Alckmin e Santa Marcelina continuam desmonte da Emesp, escola de música

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Enviado por Salve Emesp

“Estude com os melhores professores de música do Brasil”. Com esse slogan, até mesmo arrogante, como manda a moda paulista, a Emesp convoca aspirantes a estudantes de música a fazer testes e para estudar a disciplina. Mas, neste ano, vários alunos aprovados não foram chamados, e vários desses professores estão sendo demitidos.

Ninguém foi comunicado oficialmente sobre o motivo, exceto, claro, os já demitidos. Mas nos corredores, comenta-se sobre um corte de verba determinado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), que foi descoberto por alunos que questionaram coordenadores da escola. A Santa Marcelina prefere instaturar o terror ao omitir-se, e prejudica ainda mais o andamento das aulas, que já estão minguando. Alunos e professores não sabem o que acontecerá, se há algum planejamento, ou mesmo qual o critério para as demissões.

O que se viu nesta semana, lastimavelmente, foi uma grande quantidade de alunos e professores desolados, alguns chorando, e um ambiente de enterro, à altura das ações do governador e seus aliados na Santa Marcelina. Semana passada algumas secretárias já haviam sido demitidas, e agora professores renomados como Alexandre Pimenta, Ciça Baradel, Conrado Paulino, Leila Mutanen e outros já foram demitidos, juntamente com muitos outros funcionários.

É inadmissível que docentes que contavam com determinada carga horária sejam pegos de surpresa ainda em abril com esse tipo de atitude.

Os alunos estão se articulando, e já há uma assembleia geral marcada para o dia 28/04, às 14h, e uma manifestação para o dia 29/04, que sairá às 10h do prédio da Emesp.

Pedimos a todos que ajudem a divulgar, pois, como de costume, a mídia aliada do governador nunca dará visibilidade a causas como essas.

Para manter-se informado, há um grupo no facebook do Grêmio Estudantil da Emesp que divulga informações.

Tristemente aproxima-se o fim de uma das poucas escolas de música que ainda sobrevivem.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

14 Comentários

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  1. desmanche da EMESP

    Se fosse uma faculdade de riquinhos de papai,ou gente que só estuda pra arranjar marido rico ou para conseguir empregão e poder, já teriam tomado atitudes. Mas s~’ao apenas artistas, músicos, gente que entra pela porta dos fundos nas grandes cerimonias” vai desmontando,e pronto. E os músicos não se mobilizam tanto e vão apenas sofrendo, perdendo seu ganha pão-duro e velho. E la nave va…

  2. EMESP

    Algo me diz que será adotada a estratégia de redistribuir verbas pulverizando “ETECs de Artes” , cuja visibilidade é maior e tem um alcance mais popular – pena que pra isso em vez de agregar, o governo acabará matando a excelência… 

    1. ETEC de Artes

      Bom dia

      Se algo te diz isto, esta voz deve estar muito mal informada.

      Como coordenadora pedagógica da ETEC de Artes, devo salientar que são cursos completamente diferentes e que pertencem a diferentes secretarias, portanto diferentes orçamentos. A ETEC de Artes é apenas um das mais de duzentas ETECs mantidas pelo Centro Paula Souza, autarquia vinculada à Secretaria do Desenvolvimento. Não existe nenhuma possiblidade de distribuição de verbas entre diferentes secretarias. Há cortes em todas elas, inclusive. Oficinas Culturais do interior e da Capital já foram fechadas em virtude de dificuldades orçamentárias.

      Além disto, acho bastante anti-ético (diria mesmo arrogante) questionar o trabalho – árduo e extremamente responsável – de outra instituição, também pública e voltada para a  formação em arte. Isso sim, não agrega nada a quem luta pela valorização da cultura neste país. 

      atenciosamente,

      Júnia Pedroso.

    2. Gestão Santa Marcelina

      Vale lembrar que a Santa Marcelina está espalhando o mesmo terror que ficou evidente quando assumiram a Escola, que era o Centro de Estudos Musicais Tom Jobim, da qual fui aluna e fui extremamente prejudicada quando da posse desta nova gestão, que deixou alunos e professores sem a menor informação e fomos tratados com o maior desrespeito. E que fique também registrado que a Emesp nunca teve excelencia como Escola de Música como foram a antiga ULM e CEM, que nos causa tamanha saudade e faz muita falta. Todos sabemos que a qualidade do ensino musical não se compara ao que um dia já vimos acontecer nesta escola.

  3. Demissões Emesp

    As demissões já vem ocorrendo desde o mes de dezembro.

    Eu mesmo fui demitido no dia 12/12 assim como a renomada regente Naomi Munakata, seu assistente Fernando Tomimura e a profa Regina Kinjo.

  4. Correção do texto

    Apoiamos toda forma de divulgação das inaceitáveis consequências desse corte no orçamento da nossa EMESP e queremos que toda a população saiba e, acima de tudo, repudie esse massacre. 

    PORÉM precisamos ter cuidado com as informações que divulgamos e entender, de fato, quais são nossos objetivos nessa luta.

    Este artigo não condiz por completo com o que o Grêmio da EMESP defende e algumas afirmações errôneas foram inseridas no texto. Ainda sim, agradecemos a intenção em ajudar e a propagação dos contatos do Grêmio que infelizmente não foi consultado antes da divulgação desse texto.

    Nossa intenção não é atacar a Santa Marcelina e nem desmerecer o trabalho dos nossos coordenadores. Nossa luta é contra o corte decretado pelo Governador Geraldo Alckmin e contra a forma como a Secretaria de Cultura administrou essa redução.

    Não concordamos com a atitude antiética de divulgar o nome dos professores injustamente demitidos e nem de contrariar a frase que representa o nosso corpo docente.

    Nós temos os melhores professores de musica do Brasil, sim!
    E precisamos defende-los!
    Sem eles não teríamos a vaga pela qual estamos tanto batalhando.

    Vamos nos unir e não causar discórdia! Tenhamos o mesmo objetivo! Nosso real inimigo é aquele do outro lado da rua que despreza a educação musical.

    Pedimos, por gentileza e  com urgência, a retirada dos nomes dos professores citados, que o autor do texto reformule-o para não parecer que a OS Santa Marcelina é contra a EMESP e que altere a hora da manifestação do dia 29/04.
    A manifestação na Assembléia Legislativa da EMESP será as 13h, sendo a concentração na EMESP as 11h, e a Audiência Pública às 18h.

    Atenciosamente,

    Diretoria do Grêmio.

     

  5. Um grupo de alunos de

    Um grupo de alunos de percussão do conservatório de música de Belem  do Pará (dentre eles alguns pupilos  de meu sobrinho) vieram para São Paulo em março pagando as próprias passagens e tocariam na EMESP sem ganhar cachê. A EMESP cancelou a apresentação com poucos dias de antecedência alegando falta de dinheiro!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Eles apenas os receberiam e cederiam os instrumentos sem terem gastos! 

    Fico imaginando a decepção daqueles jovens que, apesar de tudo, puderam tocar na UNESP em um concerto maravilhoso que tive a oportunidade de assistir.

     

  6. Um grupo de alunos de
    Um grupo de alunos de percussão do conservatório de música de Belem do Pará (dentre eles, alguns pupilos de meu sobrinho) vieram para São Paulo em março, pagando as próprias passagens, e tocariam na EMESP sem ganhar cachê. A EMESP cancelou a apresentação com poucos dias de antecedência alegando falta de dinheiro!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Eles apenas os receberiam e cederiam os instrumentos sem terem gastos! Fico imaginando a decepção daqueles jovens que, apesar de tudo, puderam tocar na UNESP em um concerto maravilhoso que tive a oportunidade de assistir.

  7. Melhores professores do Brasil o caramba

    Com o salário extremamente baixoq a EMESP oferece, dificilmente vai contratar os melhores professores do Brasil. Os q estão lá e são bons, ali estão por amor à arte e não porque precisam daquele dinheiro, pois o salário não é nada atraente: Ensinar na EMESP dá nome no curriculo, isso é outra coisa.
    Infelizmente, a gestão do Alckmin herdou o pouquíssimo carinho com a cultura e a educação paulista do Mario Covas, pra quem música e outras artes não servem pra nada.

    Cabeça de engenheiro, sem dúvida!! Mas muito de admirou qdo o Alckmin, médico – apesar de tudo – assumiu esta mesma postura idiota. Com isto, ele prova q a formação universitária dele foi falha – assim como a do Covas.

    UNIVERSIDADE tb significa conhecimento, não apenas técnico e profissional, mas sim aprender a ver outras posturas, outras visões, enxergar longe, q é uma coisa q NUNCA foi oferecido em nossas universidades.

  8. Conservatório de Tatui tb agoniza

    O tradicional Conservatorio Dr. Carlos Campos, da cidade de Tatui-SP tb passa pela mesma situação. Nao podemos permitir que a cultura seja ferida de maneira tao brusca e repentina! Sou um profissional bem sucedido graças ao Conservatorio e sem a bolsa de estudo nao poderia ter me formado. Professores foram dispensados e bolsas de estudo cortadas da noite para o dia. Mais um feito histórico e infeliz cometido pelo Governador 

  9. Desmonte das estruturas de serviços públicos.

    Lamentável esse processo de desmonte de centros culturais. Mas isso é apenas uma faceta de um sistema politico que vem desmontando toda a estrutura funcional dos serviços públicos em todos os locais onde assumiu controle de órgãos públicos nas tres esferas do poder federativo. Por onde passa deixa o rastro de terra arrazada.

    O Tucanistão é apenas um exemplo desse sistema deleterio de (des) administração.

  10. Assustadaço!

    Como um músico de São Paulo, assusto-me com todos estes comentários e desavenças/quiproquós entre vários estudantes, coordenações e outras pessoas! Pois quando abriram vagas na antiga Escola Vergueiro, já desalojada há tempos, por intermédio da gestão Martha, candidatei-me, junto a conhecidos, à Regência de Big Band. O compositor violonista gostou bastante de mim e decidiu que eu servia ao cargo. Devido a contratempos diversos, acabei não entrando e lamentei bastante. Não é que soube dos que lá entraram que atrasaram muitos meses os salários e alguns nem foram pagos?? Sorte minha, ao que percebi! Continuo, mesmo assim, assustado com toda esta incômoda situação.

     

  11. demissões na EMESP

    Primeiro o Governo do Estado de São Paulo promete uma obra fabulosa, maravilhosa para abrigar a EMESP, o Balê da Cidade de São Paulo, a Orquestra Jovem do Estado etc na antiga ESTAÇÃO RODOVIÁRIA que fica em frente à SALA SÃO PAULO E O PROJETO NÃO DEU EM NADA. PARECE QUE IAM FAZER A OBRA SEM CONCORRENCIA PÚBLICA…RESULTADO: O LOCAL CONTINUA ABANDONADO, SERVINDO PARA USOS DOS CRIMINOSOS DAQUELA REGIÃO DO CENTRO E DOS SEUS CLIENTES, USUÁRIOS ETC

    AGORA COMEÇAM A DESMONTAR A EMESP, ANTIGA ESCOLA TOM JOBIM… É ASSIM QUE AS COISAS COMEÇAM A CHEGAR AO SEU FIM…

    JÁ VIMOS ESSE FILME ANTES : COM A NOSSA QUERIDA PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, QUE EXPULSOU O CONSERVATÓRIO DRAMÁTICO E MUNICIPAL DE SÃO PAULO DO SEU IMÓVEL À AVENIDA SÃO JOÃO 269 E APROPRIOU-SE “MANU MILITARI” DE SUA MAIOR SALA DE ACÚSTICA MELHOR…O “SALÃO DO CONSERVATÓRIO”, QUE HOJE SE CHAMA SALA DO CONSERVATÓRIO. A DIGNÍSSIMA PREFEITURA DEPOSITOU EM JUÍZO ALGUNS MILHÕES DE REAIS COMO “PAGAMENTO” PELO IMÓVEL DESAPROPRIADO MAS EXIGE QUE , PARA O CONSERVATÓRIO POSSA TER ACESSO AO DINHEIRO, QUE PAGUE IPTU ATRASADO ETC. NO ENTANTO O CONSERVATÓRIO SEMPRE FOI ISENTO DE PAGAMENTO DE IPTU E DE OUTRAS TAXAS, POR LEI…COM ISSO O ANTIGO CONSERVATÓRIO ACABOU ! A CORDA SEMPRE ARREBENTA DO LADO MAIS FRACO !

    MAS AS COISAS EM SÃO PAULO E NO BRASIL SÃO ASSIM… FAZEM DE CONTA QUE DÃO APOIO ÀS ARTES MAS É SÓ POLITICAGEM E ILUSÃO… POR BAIXO DOS PANOS E AGORA ABERTAMENTE VÃO ACABANDO COM UM ESCOLA CUJO CUSTO DE MANUTENÇÃO É RIDÍCULO EM COMPARAÇÃO COM AS OBRAS FARAÔNICAS QUE VEMOS POR AÍ…

    PÊSAMES !!!

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