Alckmin e Doria seguem na rixa para a disputa à Presidência 2018

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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 Foto: Alexandre Carvalho / A2img
Foto: Alexandre Carvalho/A2/Fotos Públicas
 
Jornal GGN – O prefeito de São Paulo, João Doria, e o governador Geraldo Alckmin seguem nos conflitos de posições para a disputa à Presidência em 2018. Considerando-se nome mais consolidado dentro do PSDB, Alckmin quer que a sigla toma a decisão o mais rápido possível, enquanto Doria espera angariar mais apoios até o próximo ano, conseguindo mais espaço em pesquisas eleitorais, acima inclusive de seu padrinho político.
 
Nesta quarta-feira (20), Alckmin já havia criticado a articulação de Doria para o PSDB adiar a escolha do nome que irá disputar as eleições no próximo ano. “Se deixar lá para o meio do ano, quem for candidato, independente de quem seja, acaba saindo de forma improvisada”, disse o governador.
 
Em crítica quase direta à Doria, o tucano defendeu a investida conservadora, associando novidades à “improvisação”, o que a seu ver é negativo: “Tudo que é improvisado é malfeito. Aliás, no Brasil, precisamos parar com improvisação, inclusive na política”, afirmou.
 
Diante dos avanços de uma rixa mais explícita entre ambos os políticos, que já iniciaram movimentos por coletas de apoios de partidos dentro do Congresso e de nomes da política regionais, Doria vem se aproximando de outros partidos, com sinais de uma possível migração.
 
Nesta quinta-feira (21), o prefeito de São Paulo se reuniu com a cúpula do DEM, em um jantar. Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, João Doria estaria disposto a mudar de legenda para disputar o pleito à Presidência no próximo ano.
 
Como já vem fazendo, o prefeito teria adotado o tom cauteloso, mas sem deixar de se apresentar como uma opção para o DEM. Se, por um lado, tenta demonstrar respeito ao seu padrinho político, Geraldo Alckmin, vem se posicionando em divergência ao governador e como um possível concorrente na disputa pelo Planalto, seja dentro ou fora do PSDB.
 
Nessa linha, Dória está confiante. Desde as suas última viagens, até os movimentos que vem fazendo de aproximação a outros partidos, além do DEM, do próprio PMDB, chegando a receber elogios do presidente Michel Temer, seu nome aparece acima do de Alckmin nas últimas pesquisas.
 
Alckmin foi questionado sobre surgir com intenções de voto inferiores a de Doria: “Eu não disputo eleição já há vários anos, não disputei a eleição do ano passado e a eleição de governador fica embaixo da de presidente. Então, não chama atenção [o resultado]”, disse.
 
Em referência às viagens do prefeito paulsita, ainda não o mencionando diretamente, o governador disse que acredita que ele está bem nas pesquisas, considerando que nem sequer tem “viajado tanto”. “Em alguns cenários até estou na frente [de Doria]”, defendeu.
 
Não é o que considera Doria. O prefeito vem reiterando nos últimos meses que a escolha do nome do PSDB para a disputa à Presidência não deve ignorar as pesquisas eleitorais, que a população é quem deveria escolher. Neste cenário, Doria seria o escolhido, de acordo com os últimos levantamentos realizados. Mas a insistência de Alckmin vem se mostrando um obstáculo às expectativas do prefeito. Por isso, recentemente, João Doria aventou a possibilidade de migrar de partido.
 
Em jantar nesta quinta, o prefeito recebeu em sua casa na capital paulista os principais dirigentes do DEM, entre eles o presidente da Câmara, Rodrigo Maja (RJ), o ministro Mendonça Filho (Educação), o prefeito de Salvador, ACM Neto, o líder do partido na Câmara, Efraim Filho (PB), entre outros.
 
Maia vem mudando o discurso. Na última declaração, o deputado havia manifestado a favor de o partido apresentar candidatura própria e não seguir apenas apoiando um nome de outra sigla. Mas nesta quinta-feira, o presidente da Câmara respondeu: “Se essa fosse a decisão do PSDB, e se o DEM não tivesse candidato, qual seria a melhor opção que não apoiar Doria?”, disse a jornalistas.
 
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

4 Comentários

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  1. Sandra Cavalcanti e Miro

    Sandra Cavalcanti e Miro Teixeira, pro governo do Rio em 1982: a mídia só falava nos dois. E, mesmo tentando roubar a eleição, Brizola deu-lhes um banho de cuia.

    1. sandra….

      O mesmo é esta briguinha. Factóide para não sai da mídia. O que realmente importa? Com tudo isto, corrupção sendo divulgada e investigada.O que mudou na sia Cidadania? Agora você pode exigir o que a mais doPoder Público?O que o Poder Judiciário faz em relação à pressa e prestação de serviços publicos de forma maos célere?  Eleições deixaram de ser obrigatórias? Voto Facultativo com qualquer país com um mínimo de civilidade? Plabiscitos e referendos obrigatórios?  NÃO TEM DINHEIRO?! Então porque se gasta 180.000.000,00 Cento e oitenta milhões de reais para Biometria? Mais de 500.000.000,00 Quinhentos milhões de reais por eleição em Urnas Eletrônicas Obrigatórias,quando os países mais ricos como EUA ou de toda Europa até aqueles da Ásia ou África, como Angola, fazem eleições em cédulas de papel em urnas plásticas ou de papelão? 30.000.000.000,00 Trinta bilhões para sustentar Justiça Eleitoral. É cómédia ou Tragédia? Os dois. TRE’S e TSE’S. Capitanias Hereditárias da Casa Grande. 4.000.000.000,00 Quatro bilhões de Fundo Partidário? Atualmente é “apenas” 1.000.000.000,00 Hum bilhão? E você tendo que trabalhar todos dias. E pagar o ônibus a 4, 5 ou 6 reais por passagem?  O Brasil irá mudar?E você ainda cai nesta? Mudar já deveria ter mudado há 40 anos, com Redemocratizaçãoi e Constituição Cidadã. Ou as ruas mudam e o pau começa. Ou daqui há 40 anos estaremos ouvindo o mesmo discurso. E discutindo sobre os candidatos-filhos-netos de Alckmin, Dória ou Covas (que combateram heroicamente o Nepotismo). abs. 

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