A política nacional de defesa e o desenvolvimento

De autoria de Ronaldo Carmona, do Departamento de Geografia da USP (Universidade de São Paulo), o trabalho “Estratégia de Defesa e Estratégia de Industrialização” traz um bom foco sobre a importância da indústria de defesa na próxima etapa da industrialização brasileira.

Começa realçando as iniciativas dos diversos países em voltar a promover a industrialização, a União Europeia com uma meta de 20% de participação da indústria no PIB até 2020; os Estados Unidos com um plano de revitalização da manufatura pilotado por um escritório diretamente vinculado à presidência da República.

Constata que desde 1985 o Brasil perdeu o rush da industrialização. Naquele ano a indústria representou 25% do PIB. Atualmente, está em níveis similares ao período anterior ao Plano de Metas de Juscelino Kubistcheck.

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A nova etapa da industrialização precisará ser efetiva em desenvolvimento tecnológico. Por aí se insere a indústria da defesa e seus múltiplos avanços na integração de sistemas, sensores, optronicos, sistemas de navegação, de comando e controle, processos relacionados a biotecnologia e química avançada, novos materiais e materiais especiais, de inteligência artificial, nanotecnologia, robótica e a área cibernética.

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Nos demais BRICS, a defesa foi transformada no centro do sistema nacional de inovação. Foi assim com a China de Deng Xiaoping e sua tese das “quatro modernizações”. Desde meados dos anos 80 está estruturada a “Comissão de C&T e Indústria para a Defesa nacional”. “

Na Índia, a estrutura de defesa coordena mais de 50 laboratórios voltados para P&D militar. O país conseguiu desenvolver seu submarino nuclear e projetar vetores balisticos intercontinentais.

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O Plano Brasil Maior destinou R$ 8,7 bilhões para o setor, para uma demanda de R$ 13 bilhões. E sete projetos estratégicos das Forças Armadas foram incluídos no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), agora sofrendo pela primeira vez dos males do contingenciamento.

Mesmo com dificuldades pontuais, o programa avançou.

Desde a primeira versão da Estratégia Nacional de Defesa, em 2008, os recursos de custeio e investimentos saltaram de R$ 9,6 bilhões para R$ 19,5 bilhões. Apenas a rubrica investimentos do Ministério da Defesa passaram de R$ 1,559 bilhões em 2003 para R$ 11,143 bilhões, previstos para serem executados em 2014.

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Um dos pontos centrais da Estratégia Nacional de Defesa (2008 e 2012) é a busca da chamada interoperabilidade, a sistematização de material e sistemas de armas entre as três Forças. Segundo o trabalho, a implementação tem sido lenta. Houve avanços em alguns requisitos operacionais conjuntos nas áreas de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear). Mas a área de desenvolvimento de VANTs (Veículos Aéreos Não Tripulados) é iniciativa isolada de cada força.

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Outro ponto conceitual complexo é decidir se a organização da base industrial de defesa deve se concentrar em um único grande grupo empresarial (como no Reino Unido e na Itália) ou no modelo de empresas-âncora por domínio de atividade.

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A Marinha resolveu o desafio de reter técnicos de alto nível nas Forças Armadas através da Amazul – Amazonia Azul Tecnologias de Defesa S.A. FAB e Exército, ainda não.

Luis Nassif

18 Comentários

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  1. POLOS DE DESENVOLVIMENTO NA BASE

    Vamos Produzir e consumir aço?

    Ao invés de ficar aguardando preços da China deveríamos estar pensando em incrementar o consumo de aço dentro do Brasil, comprando e usando cada vez uma maior parte do minério de ferro aqui produzido. Brasil tem um consumo pífio, de perto de 130 Kg*ano/habitante (contra 170 no Chile e México e mais de 500 na própria China e no Japão).

    Em tempos de crise é que temos que ser criativos. Brasil deve hoje repensar a sua base industrial, a sua verticalização e, em particular, a sua matriz de transporte: urbano, interestadual, de carga, etc. para o transporte ferroviário, em geral, entre outras atividades de consumo de aço: construção civil (repensar o crescimento urbano, reduzindo mega cidades e partindo para cidades de porte médio – na faixa de 1 milhão de habitantes, comunicadas por trem) e construção naval.

    Vagões de trem, da Romênia?

    Poucos meses atrás, em agosto de 2014, foi noticiado o fato que a VALE importou vagões de trem para passageiros desde a Romênia (terra do Drácula). Seria cômico se não fosse trágico, pois, de modo quase sistemático VALE tem importado trilhos e até locomotivas usadas, para poder atender este “festival” de bitolas diferentes que existe na rede ferroviária do Brasil, uma espécie de torre de babel na forma de trilhos. Adicione-se a isso a construção dos navios gigantes VALEMAX no exterior (e agora colocados à venda). Ou seja, a VALE parece fazer de tudo para não utilizar aço produzido no Brasil. Vende-se minério e compra-se no exterior produto manufaturado de aço, e o Brasil fica onde mesmo, com maiores buracos nas jazidas.

    Consumo per capita de aço

    Acontece que o consumo anual no Brasil patina (nestes últimos 4 anos) na casa dos 130 kg de aço por habitante (embutido em carros, construção civil, manufaturados e outros); contra 170 no Chile e no México; quase 500 na China e no Japão; e nada menos que 1.100 kg de aço per capita na Coréia do Sul, por conta da enorme expansão industrial, com ênfase na indústria naval. Brasil poderia elevar o seu consumo justamente com base na indústria ferroviária e naval, que é quase incipiente tratando-se de um país deste tamanho e, ainda, utilizar para isso a produção local de minério de ferro, estimulando a fabricação de aço.

    Por que não anda isso pra frente?

    Embora o anterior pudesse estimular enormemente a economia, acontece que, de acordo com as regras do “mercado” (mercado manipulado, em minha opinião), existiria um “excedente” de mais de 570 milhões de toneladas de aço no planeta (ano 2013). Número acachapante, que começa a aparecer, metendo medo ao mundo, nas estatísticas apenas a partir de 2009, e que bota freio nas iniciativas do Governo Brasileiro para incentivar a produção de aço localmente, como pode ser observado em entrevistas do Governador Pimentel (MG) quando ainda era o Ministro de Desenvolvimento.

    “Já tentei de tudo para induzir a fabricação de trilhos no Brasil, mas as empresas não se animaram. Acho essa situação um absurdo, o certo é produzir aqui”, diz José Francisco das Neves, presidente da Valec (2011). Já em novembro 2014, segundo o presidente-executivo do IABr (Instituto Aço Brasil), Marco Polo de Mello Lopes: “o consumo de aço evolui junto com o desenvolvimento econômico” (ou seja, divagar quase parando). Bobagem! O problema é inverso, e seria justamente o aumento de consumo de aço (através de ferrovias e indústria naval, entre outras) e a maior produção de aço local, uma das molas que poderia alavancar a decolagem da indústria nacional, como aconteceu na Coréia e na China, nestes últimos anos.

    E o preço da commodity?

    Nenhuma equação econômica que estabeleça o custo/beneficio de uma atividade industrial qualquer poderia tolerar uma variação abrupta, arbitrária e global do preço da commodity da forma em que aconteceu. Ou seja, o preço do minério cai de 140 para menos de 70 dólares a tonelada; e tudo fica por isso mesmo? Ninguém reage não? Que tipo de “mercado” é esse?

    Pior ainda; numa espécie de sadismo, alguns pensam que as pequenas mineradoras deveriam cortar a própria carne, demitir gente, reduzir a refeição do operário ou cortar o café, para reduzir em um ou dois dólares o OPEX e trazer a menos de 20 dólares o concentrado de minério de ferro até a entrada do porto. Enquanto isso, de uma penada, o “mercado” tira 70 dólares do preço final. Tem algo errado em tudo isso!

    Com esses baixos preços, apenas as grandes mineradoras podem hoje subsistir, durante o tempo suficiente para aguardar a falência das empresas “novatas”, que iniciaram a caminhada para entrar nesse “mercado” pouco tempo atrás, quando o preço sinalizava 140 dólares, como uma cenoura ou um arco-íris na frente, que nunca conseguiram alcançar.

    Porém, aquele preço bom foi justamente para as grandes mineradoras – que já estavam em plena produção – encherem de dinheiro e acumularem gordura para o período que vemos hoje. Logo neste momento, quando os novos projetos estavam prontos para aparecer: quando o Minas-Rio fazia o primeiro embarque; quando a Bamin conseguia aprovar o porto Sul; quando a Zamin estava pronta para elevar o PIB do Estado do Amapá; quando a Ferrous começou a sair do papel; quando a Vetria tinha montado uma complexa arquitetura para trazer minério desde Corumbá; quando Manabi já tinha resolvido a sua logística; de pronto o tal de “mercado” faz cair o preço? Isso é uma sacanagem mesmo! Alguém comanda este “timing” macabro! Só pode!

    Ação do Governo

    O Governo deve pensar em algo mais abrangente que a mera equação entre a manutenção de emprego dos metalúrgicos do ABC, orbitando ao redor do carro. Isso já deu o que tinha que dar! (política e economicamente). Agora devemos mesmo pensar na industrialização efetiva do Brasil. Os economistas de governo têm que sair do ar condicionado e do notebook, sujar as mãos, vestir capacete, e olhar o Brasil industrial primário, a partir do minério e do aço, e não como até agora, visando vitrines bonitas de produtos de linha branca ou de carros. Grande industrialização! Brasil virou uma loja de produtos importados – alguns apenas montados aqui.

    O maior problema é a manipulação global do preço da commodity, de modo que nenhuma mineradora poderá enfrentar individualmente este assunto. Cabe aqui ao Governo, de maneira decisiva, partir para a criação de pólos de desenvolvimento, em determinadas regiões do país, onde consiga estimular a geração de atividade econômica ao redor da fabricação de ferro gusa e/ou aço, por exemplo.

    ·         Gerar poder de compra de minério de ferro em regiões chave, com garantia de preço que viabilize todas as partes envolvidas;

    ·         Estimular a implantação de fábricas de alta utilização de ferro e aço: trilhos, chapas, locomotivas, vagões, construção civil, navios (ressuscitar a “Santa Matilde”).

    ·         Exigir ferro/aço de fabricação nacional na implantação de ferrovias, metrôs e todo tipo de transporte sobre trilhos.

    ·         Exigir ferro/aço de fabricação nacional na implantação de qualquer obra pública (PAC).

    O fato que exista excedente (supostamente) de aço no mundo não altera as premissas acima. Aço fabricado no Brasil constitui um investimento e não uma despesa. Um alto forno para produzir 1 milhão de t/ano de aço atenderia a construção de 83 prédios residenciais, anualmente, por exemplo. Outros consumos interessantes são: trilhos, corpos moedores (para moinhos), locomotivas e vagões, equipamentos de mineração, navios, etc.

    Apenas para empatar com o consumo de aço per capita do Chile (170 Kg/ano per capita, contra 130 Kg/ano no Brasil), o Brasil precisaria colocar dentro do mercado brasileiro mais 40 Kg de aço por cada habitante (façam as contas), permitindo a geração de 8 novos altos fornos, com 1 milhão de toneladas/ano de aço, em cada um. Centenas de pequenas mineradoras de ferro, ao longo do Brasil, seriam viabilizadas, gerando emprego e atividade econômica em outras centenas de municípios, os quais, ainda, conhecerão de perto o milagre da verticalização industrial no Brasil.

    Alexis P. Yovanovic

     

    1. Muito interessante a tese mas
      Muito interessante a tese mas no Planalto, motivo de preocupação foi a greve da Mercedes no ABC.
      O resto é o resto.

      Não há plano!
      É triste mas verdade e vc sabe!

      Mesmo os as poucas iniciativas estão sob risco. É tudo muito lento.

    2. Indústrias de base

      O Alexis fêz um dos melhores comentários que já li aqui no blog. 

      Sê o governo tivesse um plano estratégico para as principais commoditties que produzimos, com certeza a defesa a um ataque especulativo, como o descrito, seria mais eficaz ou mesmo inibidora.

      O preço que o Brasil paga por um governo desarticulado, sem planos estratégicos nas áreas mais sensíveis bem como unidade e integração entre seus diversos ministérios é cruel, pois a inação da Dilma em promover as reformas que deem unidade e harmonia entre as pastas deixa o povo e a Nação, que supostamente ela deveria liderar, abandonados a rapina e escravização de agentes alienígenas ligados ao cartel financeiro internacional.

      Acorda, Dilma!

      1. Existe interesse no setor

        Conversei extensamente com empresário e dono de grande depósito de ferro no nordeste. Conheço pessoalmente e já fiz trabalhos para ele. É competente, empreendedor e serio.

        Ele me diz que pequenos investidores já não querem mais saber de produzir apenas minério, principalmente de ferro, mas querem discutir negócios com começo, meio e fim. O assunto é que esta turma, visando mercado interno, está juntando forças (empresários locais de diversas áreas, mineradores e inclusive empresários do ramo da energia) para investir em pólo de desenvolvimento e produção de aço final (na faixa de 1 ou 2 MTPA). Acreditam que seja essa a grande virada que deverá dar o mercado de ferro local (pequenas mineradoras de fora do quadrilátero de MG) e, ainda, um grande impulso ao desenvolvimento da base industrial do Brasil.

        Por solicitação deste empresário, estou conversando com alguns colegas interessados em trocar idéias e ajudar a este grupo para desenvolver um Plano preliminar de Negócios. 

    3. Parabéns pelo ótimo

      Parabéns pelo ótimo comentário.Tomara que alguém do governo leia e releia o mesmo ,até aprender .

    4. IVECO VBTP-MR Guarani 6 x 6

         Aço balistico e blindagem ERA

         Ainda na area de defesa, este veiculo blindado, base da familia de veiculos blindados sobre rodas do EB, nesta 1a versão 6 x 6 e futuramente na versão 8 x 8 , ambos anfibios ( ao contrario de seus originários Freccia e Centauro ), possuem um “horizonte de produção” ( apenas para o Brasil, excluindo-se possiveis exportações ), de  até 2.500 unidades, no prazo de 20 anos.

          O “aço balistico ” utilizado nos primeiros lotes, incluindo os demonstradores e os testados ( testes na Alemanha do “casco ” ), foi importado da Thyssen – Krupp ( certificados NAT STANAG 3 – 5 ), já as placas de blindagem ERA ( expansiveis com nucleo reativo explosivo ), tambem seriam adquiridas da Alemanha, Italia ou Israel. MAS,

          Trabalhando na nacionalização de todo o ciclo do produto, de ambos – tanto o balistico como o ERA – em Ipatinga, o laboratório da Usiminas em conjunto com engenheiros/técnicos da Villares, e do CTEX ( Exército ), conseguiram desenvolver aços balisticos, tanto lineares amoldaveis, como em placas, comparaveis dinamicamente – em testes laboratoriais – com o material alemão, e melhor ainda, agregaram a estes produtos certa capacidade ERA ( tecnologia sensivel, não exportavel ). MAS, sempre tem um mas: Financiamento.

           A T – K possui contrato com a IVECO ( subsidiado pelo governo alemão ) para fornecimento – que pode ser rompido de acordo com os “lotes de produção” – mas para que utilizemos nossos “aços + ERAs “, estes tem que ser “certificados” pelo CAEX e avalizados pelos sistemas de certificação internacionais de defesa ocidentais ( STANAG ), o que não é dificil, pois trata-se de um sistema de reciprocidade,  isto custa dinheiro,tempo, testes, financiamento, o que depende do governo federal.

  2. As Causas Ocultas

    O comentário de Alexis é perfeito onde a ação maior deve vir de cima, afinal, são os governantes que tem o poder de realizar as mudanças visíveis e de maior vulto.

    Mas vejo também que há uma combinação de Ação Governamental, Ação individual e a questão Futebolística.

    Na minha opinião a indústria de aço e as de base em geral tendem a morrer ( alumínio por exemplo está praticamente morta, senão agonizando )

    Do ponto de vista Governamental, a falta de investimentos em Geração de energia elétrica, combinada com a Ganância dos Estados em Tributar a Energia acarretaram um aumento de custo tremendo inviabilizando a produção de matérias primas ( alumínio principalmente ).

    Do ponto de vista pessoal, Cada Indivíduo deveria se preocupar quanto a origem dos produtos que compra. Hoje temos uma invasão de carros mexicanos ( MPs da China principalmente ), veículos militares Europeus e Israelenses ( veja o governo de SP comprando para Policia cerca de 16 veículos anti tumulto de Israel ), equipamentos industriais das mais diversas origens, utensílios domésticos como facas e garfos importados, aços especiais que outrora eram fabricados localmente, e assim segue a lista. Collor ao comentar das carroças, abriu nossos olhos para as maravilhas importadas, mas no fundo abriu o portão do inferno.

    Do ponto de vista Futebolístico, empresas como a Vale adquirindo produtos importados tem a garantia de uma qualidade dos produtos adquiridos, normalmente são clientes dos minérios os fornecedores, e há uma questão muito comum nas compras locais : O futebol que tem que ser praticado é indecente. Na Petrobras o lucro do produto é alto então o futebol passa despercebido. Em outros produtos de menor valor agregado, o Futebol inviabiliza qualquer lucro.

  3. Potencial ferroviário

    Somos um povo criativo, e acima de tudo o pais ofereçe todas as condiçoes para um Brasil de primeiro mundo; nos brasileiros precisamos acreditar na força e principalmente na criatividade que temos.

     

     

     

  4. Ainda não temos legislação
    Ainda não temos legislação para empresas de defesa.

    Mas o PT fez o certo ao convidar a Odebrecht. Foi a melhor iniciativa do PT.
    A idéia é simples, o Brasil compra a tecnologia e a Odebrecht produz, vende é desenvolve.
    Mas….tudo isso só funciona SE o Governo COMPRAR.
    Se não compra, não vende.

    Estamos parados aí na compra. Eles não entenderam o TODO.

    1. Temos

        Tem a lei 12598 e varios programas de incentivo a industria de defesa, só que ainda não regulamentados, até o Prodefesa, no qual já sairam – ano passado – os vencedores, esta aguardando dinheiro, o problema não é a falta de leis – tem bastante, como é comum em nosso ordenamento maluco -, o problema é que não anda.

         Coisas do Brasil, imagine vc. :

         Vendi para o MinDefesa e entreguei, fatura de R$ 50 M ; outra venda, feita através da APEX com apoio do BNDES para o exterior, no vlr de US$ 5 M , os R$ 50M estão contingenciados pelo MinFazenda e os US$ 5 M “travados” no BNDES, e como o governo não me pagou – ele me deve R$ 50 M – , paguei os salarios dos funcionários, mas não recolhi nem encargos nem impostos ( contestados na SRF a abrigo da não regulamentada 12598 ), portanto não posso “descontar” no BB estes titulos, e nem receber os R$ 50M, nem os US$ 5 M, se não recolher os encargos e impostos ( depositar em juizo ). 

           Assim fica dificil.

        

  5. Uma sugestão

    O Nassif escreveu: “A nova etapa da industrialização precisará ser efetiva em desenvolvimento tecnológico. Por aí se insere a indústria da defesa e seus múltiplos avanços na integração de sistemas, sensores, optronicos, sistemas de navegação, de comando e controle, processos relacionados a biotecnologia e química avançada, novos materiais e materiais especiais, de inteligência artificial, nanotecnologia, robótica e a área cibernética.”

    Por que não criar uma agência como a DARPA americana por aqui, com prêmios e incentivos?

    Agora o cacht up na tecnologia, na minha opinião, só como os japoneses e chineses fizeram, compiando e com reengenharia, em uma zona franca ou centenas como sempre proponho.

    1. Está sendo feito pelo

      Está sendo feito pelo Mangabeira.

      O Nassif retirou isto da entrevista com o Mangabeira. Esse artigo, o pisicionamento do governo sobre indústria, parte da entrevista com o Mangabeira.

       

      Mangabeira é nossa única esperança! E acho ótimo ele ficar aparecendo NADA!

      1. Dúvido que seja a única, mas é bom que ajude, a Dilma é a última

        Mangabeira é uma pessoa muito inteligênte e articulada, mas na minha opinião, não é talhado para dançar a música do mercado – sútil, esquiva e rápida. Suas soluções são teóricas e lhe falta a prática do mercado, o dia a dia da indústria e do comércio, que sobra para os banqueiros que nos exploram, é um confronto assimétrico injusto.

        Para que uma estratégia do seu gabinete faça realmente a diferença vai ser preciso muita sorte e muito trabalho, tanto dele como de sua equipe, mesmo assim sou cético quanto aos resultados.

        Mas vai uma dica, para vender é preciso que exista quem compre, se alguem compra, vai ter um que vende, é por ai que passa a boiada.

         

        1. Mangabeira é exatamente isso

          Mangabeira é exatamente isso que vc descreveu mas é justamene por estas qualidades que acho que ele é a pessoa que mais pode acrescentar ao Governo.

          Não espero que ele tenha qualquer relação com execução de nada. O que espero dele é que escolha caminhos e isso é um exercício de inteligência que é justamente a qualidade que mais falta a este Governo.

          Não precisa ser nem o mais inteligente porque outra coisa que falta é iniciativa. A questão não é apenas escolher um bom plano. A questão também é conseguir escolher, fazer opções de longo prazo.

          Isso mais parece o governo Dutra.

           

  6. ” As 4 modernizações e o dia 18/09 “

      O desenvolvimento da industria de defesa chinesa é base para todo desenvolvimento tecnológico e empresarial do País, sendo que o ponto de partida se deu ainda na década de 60/70, com o planejamento das ” 4 modernizações “, sendo elas: agricultura, industria, defesa nacional, ciência e tecnologia., as quais visavam planejar a China como uma potência do século XXI.

       Já a  “Comissão de C & T e Industria para Defesa Nacional ” , um orgão agregador, diretamente vinculado ao Comite Central do PC Chinês, e não a Comissão Militar do PLA ( People Liberation Army ), é o orgão agregador, não apenas referente as industrias e/ou institutos de defesa, mas a todo o planejamento industrial estratégico chinês, por que isto é importante ?

       As grandes industrias e institutos de pesquisa chineses, controlados por esta Comissão, não apenas atuam na area de defesa, mas com as pesquisas oriundas desta area, contribuem para toda a industrialização civil chinesa, como exemplo pode-se citar a CETC ( Chinese Eletronics Technology Corporation ), um “player” mundial na area de radares, comunicações seguras, guerra eletronica, mas que tambem fornece para as industrias de bens de consumo chinesas, européias, asiáticas e até americanas, produtos conhecidos como MEMS ( sistemas microeletromecanicos ) de alta capacidade, e estas vendas carreiam recursos para mais pesquisas de ponta na area de defesa, ou seja, formou-se um circulo virtuoso.

        Deng, a Comissão, e a “abertura”:  Final dos anos 80, inicio dos 90, começou a abertura da industria de defesa chinesa, para com a cooperação com o ocidente, principalmente com franceses e alemães ( helicopteros, canhões, motores maritimos, misseis ), posteriormente com Israel ( misseis, sistemas de radar, aerodinamica ) – claro que concomitante com esta “abertura “, a parceria com a industria russa continuou.

         Em principio os chineses produziram cópias autorizadas, posteriormente realizaram “engenharia reversa”, não com o objetivo simples de copiar sem licença e vender a preço menor, mas para adaptar os produtos a suas necessidades, hj. a China desenvolveu produtos que baseados nestes conceitos, possuem performance melhor que os originais – o desenvolvimento chinês do Missil MBDA Exocet e dos Helicopteros Dauphin, são uma prova disto.

         O 18/09 ” Incidente de Mukden “, “Humilhação ” e a 3a Crise do Estreito de Taiwan

          Todo dia 18/09, o CC do PCC, suas instancias regionais,e principalmente em todas as unidades de terra – mar – ar do PLA , relembram o “Dia da Humilhação”, que rememora a todos os chineses a ocupação de Mukden pelos japoneses ( atual Shenyang ), e o estabelecimento do Estado do Manchuko, ao qual a China não teve capacidade de reagir.

           Já em 1995, ocorreu a Crise no Estreito de Taiwan, quando os Estados Unidos alegando a “defesa da soberania da China – Formosa “, colocou por meses, singrando em frente as costas da China continental, dominando o estreito por mar e ar, forças-tarefa de Porta Aviões, uma medida de “projeção de força e controle maritimo “, a qual os planejadores chineses do EM-PLA, e a própria Comissão Militar do PCChinês, consideraram ser superior a suas forças convencionais, e foi lembrado novamente o dia 18/09 – O que ocorreu depois ?

            O aumento gradativo de 6% para 9 % no budget chinês de defesa, o que não é real, pois como escrito anteriormente as pesquisas de defesa chinesas podem se confundir – entrelaçam-se – com outras na area industrial civil, portanto estima-se que as verbas reais de defesa chinesas, estejam por volta de 15%, sendo mais de 40% em relação a financiamentos de Ciência & Tecnologia.

             Tanto que hj. já não é mais possivel para a US Navy, realizar o que fez em 95/96 impunemente.

  7. China, India, Paquistão, Africa do Sul, Israel, Suécia

      Sobre estes até posso escrever, já sobre nosso Brasil, basta o que Jacques Wagner disse: O Levy pode cortar até 50% dos programas de defesa, tanto os industriais como os de aquisições, irei “tentar” manter o PROSUB e o GRIPEN.

       Só do KC-390 a divida vai a 500 M, o da ACS ( Cyclone 4 Alcantara ) a Sra. Dilma só está esperando melhor oportunidade para declarar o rompimento do contrato com os ucranianos ( depois de mais de US$ 200 Milhões ), o Pantsyr, quem sabe, talvez, pode ser, será alugado dos russos; SiSFRON e SISGAzul estão paralisados.

      

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