“Alegação é fraca”, diz Joaquim Barbosa sobre impeachment de Dilma

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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"A alegação é fraca", diz Joaquim Barbosa sobre processo de impeachment de Dilma em SC Betina Humeres/Agencia RBS

Do DC RBS

“A alegação é fraca”, diz Joaquim Barbosa sobre processo de impeachment de Dilma em SC

Com ênfase na atual situação política do Brasil, o ex-presidente do STF Joaquim Barbosa palestrou na manhã desta sexta-feira, em Florianópolis, durantea abertura do Simpósio das Unimeds, no Costão do Santinho. Pela primeira vez, Barbosa se posicionou sobre o atual processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Do ponto de vista jurídico, o jurista ressaltou que não vê problemas no andamento do procedimento. No entanto, acredita que há um problema na fundamentação do processo.

— Sinto um mal estar com esse fundamento. A alegação é fraca e causa desconforto. Descumprimento de regra orçamentária é regra de todos os governos da Nação. Não é por outro motivo que os Estados estão quebrados. Há um problema sério de proporcionalidade. Não estou dizendo que ela não descumpriu as regras orçamentárias. O que estou querendo dizer é que é desproporcional tirar uma presidente sobre esse fundamento num país como o nosso. Vão aparecer dúvidas sobre a justeza dessa discussão. Mais do que isso, essa dúvida se transformará em ódio entre parcelas da população. Quanto à justeza e ao acerto político dessa medida tenho dúvidas muito sinceras — afirmou.

Leia trechos da palestra do ex-ministro em Florianópolis

Como solução, Barbosa apontou novas eleições para um caminho de retomada:

— Organizem eleições, deixem que o povo resolva. Deem ao povo a oportunidade de encontrar a solução. A solução que propus é uma transição conduzida pela própria presidente. Mas ela já perdeu o timing. 

O jurista criticou também a relação atual entre os poderes Executivo e Legislativo, em que, segundo ele, existe uma relação de perversão. Barbosa afirma que o presidente brasileiro precisa fatiar seu governo para contentar o Congresso Nacional. Em comparação, citou o caso do EUA, onde, explicou, Barack Obama tem minoria no Congresso e usa de artifícios como uma boa comunicação para evitar a relação perversa com os congressistas.

Ao descrever a relação entre o Senado e a Câmara dos Deputados, Barbosa destacou que há uma diferença de postura e comportamento. Afirmou ainda que ossenadores, por serem mais experientes, devem avaliar as ações dos deputados. Como comparação do comportamento de como agem os deputados, lembrou da votação do impeachment no último domingo.

— Por exemplo, o Brasil assistiu no domingo aquele espetáculo, no mínimo, bizarro — concluiu.

Barbosa também criticou a forma com que presidente Dilma conduziu o país. Também afirmou que ela cometeu “erros imperdoáveis”:

— A nossa presidente, ainda presidente, não soube conduzir o país. Ela não soube exercer a liderança que se espera de um chefe de Estado. Agiu como se governasse apenas para o seu grupo político e para os seus aliados políticos na ocasião. Ela não soube se comunicar com a nação, fez péssimas escolhas, cometeu erros imperdoáveis num governante dessa estatura.

O ex-presidente do STF não quis falar com a imprensa no evento, mas respondeu a duas perguntas do público presente. Ele está hospedado no próprio Costão do Santinho, onde ocorreu o simpósio. Durante a palestra, ele ficou o tempo todo em pé. Para responder às perguntas, se sentou em uma cadeira especialmente solicitada por ele por conta do problema na coluna que enfrenta.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

26 Comentários

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  1. Enquanto isso, o mediocre Ayres Brito diz que o

    Brasil vive uma pausa democrática para arrumação… Pausa democrática é um eufemismo tão bom para golpe quanto inverdade é para mentira.

  2. O alvo era o José Dirceu

    Rolavam conversas na época, que o Joaquim Barbosa queria beber o sangue do José Dirceu de canudinho. Nunca ele mencionou a Dilma ou sequer o Lula. Parece que esta realmente era a intenção.

  3. Nenhuma novidade no conteúdo
    Repare que juristas, advogados e pobres mortais estão a denunciar essa farsa desde sempre. Enquanto isso os supremos incendiários silenciam e adotam Cunha como o “meu bandido favorito”.
    A novidade na declaração de Joaquim Barbosa não está no conteúdo, mas na decisão de dizer o que todos já sabiam. Portanto…
    Fica cada vez mais explícito o espírito golpista de agentes do Estado, notadamente no Judiciário.
    E o engraçado é que ficam de bico quando se diz o que são – golpistas.

  4. Novas eleiçoes também seriam golpe

    E duas vezes pior: primeiro, porque sem volta; segundo, porque dariam uma aparência de legitimidade ao golpe. E os eleitos seriam os bandidos, ou alguém tem a ingenuidade de achar que nao impediriam Lula de participar?

    1. Já consultou ou procurou

      Já consultou ou procurou saber a opinião do pessoal do partido? Me parece que a ideia ganha força entre eles e também na base aiada.

      O Fato é que está quase impossível que Dilma passe pelo senado e pelo STF. Se isso ocorrer, aí é que não tem volta! E nesse caso, nós já sabemos QUEM vai governar. 

      Isso NÃO pode acontecer! Essa é a questão.

      1. Sou grandinha o suficiente (68 anos) p/ pensar p/ mim mesma

        Eu hem Rosa. E o fato da idéia ser apoiada por gregos, troianos e baianos nao faz com que deixe de ser GOLPE.

  5. Ao mesmo tempo em que ele não

    Ao mesmo tempo em que ele não esconde sua vontade de tirar Dilma do poder, é honesto em reconhecer a falta de consistência de um crime na acusação e a total hipocrisia e ausência de moral dos políticos para pedir o impeachment.

  6. Vice e versa…

    Ué!

    O “marvado e sanguinolento” Barbosa, o mesmo que disse que o mensalão foi conduzido por uma organização criminosa, agora é levado a sério por aqui?

  7. JB deve estar aborrecido

    JB deve estar aborrecido porque o Morojá tomou o seu lugar. Seus comentários não têm a mínima credibilidade. Fala uma coisa e faz outra.

  8. Concordo com o ex-Ministro

    Concordo com o ex-Ministro Joaquim Barbosa. A acusação de pedalada fiscal é muito frágil. Dilma deveria sofrer impeachment pelos desvios bilionários da Petrobras, onde agiu com negligência criminosa quando presidia o Conselho dde Administração da empresa, e principalmente por obstrução de Justiça quando tentou nomear Lula ministro e subornar Nestor Cerveró para que não fizesse acordo de delação premiada. Estes crimes, em qualquer lugar do mundo, resultariam não só em afastamento imediato do presidente mas também em condenação judicial e cadeia por pelo menos uma década. Não por acaso, nenhum jornalista que denuncia o golpe atual faz sequer menção a eles.

    Cunha deveria ter recusado o pedido de impeachment das pedaladas e aceito o seguinte, impetrado pela OAB já com as provas da Lava Jato. Não convenceria os apoiadores do governo a mudar de opinião – eles acham que vale tudo mesmo em nome da hegemonia do partido – mas seria muito mais sólido do ponto de vista jurídico, além de não trazer a instabilidade jurídica para os governadores que temem ser processados pelo memso motivo que Dilma hoje.

    1. Os governadores

      de quem tu falas não são aqueles cujas quadrilhas meteram a mão até no dinheiro da merenda escolar, além de roubar descaradamente, há mais de vinte anos, nas eternas obras dos trens e metrô? Seriam, por acaso, aqueles que recebiam “mesada” de trezentão por mês para fazer festa no Loblon, que construiram aeroportos particulares com dinherio público, que desviaram dinheiro sabe-se lá de onde para contas milionárias em paraísos fiscais? 

  9. Esse sujeito

    Pode dizer o que quiser. Por mim, jamais será perdoado, ele e sua “Teoria do Domínio do fato”. Nem sei pq ainda o ouvem e convidam p/ palestras. Ufa!

    1. Quem dá credibilidade pra um

      Quem dá credibilidade a um sujeito que não processa um político delatado seis vezes na vazajato, denunciado com documentzção extensa pelo saque de Furnass e, pra finalizar, com empresa de fachada e contas em Liechtenstein,  paraíso fiscal de mega lavadores de dinheiro?

  10. joaquim barbosa deve ter

    joaquim barbosa deve ter insonias pelas besteiras que fez no mentirão

    e agora quer dar uma compensação, criticando o impeachment…

    mas  para quem insistiu na ideia infame da teoria do domínio do fato no mentirão,

    naõ podia deixar de  continuar golpísta, ao sugerir novas eleições….

     

  11. Pra justificar o golpe, a

    Pra justificar o golpe, a gente importa uma teoria qualquer. Se não achar uma alemã vai de paraguaia mesmo. E aí a literatura jurídica confirma o resto.

  12. A Volta do Marcegão?

    Nassif: o que quer o Morcegão? Ele é o inaugurador desta panaceia política-judicial em que o STF meteu o País. Este é seu “domínio do fato”, do qual o Verdugo de Curitiba corresponde ao mais ardente discípulo, junto com o chefe da PGU, anterior e atual. Essa de agora, transloucada de “Madalena arrependida”, só cola ao Bolsonaro

  13.  Como professor

     Como professor universitário, dificilmente eu daria uma palestra na Unimed, pois, além de não ser da minha preferência, ambientes assim geralmente não chamam homens de esquerda (mas nada contra, em princípio, a quem dê, principalmente quando se trata de pessoas sem compromisso e posicionamento ideológico, como o nosso ex-ministro do STF).

    Creio que, se algum dia a minha presença na Unimed fosse necessária, esta se daria pelas mesmas causas que levam a ampla maioria dos meus amigos aos seus escritórios, quais sejam, os “golpes” sobre os seus clientes, com a cobrança de taxas abusivas, reajustes desproporcionais à inflação e recusa de serviços em completa discordância com o contrato original.

    Mas se lá estivesse e me fosse permitida uma pergunta para o ex-ministro, eu lhe questionaria:

    – Ministro: o Sr diz que a presidente Dilma errou gravemente como chefe de Estado, por isso a crise e sua retirada do governo por um impeachment que, como o Sr mesmo reconhece, não tem base legal e, caso o tivesse, todos os ex-presidentes e governadores (passados e presentes) deveriam também sofrer o impeachment. Portanto, Dilma errou politicamente, não juridicamente, admitamos. Mas se ela não teve a capacidade de gerenciar a crise, por que o senhor renunciou, em tese “voluntariamente”, à presidência do STF estando apenas na metade do seu mandato? (e isso tendo, em completa oposição à situação da Presidenta Dilma, toda a mídia a seu favor?). Além disso, por que o Sr se aposentou do tribunal relativamente jovem e renunciou ao cargo que lhe daria, no mínimo, mais 15 anos no STF? O que o diferencia dos demais ministros da corte que, ao contrário do Sr, sempre quiseram ou querem ficar mais tempo no STF agora com a nova lei da aposentadoria compulsória aos 75 amos? (Penso que excesso de trabalho não o seria, visto que JB era publicamente conhecido como um dos mais lentos nos encaminhamentos e julgamentos de processos, ressalvando-se aí, talvez, o problema na coluna…).

    – Por último, pq o Sr, mais uma vez completamente ao contrário da postura da Presidenta Dilma, abriu contas em paraísos fiscais em nome de uma empresa fantasma para a compra de imóvel no exterior? Ainda que, em tese, não seja necessariamente ilegal (mas nada legítimo, como afirmam os Ministérios Públicos de todo o mundo em acordo internacional, notadamente dos EUA e da Inglaterra, os quais o Sr tanto admira), não seria esta uma postura estranha, principalmente quando se tratava do Sr, à época um ministro da corte mais alta do país?

    – Ah! E pq o Sr…….Ei! Me larguem! Soltem-me! Deixem-me terminar! Parem! Uf!…..(desculpem, não consegui terminar,,, seis seguranças da Unimed me botaram pra fora….rs rs rs) 

  14. Paulinho da Força e Solidariedade gosta de “brincar” c/ o “fogo”

     

     

    Bem, Nassif e amigos em geral, parece que o famoso Paulinho da Força e do Solidariedade gosta mesmo de “brincar” com o “fogo” (significando bolão de apostas para passatempo de zombaria/intimidação e principalmente também aliciamento com orientação crítica e sincera sobre fato sério gravado provavelmente na Câmara. Ele diz: “O impeachment só está acontecendo por causa do Eduardo Cunha. Porque a oposição nossa é muito ruim”… “Tem muita gente querendo financiar esse negócio do impeachment…”).

    Pelo menos parece que ele, sem querer querendo, gosta de “brincar” com o “fogo”.

    Exatamente do jeito que o Paulinho da Força falou no áudio gravado, acabou acontecendo um descarado “financiamento desse negócio do impeachment” pela compra do voto a favor do mesmo. Ainda no dia seguinte (18/04) à votação (do impeachment na Câmara), o jornalista José Casado (“O Globo”) escrevia: “Deputados comentavam as ‘cotações’ do relativismo ético: R$ 1 milhão por ausência, R$ 2 milhões pelo voto no plenário”. Quem será que forneceu o dinheiro? O pato do Paulo Skaf deve saber, porém é parte muito interessada nisso. Isso é um dos mais graves tipos de corrupção (neste caso: corrupção do Câmara/Congresso) e no passado distante e recente já se viu que não sensibiliza a Polícia Federal. Felizmente o ministro da Justiça Eugênio Aragão mandou a PF investigar a compra de votos para o impeachment.

    Se houver um pouco de boa vontade por parte da justiça de ir a fundo neste caso, no mínimo existem algumas provas muito evidentes ao meu ver: áudio gravado do Paulinho da Força, fotos deles (segundo a frase do Confúcio: uma imagem vale mais que mil palavras) e o jornalista José Casado do jornal “O Globo”.

    Não é possível que tudo isso possa ser considerado algo sem importância para todo o sistema de justiça (incluindo STF, PGR, MPF, PF) do Brasil ou, então, pare o mundo ou o Brasil porque eu quero descer…

    Vejamos abaixo:

    Nassif, (primeiramente existe aquele velho ditado: para bom entendedor, meia palavra basta) eu não sei se você teve tempo de ver e ler este artigo postado no seu blog assim como de ouvir este áudio antes.

    Se não ouviu, então, por favor, ouça o áudio atentamente, pois, na minha humilde opinião de leigo jurídico, este áudio poderá mudar tudo (basta lembrar do caso do grampo da conversa por telefone do Lula com a Dilma divulgado amplamente pelo juiz Sérgio Moro e seus desdobramentos), divulgue o mesmo pelo seu blog, faça um artigo só sobre isso, peça para sua filha caçula de 16 anos divulgar para os jovens por todas as redes sociais.

    Por favor, entre em contato o mais breve possível com um advogado e/ou jurista de ótima formação acadêmica, experiência profissional e boa idoneidade/bom caráter (como: Percival Maricato, Dalmo Dallari, Fábio Konder Comparato ou André Ramos Tavares com referência ao artigo postado ontem, dia 21/04/2016 no seu próprio blog pelo link https://jornalggn.com.br/noticia/para-especialista-stf-deveria-analisar-merito-do-impeachment) a fim de solicitar a verificação em algum instituto técnico de renome a comprovação de autenticidade do áudio e se o mesmo for verdadeiro, em seguida, entrar com uma representação, habeas corpus, liminar ou algum instrumento jurídico mais adequado junto ao atual presidente e ministro do STF Ricardo Lewandowski para requerer a nulidade dos atos do processo de impeachment.

    Caso o mesmo seja usado para provar que houve e está havendo uma total armação ou conspiração de uma grande parte da Câmara e do Senado (isto é, do meio político) junto, pelo menos, com uma parte significativa dos meios empresarial, financeiro e midiático contra a presidente Dilma, talvez ainda dê tempo de reverter todo o quadro atual, se Deus quiser. Temos que pensar e agir de forma positiva e rápida. Na minha humilde opinião de leigo jurídico, se este áudio for verdadeiro e puder ser utilizado como prova, então é a comprovação cabal do conluio e, com isso, tudo pode mudar. Não deveremos deixar acontecer no Senado o que aconteceu na Câmara.

     

     

    Luis Nassif Online

    Política

    Paulinho da Força fala sobre “financiar o impeachment”

    https://jornalggn.com.br/noticia/paulinho-da-forca-fala-sobre-%E2%80%9Cfinanciar-o-impeachment%E2%80%9D

    DOM, 20/03/2016 – 11:16

    Jornal GGN – Em áudio de fonte desconhecida, o deputado federal Paulinho da Força fala sobre os grupos interessados em “financiar o impeachment”.

    De acordo com o deputado, o impedimento da presidente só é viável graças à atuação de Eduardo Cunha. “O impeachment só está acontecendo por causa do Eduardo Cunha. Porque a oposição nossa é muito ruim”, disse Paulinho na gravação.

    “A oposição deu mais trabalho para nós do que o governo. Toda vez que a coisa ia andando a oposição atrapalhava”, reclamou.

    Ele trata a derrubada da presidente como negócio, e afirma que há pessoas interessadas em investir. “Tem muita gente querendo financiar esse negócio do impeachment. E a gente hoje, por exemplo, se quiser um adesivo do impeachment não tem, se alguém quiser pôr no carro”.

     

     

     

    Luis Nassif Online

    Política

    Compra de votos e distribuição de cargos, por Janio de Freitas

    https://jornalggn.com.br/noticia/compra-de-votos-e-distribuicao-de-cargos-por-janio-de-freitas

    QUI, 21/04/2016 – 08:5

    Jornal GGN – Em sua coluna na Folha de S. Paulo, Janio de Freitas comenta o desinteresse da Polícia Federal de investigar crimes no Congresso Nacional, mesmo diante de denúncias como a do jornalista José Casado, do O Globo, de que deputados teriam recebido ofertas de R$ 1 milhão por ausência ou R$ 2 milhões pelo voto no plenário. “Quem forneceu o dinheiro?”, questiona Janio. “O pato do Paulo Skaf há de saber, mas é parte interessada, muito”.

    Para ele, a oposição já joga com carta que ainda nem tem em mãos. “É Michel Temer quem agora opera o balcão de cargos. É a sua especialidade. Não só a comprovou no governo Dilma, como detém uma marca pessoal expressiva: o PMDB nunca foi tão fisiológico, chegando mesmo a chantagens explícitas antes de votações, quanto nos últimos cinco para seis anos sob a presidência de Michel Temer”.

    Da Folha de S. Paulo

    Os vencedores

    Por Janio de Freitas

    Mesmo que não console, deve reconfortar os vencidos que os criticados pelo “espetáculo vergonhoso e deprimente” do seu cretinismo, na votação do pré-impeachment, são os autores da vitória dada ao empresariado, à imprensa e aos derrotados nas eleições. Esses vencedores são muitos, porque beneficiários do resultado, mas o arquiteto da vitória, que fez a luta direta contra o governo, com atos e não palavras, foi um só: Eduardo Cunha, chefe de fato e de direito de todos os vencedores dentro e fora do Congresso. Quem perdeu pode ter o orgulho, também, de não integrar tal milícia.

    Clara nos números do placar, a vitória nem por isso se assenta neles. Outros números precederam aqueles, no dizer menos ou mais discreto de muitos. São os dados como artífices de viradas traidoras do contra para o pró-impeachment, de pessoas e de partidos. O governismo operava no balcão de cargos e liberações de verbas orçamentárias. O balcão de seus adversários não operava menos, embora, à falta de cargos, por outros meios. E também em outras horas: reuniões, de preferência, nas madrugadas em casas de parlamentares e lobistas, inclusive a residência oficial da presidência da Câmara.

    No dia seguinte à votação, o jornalista José Casado (“O Globo”) escrevia: “Deputados comentavam as ‘cotações’ do relativismo ético: R$ 1 milhão por ausência, R$ 2 milhões pelo voto no plenário”. De cotações nada ouvi, como não ouvi resposta para a questão de maior importância: quem forneceu o dinheiro? O pato do Paulo Skaf há de saber, mas é parte interessada, muito. E, conquanto se trate de um dos mais graves tipos de corrupção –corrupção do Congresso– já se viu que não sensibiliza a Polícia Federal, desinteressada até quando houve confissão de corrompido para aprovar a reeleição de Fernando Henrique.

    É Michel Temer quem agora opera o balcão de cargos. É a sua especialidade. Não só a comprovou no governo Dilma, como detém uma marca pessoal expressiva: o PMDB nunca foi tão fisiológico, chegando mesmo a chantagens explícitas antes de votações, quanto nos últimos cinco para seis anos sob a presidência de Michel Temer.

    Nesse negócio de cargos, aliás, Temer tornou-se o primeiro responsável pela eleição de Eduardo Cunha para a presidência da Câmara. Como presidente do partido, tinha plenas condições de mover os comandos e demover a candidatura, sabendo de quem se tratava, inclusive pelo noticiário policial. Considerou mais conveniente a conquista do cargo por quem parecia favorito, assim aumentando a força para obtenção de outros cargos no governo e na Câmara. A cobertura a Eduardo Cunha nunca esteve abalada.

    O crescimento, entre os vencedores, das opiniões pessimistas sobre Michel Temer e seu possível governo tem velocidade surpreendente. Nisso evidencia que não é constatação feita em 24 ou 48 horas. Já existia, com muitas razões para existir. E apesar da consciência de um agravamento perigoso da situação, a vontade de regressão se sobrepôs à causa do país. O PSDB, com a imediata recusa a se incorporar a um governo Temer, atesta sua convicção antecipada de desastre.

    É isso: o predomínio do desejo de regressão. Tanto e tão amplo, que já trouxe de volta à imprensa o ponto de exclamação em manchete, extinto há mais de meio século. Só que nem houve “impeachment!”. E se vier mesmo, o que dirá o título? O jornalismo regressivo mostrará. Talvez a volta à manchete legada à história pela “Gazeta” de São Paulo, há umas seis décadas: “Oba! Oba!”

     

     

    Luis Nassif Online

    Política

    Empresários garantiram jatinhos para transportar o “sim”

    https://jornalggn.com.br/noticia/empresarios-garantiram-jatinhos-para-transportar-o-sim-0

    DOM, 17/04/2016 – 20:05

    Jornal GGN – Mônica Bergamo, em sua coluna, recebeu informação do ex-ministro Eliseu Padilha, do PMDB-RS, e um dos principais articuladores do vice-presidente Michel Temer, que não temia a ausência de deputados na última hora, faltando à sessão, pois que o grupo pró-impeachment já havia se organizado para resolver a questão.

    Segundo informado, os problemas como atraso ou cancelamento de voos à Brasília foram solucionados graças a empresários que colocaram jatinhos executivos à disposição, buscando os parlamentares onde fosse necessário.

    Padilha informou que o impeachment já tinha 370 votos seguros. E não haveria problema nesta conta pois teriam aviões para buscá-los. Ele disse ainda que não soubera de nenhum caso de parlamentar utilizando o transporte colocado à disposição.

    Leia mais…

     

    ———————————————————————————————————-

     

    Na parte inferior do texto que é o espaço colaborativo dos comentários, existe um comentário postado por “Ockham” onde há duas fotos bem reveladoras da atual situação do impeachment (traduzindo: impugnação, cassação, impedimento ou destituição) ou golpe (neste caso é o termo mais apropriado pela realidade dos fatos), por exemplo, uma foto mostra o Paulinho da Força/Solidariedade, o Jovair Arantes e o Eduardo Cunha juntos e a outra mostra o Paulinho da Força/Solidariedade, o Aécio Neves e o Eduardo Cunha juntos, ou em outras palavras, elas dão uma ideia completa do que aconteceu infelizmente na Câmara dos Deputados Federais em Brasília no último domingo (dia 17/04/2016), está acontecendo e ainda vai acontecer no Brasil a esse respeito.

    As duas fotos poderão servir como prova também que eles têm uma parceria e afinidade muita ampla e irrestrita em todos os sentidos literalmente.

    Também mais uma citação de referência importante de quem conhece bem a Constituição:

    Segundo o ex-presidente do STF Joaquim Barbosa finalmente afirmou ontem (dia 22/04), com ênfase na atual situação política do Brasil, que a alegação sobre o processo de impeachment de Dilma é fraca, ou seja, é desproporcional tirar uma presidente através do fundamento de descumprimento de regras orçamentárias (créditos orçamentários e suplementares) num país como o nosso.

     

     

    Luis Nassif Online

    Política

    Paulinho da Força comanda o bolão de apostas do impeachment

    https://jornalggn.com.br/noticia/paulinho-da-forca-comanda-o-bolao-de-apostas-do-impeachment

    QUA, 13/04/2016 – 18:30

    Agência Brasil

    Carolina Gonçalves

    … Texto …

    Comentários:

    … Textos e Fotos …

     

     

    Luis Nassif Online

    Política

    “Alegação é fraca”, diz Joaquim Barbosa sobre impeachment de Dilma

    https://jornalggn.com.br/noticia/alegacao-e-fraca-diz-joaquim-barbosa-sobre-impeachment-de-dilma

    SEX, 22/04/2016 – 15:36

    ATUALIZADO EM 22/04/2016 – 15:46

    Do DC RBS

    “A alegação é fraca”, diz Joaquim Barbosa sobre processo de impeachment de Dilma em SC

    Com ênfase na atual situação política do Brasil, o ex-presidente do STF Joaquim Barbosa palestrou na manhã desta sexta-feira, em Florianópolis, durante a abertura do Simpósio das Unimeds, no Costão do Santinho. Pela primeira vez, Barbosa se posicionou sobre o atual processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Do ponto de vista jurídico, o jurista ressaltou que não vê problemas no andamento do procedimento. No entanto, acredita que há um problema na fundamentação do processo.

    — Sinto um mal-estar com esse fundamento. A alegação é fraca e causa desconforto. Descumprimento de regra orçamentária é regra de todos os governos da Nação. Não é por outro motivo que os Estados estão quebrados. Há um problema sério de proporcionalidade. Não estou dizendo que ela não descumpriu as regras orçamentárias. O que estou querendo dizer é que é desproporcional tirar uma presidente sobre esse fundamento num país como o nosso. Vão aparecer dúvidas sobre a justeza dessa discussão. Mais do que isso, essa dúvida se transformará em ódio entre parcelas da população. Quanto à justeza e ao acerto político dessa medida tenho dúvidas muito sinceras — afirmou.

    Leia mais texto…

     

     

    Luis Nassif Online

    Política

    Skaf e Paulinho da Força no golpe da liquidação da CLT, por J. Carlos de Assis

    https://jornalggn.com.br/noticia/skaf-e-paulinho-da-forca-no-golpe-da-liquidacao-da-clt-por-j-carlos-de-assis

    JOSÉ CARLOS DE ASSIS

    SAB, 02/04/2016 – 15:47

    … Texto …

     

  15. só rindo. quando se sentam

    só rindo. quando se sentam naquelas supremas cadeiras, travestem-se de personagens das óperas bufas que nos fazem chorar de rir. desgraça pouca é bobagem. dias dantescos, tempos sombrios. everyday is like sunday, desolado morrissey. 

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