Ajuste fiscal sem reformas é blefe

Ajuste fiscal é meio, não fim. Seu objetivo é o de proporcionar segurança para os agentes privados voltarem a investir na economia. Mas é apenas uma primeira pré-condição.

Para investir, o setor privado precisa muito mais: ter demanda – interna e externa -, preços competitivos, em relação aos importados; garantia de que a rentabilidade do investimento será maior do que o custo de oportunidade de aplicar na renda fixa.

***

Aí se entra na contrapartida do ajuste fiscal: a taxa de juros dos títulos públicos.

Quanto maior a taxa de juros básica, maior será e necessidade de retorno dos investimentos em renda variável; e menos poupança será remanejada para as atividades produtivas.

No período Guido Mantega-Alexandre Tombini, o que se fez foi tentar criar uma zona de conforto para o capital especulativo:

  1. Com o fundo soberano, permitiu-se avançar até o limite da imprudência no déficit das contas externas.

  2. Com as metas de superávit (que explodiram em 2014), tranquilidade para trazer dólares do exterior e ganhar à farta com aplicação em títulos públicos.

As consequências estão aí: atração de capitais especulativos internacionais, apreciando ainda mais o real; empresas privilegiando ganhos de tesouraria, em vez de investimentos na produção; fundos de investimentos permanecendo na renda fixa, em vez de migrarem para investimentos produtivos; parte relevante da poupança pública sendo desviada de investimentos e gastos correntes para pagamento de juros.

***

A gestão Joaquim Levy -Nelson Barbosa traz um componente novo de segurança fiscal em relação ao período desastroso de Guido Mantega-Arno Augustin. É importante a sinalização, a melhoria do discurso público, a harmonização de expectativas. Mas é apenas um pontapé inicial que, se não for acompanhada de outras medidas de fundo, significará a recriação de uma nova zona de conforto para a especulação.

***

O primeiro desafio será romper com a armadilha das tais metas inflacionárias.

De um lado, por ser um sistema iníquo. A cada aumento da expectativa de inflação, aumenta-se mais que proporcionalmente a taxa real de juros. O grande capital tem seus ativos preservados, à custa do aumento da dívida pública e dos passivos privados.

Para compensar esse aumento da dívida, cortam-se os gastos que socorrem a parte debaixo da pirâmide social – gastos com saúde, educação – ou gastos essenciais para o desenvolvimento, como investimentos em infraestrutura, gastos com ciência e tecnologia etc.

De outro, por ser um sistema ineficaz.

Há uma profusão de estudos atestando a ineficácia do sistema de metas inflacionárias para conter a inflação: há entupimento no canal de crédito (a maneira como a alta dos juros reflete-se na ponta), no chamado efeito-riqueza. O único ponto efetivo (e nefasto) é o de segurar a inflação através do achatamento do câmbio.

Há um conjunto de medidas estruturantes a serem tomadas, passando pelo fim da remuneração diária pós-fixadas de títulos públicos, pelos resquícios de indexação que ainda vigoram, por um política cambial ativa, por uma melhora nas contas externas.

Se apresentar o receituário completo, ambos terão realizado um trabalho histórico de recuperação da dinâmica do crescimento. Caso contrário, serão apenas um Guido Mantega com mais fluência.

Luis Nassif

52 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Bevilacqua ou Levy…
    …é tudo a mesma coisa ???

    É, mas acho que são pessoas diferentes…

    No fim vai dar tudo igual com os banqueiros /rentistas se fartando…

  2. Só uma observação = o correto

    Só uma observação = o correto seria acrescentar ao trecho ‘no período desastroso Guido Mantega-Arno Augustin’ mais um nome = Dilma Rousseff.  Toda essa condução econômica desastrada foi permitida por Dilma. Se a equipe econômica de hoje for Levy-Barbosa, há chance do Brasil se recuperar. Mas se a teimosa Dilma querer se meter entre eles e criar o trio Levy-Dilma-Barbosa, então feliz 2019 para a nossa economia. Bem, continua Dilma em seu projeto – inconsciente, claro – de se tornar o Pita do Lula em 2019. 

  3. Mantega fez muito

    A principal reforma que deve ser feita é acabar com a indexeção do sistema financeiro.

    Mas, mesmo que o sr. Levy consiga, é bom a gente comparar a taxa de emprego e a distribuição de renda durante o ministério do Guido incompetente Mantega para muitos – na minha opinião ele fez muito -. Acontece que o desejar mais é da natureza humana. 

    1. é bom a gente comparar a taxa

      é bom a gente comparar a taxa de emprego

      E também é bom não confundir taxa de EMPREGO com taxa de DESEMPREGO, pois as duas não são inversamente proporcionais.

      Embora tenhamos uma taxa de desemprego ( gente que quer  trabalar e não consegue ) baixa, nossa taxa de emprego ( gente que quer trabalhar e consegue ) continua não muito diferente do período anterior a Guido Mantega. Qualquer dúvida é só consultar os dados da OIT.

      Nossa taxa de emprego, na ordem de 70% ( era um pouco menos em 2003 ) continua bem abaixo dos países da Europa do norte e do Canadá. 

      Porque á menos gente procurando emprego, portanto, desempregado, é outro assunto.

      1. Putz, mais uma do sr. Sotto.

        Putz, mais uma do sr. Sotto. Primeiro afirmou que FCH valorizou mais o salário mínimo que os governos Lula/Dilma(!!!!) Em sua “argumentação” chegou a afirmar que aluguel, gás, luz, roupa e passagem de onibus fazem parte da cesta básica (!!!!! de novo).

        Agora afirma na maior cara-de-pau que o período anterior ao Mantega, que pega o Palocci e os da era FHC é “mais ou menos” igual ao do mesmo, em termos de emprego e/ou desemprego (!!!!! muito mais exclamação)

        Inacreditável a falta de pudor do sujeito. Vou direto aos números. O governo FHC terminou com taxa de desemprego de 12,6%. Aí veio o primeiro ano Lula, 2003: 12,3%. Último ano Lula, 2010: 6,7%. Último ano Dilma, 2014: 4,8%.  Cortando o caminho: epílogo FHC: 12,6%. epílogo Lula/Dilma I: 4,8% (!!!!!!!!!!!!! trocentas exclamações)

        Agora em relação à empregos gerados, lá vai, seu Sotto: Primeiro período FHC, 95-98: (des)gerou, isso mesmo, eliminou  um milhão de postos de trabalho. segundo período, 99-02: Gerou (conseguiu enfim) pouco menos de 2 milhões. Primeiro período Lula, 03-06: gerou mais de 4 e meio milhões de empregos. Segundo, 07-10: Gerou mais de 4 milhões. Saldo FHC: postivio de entorno de 800 mil. Saldo Lula: positivo de entorno de 9 milhões de empregos (!!!!milhões de exclamações).

        Para terminar pegue o fato de que o desemprego caiu ainda mais com Dilma, e some com empregos gerados (faça alguma coisa) e pronto, completa-se o quadro. O Sotto é ou não um espanto? Uma exclamação ambulante?

      2. menos pessoas procurando emprego
        Menos pessoas procurando emprego, porque as famílias estão ganhando mais, isso é uma boa notícias deste governo

    2. indexação.

      Parabens !! enfim encontro alguem que comunga  dos mesmos reclamos que eu ha muito tempo.

      desde 1994 ficou como sujeira debaixo do tapete e ninguem tem coragem de elimina-la, pois, é o deleite dos rentistas. 

      quanto aas reposiçoes de aumento em onibus, aluguel, escolas, luz, agua, etc , completa o massacre do trabalhador/aposentado que nao tem poupança para zerar seu orçamento.

      na pratica, garante o fluxo de caixa das empresas e nao se preocupam em melhorar a produtividade.

      quanto ao salario, da menos trabalho indexa-lo na inflaçao do que ajusta-lo por produtividade ….

      enfim, sabemos o que deve ser feito mas nao temos sinalizaçao se sera´ feito, ainda mais que adotou-se a cartilha do banco mundial – que objetiva salvar os rentistas. vale dizer: o administrador tem um olho no rato e outro no gato.

      mas o bolsa familia é ciclico e da´ mostra que nao vai tao longe quanto parece …. esta´na descente.

  4. Já vimos esse filme antes.

    Até que enfim, Nassif.

    Corte em benefícios trabalhistas, contingenciamento do orçamento, aumento no custo dos financiamentos do BNDES e aumento de impostos (diretos como a volta da CIDE ou indiretos como a não correção da tabela do IRPF), bem como o aumento de preços administrados – combustíveis e energia elétrica, por exemplo, só são socialmente aceitáveis e economicamente válidos se levarem a uma queda da taxa de juros – o preço que o governo paga para se financiar.

    É a tal sinalização da qual o mercado necessita para ter segurança em fazer investimentos na economia real. Porém, com um cenário de austeridade instalado, a manutenção de taxas de juros altas significa apenas tranquilizar o mercado financeiro de que haverá dinheiro em caixa para pagar os juros.

    Os rentistas passam a se apropriar de todo o esforço de contenção, mas o país não cresce.

    A indústria e o comércio ajustam-se para o mercado consumidor futuro esperado e passam a fazer demissões preventivas. Vide o que já ocorre na automotiva com reflexo por toda a cadeia de fornecimento. Com a redução preventiva da oferta, há espaço para aumento especulativo de preços. Todo o lucro advindo é direcionado para o mercado financeiro aumentando os ganhos, mas pressionando a inflação. O governo reage com novo aumento de juros. Reiniciando o ciclo.

    Se a economia mundial estivesse em crescimento forte, como nos anos Lula, a entrada de dólares via exportação faria a compensação. Com a economia mundial deprimida, a manutenção de altas taxas de juros levará a uma fernandização do governo Dilma.

    Logo, é na taxa de juros que devemos prestar atenção. Se ela não cair, retornaremos aos anos 90 e suas crises.

  5. Governa-se com um barrulhos desses!?!

    Nesse governo, os fatos não mais correspondem a realidade e vice-versa ao contrário.

    Governo Dilma mais perdido do que cusco em procissão.

    Que os crentes orem muito, precisaremos.

     

  6. PARA MUDAR O BRASIL É PRECISO… MUDAR O BRASIL!!

    Precisamos de reformas estruturais profundas, que reduzam as desigualdades, que se volte mais à Classe C, espelho atual do país, e que torne o Estado acessível a todos, e não apenas a alguns endinheirados.

    Informação Independente: o Governo precisa substituir os “atravessadores da informação”, ou seja, a mídia tradicional, como canal para informar o povo. Fortalecer a internet, investir nos jornais e boletins de classe, jornais de igrejas, associações, etc. Enfim, pulverizar os meios de se dirigir ao Brasil. O texto abaixo reflete sobre o tema. Recomendo a leitura!

    http://reino-de-clio.com.br/Pensando%20BR2.html

    Saúde: diminuir as filas de espera e melhorar o atendimento. Não há problemas mais urgentes que estes. A criação de grandes centrais de exames e consultas especializadas nas regiões metropolitanas vai atender melhor a demanda. O texto abaixo reflete sobre o tema.

    http://reino-de-clio.com.br/Pensando%20BR3.html

    Educação: Cursinhos Pré-ENEM públicos, PROUNI para o ensino médio, Pós, Mestrado e Doutorado à distância, Mestrado e Doutorado à noite, para os trabalhadores. A Classe C deve poder dar a seus filhos a melhor educação com o menor custo. O texto abaixo reflete sobre o tema. Recomendo a leitura!

    http://reino-de-clio.com.br/Pensando%20BR4.html

    BANDEIRAS DA DIREITA. Algumas delas encontram eco nos medos e anseios da Classe C, que precisa ser reconquistada pelo governo, especialmente a do Centro-Sul do país. O governo pode se apossar de algumas delas como já fez antes? Como fazê-lo? É importante debater a questão? É o que o texto do link abaixo procura fazer: refletir a respeito.

    http://reino-de-clio.com.br/Pensando%20BR5.html

    LEI DE IMPRENSA JÁ!

    A reforma mais urgente para o Brasil é a reforma dos meios de comunicação. A versão tupiniquim da Ley de Medios dos hermanos argentinos. Como deve ser essa reforma? Em nossa opinião, deve ser radical. Desconcentrar a posse da mídia, realizar concorrências públicas para concessão, exigir conteúdo local ou regional em 60% da grade, garantir o imediato direito de resposta, punir rigorosamente as falsas reportagens e acusações, etc. E você? O que acha? Nossa reflexão sobre o tema está no texto do link abaixo:

    http://reino-de-clio.com.br/Pensando%20BR7.html

    REFORMA JUDICIAL: O que mais precisa de reforma neste país, depois da mídia, é a “justiça”. É preciso reduzir o número de recursos, acelerar os processos judiciais, eliminar as manobras jurídicas, confinar os juízes a seus papéis, restringir sua ação aos autos. Juízes, promotores e procuradores devem ser punidos severamente se atuarem de forma seletiva, atrasarem ou impedirem investigações. Toda essa sensação de impunidade, discriminação e seletividade que emanam da “justiça” brasileira atinge em cheio a Classe C e mudar isso é um dos passos que mais vai garantir a reconquista dessa parcela da população pelo governo. É sobre isso a nossa reflexão desta semana no link abaixo.

    http://reino-de-clio.com.br/Pensando%20BR6.html

    A REFORMA CRUCIAL: Reforma Política. Como deve ser? A nosso ver, radical. Poucos partidos, financiamento público. Não ao voto distrital em qualquer de suas formas. Voto nos partidos, com as vagas no legislativo atreladas à eleição majoritária. Listas partidárias e fidelidade. Fim da reeleição ilimitada para o legislativo, etc… O texto do link abaixo reflete sobre o tema:

    http://reino-de-clio.com.br/Pensando%20BR8.html

  7. Nada vai mudar.

    Mudam-se as moscas… Mas quem vai ser prejudicado pela enésima vez é a odiada classe média de Marilena Chauí. Nós vamos ter de arcar com todos os impostos que serão implementados por este governo mentiroso que usou a campanha eleitoral para atacar violentamente seus adversários com a conversinha de que tudo estava bem e agora vem com a maior cara de pau cobrar de quem trabalha e produz a riqueza deste país a sua incomPeTência. Os ricos continuam ricos e nem dão bola para impostos. Os pobres continuam pobres e idem. Entretanto a odiada classe média vai “dançar e rebolar” para conseguir manter os filhos em escolas particulares (pois as públicas são um lixo), pagar plano de saúde (porque o SUS é um lixo), comprar roupas, alimentos, pagar água (que quase não tem mais), luz, IPTU, IPVA, e por ai vai. Vai sobrar o quê? Eu sei o que vai sobrar…DESPREZO pelo PT.

  8. O que precisa mudar no

    O que precisa mudar no Brasil  e quiça em toda a Terra pois acredito que nos demais planetas  habitados  por hominidios  estes  ja chegaram lá, é ou melhor somos NÓS  os  hominidios pois  a pior criatura que existe nesta planeta somos nos. Não adianta colocar a culpa neste ou naquele, nisto ou naquilo, quere mudara Leis, fatos, atos e coisas, somente servira para  melhorar para uns e piorar para amaioria. É preciso mudar a mente  de nos os hominidios que só queremos levar em conta  a Lei de Gerson  ou puxar a brasa para a nossa sardinha,

  9. Acho que tem mais uma componente ai, Nassif!

    Não obstante sermos formados em Economia, a macroeconomia é muito mais difícil! . A Economia é uma Arte, tem-se as espectativas, dai a complicação. O que a mídia diz pode ser sagrado para tolos e desavisados. E isso gera quase um ciclo vicioso. Portanto, talvez esse véu quase neoliberal ajude. Contudo o professor Belluzzo acha que não! O tempo dirá…  Outro dia dizia-se da queda do comércio. Brito demonstrou que na web, subiu e em muito!  http://refazenda2010.blogspot.com

    1. BELLUZZO A VITORIA DA OLIGARQUIA FINANCEIRA

      Belluzzo A VITORIA DA OLIGARQUIA FINANCEIRA

      Rigoroso, Belluzzo também admite que a complacência com os interesses da oligarquia financeira vem muito antes de Dilma. Ocorre que, durante os doze primeiros anos de governos da esquerda, foi possível mantê-la num ambiente internacional que favorecia o Brasil. Eram os tempos de grande disponibilidade de capitais em todo o mundo e, em especial, de alta excepcional dos preços das matérias-primas agrícolas e minerais (commodities) – que o País produz fartamente. Embora não confrontasse o capital financeiro, Lula teve a ousadia de lançar políticas que direcionaram parte desta riqueza para a redução da miséria e das desigualdades.

      Infelizmente Lula repetiu antecessores na administração, adotando a mesma euforia na implantação de sua politica, não levando em consideração o que deveria ser a condição sine qua non de qualquer plano econômico, o básico, que a macroeconomia depende visceralmente da microeconomia. E diante destas analises todas de diversas fontes, esta claro que isto não vem sendo considerado, exclusivamente pela ganancia dos detentores das riquezas, que defendem antes de tudo, via mercado financeiro, seus interesses.

      Esta tendência ficou para trás. A economia chinesa, que foi seu principal motor, crescerá menos, até o final da década. Mais importante: para depender menos de um mundo em crise prolongada, irá voltar-se para dentro, estimulando os investimentos em infraestrutura e o aumento do consumo interno. As commodities já perderam 1/3 do valor máximo, que alcançaram em 2011. Deverão continuar em queda nos próximos anos, prevem quase todas as análises.

      Este novo cenário internacional explica, em parte, o impasse do lulismo. Tornou-se possível contentar simultaneamente ricos e pobres. Mas a opção de Dilma não teria sido saciar as exigências do mercado financeiro para reconstituir consensos, reduzir as pressões sobre seu governo e, em seguida, retomar as políticas distributivistas?

      O triste disto tudo e´constatar que as medidas adotadas por este governo são bem chinfrins, simplórias e ingênuas, as tais medidas distributivitas adotadas nada mais são do que um tipo de assistencialismo um pouquinho mais elaborado, o tal custo brasil criticado pela indústria afeta muito mais a base da pirâmide econômica do que o pico, mesmo porque quem decide a economia são os que se encontram neste pico.

      Ai fica aquela desconfiança de que nos finalmente, ter-se-a mais do mesmo… Mais uma vez.

      1. Tem mais

        Tem mais, a afirmação de que a macroeconomia depende da micro vem da constatação histórica que corrobora com isto. São ciclos, ou melhor são espirais históricas que mostram que os interesses das oligarquias são defendidos até o limite máximo de resistência das sociedades que as sustentam, a panela de pressão é controlada cuidadosamente para que não exploda inesperadamente, por isto o gostinho amargo do mais do mesmo.

        As vozes das ruas, para as oligarquias, somente são ouvidas qdo sentem que a ameaça da revolta, daqueles que os sustentam, estão no limiar do descontrole e da ruptura. Sempre foi assim, os exemplos mais recentes, aconteceu na França e em seguida na Russia, a monarquia perdeu os anéis os dedos e os pescoços.

  10. Reflexões previdenciárias e o necessário desenvolvimento

    Do artigo de Nadia Baptista, publicado por ES Brasil em 09/01/2014 (http://www.revistaesbrasil.com.br/index.php/noticias/fatos/item/5974-o-silencioso-custo-da-previd%C3%AAncia-social). O que estiver entre colchetes é inserção minha, bem como os grifos.

    *********

    ” …

    “A Constituição Federal de 1988 idealizou e implementou um modelo quadripartite de financiamento da Seguridade Social, através das contribuições sociais dos trabalhadores, dos empregadores, das empresas e de toda a sociedade (pelos impostos transferidos pela União). Essa diversidade de fontes de financiamento foi instituída para que a Seguridade Social não ficasse totalmente dependente das receitas provenientes das contribuições incidentes sobre a folha de salários, já que a massa salarial é a variável que mais se contrai nos períodos de redução dos níveis de atividade econômica.

    “Por conta dessa diversidade de financiamentos, a Seguridade Social brasileira não é e jamais será deficitária, como defendem os especialistas. Somente em 2012, por exemplo, as receitas da Seguridade Social – que além da Previdência, inclui as ações de assistência social e saúde — totalizaram R$590,6 bilhões, valor 11,8% superior às receitas do ano de 2011. Ainda em 2012, as despesas da Seguridade Social, por sua vez, foram de R$512,4 bilhões.

    “Diante desses números, é possível concluir que a Seguridade Social apresentou resultado superavitário nos anos de 2011 e 2012, respectivamente, de R$77,2 bilhões e R$78,1 bilhões, mesmo esses anos sendo de baixo crescimento econômico e de desoneração tributária sobre a folha (entenda no box a desoneração e seus impactos nas contas da Previdência Social). ‘Trata-se de um volume de recursos acima dos gastos que inviabiliza qualquer interpretação de falência ou de dificuldade financeira desse sistema’, alega Denise Lobato Gentil.

    “De acordo com a professora, uma outra questão interfere para que as pessoas acreditem que a Previdência Social brasileira é deficitária. ‘O crescimento real do salário mínimo é muito utilizado para dizer que esse ‘rombo’ da Previdência aumenta. Entretanto, quem utiliza esse argumento normalmente só considera o lado das despesas, esquecendo-se das receitas. É preciso lembrar que, com o aumento do número de trabalhadores empregados e o crescimento do salário médio, as receitas do governo também aumentam’, explicita.

    “Marcelo Caetano, porém, acredita que, se for levado em conta somente o orçamento da Previdência Social, o sistema é, sim, deficitário. Para o pesquisador do Ipea, contudo, o déficit não é o mais preocupante, e acaba desviando o foco da atenção dos verdadeiros problemas. ‘Mesmo com o déficit de R$ 40 bi/ano (valores oficiais divulgados) [a sonegação é estimada em mais de R$ 460 bi/ano, cerca de doze vezes o déficit – que na realidade não existe – da previdência], não conheço nenhum caso de pessoa que deixou de receber o benefício previdenciário. Independente do déficit, se os benefícios continuam a ser pagos, é porque o dinheiro está vindo do orçamento do Governo como um todo. É um dinheiro que não vem da contribuição previdenciária e paga os benefícios. Na prática, essas fontes de recursos se misturam. O superávit de um cobre o déficit de outro’, esclarece.

    “Segundo Marcelo, hoje a despesa previdenciária brasileira, incluindo gastos do INSS, com servidores públicos e militares, representa de 11 a 12% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. A arrecadação tributária, por outro lado, é de 33% do PIB. Ou seja, a cada R$3 de tributo arrecadado, R$1 será destinado a manter o sistema previdenciário. ‘Esse percentual é muito alto, principalmente se considerarmos que o Brasil é um país que ainda não está muito envelhecido. Diante das estimativas de aumento da expectativa de vida, e um maior envelhecimento da população, podemos prever que essa situação da previdência vai gerar uma grande pressão daqui a alguns anos. O gasto previdenciário brasileiro é muito alto para o padrão demográfico que temos, e com o envelhecimento esse gasto tende a se acelerar’, afirma Marcelo.

    “População mais velha, Previdência com mais gastos
    O envelhecimento da população brasileira pode ser um agravante para um desarranjo no sistema previdenciário nacional. Uma projeção divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em agosto de 2013 mostra que a esperança de vida ao nascer entre os brasileiros deve atingir os 80 anos em 2041, chegando a 81,2 anos em 2060.

    “’Dados oficiais divulgados pelo governo indicam que, atualmente, a despesa com o INSS é de 7,3% do PIB. Com as projeções para o envelhecimento da população, esse percentual deve chegar a 12,6% em 2050. Mas isso são hipóteses, a realidade pode ser melhor ou pior. Uma reforma previdenciária, até lá, pode mudar muito esse cenário projetado’, explica Marcelo Caetano.

    “Denise Lobato Gentil considera um mito dizer que o envelhecimento da população ‘quebrará’ o sistema de Seguridade Social. ‘Isso é uma visão conservadora que quer entregar os idosos ao mercado, obrigando-os, por exemplo, a fazer fundos de previdência privada, o que seria muito lucrativo para os bancos. Nenhum sistema público entra em falência’, declara a professora.

    “Reforma controversa
    Segundo Denise, a máquina previdenciária brasileira é uma das mais bem preparadas dos países em desenvolvimento. ‘A Previdência Social brasileira tem benefícios sociais para amparar a velhice e tem uma cobertura sobre essa velhice muito ampla. Ou seja, é capaz de atender ao maior número e idosos possível. Temos a institucionalidade para isso’, defende.

    “A professora acredita que é muito difícil que a máquina da Previdência ‘quebre’. ‘A receita federal que mais cresce é a da Seguridade Social. Se o orçamento da Seguridade Social ‘quebrar’, o orçamento fiscal já terá ‘quebrado’ há muito tempo. Todo o crescimento da receita tributária dos últimos dez anos se deu em cima de tributos que incidem sobre a folha de pagamentos, sobre a renda dos trabalhadores. Se o salário médio e o salário mínimo sobem, as receitas do governo se ampliam de forma significativa. O discurso de ‘quebra’ da Previdência Social é implausível, porque grande parte da receita do governo vem de lá. Além disso, mesmo que a Seguridade Social entre em déficit, a Constituição Federal determina que qualquer déficit da Seguridade seja coberto com o orçamento fiscal’, garante.

    “Marcelo Caetano explica que o aumento dos gastos da Previdência Social brasileira nos últimos anos foi sustentado pela arrecadação tributária, que também cresceu consideravelmente. Porém, o pesquisador defende que seria inviável aumentar a carga tributária no País para cobrir possíveis novos gastos com a Previdência, já que a carga tributária no Brasil é bastante alta. ‘Há um limite do aumento de impostos, e por isso a reforma previdenciária é ainda mais importante’assegura o pesquisador do Ipea.

    “Segundo ele, não há segredos para uma reforma previdenciária, como se pode se observar pelas experiências de outros países. ‘As reformas previdenciárias valem-se sempre dos mesmos instrumentos. Basicamente, o que acontece é aumentar a idade mínima para aposentadoria, ou aumentar o tempo de contribuição, ou reduzir o valor do benefício concedido, ou ainda aumentar o valor da contribuição previdenciária. Em qualquer lugar do mundo, as reformas seguem mais ou menos o mesmo padrão’, explica.

    “Denise é contrária à reforma previdenciária que aponta como alternativas o aumento do tempo de contribuição dos trabalhadores e a diminuição do valor dos benefícios. ‘Esse tipo de reforma foi pensada para limitar os benefícios e dificultar o acesso a eles. A nossa previdência já apresenta uma idade muito alta para que as pessoas possam ter acesso aos benefícios. Aumentar a idade para que a pessoa se aposente não é uma boa solução para o mercado brasileiro, em que idosos são facilmente substituídos por salários menores de jovens. O mercado não está preparado para acolher esses idosos, caso eles tenham que trabalhar por mais tempo. Do mesmo modo, é inviável reduzir o valor do benefício, pois 63% dos inativos no Brasil hoje ganham um salário mínimo. E é insustentável viver com menos que o salário mínimo, principalmente na terceira idade, quando aumentam as despesas com saúde’, justifica a professora da UFRJ.

    “Por isso, para ela, a solução não está na previdência, e sim muito mais pelas políticas que levem ao desenvolvimento econômico. ‘É fundamental uma nova política macroeconômica de defesa do pleno emprego dos trabalhadores ativos. Uma política fiscal geradora de emprego e não de recessão, e que ao mesmo tempo busque salários médios cada vez mais elevados, é imprescindível para manter a condição dos trabalhadores, que ajudarão a manter o sistema de previdência. Emprego e bom salário são fundamentais não apenas para elevar o padrão de vida, mas também para assegurar os recursos para os que já envelheceram’, acredita Denise.

    “‘Entretanto, é importante ressaltar que todas essas medidas devem ser de longo prazo. O governo deve começar a agir hoje, através de iniciativas que busquem aumentar a produtividade do trabalho na economia [cuidando que não desempregue, pois o aumento da produtividade do trabalho tende a desempregar]. Se cada trabalhador passar a produzir mais do que produzia no mesmo posto de trabalho, essa produção pode ser dividida com os idosos. É necessária uma política que fortaleça a indústria e o comércio no Brasil, invista e ciência e tecnologia, aumente a qualificação da força de trabalho através da educação’, complementa a professora.

    “Mesmo com reformas, a Previdência Social não deve ser extinta e, de uma forma ou de outra, continuará existindo, porque a adesão a ela é compulsória. Diante de um cenário de tantas incertezas em relação ao futuro da Previdência Social brasileira, vale a pena abrir mão de iniciativas que possam resguardar os trabalhadores de hoje daqui a alguns anos, quando chegar a hora de suas aposentadorias, como os planos de previdência privada, por exemplo. ‘Mas é preciso ter cautela, pois muitas vezes as taxas de administração cobradas são muito elevadas’, ensina Marcelo Caetano.”

  11. O fim do ciclo do câmbio como controle da inflação.

    Só para pontuar:

    ‘Há um conjunto de medidas estruturantes a serem tomadas, passando pelo fim da remuneração diária pós-fixadas de títulos públicos, pelos resquícios de indexação que ainda vigoram, por um política cambial ativa, por uma melhora nas contas externas.’

    Creio que o uso do câmbio como controle da inflação se esgotara, por dois motivos: (1) o fim do ciclo de expansão dos preços de commodites e crescimento do mercado internacional, misturado ao câmbio fora do lugar resultaram num déficit de balança de pagamentos que chega ao seu limite com o fim do QE americano e aperto da política monetária do FED; e (2) o uso de swaps para proteger balanço contábil de empresas e fundos brasileiros que se comprometeram em mais de U$400 bilhões (seja lá para investir, especular, ou não pagar impostos) se esgotou, pois o swap acrescenta liquidez monetária e produz inflação. Ou seja, caros amigos petistas: além de trazer a desindustrialização, a política do governo (a Dilma até lutou para mudar, mas não o Lula – sempre votei no PT só pra não causar polêmica) e do BC de swaps aumentou a inflação, riqueza das camadas de cima da sociedade, com o resultado da necessidade de reserva de capital para pagamentos da Selic cada vez mais altas. 

    Por isso, acho que a estrutura que permitia o uso do câmbio para controle inflacionário se esgotou.

     

  12. Good Bye Dilma!

    Tivesse um incauto contribuinte entrado em coma logo antes das eleições de 2014 e acordasse neste dias e ouvisse fala abaixo de Joachin Levy no seu discurso de posse, rodeado pelo mais alto clero da Banca, acharia que Aécio Neves teria ganhado a eleição. Nem Armínio Fraga faria tanto elogio ao Plano Real e ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.  

    “O reequilíbrio fiscal de 2015 e o cumprimento das metas em 2016 e 2017, como previsto na LDO recém-aprovada, serão o fundamento de um novo ciclo de crescimento, assim como o ajuste nos gastos que antecedeu o Plano Real foi talvez o menos falado, mas não menos importante fator do sucesso da estabilização monetária, que perdura até hoje, sob a eficaz vigilância do Banco Central do Brasil.

    Assim também como a responsabilidade fiscal exercidata na primeira metade da década dos anos 2000 foi condição indispensável para o Brasil ter sucesso na política de inclusão social de milhões de brasileiros e, pela primeira vez em sua história, poder conduzir uma política anticíclica eficaz, como fez em seguida à crise global de 2008, em sintonia com o G20.”

     

  13. Politica fiscal domestica

    Bom dia debateddores,

    eu acho que esta questão de ajuste fiscal poderia ser melhor explicada utilizando-se uma linguagem para leigos no assunto.

    Então vou lhe propor isso r. jornalista. Como v. conhece do assunto e tem muito poder de síntese, faça também um texto igualmente claro mas sem o uso do economês.

    Enquanto isso não acontece, tentarei dar uma pequena contribuiçao, apoiando-me no seu texto e  considerando-se o limite de minha ignorancia.

    Vamos lá.

    Eis a principal premissa do texto: O ajuste fiscal é meio e não fim.

    Traduzindo-a: Se voce tem um ganho de 100 e está gastando 110 voce, evidentemente, precisa de alguem para lhe financiar  10 ou cortar gastos ate atingir o equilibrio entre receitas e despesas.

    Nao é claro? Voce tem um salario de 100 e paga suas contas mensais de 110. Ora, isso so pode acontecer se de algum lugar nao  vierem os 10 que faltam. E de onde viriam estes 10? Resp: De um credor qualquer. Suponha que v. nao tem parentes para lhe emprestar o dinheiro a taxas “parentais” e ninguem vai lhe doar nada.  Entao, note bem, nestas condiçoes v. terá de recorrer a um credor qualquer que cobra a taxa que conseguir negociar com voce. 

    Nessa negociacao o credor vai olhar para a sua cara , para as suas garantias do emprestimo e vai tentar lhe cobrar a maior taxa que conseguir. Daqui a um mes quando vencer a primeira prestacao deste emprestimo ele vai bater na sua porta e vai querer a grana dele, isto é, uma parte do que ele lhe emprestou e um juros como premio pelo emprestimo.

    Normal isso nao? É como um financiamento de automovel, de geladeira, de fogao . Voce compra um produto e paga varias prestacoes ate que a divida seja efetivamente paga.

    Mas no caso, voce ja esta gastando 10 a mais de seu salario e nao tera dinheiro no proximo mes para pagar a primeira prestacao.  Entao o que fazer? Buscar um novo emprestimo e ficar rolando a divida, isto é, empurrando o problema para o futuro ou tentar reduzir seus gastos ?

    Bom, em algum momento voce tera de reduzir seus gastos ou aumentar a sua renda ou dar um calote.  Supondo que nao consiga aumentar a sua renda  e nem queira dar um calote, entao so lhe restara reduzir os gastos.

    Para reduzir os seus gastos voce abre a sua planilha e comeca a avaliar o que gasta.

    Plano de saude – 5

    Aluguel – 40

    Juros – 30

    Salario da empregada domestica -2 

    Luz/agua/gas/material de limpeza/alimentos – 15

    Escola dos filhos – 15

    Combustivel – 2

    Poupanca forcada – 1

    Pergunta-se: o que cortar?

    Ora, essa poupanca  que voce faz pode ser cortada. Nao faz sentido voce poupar a uma taxa de 6% ao ano( ou por ai) e pagar um juros de 9% ao mes para aquele credor amigo. Entao, adeus poupanca.

    Em seguida voce poderia escolher o plano de saude e a empregada domestica,  pois temos o SUS e sua mulher pode fazer o servico de casa. Afinal, lugar de mulher é na cozinha mesmo, nao?  Mas, precisara cortar mais. Entao corta o combustivel e usa o transporte publico no limite dos 6% de seus salario para nao lhe agregar mais despesas. 

    Voce cortou: 1+5+2+2 = 10

    Agora voce ganha 100 e gasta 100. 

    Mas ainda assim é arriscado gastar tudo que ganha com a forca de trabalho de sua propriedade privada( proprio corpo). Voce poderia cortar por exemplo , a escola dos filhos. Transferi-los para uma escola publica por exemplo. Ai ja tera 15 sobrando heim? Sucesso total nao!?

    Considerando-se que v. mande-os para a escola publica entao o cenario será este.

    Juros 30 ( divida acumulada)

    Aluguel 40

    Agua/energia/material de limpeza/ alimentos – 15

    Poupanca – 15

    Foi um sucesso o seu trabalho de economista! Brilhante!

    Voce que era inadimplente agora é adimplente! Paga o seu aluguel  e seu juros em dia sem comprometer a limpeza de suas roupas e a sua comida! 

    Voce nao tera problema para atrair novos credores caso queira aumentar um pouco a sua divida acumulada. Eles ja sabem, isto é, eles tem seguranca de que voce é um excelente pagador e se for preciso, cortara um pouco do custo com limpeza e comida para poder honrar seus compromissos! 

    Tudo isso , evidentemente, se sua reserva de 15 nao suportar o custo. Eles estao felizes porque voce aplica essas reservas neles mesmos e eles lhe pagam 6% ao ano e lhe cobram 9% ao mes.

    No longo prazo, coeteris paribus, e se deus quiser, voce ja tera uma poupanca para a sua aposentadoria com aqueles 15 mensais e podera morrer feliz dentro de uma cova particular!

    Seus filhos estarao felizes e formados e ja empregados – como terceirizados, quarterizados, quinterizados ou quiça, eternorizados – em grandes empresas produtoras de prosperidades economicas e sociais!

    Seu locador ja tera novos imoveis e estara feliz com o seu novo imovel em miami

    Todos pagarao os seus almocos que nao sao gratis! Podendo, inclusive, optar por uma dieta básica para reduzir o custo deste almoco!

    Enfim, todos ganham! 

    Voce foi competente e racional para fazer os ajustes necessarios e reformou a casa do locador, pintando-a( voce e sua familia) no verao.

    Saudacoes

     

     

     

     

     

     

     

    1. Conclusão quem ganha é o dono

      Conclusão quem ganha é o dono do imovel, que ainda vai comprar outro em Miami, e não vai precisar trabalhar por muito tempo.

  14. Excelente

    Excelente artigo

    A frase define tudo o que há para ser feito:

    “O primeiro desafio será romper com a armadilha das tais metas inflacionárias.”

    Como disse Lula, a Europa não sai da crise porque falta governante de pulso e de coragem  lá. Aqui também falta.

    Dilma foi contaminada com a doença do neoliberalismo selvágem, doença que provoca a alucinação de achar que os juros altos resolverão os problemas do país.

     

    Então Dilma não vai sair de sua teimosia por nada deste mundo, cabe ao povo pensar em achar outro candidato  para 2018 que não seja adepto do neoliberalismo selvagem.. Uma tarefa bem árdua num mundo onde todos os candidatos parecem ser comprados ou infectados pelo neoliberalismo de mercado que adora queimar divisas públicas com juros Selic altos.

     

     

     

  15. Risco Brasil

    “Há uma profusão de estudos atestando a ineficácia do sistema de metas inflacionárias para conter a inflação”. É verdade. Mas o sistema de metas de inflação foi o único que, na prática, funcionou no Brasil. Tentamos nos últimos anos, mais especificamente de 2006 para cá e o resultado foi o estouro da inflação, sem crescimento econômico.

    Além disso, os entraves burocráticos, os calotes do passado, a tentativa do governo de rasgar a lei de responsabilidade fiscal, a corrupção desenfreada, dão ao investidor de fora uma sensação de risco maior. Como esse é um blog de economia, não há necessidade de dizer o que isso significa em termos práticos.

    O que vale ressaltar é: o país é tremendamente carente de obras de infra-estrutura, de serviços, enfim, há um universo de economia real a ser atendido. Se não o é, precisamos entender as razões. A meu ver, a principal é a fome do Estado, que come se apropria de 40% dos recursos do país e devolve menos de 3% em investimentos. É a pior aplicação de recursos financeiros que existe – pelo menos para nós, pagadores de impostos e não contemplados pela amizade com o rei/rainha.

    É o resultado da teoria do Estado Empresário. Só que, no Brasil, o Estado vem sendo apenas empresário de si mesmo, como bem nos mostra a Petrobras.

     

  16. Noves fora o Mantega, Nassif,

    Noves fora o Mantega, Nassif, fato é que houve nesse período que inclui o Tombini, uma tentativa de não só redução de juros, como um ataque frontal aos spreads bancários, através dos bancos públicos. O governo perdeu a queda de braço, como voce já explicou aqui.

    Portanto, faltou voce especular nesse sentido. Onde o governo errou? Vai tentar romper esse circulo vicioso que voce tanto combate, dessa vez com outra estratégia, aprendendo com os erros? Ou capitulou ante o poder do rentismo? Minha avaliação pessoal é que foi questão de (não) comunicação, passando pelo colar de tomates da Ana Maria Braga.

  17. Engraçado é, observar quanto

    Engraçado é, observar quanto se gasta em comentarios a respeito da condução da politica economica. Acho eu, na ignorancia dos nao iniciados, que todas as vezes que se gasta mais do que se arrecada, temos como consequencia o desabamento dos indices que procuram medir os mais diferentes fenomenos economicos e sociais. Ahi, algum militante vai escrever que eu descobri a roda. Neste caso, respondo que o elo fraco  é a qualidade dos gastos efetuados.

  18. “O primeiro desafio será

    “O primeiro desafio será romper com a armadilha das tais metas inflacionárias.”

    Du-vi-do que o “mercado” vá entregar a rapadura. Du-vi-do que se desmonte essa armadilha com “sinalizações” pro “mercado”. Du-vi-do que os lobistas dos partidos de oposição e da imprensa vão dar descanso.

    Não compartilho da crença livresca de que o “mercado” está “ansioso” para trabalhar, produzir…

    Na minha opinião o “mercado” está muito mais para uma criança mimada ou mesmo uma adolescente que exige provas e mais proovas de amor incondicional. Só há uma reforma que pode tirá-los do “nervosismo”: a deles. Que eles nem sabem qual é, no entanto.

    Não acredito em “reformas gerais”. Reforma tributária, por exemplo: não vai sair. Pelo simples motivo que qualquer reforma que se imagine tem que passar por aumento dos impostos sobre patrimônio e renda. Os donos do patrimônio e da renda vvão aceitar? É óbvio que não. Ficam dizendo que o problema é dos governos mas é pura ideologia.

    Reforma política. Ninguém serra o glaho onde está sentado. Todos sabem que a coisa começa e ninguém sabe como termina. Há o risco, portanto de a montanha parir um rato. Ou, pior: um frankenstein muito mais feio.

  19. Eu penso que o organograma da

    Eu penso que o organograma da economia está disfuncional.

    Dilma deveria ter criado um min da economia e botado Jacques Wagner nele, juntando planej. e fazenda. 

    Levy e Barbosa ficariam abaixo dele. Ele atuaria na mídia, na sociedade e nos mercados internos e externo, e não os dois, que não têm a mínima experiencia com isso. 

    O modelo atual pode dar errado por muitos motivos. Nelson Barbosa ja tomou uma enquadrada. Levy também já demonstrou que não é bom de entrevista – nem de leitura. 

     

  20. Com Lula o real se valorizou 53%; com Dilma, se desvalorizou 63%

    O real, moeda brasileira criada no governo do ex presidente Itamar Franco, se DESVALORIZOU 63% nos primeiros 04 anos de governo da presidenta Dilma Rousseff. Não há nenhuma “apreciação cambial” no governo Dilma, muito antes pelo contrário. Tentar explicar a questão das transações correntes e do déficit comercial com base apenas no câmbio é uma rotunda e sonora bobagem. 

     

    Se fosse assim, como explicar que no governo Lula houve recordes e mais recordes de superávit em transações correntes e na balança comercial, sabendo que o real se VALORIZOU 53% entre 2003 e 2010? E como explicar o insucesso das contas comerciais e de transações correntes no governo de Dilma se, ao contrário do que houve no governo Lula, no seu governo o real se DESVALORIZOU 63%?

     

    Vejamos:

     

    -Janeiro de 2011: R$ 1,65 por dólar;

    -Janeiro de 2012: R$ 1,86 por dólar;

    -Janeiro de 2013: R$ 2,04 por dólar;

    -Janeiro de 2014: R$ 2,35 por dólar;

    -Janeiro de 2015: R$ 2,70 por dólar.

     

    É absolutamente fantasioso dizer que o real se apreciou no governo Dilma. O real se desvalorizou, de forma amplamente benéfica para o setor produtivo nacional, e sem estourar a inflação como houve na Argentina, cuja moeda é muito mais desvalorizada do que a nossa.

     

    O déficit em transações correntes não é novidade alguma na história do Brasil. Na série histórica do Banco Central (1947 a 2014 – 68 anos de série histórica), em apenas 12 oportunidades o Brasil teve superávit nas transações correntes, 05 destas vezes entre 2003 e 2007, nos governos de Lula. No tempo de FHC nunca houve superávit em transações correntes e a partir de 2008, nos governos de Lula e Dilma, tivemos 07 anos consecutivos de déficit neste quesito. 

     

    O problema maior que estamos enfrentando é a estagnação do comércio mundial e a queda generalizada no preço das commodities. O câmbio em 2014, como qualquer um pode constatar, ficou bem mais desvalorizado do que em 2013, o que é positivo. Mesmo assim as exportações brasileiras, em que pese a continuidade da desvalorização cambial em 2014, caíram 7% em relação a 2013!

     

    Ou seja, falar de câmbio sem falar do comércio e da economia internacionais é uma rotunda e rematada bobagem. 

    1. Parabéns, Diogo

      Parabéns, Diogo

      Bresser Pereira, no último Brasilianas de Nassif falou exatamente isso, afirmando que o governo Lula deixou uma bomba para Dilma em relação ao câmbio.

      Insistiu dizendo que Dilma foi muito corajosa em diminuir a Selic e melhorar o câmbio e que pelos ataques dos jornalistas e do mercado e sem apoio ela não tinha como manter tais medidas.

       

  21. Ajuste para derrubar ainda mais a economia?

    Ajuste fiscal ou não ajuste fical é conversa de enrolar. O que importa é quando fazê-lo e quando não fazê-lo.

    Fazer ajuste em 2003 e 2011 foi fácil, a economia mundial avançava e seus efeitos foram positivos sobre nossa economia. Agora, com a economia mundial estagnada, o mais provável é que traga junto com o ajuste uma queda mais intensa do PIB.

    Não sem razão, qualquer economista sério recomendará ajuste anticíclico, em economia em crescimento OK, com economia em baixa NÃO!

  22. O juro é o problema

    Nada indica que a nova equipe econômica esteja disposta a contrariar o mercado financeiro mexendo no regime de metas inflacionárias.

    Nada indica que a Selic será reduzida; pelo contrário, a indicação é de que teremos mais aumentos de juros, necessários, segundo o mercado financeiro, para conter a inflação (embora aumentos da Selic tenham pouquíssimo (nulo?) efeito na redução da inflação, conforme demonstrado pela experiência.)

    O tão falado ajuste fiscal – redução da divida bruta em relação ao Pib – não irá acontecer, a continuar os aumentos dos juros. Um aumento de 1% da Selic é mais do que suficiente para “comer” a economia de R$ 18 bi feita com a redução dos direitos sociais. Os ‘pibinhos” esperados para os próximos anos também não ajudarão na relação dívida/Pib.

    Como já disse o Sérgio, sem redução do juro,”os rentistas passam a se apropriar de todo o esforço de contenção, mas o país não cresce”.

  23. Desastroso

    Pera aí Nassif, agora então o período do Mantega a frente do Ministério da Fazenda foi desastroso? Agora então a The Economist estava certa? Agora a mídia estava correta ao criticar a política econômica da Dilma? Quer dizer que só agora você enxerga que durante mais de 2/3 da gestão petista o país teve a frente da economia uma pessoa incompetente para o cargo? Porque só agora? E porque mais uma vez (como em 2003) o governo surrupia a agenda econômica e fiscal da oposição logo após demonizá-la? Porque o que há pouco era bom virou ruim, e o que há muito pouco era ruim virou bom? 

    1. Prezado
      critico a política

      Prezado

      critico a política econômica do Mantega há pelo menos três anos. Nãi venha sofismar generalizando. Isso é coisa de gente despreparada.

       

      1. Guido Mantega conduziu o país

        Guido Mantega conduziu o país no ciclo mais virtuoso sua história. Atravessamos a maior crise mundial dos últimos cinquenta anos sem sacrificar o povo, criando empregos, crescendo. E isto é simplesmente inédito em nosso país. Críticas todos podem ter, cada um pensa de um jeito,e cada um acha que está certo e os outros errados, mas a história está escrita. O Brasil hoje é um país muito diferente daquele do psdb, basta se dizer que apesar do catastrofismo que impera em mentes economicistas, ninguém até agora ouviu falar em FMI, empréstimo, planos econômicos, acordos com bancos estrangeiros, coisas que fizeram parte de nossa vida por todo o sempre. Isto são fatos, o resto é opinião.

      2. Resposta

        Ok, me desculpe Nassif, é que talvez pelo meu despreparo, eu não consiga entender como podes então defender um governo no qual és crítico de sua política econômica e fiscal. Como podes então defender um governo que você sabe que faz o país patinar há anos, tentando crescer como economia de mercado mas amarrado a dogmas de esquerda de sua líder centralizadora, que não consegue montar uma equipe com um mínimo de competência pra conduzir o país de forma eficiente. Como podes defender um governo que massacra seu adversário com terrorismo eleitoral baixo, e logo após sem o menor constrangimento tenta seguir a agenda econômica e fiscal da oposição na íntegra. Um governo que confia sobretudo na ignorância política de seu eleitorado pra se eleger, e na sua incapacidade de assimilação e reação quando seu candidato toma atitudes totalmente contrárias às propagadas pelo mesmo. Posso não ter o conhecimento político do senhor, mas pra mim quem sofisma é esse governo que mente e rouba descaradamente sua população em nome de um “projeto”, baseado no argumento do fim justificar os meios, como se o avanço social compensasse o lado sujo que já existia na política, mas que o PT escancarou e se lambuzou. Avanço social que vem desde 1994, não 2003, e que só foi possível continuar e expandir porque Lula sabiamente manteve a mesma política econômica de seu antecessor, a mesma que ele meteu o pau a vida inteira, a mesma que depois chamou de herança maldita, como se o crédito por tudo de bom que aconteceu no país durante esse período fosse único e exclusivamente dele. Mais uma vez peço desculpas por prolongar o assunto, é que eu já assisti uma de suas palestras, e fica difícil entender como uma pessoa inteligente como o senhor pode apoiar um governo como esse.

  24. Deixa o cambio flutuar

    Vamos por partes, como diria o Jack. Primeiro deixa o cambio flutuar e recuperar o imenso atraso acumulado que contribuiu para destruir o investimento industrial, a industria e o PIB. 

  25. O que se deve entender com ajuste fiscal?

    Numa economia capitalista, onde onde a forma de acumulação é o rentismo financeiro, que é a realidade brasileira. Só duas maneiras efetivas de ajuste fiscal: 1) reduzir a taxa SELIC para níveis equivalentes ao retirno em investimentos prudtivos; 2) combater e estancar a sangria do orçamento público que se dá sob as mais diversas configurações de corrupção. Os economistas “do mercado” e seus loquazes comentárias da mídia “batem forte” do tal descontrole do gasto governamental, mas nem aponta o dedo para o rombo causado pela “rolagem” de uma dívida oblitária que se avolumou ao longo do tempo para para financiar a “produção de bens públicos” e sim para assegurar o ganhos dos rentistas parasitários que adquirem títulos do Tesouro Nacional e/ou do Banco Central. E mais a postura de Banco Central em “fornecer ração” aos especuladores com moeda estrangeira. Ademais, ao propuganr “reformas” o trexto do Nassif refere-se à obviedades. Não há reforma enquanto os interesses dos que comandam a “lógica” do rentismo esão asegurados.

  26. O que pode a política econômica?

    A situação é mais complicada do que parece. Há o fator externo: o mundo entrou em uma crise em 2008, e toda crise dessa magnitude tem várias fases que se sucedem em uma – sem muito rigor teórico -onda longa depressiva. Os EUA aplicaram o Quantitative Easy (em termos simples, uma política de jorrar dinheiro no mercado a taxas de juros praticamente negativas) desde de 2008. O ‘mercado’ ficou inundado de liquidez que em sua maioria não foi para o setor ‘produtivo’, pois hoje temos a maior concentração de renda mundial já registrada na história. Ou seja, não adianta produzir mais pois não há demanda suficiente, há um teto muito baixo que é rapidamente atingido. É bom lembrar que juros baixos implicam em aumento dos preços dos títulos o que leva a que deixar o dinheiro ‘parado’ no mercado financeiro seja um bom negócio de uma forma ou de outra. E o FED já anunciou que vai antecipar a elevação dos juros nos EUA.

    O segundo fator pós-crise de 2008 foi o crescimento da dívida pública em todo o mundo – não foi só no Brasil. A crise que foi detonada no mercado imobiliário se transferiu para a dívida pública, sendo o caso mais dramático o da Europa. A Europa está segundo alguns analistas em situação deflacionária. O BCE já deu sinais que pode aplicar o QE para tentar sair da deflação. Em resumo, títulos europeus em alta e juros americanos se elevando. Sobra pra nós o ‘bagaço da laranja’. Afora os efeitos sobre o câmbio.

    Colocando em outros termos: a ‘saída’ da crise de 2008 foi uma fuga para frente. A demanda mundial continuou em níveis baixos e a política ‘neokeynesiana’ (novamente sem muito rigor teórico), só alimentou mais bolhas especulativas. De novo, o ‘fracasso’ dessas políticas não foi só no Brasil. Há variações – a Europa se manteve como o ‘bastião’ da ortodoxia neoliberal, com todas as consequencias trágicas que isso trouxe. No outro extremo os países da AL mantiveram políticas ‘neokeynesianas desenvolvimentistas’. Mas quem manda no jogo mundial é os EUA( a especulação financeira) e a China( o setor produtivo). A China tem apresentado sinais de desaceleração, dada a diminuição da demanda externa e as dificuladades de uma transição para um modelo baseado na demanda interna. Apesar de ser a maior economia do mundo em termos da participação no PIB mundial (ultrapassou os EUA no final de 2014), sua renda per capta é ainda muito baixa. Mesmo assim a China tem sido uma ‘draga’ (ou um dragão?) no setor produtivo mundial. É praticamente impossível concorrer com a China. Só é possível se submeter.

    em resumo, a crise mundial agora entra em uma nova fase. As bolhas criadas a partir de 2008 (energia, dívida pública, entre outras) estão prestes a estourar. As políticas ortodoxas neoliberais levaram a resultados trágicos, as ‘neokeynesianas desenvolvimetistas’ se esgotaram – de novo com diferenças entre os diversos países. Enfim, quando a dívida pública se torna alvo da ‘dança’ dos mercados, a politica neodesenvolvimentista se esgota. E as políticas neoliberais levam a tragédia européia. O tal ‘mercado’ é indomável, um ‘moinho satânico’ com já foi dito por alguém; a politica econômica pode acelerar ou retardar seu movimento, mas não pode pará-lo.Então fica a questão: hoje o problema do mundo é de política econômica ou da Política?

  27. O Banco Central e a ração aos especuladores..

    …ademais por que o Banco Central não deixa o câmbio flutuar? Por que as intervencções espúrias para segurar a “desvalorização cambial” mercadista. Se de fato houve interesse com a robustez do sistema econômico brasileiro, anos atrás o Autoridade Monetária deveria ter sentado em cima das reservas cambias, com o próposito de asseguar divisas para aquisição das importações indispensáveis. Não foi essa a postura e sim a tática de fornecer “ração” aos especuladores com câmbio, aí “amarrou” c~mabio e juro como irmãos siameses, deu no que deu… Para mim é risivel, a pretensa serieda de gáficos com séries históricos de câmbios e juros, sem explicitar que estão descolados do planos e processos decisórios dos agentes econômicos “produtivos”.

  28. Cadê nossas reservas em

    Cadê nossas reservas em dólares, aplicadas?

    A conta externa é nosso problema endógeno.

    Os juros são para captar recursos visando o problema endógeno, isto é, a conta externa e, por isso são elevados.

    As contas externas estão sendo financiadas com as reservas do próprio país?

    O país alimenta o mercado com juros sobre seu  próprio capital, isto é: as reservas aplicadas?

    Por que o governo protege o capital financeiro à custa da nação?

  29. Dilma, derruba a inflação manietando os cartões de pagamentos

    Só a retomada pelo Brasil e pelos brasileiros  da emissão e administração dos cartões de crédito e débito irá baixar em mais de 5 pontos a inflação no Brasil.

  30. DEUS DO FUTURO

     

    Os EUA representam o Deus do futuro sobre princípios e resultados das fases da conversão econômica. Do céu, impulsiona o investimento externo como meio interno das nações, considerando a inexistência das relações sociais, e da terra se projeta para além do homem sacrifícios das classes trabalhadoras, independentemente da nacionalidade; porque elas têm, teoricamente, que produzir exportações para os governos pagarem os juros e remunerar a conta potencial do bezerro de ouro.

    O status quo e valorização das pessoas se preenchem nos produtos que eles fazem para o ponto de vista da conversibilidade (títulos públicos substituirem a consciência dos homens); enquanto duas moedas disputam o mesmo templo do mundo exterior, o efeito substituição do Estado com reservas de valor internacionais.

    A cada dia que passa, a contabilidade inversa em moedas do Comércio Exterior (10% se estrutura na internet) e a que indica a alienação do país ao bezerro de ouro (90% em moeda física) se delimita com os significados da perda fiscal (juros da divida interna/externa e contaminação pelo câmbio e inflação) para liberar o Estado da religião do bezerro de ouro.

    Em outras palavras, a reflexão externa das reservas de valor internacionais – altar de sacrifícios – substitui a falta de um possível espaço externo para medirmos a cadeia produtiva das nações como em um ponto de conversão para o crescimento no futuro; portanto, surgiu a solução temporária de inferir estimativas reais com os juros de espíritos especulativos.

    Como consolidar uma posição real em que o primeiro pressuposto econômico de uma moeda com a pura realidade – da divisão de um povo – sistematiza o espaço da economia para fazer-se conversão de “valor de reserva” de sua própria riqueza, e esta conversão retorna pela forma matemática de fatores calculáveis?

    Logo, vem a mente: meio e fim se transformam em unidade entre realidade e espaço externo!!!

    Acelerar os 90% da moeda física na estrutura da internet e constituir o princípio verificável das relações de produção no curso da história das nações; de forma que a matemática monetária possa projetar a marcha das relações da dinâmica interna sobre o tempo que o mundo roda para uma tal sociedade nascer do ponto de vista da apreensão conversível em um mundo exterior e publicar suas reservas de valor. 

    Segue-se que todos os direitos da organização social (não é mudança de regime) podem reduzir-se á técnica que passa ao tempo passivo para proposição de natureza externa e os fatores calculáveis (segredo simultâneo) aferem o crescimento da realidade para pujança da produção no futuro em uma palavra: valor.

    Em tese, o projeto (moeda) da produção e sua extensão formal como “Padrão de Valor” apresentam distinções das classes sociais em realidade digital – o reconhecimento secreto de fatores neutros reflete o “lógus de meio” da eliminação dos custos com a moeda física – visando um organismo fiscal da produção sem o giro de moedas; obtido como único imediato, o “meio empírico” presente, contraposto universal dos detentores de direitos sociais no sistema em si: o serviço público.

    O Sistema em Si, estabelece o molde de projetabilidade continua em meio da tecnologia imanente (por fim a fonte): De um modulo as atividades (ativos) precede à natureza e sucede na natureza externa de razão, e do outro modulo, a realidade das partes diversas há em espaço de tempo posse de domínio – não mais sobre títulos públicos de conta potencial.

    Logo, a passagem do Todo Potencial para o Mercado Exterior, em que subsistia a “lei da história” administra a própria cópia das relações sociais – sistema de passividade que gravita como a guardar o ambiente central das determinações – e claro, reciprocamente, o valor real – tem as estimativas científicas de Ciência da Economia e meio externo; cuja convergência sai o valor intrínseco com o orçamento de créditos da produção do Deus do Futuro – Leia-se Internet.

    _______________________________________________________________________________

     

    Embora eu só possuo o primário e não receba nenhuma ajuda a mais, acabo de fazer a metafísica se tornar a antropologia que Hegel e Feuerbach não conseguiram através de Marx; e, aqui, fica introduzida a forma materialista do capitalismo e tecnologia digital com as solucões para as lutas de classes.

    Rio  de  Fogo: Feuerbach – pág. 25; “Segundo Hegel, diz Feuerbach, o homem é uma alienação de Deus. É preciso inverter a formula: Deus é uma alienação do homem. O homem é o sujeito, Deus é o predicado. O homem não é o individuo, é o gênero humano, e Deus é o ideal que ele projeta para além de si mesmo, no céu. Esta alienação é a consequência da divisão do homem em si mesmo. Ela só é superada pelo conhecimento que dissolve a transcendência de Deus, como em Hegel ela dissolvia a exterioridade do objeto.

    O objetivo da história é assim mudado: para Hegel era a realização de Deus no homem: para Feuerbach é a realização do homem no homem quando esse deixa de se projetar em Deus. O objetivo de Feuerbach é liberar o homem da religião, realizar a unidade do homem com o homem.

    Não temos aí senão uma reinversão do sistema hegeliano. Ora reinverter o sistema hegeliano não é mudar sua natureza: reinverter o sistema idealista em sistema materialista é construir um materialismo dogmático, simétrico do idealismo dogmático de Hegel.

     

  31. espero que a crise

    espero que a crise internacional arrefeça

    e o governo ajuste as contas de tal forma

    que possa baixar os juros.

    e comece um novo ciclo que possa retirar esse poder todo

    da financeirização economica.

  32. Ajuste fiscal tem objetivo específico e não depende das reformas

     

    Luis Nassif,

    Não queria dar meu palpite aqui neste seu post “Ajuste fiscal sem reformas é blefe” de quarta-feira, 07/01/2015 às 06:00, não só porque o título não me era convidativo ao defender “reformas” expressão que mesmo na sua forma genérica como você a apresentou não tem para mim nenhuma validade. E além disso você ataca o Regime de Metas de Inflação como se tivesse um modelo alternativo mais consistente para combater a inflação.

    Se você fosse claro em querer acabar com o Regime de Metas de Inflação defendendo uma inflação maior do que a atual, eu até compreenderia sua argumentação. No entanto, querer acabar com o Regime de Metas de Inflação e não defender uma inflação mais alta é, em meu entendimento – de leigo, é verdade – puro contrassenso.

    Bem, mas resolvi escrever neste post “Ajuste fiscal sem reformas é blefe” depois que não consegui achar o post “Por que a Veja é tão imperativa e categórica?” de terça-feira, 06/01/2015 às 08:34, aqui no seu blog contendo texto de Thaigo Venco. O endereço do post “Por que a Veja é tão imperativa e categórica?” é:

    https://jornalggn.com.br/fora-pauta/por-que-a-veja-e-tao-imperativa-e-categorica

    Como se vê eu finalmente encontrei o texto sobre a Veja como pode ser visto no endereço acima, mas eu já estava entretido com o post “Ajuste fiscal sem reformas é blefe” e assim o que eu gostaria de dizer lá vou dizer aqui.

    Ontem eu li a coluna de Cristiano Romero saída no Valor Econômico de quarta-feira, 07/01/2015, e intitulada “’Habemus’ ministro” e na qual ele diz logo no primeiro parágrafo:

    “O Brasil tem, enfim, um ministro da Fazenda. Por definição, ministros da Fazenda são aqueles que defendem o erário, opondo-se à privatização da coisa pública, que se dá, na maioria absoluta dos casos, sob a justificativa de que alguns setores são mais “estratégicos” que outros; são os que preservam, como mandato primordial e inalienável de sua função, a disciplina fiscal, sem a qual, não há estabilidade econômica nem muito menos desenvolvimento sustentável e inclusão social; são aqueles que rejeitam a ideia de que um pouco mais de inflação favorece o crescimento”.

    O artigo “’Habemus’ ministro” pode ser visto no seguinte endereço:

    http://www.valor.com.br/brasil/3847806/habemus-ministro

    É claro que seria mais preciso se ele dissesse na primeira pessoa, algo como “’habeo ministro”. De todo modo a afirmação pareceu-me representar o que o Thiago Venco via na Veja, ou seja, a convicção imperativa, categórica, dogmática e inabalável da revista Veja. Enfim não seria só a Veja que assim se expressa. E pensei levar este texto de Cristiano Romero para o post “Por que a Veja é tão imperativa e categórica?” porque me parece que tanto a Veja como o Cristiano Romero acreditam no que dizem. Como também eu imagino que a Marina Silva acredita no que diz. É mais fácil lidar com as idéias das pessoas que acreditam nas ideias que eles defendem.

    É diferente, por exemplo, do PSDB que tem uma série de lemas – Contra o fisiologismo a favor da ética, governo bom o povo põe, governo ruim o povo tira, a inflação é o pior dos impostos pois incide nos mais pobres –  mas sabe que eles são falsos. Então se um dirigente do PSDB quiser favorecer os ricos eles só tem que abaixar a inflação e fica todo mundo feliz, os ricos porque houve a queda da inflação e os pobres porque foram convencidos de que a inflação baixa é benéfica para eles. Diante disso a mentira impera e os adversários ficam completamente desarmados.

    Aqui ressalto um texto da revista Veja que recentemente eu transcrevi aqui no blog e que se assemelha ao texto de Cristiano Romero. Junto ao post “Os desafios da política econômica de Dilma” de segunda-feira, 01/12/2014 às 06:47, e de sua autoria eu enviei segunda-feira, 01/12/2014 às 20:29, um comentário para Juliano Santos junto ao comentário dele de segunda-feira, 01/12/2014 às 11:14, eu transcrevi dois trechos da Revista Veja da edição nº 2402, ano 47, nº 49, de 03/12/2014 e trazia como capa Joaquim Levy e o seguinte título “DILMA 2.0 – CAIU A FICHA! – A presidente põe na Fazenda Joaquim Levy, especialista em gastos públicos, cujo descontrole é a raiz dos males que impedem o crescimento do Brasil”. O primeiro trecho eu tirei do início da página 58 onde encontrei a seguinte preciosidade:

    “Dilma 1.0 semeou inflação e colheu juros, justamente a acusação que ela passou a campanha presidencial inteira fazendo aos tucanos. Para o PT foi ainda mais cruel. O partido semeou Unicamp e colheu Chicago. Por Unicamp entenda-se a seita instalada na escola de economia de famosa Universidade de Capinas, em São Paulo. Chicago refere-se à universidade americana recordista mundial de ganhadores do Prêmio Novel de Economia, com 28 agraciados. Resumindo, o Brasil teve quatro anos de avestruz, enterrando a cabeça na terra para não enxergar os efeitos de desrespeitar certas leis econômicas. O resultado foi crescimento econômico quase nulo, inflação, aumento de miséria, perda da credibilidade e desarranjo do sistema de preços definidos pelo mercado – com as perversas consequências que isso acarreta e que são conhecidas pela humanidade desde a primeira tentativa registrada pela história no Código de Hamurabi, 3 700 anos atrás”.

    E o segundo trecho no início da página 60, em que há os seguintes ensinamentos econômicos da revista Veja:

    “Joaquim Levy formou-se em engenharia naval, fez mestrado em economia e doutorou-se na Universidade de Chicago, aquela que teve 28 professores agraciados com o Novel de Economia e onde, resumindo, se aprende que governos não produzem riqueza e que seus méritos estão em criar condições favoráveis para que os agentes econômicos gerem a riqueza. Ensina-se em Chicago também que sempre que os governos gastam mais do que arrecadam eles pressionam a inflação, o mais cruel dos tributos, pois atinge mais fortemente os mais pobres”.

    Primeiro deixo o link aqui para o meu comentário junto ao post “Os desafios da política econômica de Dilma” e que pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/comment/522746#comment-522746

    Bem, tanto a revista Veja como Cristiano Romero não devem ter dado a mínima atenção para um artigo de Matin Wolf, publicado no próprio Valor Econômico, e intitulado “Desarmemos a máquina apocalíptica” de Martin Wolf e que foi publicada no Valor Econômico de quarta-feira, 28/05/2014 e que trata da atuação de Timothy Geithner para enfrentar a crise em 2009. Este artigo pode ser visto no blog de Luis Carlos Bresser Pereira no seguinte endereço:

    http://www.bresserpereira.org.br/terceiros/2014/maio/14.05.m%C3%A1quina_apocal%C3%ADptica.pdf

    Frequentemente eu transcrevo uma declaração que Timothy Geithner deu para o Martin Wolf. Lembro de ter feito isso junto ao post “Os vinte anos do Plano Real” de quarta-feira, 02/07/2014 às 07:00, e que pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/noticia/os-vinte-anos-do-plano-real

    E de lá e do meu comentário eu retiro o trecho do artigo de Martin Wolf em que há a fala de Timothy Geithner. Diz então Martin Wolf no trecho em apreço:

    “Geithner argumenta não apenas que as crises certamente se repetem, mas que os governos precisam reagir com força avassaladora. A única maneira de deter uma crise é extirpar as circunstâncias que emprestam racionalidade ao pânico. Isso significa que o governo precisa tomar mais empréstimos, gastar mais e expor os contribuintes a mais risco de curto prazo -­‐ “mesmo se isso parecer uma recompensa à incompetência e à corrupção, mesmo se alimentar percepções de um governo tirânico, perdulário, explorador, emissor exagerado de dinheiro e alucinado por operações de socorro”. É uma reafirmação explícita de um ponto de vista impopular”.

    De certo modo é o oposto do que a Veja e Cristiano Romero defendem. Aliás, é importante observar uma particularidade na doutrina econômica que Veja e Cristiano Romero defendem. Levando em conta o que a Veja disse sobre a Universidade de Chicago, e da formação de Joaquim Levy naquela Universidade, cabe perguntar qual foi o economista da Universidade de Chicago que serviu como Secretário do Tesouro nos Estados Unidos nos últimos 40 anos?

    Não tenho críticas a Joaquim Levy. Penso que a presidenta Dilma Rousseff está certa na escolha dele. É questão de circunstâncias. Ela quer contar com um mão de tesoura para poder ser mais dura na relação com o Congresso Nacional. As circunstâncias exigem isso e ela escolheu a pessoa adequada. Aliás nos vários comentários que eu enviei para o post “Tática fiscalista e estratégia social-desenvolvimentista, por Fernando N. da Costa” de quarta-feira, 03/12/2014 às 17:04, aqui no seu blog contendo texto de Fernando Nogueira da Costa que saiu no Brasil Debate. O endereço do post “Tática fiscalista e estratégia social-desenvolvimentista, por Fernando N. da Costa”:

    https://jornalggn.com.br/blog/brasil-debate/tatica-fiscalista-e-estrategia-social-desenvolvimentista-por-fernando-n-da-costa

    Enfim, não são as reformas que vão consertar o Brasil ou a falta dela que levará o Brasil para o caos. É preciso mais saber o caminho que se segue. O próprio Joaquim Levy sabe as limitações dele. Ele não é nenhum economista de Harvard, é apenas um economista de Chicago que nas circunstâncias atuais pode dar grandes contribuições ao país.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 08/01/2015

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador