A radiografia sociopolítica do paulistano

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Por Anna Beatriz Anjos

Do Portal Forum

Mais progressista em relação às liberdades individuais e direitos civis, mais conservador no que diz respeito aos aspectos coletivos: esse é o perfil do cidadão que habita a maior metrópole do país, segundo pesquisa desenvolvida pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP)

A imagem do paulistano conservador, contrário a qualquer mudança, por mínima que seja, no status quo da cidade, defensor dos valores da família heteronormativa e admirador de máximas como “bandido bom é bandido morto” ganhou o imaginário coletivo. Isso ficou mais evidente durante os últimos anos, quando o prefeito Fernando Haddad (PT) tentou empreender algumas transformações na dinâmica da capital – com a implementação dos corredores exclusivos para ônibus e ciclovias, por exemplo – e encontrou enorme resistência de alguns setores da população que, respaldados por manchetes dos veículos de comunicação tradicionais, engrossaram o coro contra o mandatário.

Mas pode-se dizer, de fato, que o reacionarismo é um traço preponderante da sociedade paulistana? Foi essa pergunta que motivou a pesquisa “Conservadorismo e Progressismo na Cidade de São Paulo”, desenvolvida pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP) e que será lançada em agosto. Realizado em todas as regiões da cidade durante oito dias na segunda quinzena de junho, o estudo, que levou em conta os depoimentos de 1.288 entrevistados, tem 95% de confiança e margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos.

“O que motivou [a realização da pesquisa] foi a constatação de que, desde junho de 2013, por conta das manifestações, passando pelo processo eleitoral, sobretudo no segundo turno, e culminando nos protestos de 2015, temos um clima de polarização política muito intensa no país e um reflexo disso muito forte na cidade [de São Paulo], que acabou aparecendo como uma espécie de epicentro dessa polarização”, explica o economista William Nozaki, coordenador do levantamento, para quem o objetivo da iniciativa era tirar uma radiografia sociopolítica do paulistano. “A pergunta inicial que fizemos foi: será que vivemos um momento de surgimento de um novo conservadorismo ou será que é um período de explicitação de um velho conservadorismo já entranhado na sociedade brasileira e em São Paulo?”.

O questionário apresentado às pessoas ouvidas continha mais de 60 perguntas, elaboradas conforme quatro grandes eixos: visão de mundo e estilo de vida, relação com as diferenças e com o outro, construção de direitos e privilégios e avaliação de políticas públicas. Segundo Nozaki, a formulação das questões considerou principalmente assuntos polêmicos ou fortemente influenciados pelo senso comum.

(Mídia NINJA)
 
O levantamento da FESPSP foi desenvolvido a partir da constatação que, desde junho de 2013, uma intensa polarização política vem se instalando no Brasil – e São Paulo parece ser o epicentro desse processo (Mídia NINJA)

Uma das respostas que a equipe responsável pela pesquisa já chegou, embora algumas informações obtidas ainda estejam sendo interpretadas, é que não se pode afirmar que o cidadão que habita a maior metrópole do Brasil é conservador em relação a todos os temas – ou então que a totalidade deles o é. “Para algumas questões, o paulistano é menos conservador do que achamos que ele é”, pontua o economista. “Há um conjunto de opiniões mais progressistas no que diz respeito às liberdades individuais e aos direitos civis e um grau de conservadorismo muito extremo quando partimos para a análise das políticas que tratam de igualdade de oportunidades sociais.”

Números ilustram a situação descrita pelo pesquisador. Em tópicos relacionados às liberdades do indivíduo, o paulistano se mostra mais propenso à aceitação de ideias liberais. Exemplos: 70% dos entrevistados concordam com o casamento entre pessoas do mesmo sexo; 54% assimilam outras configurações de família que não a chamada “tradicional”; 80% sinalizam respeito às diferentes expressões religiosas, 92% acham que os salários pagos a homens e mulheres devem ser equivalentes e 52% são favoráveis à legalização da maconha – uma pequena maioria, mas que não deixa de ser expressiva. Em contrapartida, 62,3% apoiam a redução da maioridade penal, 61,4% são a favor do uso do exército no combate à criminalidade e 42% afirmam que os Direitos Humanos têm como objetivo a defesa de bandidos.

Na análise do sociólogo Rodrigo Estramanho de Almeida, também pesquisador e professor da FESPSP, a individualidade detectada pelo estudo é, de certa forma, normal às grandes metrópoles. “Não é difícil pensar que em uma cidade onde convivem tantas diferenças e desigualdades a opinião em algum momento aclive para questões mais individuais. Aliás, a questão do individualismo em grandes cidades não é exclusiva a São Paulo; individualismo e grandes cidades são termos que se combinam”, considera. “Sem contar que a dinâmica das atitudes e dos comportamentos das grandes cidades está em constante mudança, então provavelmente um estudo como esse realizado daqui a um ano pode revelar um aspecto diferente desse que aí está. É uma foto do momento.”

De acordo com Nozaki, os dados mostram, ainda, que nas periferias o progressismo em relação a direitos civis é maior na comparação às regiões centrais. “Há uma aceitação das liberdades individuais maior do que a gente imagina nas camadas de menor renda da população. Isso provavelmente tem a ver com o fato de que a população da periferia tem que lidar com diversas estratégias de sobrevivência e articulação com a comunidade e vizinhança, com o Estado e com a igreja para poder organizar sua trajetória de vida. Não há uma narrativa progressista ou conservadora sólida, coerente e engessada”, argumenta.

O cenário descrito indica um caldo complexo de opiniões e ideias que nem sempre permite estabelecer relação simples e direta entre maneiras de pensar e posicionamento no espectro político. “A gente não consegue fazer uma associação direta entre ser conservador e ser de direita e ser progressista e ser de esquerda. Há um conservadorismo popular, assim como há um progressismo em parcela da elite. A nossa pesquisa foi sobre cultura política, não sobre comportamento ideológico propriamente, mas mostra que essas coisas não podem ser tratadas como sinônimos sem maiores qualificações. É um cenário mais complexo, que precisa ser olhado com mais minúcia”, esclarece o pesquisador.

Meritocracia e ascensão social

O levantamento realizado pela FESPSP revela também que há, difundido na sociedade paulistana, independente de renda, um desejo de ascensão social por meio de mérito. Mais uma vez, é possível comprovar com dados o apontamento: mais da metade das pessoas ouvidas, 52%, disseram que a política de cotas raciais nas universidades reforça a discriminação. Quando o assunto são programas de ajuda do Estado, o cenário é igual: 53% entendem que o Bolsa Família estimula que pessoas de baixa renda tenham mais filhos, e 60,5% acreditam que ele deixa os beneficiados mais preguiçosos.

Segundo a pesquisa, a crença de que o esforço individual é suficiente para se alcançar sucesso profissional e financeiro se acentua à medida em que cresce a renda. “Nas camadas médias, o nível de conservadorismo vai ficando maior. O discurso fica mais racionalizado, mais coerente, de defesa do indivíduo e do mercado e de crítica ao Estado e às relações comunitárias”, expõe William Nozaki. Os resultados que abrangem os recortes de classe estão sendo consolidados pela equipe da FESPSP.

A pesquisa aponta que dos entrevistados são a favor da legalização da maconha (Foto: Mídia NINJA)

A pesquisa aponta que 52% dos entrevistados são a favor da legalização da maconha (Foto: Mídia NINJA)

O economista sublinha que, nas parcelas menos favorecidas economicamente da população paulistana, ainda está presente a ideia de que o Estado é necessário na garantia de alguns direitos. “Há uma espécie de liberalismo ‘à paulista’: o desejo de ascensão social pelo mérito, por meio dos mecanismos formais de educação e trabalho, que anda acompanhado, sobretudo entre as camadas populares, de uma demanda pela presença do Estado”, afirma. “Isso reflete um pouco da nossa trajetória histórica. Assim como no século XIX a gente teve um liberalismo que andava de mãos dadas com a escravidão, no século XXI temos uma meritocracia que anda junto com uma demanda por serviços estatais.”

O estudo chegou a outra informação que deve ser destacada, relacionada à percepção dos paulistanos sobre o regime político vigente no Brasil: 30% dos entrevistados declararam que, dependendo da conjuntura, a ditadura é preferível à democracia. “Não é maioria, mas é um número expressivo: um terço praticamente da população. Isso mostra que, ainda que a democracia esteja consolidada do ponto de vista institucional, do ponto de vista da cultura política ela não é um valor enraizado em toda a população”, observa Nozaki.

A ideia dos pesquisadores é que, depois de lançado, o levantamento não se difunda apenas no meio acadêmico, mas seja examinado inclusive por autoridades. “Ele pode servir, de fato, para o gestor público pensar maneiras de agir, caminhos, e de alguma maneira tentar compreender como pensa o paulistano. Não se pode tomar decisões somente a partir desses dados, mas eles podem ajudar a pensar modos de agir. Há um caldo importante de informações [na pesquisa]”, coloca Rodrigo Estramanho de Almeida.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

18 Comentários

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  1. O  conservadorismo de  SP  e

    O  conservadorismo de  SP  e  de  muita   outras socidades  em  cidades  brasileiras  sao  oportunista  interesseiros, egoista  como  foi  todo o  tempo de  escravidao no Brasil, pois  como se  sabe  mesmo   promulgada  a  liberdade dos  escravos  em  1888  levou  muito tempo para que  eles  aceitassem  que  os negros  eram  livres  e   ate  hoje  eles  relutam  em aceitar  nao so os  negros  mais todos  os pobres  ou  menos  favorecidos que  eles. 

    Este conservadorismo quer  somente  sonegar,  gordas poupanças,  empregados baratos, nao gostam de  recolher  tributos, se acham acima  da lei  nao  dao a minima  para  o progresso  brasileiro.  para o desenvolvimento  socio/cultural  dos  que   querem   alcar  voos  para  se tornarem  menos   escravos  e mais  livres. É  exatgamente  isso que  esse conservadorismo  vem   barrando  ha  anos  no  Brasil,  auxiliados  é claro  por  países  euro/americanos  que  fazem de tudo  para que  isso  se concretize  e  o povo  fique  analfabeto, sem  alimento. educaçao,saúde  habitaçao. SDe quie  forma  eles  fazem isso? Rebaixando salarios, aumentando impostos,  dificultando o credito, aumentando  luz ,agua  telefones . Eles  sabem que tirando o poder  aquisitivo  da populaçao  eles tem uma sociedade  dominada  escrava  e que  nao  consegue  alçar  voos,  Foi  exatgamente  assim ate  ha   12  anos  atraz  quando  Lula  assumiu  o governo e  mudou  o panorama  do  Brasil.,  Povo  com escolhas  universidades, habitaçao,  grandes  programas  como Sisu  e  ProUni   e  jovem sem  fronteiras  dando oportyunidades  aos  filhos de lavadeiras  e  ate  a propria  lavadeira  de  fazer uma universidade. Essas  oportunidades  dao ao  povo mais saber  e  mais consciencia para  lutar  pelo seu direito  assim como  por um país  mais  justo  É  por  isso que  essa  massa  cheirosa  de coxinhas   conservadores  nao  querem  que  este  povo  parta para o  progresso,. e fiquem sempre  na servidao,  sendo  sua  cozinheiram,  mordomo,  vigia,  pedreiro  motorista etc.  

    1. Os ricos enriquecem quando os pobres enriquecem

      O comentário acima ilustra bem a persistência de uma crendice muito repetida por aqui. Origina-se de uma concepção simplória da riqueza, imaginada como uma coisa pronta, acabada, em quantidade fixa, que não é criada nem destruída, só distribuída de várias maneiras, assim como uma pizza em uma bandeja, onde quem corta uma fatia grande para si deixa uma fatia pequena para os demais. Sob esta lógica, para que os ricos permaneçam ricos, é impresendível que eles mantenham os pobres na pobreza.

      Isso não é verdade. Empobrecer or ricos não enriquece os pobres, e os ricos nada lucram com a pobreza alheia – ao contrário, quanto mais os pobres melhoram de vida, mais eles se tornam consumidores e incorporam-se ao grande mercado, aumentando o lucro dos donos dos meios de produção,que assimpodem fazer mais investimentos. O mais é conversa de quem quer manipular as frustrações pessoais alheias.

  2. O  conservadorismo de  SP  e

    O  conservadorismo de  SP  e  de  muita   outras socidades  em  cidades  brasileiras  sao  oportunista  interesseiros, egoista  como  foi  todo o  tempo de  escravidao no Brasil, pois  como se  sabe  mesmo   promulgada  a  liberdade dos  escravos  em  1888  levou  muito tempo para que  eles  aceitassem  que  os negros  eram  livres  e   ate  hoje  eles  relutam  em aceitar  nao so os  negros  mais todos  os pobres  ou  menos  favorecidos que  eles. 

    Este conservadorismo quer  somente  sonegar,  gordas poupanças,  empregados baratos, nao gostam de  recolher  tributos, se acham acima  da lei  nao  dao a minima  para  o progresso  brasileiro.  para o desenvolvimento  socio/cultural  dos  que   querem   alcar  voos  para  se tornarem  menos   escravos  e mais  livres. É  exatgamente  isso que  esse conservadorismo  vem   barrando  ha  anos  no  Brasil,  auxiliados  é claro  por  países  euro/americanos  que  fazem de tudo  para que  isso  se concretize  e  o povo  fique  analfabeto, sem  alimento. educaçao,saúde  habitaçao. SDe quie  forma  eles  fazem isso? Rebaixando salarios, aumentando impostos,  dificultando o credito, aumentando  luz ,agua  telefones . Eles  sabem que tirando o poder  aquisitivo  da populaçao  eles tem uma sociedade  dominada  escrava  e que  nao  consegue  alçar  voos,  Foi  exatgamente  assim ate  ha   12  anos  atraz  quando  Lula  assumiu  o governo e  mudou  o panorama  do  Brasil.,  Povo  com escolhas  universidades, habitaçao,  grandes  programas  como Sisu  e  ProUni   e  jovem sem  fronteiras  dando oportyunidades  aos  filhos de lavadeiras  e  ate  a propria  lavadeira  de  fazer uma universidade. Essas  oportunidades  dao ao  povo mais saber  e  mais consciencia para  lutar  pelo seu direito  assim como  por um país  mais  justo  É  por  isso que  essa  massa  cheirosa  de coxinhas   conservadores  nao  querem  que  este  povo  parta para o  progresso,. e fiquem sempre  na servidao,  sendo  sua  cozinheiram,  mordomo,  vigia,  pedreiro  motorista etc.  

    1. Concordo plenamente;  o povo

      Concordo plenamente;  o povo de meu estado e especialmente da cidade de SP é muito cansativo e sem noção. E à medida que vão melhorando de vida, ainda que tenham sido ajudados pelos governos nos últimos anos, agem  como se isso tenha sido conseguido por seus próprios méritos somente e dão a impressão de sentirem vergonha da ajuda que receberam e passam a desdenhar dessa ajuda veemente, pois é difundido pela imprensa que quem de alguma forma precisou ou precisa da ajuda governamental é cidadão de segunda classe, e ninguém  logicamente quer ser cidadão de segunda.

  3. É prá se orgulhar! Aqui as

    É prá se orgulhar! Aqui as pessoas desejam ascender socialmente através do trabalho e do mérito proprio.

    Sentem vergonha das bengalas assistencialistas e das famigeradas quotas.

    Prezam o individualismo.

    Tudo  a ver com nossa origem. Com a valentia bandeirante desbravando os sertões. Com a audácia imigrante, italianos, espanhóis,alemães, japoneses e outras nacionalidades, em menor número, pequenos comerciantes, operários especializados, agricultores que se tornaram donos da própria terra.

    Em São Paulo já se sabia que não existe almoço grátis  antes da expressão ser criada.

    Aliás, Manoel da Nóbrega andou divinamente inspirado quando resolveu homenagear o apóstolo dos gentios dando a esta terra seu nome. Selou nosso destino termos como patrono o santo que trabalhava “para não ser pesado aos irmãos”,recomendando-nos ganhar o pão com o suor do próprio rosto.

    Os últimos anos viram tanta gente,no Brasil, acostumar-se a viver dependente do esforço alheio, o que resultou nesta crise, tornando o exemplo paulista a porta de saída para a recuperação.

    Em breve, quando a Nação recuperar o bom senso e realizar as mudanças e expurgos necessários, São Paulo tomará a dianteira, recolocando o Brasil nos trilhos.

    1. Sei não…

       

      “Sentem vergonha das bengalas assistencialistas”

      A genuinamente paulistana Editora Abril não sente não, pois adora as bengalas (aquisição assinaturas e publicidade paga em forma de revistas/livros) do Governo do Estado.

      As genuinamente paulistanas Folha de SP e o Estado de SA não sente não, pois também adoram as bengalas (aquisição assinaturas e publicidade paga em forma de cadernos) do Governo do Estado.

      A Globo não sente não, pois adora as bengalas (doação de terreno para formação de técnicos) do Governo do Estado.

      A Fiesp não sente não, pois adora as bengalas (renuncias fiscais) do Governo do Estado.

      A Zelite paulistana é igual a qualquer outra do mundo, do tipo “vamos privatizar os lucros e socializar os prejuizos”, se você estudar um pouco verá que ao longo da história do Estado de SP muitos dos ditos empreendedores/coronéis/barões/industrialistas sempre dependeram do dinheiro público.

       

      É, é para se orgulhar mesmo, orgulho de enganar os idiotas.

    2. Posso vomitar?
      Alem de todas

      Posso vomitar?

      Alem de todas as mancadas do seu texto, so ressalto essa:

      “quando a Nação recuperar o bom senso e realizar as mudanças e expurgos necessários, São Paulo tomará a dianteira, recolocando o Brasil nos trilhos”:

      Sao Paulo A FUN DOU o Brasil varias e varias vezes na mais ab so lu ta miseria.  Voce eh tao alienado que acha que Sao Paulo ja moveu uma palha por esse pais!  Acorde, ok?  O resto de nos ja ta de saco cheio de voces.

  4. São Paulo é o resumo do Brasil

    São Paulo vem recebendo migrantes de todo o país desde o início do século 20, e por este motivo pode ser considerada uma espécie de cartão de visita do povo brasileiro, mais do que qualquer outra capital. A mentalidade do paulistano da época atual é a mentalidade média do brasileiro. O senso comum afirma que São Paulo é povoada por conservadores porque é a cidade mais rica do país, e portanto seus habitantes seriam todos ricos e reacionários. Esquecem que essa riqueza existe em termos brutos – observando individualmente, há ricos, há classe médias e o que não falta são pobres vivendo nas periferias. De fato, São Paulo não é a cidade com maior PIB per capita do Brasil – esse posto pertence a Brasília, descontado as cidades-satélite.

    Mas o paulistano ainda retem a marca dos imigrantes que no passado afluiram ao estado em busca de uma vida melhor, daí o desejo de ascenção social pelo mérito, a valorização do trabalho duro e demais atributos que o folclore nacional consagrou como “paulistas”. Sob este aspecto, o paulistano efetivamente contrasta com o restante do país, onde predomina o patrimonialismo e o ideal de ascenção social pelo emprego público. Enquanto mantiver esse elã, São Paulo permanecerá como um guia para o país.

    1. Ora, isto significa que 2/3

      Ora, isto significa que 2/3 (67%) preferem a democracia, certo ?

      Se a taxa de desemprego  é de 6,9%, isto significa que a taxa de emprego é 93,1%, certo ?

      Se o PIB cair 1% em 2015, isto significa que produzimos 99% do que produzimos o ano passado. Caramba !

      Dito dessa forma, até agora, nada dessa “crise” (?) me preocupa, capice ?

  5. Existem mil achismos sobre a

    Existem mil achismos sobre a cidade e o estado de São Paulo, uma boa parte deles forjada pelo preconceito. Fiz questão de fazer esta  separação  Capital/ estado porque os perfis são diferentes. Por exemplo, normalmente os tucanos têm se mantido no governo estadual muito por conta do eleitor do interior. O da Capital costuma trocar vez ou outra seu gestor, vide eleição pro Haddad.

    Mas o que eu gostaria mesmo de saber desta pesquisa é quem são estes “paulistas” e “paulistanos” que responderam os questionários?  Quantos deles nasceu aqui ou têm pais nascidos aqui? Eu, por exemplo, tenho uma pai que nasceu na Bahia.  Tenho muitos conhecidos que não nasceram na cidade, outros que não nasceram nem no estado, fora que nem brasileiros são. O quanto uma sociedade formada de pessoas assim cria valores mais conservadores ou não? Como o próprio texto menciona, os moradores das grandes cidades têm um perfil comum, dado a vida competitiva e a invisibilidade, não é uma exclusividade de São Paulo. Além do mais, nascer em um local não significa ter impresso no corpo um DNA. 

     

  6. Uma pesquisa que já faz juizo

    Uma pesquisa que já faz juizo de valor do conteudo , posso imaginar que perguntas fizeram.

    Na base do conservadorismo é errado e o progressismo é certo não da pra levar a sério.

    O nazismo, khmer vermelho, sendero luminoso eram progressistas.

    A igreja católica é uma instituição conservadora que atende milhares de pobres, exemplo as santas casas que atendem 80% dos usuários do SUS. Mais a doutrina social da igreja, que é um “tratado conservador”..

    Os esteriótipos que alguns progressistas tem sobre o conservadorismo é prova da sua própria ignorância.

    -.A polícia e as Forças Armadas do Peru resgataram 39 pessoas, entre elas 26 crianças, que se encontravam na floresta sob o domínio da organização terrorista Sendero Luminoso.

    Desafio você progressista condenar isso. 

  7. Pedro Mundim: O Edson Tadeu

    Pedro Mundim: O Edson Tadeu está absolutamente certo e você também.

    Acontece que os ricos não pensam como você.

    Nunca os ricos ganharam tanto dinheiro como nos governos do PT e, ao mesmo tempo, os pobres tiveram uma melhoria acentuada nas condições de vida.

    Agora, chegou o momento de os ricos abrirem mão de um pouco do que tanto ganharam para que as condições de vida dos pobres não se deteriorem.e retrocedam.

    Pedro Mundim: tenho certeza que você saberá convencer os ricos.

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