Jornal GGN – O episódio vivenciado pela deputada Maria do Rosário (PT-RS) não foi uma ação isolada de prática de Jair Bolsonaro (PP-RJ) de agressão contra a mulher. O deputado perguntou, da mesma forma, a duas jornalistas se elas mereciam ser estupradas.
O fato ocorreu logo após as declarações contra Maria do Rosário, quando as jornalistas da EBC entrevistaram Bolsonaro sobre as declarações. “Ela [Maria do Rosário] recebeu o catraco que ela mereceu naquele momento”, disse o deputado a uma repórter, que perguntou: “você acha que alguém merecia isso?”. “Não, inclusive… Você merece ser estuprada?”, disse, repetindo a pergunta, com nervosismo: “estou perguntando! Responda!”.
O Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro repudiou a agressão de Bolsonaro, que, de acordo com a entidade, intimidou, desestruturou e prejudicou o livre exercício profissional, afrontando, além da situação de gênero, a liberdade de imprensa.
“Às vésperas dos 20 anos da Conferência Mundial sobre os Direitos Mulher e no mês de aniversário dos 66 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, é inadmissível que um representante do parlamento, em hipótese alguma, estimule práticas de violação de direitos”, disse o Sindicato.
O Sindicato dos Jornalistas irá encaminhar o áudio e a transcrição da entrevista à Comissão de Direitos Humanos e Liberdade de Imprensa da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), para a Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, para a Procuradoria-Geral da República (PGR) e para a Comissão de Ética do Congresso Nacional, que já abriu processo contra o deputado por quebra de decoro parlamentar.
A entidade também lembrou que não é a primeira vez que Jair Bolsonaro se dirige de maneira depreciativa a mulheres jornalistas. Em abril deste ano, ao ser questionado sobre a ditadura no país, o deputado chamou uma repórter da Rede TV de “idiota” e “analfabeta”.
Leia a nota, na íntegra, do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro, aqui.
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Este deputado é mais um dos
Este deputado é mais um dos intocáveis da República.
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um bolsonário pratica crimes
um bolsonário pratica crimes de bolsonarismo?
Por muito menos, feministas
Por muito menos, feministas cairam sobre o Nassif.
Onde estão elas?
Estou achando que a atuação do movimento feminista está fraca nesse caso Bolsonaro.
Bolsonaro, miséria das eleições brasileiras.
Prestem atenção: Bolsonaro tem tudo para ser um Hitler tupiniquim, apoio político e midiático, ele tem de sobra. Se não for cassado e processado, a Democracia no país corre sério risco. Um pervertido nazista como esse não pode ter assento num parlamento que se queira democrático.
Ele das daqueles que não têm
Ele das daqueles que não têm mãe, nem esposa, nem filhas, nem irmãs, nem tias…
A inválida estratégia de defesa de Bolsonaro
Bolsonaro tem como maior argumento de defesa o fato de supostamente ter sido chamado de estuprador primeiro por Maria do Rosário, no longínquo ano de 2003, quando a discussão original com a deputada aconteceu. Esse argumento é falso. Isso não aconteceu do jeito que ele e seus apoiadores na imprensa, entre eles pessoas como Olavo de Carvalho e a apresentadora de telejornal do SBT, Rachel Sheherazade, a pretendente a ser a Ann Coulter brasileira, sem a mesma capacidade intelectual e desenvoltura na exposição das ideias, frise-se, disseram.
A discussão original foi diferente da versão apresentada por Olavo de Carvalho (ele escreveu sobre o caso no blog de Reinaldo Azevedo e em sua página pessoal no facebook) e por Rachel Sheherazade.
Maria do Rosário não chamou expressamente Bolsonaro de estuprador. Em nenhum momento isso aconteceu. O que aconteceu foi que ele estava dando uma entrevista à Rede TV falando sobre a redução da maioridade penal para alguns crimes e Maria do Rosário estava perto, aguardando também ser entrevistada. No meio da fala de Bolsonaro, Maria do Rosário retrucou alguma coisa que ele disse e comentou que ele é quem promovia a violência. Como ele estava falando sobre o caso de estupradores, citando o menor de idade Champinha, que supostamente tinha participado de um crime bárbaro contra um casal de namorados em São Paulo, ele perguntou a Maria do Rosário se ele “era estuprador agora”, isso em meio ao que ela tinha dito sobre ele promover a violência com o discurso dele. Ela meio que se referiu ao que havia dito antes e ele emendou perguntando se ele agora era estuprador. Como ela estava confirmando que ele promovia a violência, ela continuou a se referir à frase anterior e atingiu o ponto onde ele perguntava sobre se ele era estuprador. Então foi o Bolsonaro quem cavou a situação de ter sido acusado de estuprador e usou isso para atacar na hora a Maria do Rosário, chamando inclusive a deputada de vagabunda. Bolsonaro agiu de má-fé desde o início e cavou a acusação de que ela o chamou de estuprador, quando isso não aconteceu expressamente. Típica estratégia de um reacionário provocador.
As imagens disponíveis, pelo menos as que eu conheço do caso, são essas:
[video:http://youtu.be/atKHN_irOsQ%5D
Essa discussão ocorreu originalmente há muito tempo, em 2003. Podem rever o vídeo e verão que em nenhum momento Maria do Rosário chama expressamente Bolsonaro de estuprador. Não existe essa afirmação. Ela se refere ao que havia dito antes sobre ele promover a violência. Essa foi a afirmação. E aí, em meio ao que ela fica repetindo sobre isso, ele emenda perguntando se agora ele era estuprador. Ou seja, ele cavou a situação, de má-fé, tudo para dizer que não a estuprava porque ela não merecia. Bolsonaro se referiu ao caso recentemente, muitos anos depois, somente para atacar mais uma vez a deputada Maria do Rosário. A atitude dele agora, de relatar no plenário da Câmara a versão dele daquela discussão original, que já estava superada, é grave e teve a única intenção de provocar.
Bolsonaro é a cara da direita
Bolsonaro é a cara da direita brasileira, como se pode perceber nas manifestações de apoio de figuras como o Motta Araújo Bolsonaro.