros exemplos linkados acima. Mas há ainda outras estratégias, como essadesenvolvida na Universidade de Berkley que propicia que o paraplégico vista um robô e recobre muitos movimentos. Ou essa prótese, desenvolvida na Escola Politécnica Federal de Lausanne, na Suíça, que oferece ao paciente a sensação de tato ao ser ligada aos nervos do braço. Ou essa outra técnica, desenvolvida na Unifesp, que usa um neromodulador implantado no corpo do paciente para estimular os nervos responsáveis pelos movimentos das pernas e pelo controle da bexiga e do reto. Ou essa perna biônica controlada pelo cérebro.

Minha predileta, porém, é a pesquisa encabeçada por Hugh Herr, do MIT. A TED-talk abaixo é emocionante. Nela, Herr apresenta resultados incríveis do desenvolvimento de membros robóticos cada vez mais funcionais e expõe a premissa que guia seu trabalho: “não consigo aceitar o fato de que o homem pode quebrar”. Parece claro que Nicolelis também tem isso em mente, só que acaba colocando muito de seu foco na quebra de recordes, em estar na ponta, em fazer o impossível. Penso que Herr mostra que tudo isso pode ser conseguido de forma mais bela. Porque competir é humano, mas melhorar as condições de vida das pessoas com beleza e serenidade é mais. Estou com os gregos e com Vinícius: beleza é fundamental!

[video:https://www.youtube.com/watch?v=CDsNZJTWw0w

 

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

22 Comentários

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    1. Sabe qual o defeito do

      Sabe qual o defeito do trabalho do Nicolelis, Anarquista? Ele declarou-se petista.

      E em todos os comentários negativos que vejo sobre o projeto de Nicolelis nunca vem a informação que o seu projeto recebeu 60 milhões de dólares para pesquisa nos Estados Unidos, sendo que metade deste dinheiro veio do NIH – National Institutes of Healt, dirigido pelo Dr Francis Collins, coordenador do projeto Genoma Humano. Dr Collins  esteve em São Paulo para assistir os testes de Nicolelis na AACD e o aplaudiu emocionado. A Conceição Lemes fez uma matéria sobre o assunto no blog Viomundo do Azenha.

      Só falam do financiamento do governo brasileiro e a forma como colocam o assunto é como tratam dos estádios. É lixo e não serve para nada. Misturam eleição com ciência. Pode? No Brasil do vai tomar no cu, pode.

      1. Sem dúvida. Há tb uma ponta de inveja de outros cientistas

        que nao têm feitos tao importantes, mas gostariam de receber essa verba. 

  1. Eu acho que ainda nesta Copa

    Eu acho que ainda nesta Copa deveria ser feita uma negociação por parte do governo para que o exoesqueleto fosse destaque em um outro jogo. Eu fiquei frustrada com os míseros segundos que foram dedicados ao trabalho de Nicolelis e ainda por cima sem qualquer informação jornalística que o explicasse. Imagino se fosse um trabalho de um cientista europeu ou americano a louvação que seria.

    Certo que seria esperar demais, mas os locutores esportivos brasileiros se lixaram para a apresentação. O exoesqueleto era um dos pontos principais para a apresentação de uma nova imagem do Brasil lá fora. Mas do jeito que a Dilma Ficou abatida depois da agressão sofrida acho que ninguém se tocou em refazer a apresentação. Se o objetivo era fazer o governo brasileiro se encolher, conseguiram.

     

    1. “Eu acho que ainda nesta Copa

      “Eu acho que ainda nesta Copa deveria ser feita uma negociação por parte do governo para que o exoesqueleto fosse destaque em um outro jogo”:

      Pra que, Vera?  Pra FIFA gigolar o governo brasileiro de novo, como gigolou Nicolelis e o paraplegico?

  2. As chineladas de Nicolelis nos boçais globais

    http://www.ocafezinho.com/2014/06/16/a-chinelada-de-nicolelis-em-mainardi/

    A chinelada de Nicolelis em Mainardi

    Os gurus da turminha reaça não estão num bom momento. Depois de dar umas chineladas morais em Reinaldo Azevedo, o maior cientista brasileiro vivo, Miguel Nicolelis, agora as distribuiu para Diogo Mainardi.

    Importante: as chineladas de Nicolelis foram apenas em legítima defesa. Ele estava quieto em seu canto, e foi atacado covardemente pela turma do protofascismo tupiniquim.

    Abaixo, a chinelada em Mainardi:

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    Para lembrar, a chinelada recente do cientista em Reinaldo:

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  3. A máquina simula movimentos pensados mas quem pensa é o cérebro?

    Se conseguimos analisar os pensamentos, somos algo (ou alguém) anterior a eles. Somos o pensador, aquele que cria os pensamentos. O cérebro é a “máquina” que reproduz a eles, “repassando-os” à ação através dos demias órgãos físicos. Levando-se por este ponto, somos distintos do cérebro (hardware) e mesmo dos pensamentos (software). Parece que somos o programador, o desenvolvedor que usa máquina e sistema e recebe o retorno daquilo que foi manifestado. Por isto que um mal feito praticado (manifestação, efetivação, somatização de nossos pensamentos) por exemplo praticado por uma palavra mal dita, quem de fato experimenta o retorno não é a boca ou mesmo o cérebro. Quem dói ou não é a consciência.

    Uma boa indicação de algo neste sentido, é acerca do que traz a neurocientista Jill Taylor que sofreu um derrame grave o que a fez viver por cerca de dez anos sem a possibilidade de certos recursos de comunicação com o mundo externo, de aguém em normais condições. Hoje ela se prontifica a demonstrar por palestras, aulas e textos, inclusive para que cuidadores de  quem sofreu AVC e se tornou incomunicável de fora para dentro, que muitos (no caso dela foi assim) continuam gerando pensamentos e sentimentos e por vezes refém dos estímulos sentimentais e orais externos. Foi isto inclusive que ela usou em sua “autoterapia” como exemplificou no livro best seller “A cientista que curou o próprio cérebro”. No cérebro disfuncional, o pensador estava funcional.

    Um resumo neste vídeo:

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=ur7MsKQU0vk%5D

  4. Viralatice com ignorancia = Jornalista.

      Sendo uma tecnologia de ponta, “alem do estado da arte ” ( beyond of….), a tecnologia dos exoesqueletos caminha em duas vertentes, complementares, mas originalmente antagonicas: 1. Terapeutica/Recuperação. 2. Militar., muito semelhantes em seus parametros originais, mas diferenciadas em aplicabilidade, portanto, para entender, é mais intelegivel, iniciar uma suscinta explicação, pela militar – TALOS ( Tactical Assault Light Operator Suit ), um DARPA Programm, conduzido pela Lockheed Martim e Raytheon:

       1. A quem se destina: Programa IRONMAN, militares SAUDAVEIS, ao utilizarem-se destes “xoskt -msuits”, após um treinamento de no minimo 120 dd, teoricamente, podem realizar “façanhas” incomuns, tipo saltar um obstaculo de 3,0 mts, levantar e conduzir 3xs seu peso, correr a mais de 25 milhas/por hora em sprints de 5 minutos, para maiores informações: http://www.army-technology.com/features/featuremilitary-exoskeletons-uncovered-ironman-suits-a-concrete-possibility/

       1.1. O TALOS/Ironman, NÃO tem o objetivo de ser terapeutico, é destinado a pessoas saudaveis/higidas ao extremo, portanto, determinadas conexões neuro-musculares, neuro-sensitivas, neuro-esqueléticas, neuro-miocinéticas, não são contempladas para analise e interação nos programas (software de controle) e na engenharia do sistema ( as partes moveis ) – Comparar o TALOS, com o “exoesqueleto” terapeutico/recuperação, é como comparar a performance de uma Ferrari, com um Gol – ambos são automoveis, mas muito diferentes – um é 512 k, o outro, é 5,0 MB.

        2. Os “civis” ( Nicolellis-Duke e outros): A base é a mesma, financiamento muito menor, é destinado a pessoas debilitadas – não higidas – praticamente “individuais” ( de acordo com cada patologia ), requerendo muito mais capacidade de processamento e respostas motoras dinamicas ( procura atalhos neurológicos não comprometidos, para realizar tarefas motoras e sensitivas, com menor “tempo de trafego” – milisegundos, para realizar o movimento).

        2.1. Jornalistas/Comentaristas/Analistas, ao compararem os dois sistemas, mostram sua indigência intelectual, sua burrice, ignorancia, ou pior: VIRALATICE, pois apesar da “base de pesquisa” e a tecnologia empregada, serem as mesmas, o diferencial entre as aplicações é imenso, as variaveis do TALOS, apesar de muitas caracteristicas mecanicas envolvidas, são apenas um primeiro passo, longo, MAS a utilização terapeutica engloba variaveis muito mais extensas, exponenciais não mecanicas, mas neurológicas e miocinéticas.

         P.S.: Professor Dr Nicolellis, não me fruste mais, lhe respeito bastante, mas dignar a um pulha, como Diogo e outros, com uma resposta, é dar-lhes algum crédito, ao qual não possuem, e nem merecem.  O Senhor foi muito “Mancha Verde”, ao responder a estes “bambis” e “galinhas pretas”.

     

  5. Eu tinha entendido no

    Eu tinha entendido no primeiro parágrafo, mas fiz questão de ir até o final. O problema da nossa “área científica” é a opção política do Nicolelis.

    1. Nilva, amiga.
      Em duas linhas,


      Nilva, amiga.

      Em duas linhas, você resumiu a “FALHA DO PROJETO” do Prof. Nicolelis. Na mosca! 

      Bjs.

  6. Anos atrás conversava no HC

    Não entendo nada de Ciência, mas consigo entender alguns motivos das críticas ao Nicolelis.

    Anos atrás conversava no HC com alguns médicos, e alguns deles tinham sido professores do Nicolelis. Eu o havia conhecido pessoalmente, passara um dia inteiro com ele, desde o Metrô até a Escola Nacional Florestan Fernandes quando pudemos conversar bastante e ver suas propostas inclusive para a ENFF. Gostei dos papos, das propostas e da forma leve, descontraída e nada sisuda do maior cientista brasileiro da atualidade.

    Falei sobre isso com aqueles e percebi o ódio mortal que emanava deles com relação ao Nicolelis. Um dos professores chegou a dizer que o Nico só sabia lidar com macacos e era tudo auto-promoção. Este médico também fazia pesquisas com nanotecnologia aqui no Brasil junto com a Poli.

    Não precisa dizer que era um dos diretores do HC e sabia, como todo o reino mineral, que o Presidente de lá, à época, era um médico que usava os caríssimos aparelhos adquiridos pela FMUSP em seu consultório particular, onde atendia durante o expediente quando deveria estar lá no HC. Esses equipamentos deveriam servir a todos os pacientes do HC e, ao contrário, quando se precisava deles, os outros médicos encaminhavam os clientes para ele que os mandava ir pra sua línica particular, onde cobrava os exames que deveriam ser gratuitos. Esse presidente vivia na mídia, era frequentador de teatros, concertos e segundo comentavam, usava teses de outros médicos como suas, chegando a ganhar prêmios. Uma das pessoas que comentou comigo tinha sido burlada por ele.Perguntei porque não o denunciava e a resposta foi que se o fizesse jamais conseguiria outro cargo na USP /HC ou qualquer outro grande e renomado hospital.

    Este é o pessoal que critica o Nicolelis.

    1. Infelizmente, a competição

      Infelizmente, a competição mesquinha e a inveja são fortes em nossos meios acadêmico-científicos. Mais fortes que o espírito público que deveria presidir à pesquisa e ao ensino, principalmente nas instituições públicas que são as principais responsáveis pela pesquisa e pelo ensino em nosso país.

  7. Porque ele nao faz novamente
    Porque ele nao faz novamente o experimento em um campo de futebol para acabar a polêmica. Mas desta vez sem ninguém pra segurar o exoesqueleto. Queremos ver o rapaz levantar da cadeira, andar e chutar a bola , afinal isto q ele prometeu.

  8. Discordo da autora e direi porquê

    Os 3 primeiros exemplos que ela dá na verdade não são a mesma coisa que Niconelis faz. Os dois primeiros são do mesmo projeto e é um exoesqueleto para AUMENTAR a força do homem. Nada a ver com interface cérebro-máquina. A pessoa já controla seus membros mas tem limitação de força/movimento ou quer aumentar a força natural e então “veste” o esqueleto biônico que é comandado pelos movimento e não pelo cérebro.

    O terceiro parece comandado pelo cérebro, mas no estágio apresentado pelo vídeo ele usa comandos pré-gravados num joystick comandado pela mão do usuário. Além disso é evidente que apenas há um comando que executa um programa que faz todo o movimento de cada perna. O computador no exoesqueleto e quem faz tudo.

    Por fim, nos 3 projetos o equilíbrio fica por conta do usuário, com ou sem auxílio de muletas. Um tetraplégico precisa do feedback para controlar o equilíbrio.

    Os demais exemplos que tem no artigo se distanciam ainda mais da proposta de Nicolelis, abordando temas complementares, como o design das próteses. Acho que mais 33 milhões podem fazer o neurocientista avançar nessas coisas também. Que não se enganem que qualquer outro experimento posto como concorrente e citado no artigo custou menos que isso.

    Então eu acredito que a autora escolheu caminhos errados para fazer a maioria das críticas. Mostrou que muita gente está buscando algo similar, porém ninguém tem feito algo exatamente igual. A interface cérebro-máquina é uma conquista de Niconelis somente. Se o chute é fraco, se o paraplégico ainda precisa de um guindaste, se o projeto está no início… isso tudo não é demérito. Muto pelo contrário.

  9. Marketing e sobrevivência

    Imagine você com um projeto realmente inovador nas mãos e com resultados que tem poder real de abrir um novo campo de desenvolvimento científico. Se você não conseguir financiamento e pular para a próxima etapa o mais rápido possível, verá seus resultados iniciais no laboratório com cobaias virar soluções funcionais completas SEM VOCÊ PARTICIPAR.

    A interface cérebro-máquina é sua, mas os norte-americanos, europeus e japoneses fazem exoesqueletos melhor que você. Na verdade você ainda está engatinhando nisso (para ficar num trocadilho infame).

    Em resumo: se Niconelis não conseguisse dinheiro rápido e mostrasse resultados em humanos logo ele seria ultrapassado em poucos meses por outro colega que apresentaria seu “exoesqueleto comandado pelo cérebro”. 

    O brasileiro entregou o que prometeu e conseguiu se manter na vanguarda por mérito próprio.

  10. Por que a FIFA escondeu o

    Por que a FIFA escondeu o chute dado pelo paraplégico? Por que colonistas fazem críticas ao cientista brasileiro? 

    Para, no futuro, outros copiarem sua invenção e depois dizerem que fizeram primeiro, como ocorreu com Santos Dumot.

    O que Nicolelis conseguiu realizar era objetivo de cientistas de vários países há décadas. No cinema e na TV americana, há mais de 40 anos são criados personagens com membros do corpo robóticos. No cinema foi fácil, mas na vida real, mesmo com todos os recursos financeiros de que dispunham, nunca conseguiram concretizar seus objetivos. Há mais de 10 anos Nicolelis realizou algumas experiências nesse sentido com muito sucesso e depois disso, cientistas de outros países vem desenvolvendo trabalhos com o mesmo objetivo, mas o do cientista brasileiro é o que conseguiu obter o êxito primeiro. 

     

  11. “Deu um toque pífio numa bola

    “Deu um toque pífio numa bola colocada junto a seu pé. E foi tudo.”

    É. Ele conseguiu fazer um paraplégico levantar da cadeira e dar um chute na bola. Apenas isso.

    ———-

    Assim funciona a política das descobertas científicas e das invenções: Santos Dumont sobrevoou Paris, o fato foi fotografado, filmado, noticiado nos jornais do mundo todo. Inventado um avião que realmente voava.  Anos depois aparece uns americanos dizendo que voaram antes, só que ninguém testemunhou o feito. Mas, americanos, Europa, dinheiro, política…e os irmãos Write passaram a ser considerados os inventores do avião.

    Um brasileiro chamado Landell ( http://www.youtube.com/watch?v=caYvkOEQZ5Y) foi o inventor do rádio (o primeiro a transmitir o som da voz pelo rádio – http://pt.wikipedia.org/wiki/Roberto_Landell_de_Moura). Mas no Brasil foi criticado, e mesmo tendo patenteado muitos de seus inventos no exterior, acabou ficando na obscuridade, e a invenção do rádio ficou creditada ao italiano Marconi.

    É assim que funciona.

     

  12. imagine se a copa fosse nos

    imagine se a copa fosse nos EUA e o cientista de lá?

     

    o galvão estaria babando ovo até agora, da maior nação do mundo, da gloriosa…….

     

    basta perceber o destaque que a globo deu ao novo sistema da FIFA que detecta se a bola cruzou a linha do gol ou não….foi tanta babação para uma tecnologia banal que quase entro em depressão….eu lamento vivenciar o absurdo que é o controle privado e reacionário da mídia

  13. Não precisa ser “bidú” para

    Não precisa ser “bidú” para perceber que este chute INICIAL, do Prof. Nicolelis, é uma tecnologia que REVOLUCIONARÁ a vida dos deficientes físicos…e que os GOVERNOS ADAPTARÃO PARA ARMAMENTOS.

    LOUVO o fato de que a utilidade primordial está sendo o SER HUMANO, no desenvolvimento do Professor. Ninguém desconhece que as indústrias de armamento CORRERÃO para utilizá-la.

    Laboratórios internacionais devem ESTAR BABANDO, para POR AS MÃOS NISSO. Portando, com a ajuda da FIFA, e da GLOBO (grandes anunciantes)…BOICOTAR É A MELHOR FORMA DE ESCONDER ESTE AVANÇO.

    Juntando o DESPEITO DOS QUE NÃO CONSEGUIRAM, A RIVALIDADE DE “COLEGAS DA ONÇA”,  O INTERESSE DOS QUE TEEM DINHEIRO, E PODER…acho bom o Dr. Nicolelis se VACINAR CONTRA RAIVA.

    Já conhecia o projeto…e FIQUEI ORGULHOSA PELO PROF. NICOLELIS.

    Este foi o NOSSO “GOL DE PLACA”.  

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