Ao criticar Barbosa, Noblat exprimiu uma indignação geral contra a falta de compostura

Não tenho motivo pessoal para defender Ricardo Noblat. E ele sabe a razão.

Mas tenho razões profissionais para entender a falta de isonomia em uma representação de alta autoridade do Judiciário contra um cidadão comum, ainda que jornalista conhecido.

Em 1987 fui alvo de uma representação do então Consultor Geral da República (posteriormente Ministro da Justiça) Saulo Ramos, por denúncias que fiz contra um decreto suspeitíssimo que promulgou – provavelmente com redação do seu braço direito Celso de Mello – criando uma verdadeira indústria nas liquidações extrajudiciais.

Saulo encaminhou a representação ao Ministério Público Federal e o então Procurador Geral Sepúlveda Pertence distribuiu-a a um procurador. Este opinou pelo arquivamento. Sepúlveda então retirou a ação do procurador e encaminhou-a a outro procurador.

Na época procurei Sepúlveda em um intervalo de sessão do STF – da qual ele participava ainda na condição de Procurador Geral da República. Disse-lhe que não ia lhe pedir nada. Apenas queria entender o que o poder fazia até com pessoas com biografia.

Sua resposta me surpreendeu: “Não poderia dizer não ao consultor geral da República”.

Assim como as ações de Gilmar Mendes contra jornalistas, a de Joaquim Barbosa peca pelo abuso. Em geral essas ações passam por dois crivos: o do procurador, opinando por sua legitimidade; e,  depois, pelo Judiciário. Pergunto: que procurador irá se pronunciar contra alguém que, além de presidente do STF e do Conselho Nacional de Justiça, também é ex-colega procurador.

Sobre o mérito, pode-se discutir. Paulo Henrique Amorim foi condenado por afirmações similares, mesmo defendido por lideranças do movimento afro. 

Noblat foi um feroz avalista das condenações da AP 470. Não se pode imputar a ele sequer part-pris político.

A questão que se coloca é outro: uma alta autoridade que se permite espetáculos públicos de grosseria, abusos verborrágicos incontroláveis, difamação de colegas, não é corresponsável pelas reações que gera, inclusive contra ele próprio?

Noblat exprimiu uma indignação que estava contida na garganta de muita gente, de pessoas, que independentemente de linha política, ficam indignadas com aqueles que exorbitam do poder que tem, que tratam o poder que lhes foi conferido como propriedade pessoal, não como um bem público que precisa ser preservado. Exagerou, sim, ao incluir essa bobagem de psicologia racial no artigo. Mas descreveu, da maneira como a opinião pública vê, a imagem que Joaquim Barbosa projetou.

Nos anexos, a representação de Joaquim Barbosa e a denúncia do PGR.

 

 

Luis Nassif

79 Comentários

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  1. um exagero que acabou com o

    um exagero que acabou com o seu texto…e deve pagar, sim,  por esse “bobagem de psicologia racial”…e olha que não moro de amores…pelo joca!!!

    1. Voce nao apresentou analise

      Voce nao apresentou analise pra “bobagem”, quem o fez foi eu.  E o barbosinha eh muito mais complexado do que gilmar dantas.

      Sua palavra nao basta:  analise agora e ja.

  2. Só depois do serviço feito,

    Só depois do serviço feito, todos petistas massacrados e humilhados, é que o Noblat foi reclamar? Durante todo o julgamento ele nunca falou nada. Não é por indignação que o Noblat está fazendo isso. Os motivos são outros.

  3. Ricardo Noblat também faz

    Ricardo Noblat também faz parte da indústria da difamação, das grosserias e das inverdades. Noblat causa indignação também a milhões de pessoas. . A diferença entre ele e Barbosa é que Noblat se esconde em seus teclados e mostra sua face congelada numa fotografia em seu blog. Fazem parte ambos, Noblat e Barbosa cada qual em sua seara, de um dos momentos mais lamentáveis da história recente deste país. Noblat é daqueles que contribuem ativamente para que o jornalismo brasileiro tenha chegado a um estágio de degradação absoluto como jamais visto.

  4. “A questão que se coloca é

    “A questão que se coloca é outro: uma alta autoridade que se permite espetáculos públicos de grosseria, abusos verborrágicos incontroláveis, difamação de colegas, não é corresponsável pelas reações que gera, inclusive contra ele próprio?”:

    E ai o menininho no meio da turba olhou e gritou:  “O MINISTRO ESTA MIJADO!  O MINISTRO ESTA MIJADO!”

    E todo mundo acordou…

  5. Eu não quero nem saber o que

    Eu não quero nem saber o que aconteceu… JB tira qq um do sério. O Noblat exagerou? Exagerou mas sempre faz isso… Toffoli que o diga…. E JB, tb, ultrapassou o limite do aceitável, já nos primeiros minutos do primeiro dia do julgamento da AP 470. Se é certo que o jornalista excedeu-se tb é certo que ministros do STF estão há dois anos PROVOCANDO parte da sociedade. Atacam politicamente e defendem-se como auroridades do Poder Judiciário. JB, chumbo trocado não dói. ( de qq forma, esse ataque de JB a um jornalista da Globo tá estranho; porteira que passa um boi passa uma boiada… o da Globo entra aí como exemplo, tipo, se o da Globo que patrocinou o julgamento dançou… )

      1. Palhaçada tudo isso; um ataca

        Palhaçada tudo isso; um ataca de racismo e outro se defende na base da liberdade de imprensa… os dois estão de boa na lagoa e os que estão presos, ilegalmente, caem no esquecimento… Tô fora desse barraco; gambá se cheira; são parceiros, Globo e STF/MPF.

    1. Noblat já destratou
      Noblat já destratou profissionalmente o Nassif algumas vezes, repercutindo ações que ele perdeu na justiça e aquela surrada crítica que ele não poderia ter um programa na TV Brasil. Na última vez que eu vi apareceu um texto difamatório bem de esgoto que de tão ruim o Noblat não repercutiu. Mas depois de dois dias, quando o ataque já tinha esfriado, cumprindo ordens, ele publicou sorrateiramente.

  6. Não li o que Noblat escreveu

    Não li o que Noblat escreveu porque não leio essa porcaria de jornal há décadas. E esse tal aí é um dos muitos que contribuiram para isso. Aquilo pra mim não é jornalismo, é um amontoado de fofocas, politicagem, intriguinhas, insinuações e meias verdades. Perseguem inimigos e protegem amigos. É a pura lógica fascista. Não há nada ali, nada que não seja resultante de uma mesquinha ponderação entre vantagem econômica e ataque/defesa política.

    Não tenho também nenhuma admiração por Joaquim Barbosa, mas tenho dúvidas: foi racismo ou não? Quem pode dizer? Não sei se é algo para o qual se possa fazer vistas grossas. Racismo é coisa muito séria, sim.

  7. Os dois se merecem, ambos

    Os dois se merecem, ambos defendem o poder sem controle, no caso do Noblat o dos seus patrões da midia no do Barbosa um judiciario que não respeita nem mesmo suas próprias regras, os dois que se explodam.

     

  8. Como bem disse o Esquerdopata

    Noblat forneceu um álibi (suspeitíssimo) para o ex-governador do DFJosé Roberto Arruda e em outra ocasião para Demóstenes Torres. Que tenha a solidariedade de seus iguais.

     

    De minha parte, acho desnecessário o apoio de Nassif, mesmo que desinteressado.

  9. A entrevista ao Roberto

    A entrevista ao Roberto D’avila, foi reveladora

    Afirma que Lula o convvidou para ir na comitiva para Africa para fazer média,  depois ficou chateado por não ter sido convidado por Dilma para ir a mesma Africa para o enterro de Mandela.  Afirma que são situações diferentes

    Diferente onde ???

    De um jeito ou de outro esta ruim, vai entender

  10. RE:

    Não li o que Noblat escreveu mas, levando em conta que ele é um jornalista do baixo-clero, reconhecidamente pena-paga dos patrões, deduzo que JBarbosa é sistematicamente abandonado no meio da estrada pelo PIG. Sobre a grosseria, truculência e despreparo do supremo ministro, qualquer comentário é superfluo.

  11. Olha, na minha opinião Noblat
    Olha, na minha opinião Noblat foi indelicado como sempre. Já foi bem mais com o Toffoli e ele nem o processou e nem correu com uma condenação no processo que relata contra sua esposa. QUANTA DIFERENÇA!
    O que Noblat fez não foi racismo. Ele tomou esse cuidado no texto. Se compararmos o que ele escreveu tanto tempo contra Toffoli.então… Veremos que quando ele quer chamar alguém de burro e salafrário ele sabe escolher as palavras. Se quisesse chamar Joaquim de preto mo pejorativo não teria dificuldade.
    Mas eu não teria a capacidade de defender Noblat em público. Seja porque Joaquim Barbosa é um problema cultivado com extremo carinho por ele contra os outros, seja porque não acho que Noblay mereça solidariedade. Ele NUNCA foi solidário a PHA, nem ao jornalista mineiro preso a mando de Aécio (independente de qualquer coisa que de fato tenha feito), nem a qualquer profissional atacado por Gilmar Dantas, nem ao Zé de Abreu… Pelo contrario, em todos os casos ele se omitiu ou apoiou o linchamento. Fez ainda pior: defendeu hipocritamente outros realmente criminosos em situação semelhante.
    No mais, o Brasil não vai ficar mais déspota por causa desse processo. Pelo contrario, tal absurdo só se dá porque outros tantos já ocorreram nas mãos dos mesmos dois protagonistas. Quero que o Noblat se foda gostoso nas mãos do monstro que alimentou e pensou poder controlar como se fosse seu dono. Essa, aliás, deve ser a ofensa que o JB achou ter encontrado no texto do amigo.

  12.   Talvez alguns juristas

      Talvez alguns juristas incomodados, jornalistas com claras intensões  em descontruir um figura respeitada pelos brasileiros e pessoas que nunca esperavam por um Ministro do Supremo de comportamento Republicano verdadeiro, podem desqualificar o Ministro JOAQUIM BARBOSA. Ele diz o que todo o brasileiro sem voz , queria falar, sem rodeios ou churumelas.  Jornalistas e críticos que desde sempre, estão nas diversas mídias promovendo A ou B por conviniência ou por ordem de superiores, deveriam refletir o que o brasileiro médio pensa e não o que a elite manda dizer.

     

     

  13. ENTREVISTA

    Essa entrevista publicada pela Revista Época atacando o JB é sinal de que as Organizações Globo abriram fogo contra o JB.

    Deduz-se que seja por causa do processo contra o Noblat por parte do JB…

  14. os dois que se entendam com as leis que dispõem…

    já que as duas condutas foram tipificadas como inaceitáveis, sinal de que os dois se consideram únicos,

    que outros decidam que se trata de abuso originário, ordinário ou nenhum dos dois

     

    ,

  15. um caso contraditório

    O mesmo Noblat que fez tabelinha com Barbosa no mensalão depois se indigna com os seus surtos de autoritarismo. Perdeu a chance de fazer criticas à fragilidade juridica do Barbosa e cometeu o erro capital de questiona-lo racialmente.

    Se aliou desde o principio  aos reacionários mas não tolera um negro reacionário. Poderia  pelo menos ter citado o Gilmarzão se a soberba e o autoritarismo lhe incomodassem tanto.

    Como progressista Noblat não convence. Entre os reacionários não encontrará solidariedade. Carne fresca para os leões de todas as matizes.     

  16. Noblat

    Já afirmei aqui varias vezes que o que o pig faz é crime. Disse crime. Hoje mesmo escutei de um amigo coisas que só quem é muito, mas muito desinformado pode dizer e achar. Jornais e jornalistas são informadores, ainda que com o viés de simpatias e antipatias política, e ai tudo bem, e o que não podiam fazer é desinformar. É pior que soldado bandido, numa proporção bem, mas bem menor, e é como juiz que vende senteça.

    Agora me socorre o papa Francisco, gente da melhor qualidade e seriedade, e declara alto e bom som que desinformar é pecado mortal, capital. Ainda mais sério do que difamação ou calúnia, vejam só. E diz alto e bom som que a imprensa tem desinformado. Não tinha dúvida nenhuma e ainda queria a justiça (quando, quando…) aqui do planeta lhes cobrasse o crime que cometem. E o pior é que por falta de cobrança da justiça virou vício. A maioria parece que nem consegue deixar de desinformar. Ainda levando em conta que informar dá trabalho, desinformar é facílimo. E as escolas de jornalismo… que lástima, que pena.

    Portanto não vou defender este senhor noblat, por que ele é um deles. E ainda serviçal de outros com a mesma pecha.

  17. Concordo que o acúmulo de

    Concordo que o acúmulo de grosserias e demonstrações de prepotência desse ministro chegaram ao ponto de tirar qualquer um do sério. 

    O jornalista é um ser humano e talvez tenha aguentado até o limite do suportável evitar um desabafo que ao final acabou fazendo.

    Meu único reparo, conforme já adiantado em comentário anterior, foi, a meu ver, a imprevidência do Noblat a incluir, mesmo que sem conotações racistas, nesse desabafo ilações acerca da cor de Joaquim Barbosa. Não só para prevenir uma eventual demanda judicial, mas porque acho totalmente inadequado, e até mesmo fora de propósito, julgarmos o comportamento das pessoas fazendo ilações com a cor da pele. 

  18. conjunto

    Pelo conjunto da obra Noblat é indefensável, se apenas o Joaquim o atacou em um ponto especifico e todos os outros quando atacados sequer se deram ao trabalho de revidar evidencia que dito pasquineiro é insignificante.

    Debaixo das saias da globo é o cavarde valentão.

  19. Farinha do mesmo saco

    São farinha do mesmo saco, eles que se entendam: dois profissionais de idoneidade duvidosa,  sem nenhum escrúpulo, mentem, acusam e julgam, cada um em sua área de atuação, sem provas, nunca garantem o direito de defesa, enfim, gente da pior espécie.

    Respeito a posição do Nassif, mas não posso concordar com ela em nenhuma hipótese, eu não sou bom-samaritano, não presto solidariedade a ninguém dessa turma.

    O melhor mesmo seria mudar de assunto, e eles que se danem.

  20.  
     
    Joaquim Barbosa acusa

     

     

    Joaquim Barbosa acusa Noblat de fazer jornalismo

     por Jorge Furtado em 24 de março de 2014

    Em agosto de 2013 o jornalista Ricardo Noblat publicou em seu blog um texto sobre a maneira agressiva com que o ministro Joaquim Barbosa tratava seus colegas do Supremo Tribunal Federal, lembrando que a efêmera posição de presidente da corte não autorizava o ministro “a tratar mal seus semelhantes, a debochar deles, a humilhá-los”. Esta semana, sete meses depois, o ministro Joaquim Barbosa sentiu-se ofendido e fez uma representação criminal contra o jornalista. A Procuradoria enviou denúncia criminal à Justiça Federal do Rio de Janeiro e solicita que Noblat seja condenado por crimes contra a honra e delito racial. Somadas, as penas podem chegar a 10 anos e 4 meses de prisão

     
    Texto integral:
    ttp://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2013/08/19/joaquim-barbosa-fora-do-eixo-por-ricardo-noblat-507449.asp
     
    x
     
    Noblat talvez exagere em psicologismos ao atribuir a soberba de Joaquim Barbosa, pelo menos em parte, ao fato dele ser negro, “para enfrentar a discriminação”, uma suposta atitude de defesa num país racista como o nosso. O jornalista publica e assina a sua opinião sobre fatos, e é isso que Noblat fez.
     
    O próprio Joaquim Barbosa já se aventurou a relacionar atitudes à cor da pele. Em novembro de 2012, Barbosa irritou-se com um jornalista negro que lhe fizera uma pergunta (“Logo você, meu brother!”) e, referindo-se aos jornalistas brancos presentes, disse que “eles foram educados e comandados para levar adiante esses estereótipos. Mas você, meu amigo?”
     
    Jornalismo é a busca da verdade factual. Noblat dá sua opinião baseado em fatos conhecidos, corroborados por depoimentos e reportagens de matizes ideológicas tão diversas que vão de Frei Beto à revista Veja, passando pela coluna de tantos jornalistas que, em 2003, divulgaram amplamente o fato de Lula buscar um ministro negro para o STF, isso bem antes do nome de Barbosa ser divulgado.
     
    Barbosa sabia disso e aceitou o convite de Lula, não questionou o critério do presidente para a sua escolha, ao contrário: “Vejo como um ato de grande significação que sinaliza para a sociedade o fim de certas barreiras visíveis e invisíveis”, disse Joaquim Barbosa, ao ser convidado.
     
    O hoje ministro Joaquim Barbosa, todos sabem, não leva desaforo para casa. Ele já mandou um jornalista “chafurdar no lixo”, frequentemente interrompe seus colegas de corte aos gritos, isso enquanto elogia o seu próprio desempenho, que chama de “primoroso”, como relator no processo do mensalão.
     
    “Nunca foi dado a ninguém cumular todos os dons da natureza. Assim acontece que entre aqueles a quem foi dado o dom da eloquência, alguns há cuja palavra é pronta e fácil e têm a réplica tão viva que nunca falham, enquanto outros mais tardios só falam depois de longamente elaborado o tema de antemão escolhido.” Dos que improvisam e dos que se preparam para falar. Michel de Montaigne.Tradução de Sérgio Milliet.
     
    A distância entre a suposta ofensa (agosto de 2013) e a reação ao artigo de Noblat (março de 2014) não combina com o ministro que acusou, em plenário, de bate pronto, seu colega Gilmar Mendes de ter “capangas” e de “estar na mídia, destruindo a credibilidade do judiciário brasileiro”.
     
    A demora em reagir à suposta ofensa de Noblat também não parece ser atitude do mesmo ministro que, sutilmente provocado por seu colega de corte Luis Roberto Barroso, confessou, de modo intempestivo, ter intencionalmente exacerbado as penas de condenados num processo criminal, isso para evitar a prescrição e mudar o regime de reclusão.
     
    Neste vídeo da TV Justiça, aos 5:45:
     
    http://www.youtube.com/watch?v=Y6KlbxC012s
     
    BARROSO
    Não tenho o interesse de polemizar e aqui de resolver que esta exacerbação [das penas] tenha sido para evitar a prescrição ou para mudar o regime de semi-aberto para fechado, eu não preciso especular isso.
     
    JOAQUIM BARBOSA
    Foi feito para isso sim… (inaudível).
     
    Joaquim Barbosa, ao interromper sua fala pela metade de maneira brusca, afastando-se do microfone, talvez tenha percebido, com um segundo de atraso, que estava confessando algo muito grave.
     
    A confissão de Joaquim Barbosa não teve grande impacto na imprensa, fora as louváveis exceções de sempre. Entre elas, a coluna do jornalista Maurício Dias, em Carta Capital:
     
    O Supremo fraudou a lei
    por Mauricio Dias — 15/03/2014 09:13
     
    (…) No debate que provocou com o ministro Luís Roberto Barroso, quando este apresentava o voto, Barbosa confirmou o que os advogados de defesa, e mesmo alguns leigos, já suspeitavam. “Da cadeira do mais alto posto do Poder Judiciário brasileiro, o ministro Joaquim Barbosa confessou que fraudara a lei”, afirma o criminalista Rafael Borges. (…) Borges define a ação intempestiva do presidente do STF como “confissão indecorosa”. Ele a aproxima do delito de prevaricação e cita um argumento do penalista Nilo Batista, várias vezes citado no julgamento: “Uma pena em cuja aplicação ingresse (…) o componente de evitar a prescrição é nula na medida em que se vale de um critério que extrapola da lei”. Para Rafael Borges, até o momento da confissão transmitida pela TV Justiça, a inobservância das normas relativas à fixação das penas não parecia fruto “de uma consciente fraude à lei”.
     
    http://www.cartacapital.com.br/revista/791/o-supremo-fraudou-a-lei-8840….
     
    x
     
    A distância entre a suposta ofensa de Noblat (agosto de 2013) e a reação de Joaquim Barbosa (março de 2014) sugere decisão nada intempestiva, ao contrário, sugere decisão pensada, refletida, planejada.
     
    Como foi planejada a espetaculosa prisão dos “mensaleiros” no dia 15 de novembro, um show comandado pelo ministro Barbosa, com data marcada, de evidente caráter simbólico, esquecendo-se que a justiça, antes de ser exemplar ou simbólica, deveria ser justa.
     
    Como foi planejado – desta vez pela Procuradoria da República – o número mágico de 40 indiciados da “quadrilha do mensalão”(quadrilha que, soube-se depois, não houve). O número foi feito para virar manchete (Veja, 14.04.2006: “Lula e os quarenta ladrões”). O STF aceitou a denúncia contra os 40 acusados, pouco importando que tivessem que incluir na lista de réus de um processo criminal, só para fechar as contas e produzir boas manchetes,  o nome do ministro Luiz Gushiken. A precariedade da acusação era tanta que Gushiken nem chegou a ser julgado, mas teve que enfrentar durante vários anos, junto com o câncer, toneladas de calúnias. Morreu antes de ver sua vitória justiça.
     
    Joaquim Barbosa afirma e reafirma não ser candidato à nada “por enquanto”, mas eu não duvido que as próximas pesquisas de opinião ainda incluam seu nome na corrida presidencial. Com os índices de aprovação de Dilma, a estagnação de Aécio e Eduardo Campos e a queda de Marina Silva nas pesquisas, com o fiasco da reedição da marcha da família com Deus pela liberdade, resta talvez à direita e seus arautos na mídia sonhar com um salvador da pátria, um algoz da classe política disposto a combater a corrupção e “tudo isso que está aí”, como já foram Jânio Quadros e Collor de Mello. Joaquim Barbosa parece uma boa escalação para o papel.

    http://www.casacinepoa.com.br/o-blog/jorge-furtado/joaquim-barbosa-acusa-noblat-de-exercer-o-jornalismo

  21. Não li o famigerado artigo do

    Não li o famigerado artigo do Noblat pois é de bem depois que deixei de ler aquele blog. Cansei de ver o Noblat atiçar para que vaiassem o Lula, cansei das suas maldades, cansei de ver que ele publicava os artigos do José Dirceu unicamete para jogar carne às feras, pois sabia que sua clak o trucidava. Sinto, mas não consigo sentir um pingo de simpatia por ele mesmo sabendo que vai ser trucidado pelo Joaquim. Os dois se equivalem, que se rolem., um merece o outro.

  22. Obesidade do ego

    Uma hora a ficha do Batman cai, ele ainda não se deu conta de que foi usado para que a elite escravocrata se vingasse do PT e agora, já que o serviço foi entregue,  o Rei Midas será descartado como bucha de laranja, acorda Joaquim

  23. Não tenho simpatia por nenhum

    Não tenho simpatia por nenhum dos dois, portanto, quero mais que os dois se explodam.

    Li o artigo do Noblat, é claro que teve um viés racista.

    Agora, para perceber as nuâncias do preconceito tem que ser negro.

    O leitor branco jamais perceberá o racismo no artigo.

    Não sei se me fiz entender.

    1. Não, não entendi

      Não, não entendi porque não fostes contra, nem a favor, antes pelo contrário, donde o murismo é condenado até na Bíblia, e quanto ao branco jamais perceber num sei o que e tal, deve ser por miopia aguda, inata.

    2. Mas Gilson, existem outras

      Mas Gilson, existem outras formas de preconceito, então acho um pouco forçado dizer que o “outro” não tem condições de entender (sentir são outros 500, pois cada caso tem suas características próprias) um tipo “específico” de preconceito.

      O problema que vejo no caso do artigo, é que ele é dirigido ao Barbosa, então, teoricamente, só ele poderia acusar se aquilo é preconceituoso (para ele) ou não, dependendo de como o artigo for lido.

      E como “não negro” acho que o Noblat “morreu pelos dedos” nesse trecho que destaco abaixo, pois permite a interpretação, que consta na denúncia, de que só existiriam os 2 tipos de negros citados pelo Noblat. Ou seja, não seria um preconceito dirigido ao presidente do Supremo exclusivamente e sim aos negros em sua totalidade.

      Para entender melhor Joaquim acrescente-se a cor – sua cor. Há negros que padecem do complexo de inferioridade. Outros assumem uma postura radicalmente oposta para enfrentar a discriminação.

  24. Casta poderosa

    Não nutro um pingo de simpatia pelo Noblat, ao contrário, penso que ele é um dos mais dignos representantes do jornalismo mentiroso, hipócrita e manipulador, mas o assunto em pauta não tem nada a ver com simpatias ou afinidades. Trata-se de, mais um vez, verificar ao vivo e em cores o desfile do poder imperial do Judiciário. Não consigo concordar com esse poder imperial, mesmo que ele ataque um lacaio dos conservadores como o Noblat.

  25. Noblat não é flor…, porém

    Nassif!

    Noblat não é flor que se cheire e aqui a gente já teve com ele um embate cruel em tempos passados, mas como não dá para discordar do mérito de seu ponto de vista, o Noblat tem o meu aprovo mais amplo e geral possível porque JB não é nada mais do que um equívoco que busca somente aparecer

  26. Parece combinado…

    Estas brigas joaquim barbosa x globo tem jeito de armação.

    Parece que estão plantando álibi de independencia para calar críticas quando reatarem o romance…

    joaquim barbosa não foi mais do que um boneco da globo durante toda a farsa do mentirão.

  27. Copio o que já escrevi em 2012: isso é culpa das cotas raciais!

    Prezados,

    A raiz da culpa disso tudo: tanto as impróprias alusões pessoais feitas por Noblat com a alusão racial típica da injúria racial quanto na postura do Ministro Joaquim e sua esperada reação com a representação criminal, a raiz disso está nessa maldita mesquinharia da outorga de direitos raciais segregados, as famigeradas cotas raciais, das quais o Ministro Joaquim é o exemplar mais notório de nossa história, que, porém, por ser uma mesquinharia é prenuncio de grandes tragédias e muita tinta – e muitas vidas – será gasta para a reparação do mal que as políticas em bases raciais está fazendo aos brasileiros em geral e aos afro-brasileiros em especial, com a tradicional prática da direita mais carcomida, pois contrárias aos ideais iluministas da igualdade, contraditoriamente adotadas por governantes de origem na esquerda. 

    “Foi de mesquinharia a mesquinharia, de pequena em pequena coisa, que finalmente as grandes tragédias se formaram.” ensina Michel Focault em “A verdade e as formas jurídicas”.

    Por isso é sempre inestimável ouvir a ponderação sábia do saudoso professor MILTON SANTOS que faleceu em 2001, ainda no início desse processo de racialização de políticas públicas e ele nos advertia: “Eu tenho um grande medo de que aqui se reproduza essa… essa história americana do crescimento separado (por raças)… Me dá a impressão que muitas coisas mostram que estamos indo nessa direção… E isso me assusta muito!!!”, antevia o nosso maior intelectual do século passado. A entrevista em vídeo, sua última entrevista aqui: http://www.youtube.com/watch?v=xp9_fPuYHXc

    Reproduzo abaixo, comentário que fiz a um post do André Araújo, de 29/9/2012, em que naquela ocasião abordávamos a postura do STF e do Ministro Joaquim, em especial.

    Então teci o comentário seguinte que ora reproduzo:

    JOAQUIM BARBOSA – uma escolha política viciada pelo racismo de ´cotas raciais´

    http://advivo.com.br/comentario/re-o-erro-de-entender-o-stf-como-tecnico-e-politicamente-neutro-31 publicado em 29/9/2012

    “Concordando inteiramente com a tese de AA – https://jornalggn.com.br/blog/ luisnassif/o-erro-de-entender-o-stf-como-tecnico-e-politicamente-neutro?page =1#comment-1069678 – devo acrescentar, porém, que na indicação política do Ministro JOAQUIM o dever de lealdade ao sistema que o indicou não devia ser presumido conforme alega o ANDRÉ, pois, viciada na origem pela indicação exemplar em bases raciais, prevalece no caso, a máxima de ORTEGA Y GASSET: “o homem é ele e suas circunstâncias”. No caso, a presunção de inferioridade presumida do Ministro implicou numa redução de sua autoestima e é uma violação de sua própria autoestima.

    Costumo argumentar, de forma empírica, e nunca fui contestado pelos especialistas, que as cotas raciais nos EUA somente produziram reacionários de direita. CONDOLESSA RICE e COLIN POWER são expressões máximas: beneficiários dos programas induzidos pelos democratas se alinharam à direita republicana e serviram com grande lealdade aos governos Reagan, Bush pai e Bush filho. Desde o final dos anos 1960 não surge nenhuma grande liderança afro-americana na luta contra o racismo. A única exceção é SPIKE LEE nos limites das artes que tem colocado sempre na luta contra o racismo. Mas não é político.

    Nos EUA, em 1970, cerca de 30.000 ou 0,1% de afro-americanos estavam nas prisões, em 2010, mais 2,5 milhões, cerca de 6% estão sob a custódia da justiça. As cotas raciais reduziram a autoestima, especialmente de jovens e crianças que não se orgulham dos feitos de seus pais que, pensam, apenas foram beneficiados pelo critério racial.

    Reafirmando a compreensão de que ´raça´ não pode ser critério ´político´, reproduzo abaixo, com revisão, meu comentário no post “Os problemas do modelo de indicação de Ministros ao STF” publicado em 27/09 em que abordo a questão da ´lealdade´ presumida do alforriado e a tendência de não ser leal ao sistema como comportamento do cotista, em razão, da autoestima e da própria dignidade humana do beneficiário.”

    http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/os-problemas-no-modelo-de-indicacao-de-nomes-para-o-stf

    qui, 27/09/2012 – 17:13

    J.Roberto Militão

                  COTAS RACIAIS x ALFORRIA e a questão da dignidade humana:

    As políticas de cotas raciais, cujo formato prático beneficiaram a indicação do Ministro JOAQUIM BARBOSA como modelo de exemplaridade para o mundo tem a mesma matriz ideológica do instituto das alforrias tão largamente utilizado no Brasil durante a escravidão – somente aqui foi utilizada extensivamente -, pelo qual, o senhor de escravos através da promessa do benefício em longo prazo conseguia aliados dentro da senzala para controlar dezenas, centenas de cativos.

    O princípio da adoção de políticas de alforria e das cotas raciais é o mesmo: benefício a pouco com um privilégio individual e mantenho o sistema – escravista de então, racista hoje – opressor da maioria.

    Porém, há uma diferença fundamental: no instituto da alforria o benefício era revogável pelo senhor diante de uma deslealdade ou ingratidão do beneficiário, assim, o manumisso durante toda a sua vida tinha um dever legal de gratidão e lealdade. Com se vê, essa gratidão e lealdade era devida e quase sempre cumprida, pois, imperativa para a manutenção da própria liberdade. Não era, portanto, a gratidão e lealdade verdadeira. Era constrangedora, pois implicava no abandono da senzala à própria sorte, e muitas vezes, trair os planos de fuga, rebelião e luta pela liberdade.

    Comprovando isso não há na história do movimento abolicionista nenhum grande líder oriundo dos alforriados. Somente pretos nascidos livres atuaram no movimento político pela abolição. André Rebouças, José do Patrocínio e Luiz Gama foram os mais conhecidos.

    Já no instituto das cotas raciais, muitos defensores pensavam que funcionaria assim: que a lealdade e gratidão faria parte do comportamento esperado do beneficiário. O Ilustre Ministro BARBOSA está demonstrando, na prática, que o fato de ter sido indevidamente utilizado como exemplar racial da nossa falsa ´democracia racial´ na verdade é uma violência contra a sua própria dignidade humana, pois objeto de uma classificação ´racial´, em que, por presunção, mesmo os defensores de cotas raciais sabem que ele somente chegou ao Supremo Tribunal pelo fato ´racial´ de ser preto e não por suas próprias e robustas condições intelectuais e do saber jurídico notório.

    Independente da personalidade do Ministro e de seu conhecido pavio curto, que merecem o devido respeito, o que mais revelam as sessões de julgamento do STF é que há evidência de prazer incontido do Ministro Relator para menosprezar a seus benfeitores ´raciais´, no pleno exercício de seu poder e, senão destruí-los, estigmatiza-los, impondo a mácula da condenação judicial, mesmo que venha ser anulada, no futuro, ou mesmo anistiada no parlamento ou beneficiado por indulto presidencial.

    Em verdadeira vingança pessoal, inconsciente, por ter sido escolhido e exposto ao mundo como um exemplar da ´raça negra´ violando profundamente, a sua dignidade humana. Neste sentido, sempre válida e irrefutável a lição de I. KANT, consagrando a máxima da igualdade humana:  “Age de tal forma que trates a humanidade, tanto na tua pessoa como na pessoa de qualquer outro, sempre também como um fim e nunca unicamente como um meio”.

    Essa regra filosófica estabelece, em suma, que todo humano, todo ser racional, como fim em si mesmo, possui um valor não relativo (como é, por exemplo, um preço), mas intrínseco, ou seja, a sua própria dignidade que é violada quando utilizada para ´meio´ exemplar para qualquer fim, por mais nobre pudesse ser.

    JOAQUIM e qualquer outro afro-brasileiro digno, jamais se orgulharão de ser escolhido para a ocupação de um cargo qualquer, de aprendiz a Ministro da mais Alta Corte, pelo simples fato de um privilégio ´racial´ para ser um modelo de exemplaridade, através de um privilégio com a segregação de direito e o concurso não ser universal.

    O professor FÁBIO KONDER COMPARATO, com quem aprendi as bases dos Direitos Humanos (e por contradição também ele próprio defensor de cotas raciais) em alentado estudo sobre as raízes históricas dos direitos humanos, também realça a relevância das noções kantianas de que a pessoa humana é dotada de razão e de liberdade, bem como de que jamais deve ser tratada como meio, para a compreensão da ideia de dignidade: “Ora, a dignidade da pessoa não consiste apenas no fato de ser ela, diferentemente das coisas, um ser considerado e tratado, em si mesmo, como um fim em si e nunca como um meio para a consecução de determinado resultado. Ela resulta também do fato de que, pela sua vontade racional, só a pessoa vive em condições de autonomia, isto é, como ser capaz de guiar-se pelas leis que ele próprio edita.”

    Daí decorre, como assinalou o filósofo, que todo humano, tem dignidade e não um preço, como as coisas. A humanidade como espécie, e cada ser humano em sua individualidade, é propriamente insubstituível; não tem equivalente, não pode ser trocado por coisa alguma.

    Por sua vontade racional, a pessoa, ao mesmo tempo em que se submete às leis da razão prática, é a fonte dessas mesmas leis, de âmbito universal, segundo o imperativo categórico – ‘age unicamente segundo a máxima, pela qual tu possas querer, ao mesmo tempo, que ela se transforme em lei geral’.

    Leia mais: http://jus.com.br/revista/texto/7069/a-dignidade-da-pessoa-humana-no-pensamento-de-kant#ixzz27hZkMc7p           

    AVATAR COMENTOU: —  qui, 27/09/2012 – 20:59

    IV Avatar do Rio Meia Ponte

    Militão,

    ” Até parece que Lula esperava algum favor de Barbosa ao indicá-lo, para usar suas palavras, ao “alforriá-lo”. O certo seria que a indicação tivesse sido feita pelo movimento negro, na Argentina é assim mas não no Brasil. Quando não há nenhum preto nas Instituições o movimento negro reclama. Agora que, por conta de Lula, há, questionam alegando que Lula “esperou retorno”. O retorno que Lula e todos nós esperamos é que Barbosa, como qualquer outra, se comportasse como juiz e não como advogado de acusação. Militão, respeito sua pessoa e sua luta em defesa dos pretos mas no mínimo vc foi injusto com Lula, até mesmo pq Barbosa foi escolhido, sim, por ser preto, como forma de inclusão social dos pretos, isso foi bastante simbólico e não ocorreria num governo de extrema-direita do qual hoje Barbosa é pupilo, neste sentido foi uma lástima a indicação de Barbosa. Afinal de contas não há como perdoá-lo por ter sido cordeirinho do pig e ter aceitado a instalação desse Tribunal de Exceção recheado de ineditismos.”

    No mesmo dia respondi ao AVATAR:

    “Prezado AVATAR não acusei o LULA, nem ao ZÉ DIRCEU, apenas reafirmo a minha oposição contra o estado fazer políticas em bases raciais e o faço em defesa da dignidade humana de todo afrodescendente. No caso o Doutor JOAQUIM, sem dúvida foi sim uma indicação/exigência do movimento negro e foi escolhido exatamente pela cor preta de sua pele e não pelo excelente currículo, pois existem outros conceituados juristas, doutrinadores, com currículo e obras e produção doutrinárias e acadêmicas incomparavelmente superiores. 

    A dedução que ouso dizer é que tais critérios violam a dignidade humana do beneficiário pelas razões tão bem sintetizadas na máxima do iluminismo quando KANT consagra a igualdade como pré-requisito para a dignidade humana e que o mestre COMPARATO tão bem enuncia e ora reitero.

    Enfim, o Ministro BARBOSA não faz ou deixa de fazer um julgamento justo e judicialmente neutro “por ter sido cordeirinho do Pig” ou adotado critérios heterodoxos na avaliação das provas e motivações políticas dos fatos e ilícitos objetos da AP 470. Ele, ao contrário dos alforriados, não tem o DEVER LEGAL de lealdade.

    O que estou avaliando é que a condição de exemplaridade racial para indicação ao STF não condiz com a dignidade humana e ao fazei-lo, quem o fez, e quem o fizer, estará sempre gerando humanos violados em seu patrimônio íntimo: o da própria autoestima.  A eles BARBOSA, LULA, ZÉ DIRCEU ou SARNEY – todos defensores de cotas raciais, que involuntariamente se tornaram referências no estudo futuro das perversas políticas raciais brasileiras do século 21, são o que ORTEGA y GASSET se esmerou em constatar: são humanos e suas circunstâncias.

    Portanto, não acuso ninguém, apenas constato que no conceito de circunstância do pensamento filosófico de ORTEGA (eu e minhas circunstâncias), pois o eu não se separa da circunstância e essa condição passa a ser tudo o que rodeia o eu: a realidade cósmica, o ambiente político, a corporalidade, a vida psíquica, a cultura em que se vive, nela incluída também as experiências acumuladas no tempo. E influencia o julgamento do Ministro no STF.

    A respeito, ´das circunstâncias e do eu´, excelente o artigo do prof. José Maurício de Carvalho, expert em GASSET:. http://www.cfh.ufsc.br/~revista/rcp3-2/RCH43-2_artigo_1.pdf  

    AVATAR é injusto dizer: “Afinal de contas não há como perdoá-lo por ter sido cordeirinho do pig e ter aceitado a instalação desse Tribunal de Exceção recheado de ineditismos.” Acho que deve perdoa-lo sim, pois o Ministro JOAQUIM em vez de algoz de seus benfeitores está sendo vítima de suas circunstâncias: embora esforçado, dedicado a aprimorar sua inteligência, circunstancialmente somente foi reconhecido pela cor e não pelos próprios méritos. A cor ou a ´raça´ do Ministro JOAQUIM jamais poderia ter sido um dos critérios para a sua indicação ao cargo. É isso que quero dizer.

    Resta, nesta oportunidade triste, neste episódio macabro e mesquinho da nossa geração continuar lutando e denunciando que critérios raciais para incluir, são injustos, contrariam a lei natural e violam a dignidade humana do beneficiário. O que devemos fazer é impedir que outros milhares, milhões de afro-brasileiros padeçam dessa insidiosa violência contra a própria dignidade humana. A dignidade humana do Ministro JOAQUIM foi violada quando escolhido na condição de exemplar racial. Eu o compreendo: é ele e suas circunstâncias.”

    Abraço p/consideração.

    1. Dez anos de cotas nas universidades: o que mudou?

      Dez anos de cotas nas universidades: o que mudou?

        0 shareAgência BrasilMudança garantiu avanços nacionais em termos de inclusão, mas São Paulo ainda se recusa a estabelecer ações afirmativas para negros, pardos e indígenas

      Agência Brasil
      Mudança garantiu avanços nacionais em termos de inclusão, mas São Paulo ainda se recusa a estabelecer ações afirmativas para negros, pardos e indígenas

      Por Igor Carvalho

       

      da Fórum

      Em 1997, apenas 2,2% de pardos e 1,8% de negros, entre 18 e 24 anos cursavam ou tinham concluído um curso de graduação no Brasil. O baixo índice indicava que algo precisava ser feito. “Pessoas estavam impedidas de estudar em nosso país por sua cor de pele ou condição social. Se fazia necessário, na época, uma medida que pudesse abrir caminho para a inclusão de negros e pobres nas universidades”, lembra a pesquisadora e doutora em Educação da Universidade Federal Fluminense (UFF), Teresa Olinda  Caminha Bezerra.

      A solução encontrada para que se diminuísse o déficit histórico de presença de negros e pobres nas universidades brasileiras foi a adoção de ações afirmativas por meio de reservas de vagas, que ficaram conhecidas como cotas. Porém, por todo o país, houve resistências à sua implementação.

      Em 2003, a Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul começou a usar fotos enviadas por estudantes para decidir quais poderiam ter acesso às vagas, que foram determinadas por uma lei aprovada pela assembleia legislativa daquele estado. O “fenótipo” exigido era composto por “lábios grossos, nariz chato e cabelo pixaim”. A ação gerou protestos de movimentos negros. Ainda na Uems, em 2004, o professor de Física Adriano Manoel dos Santos se tornou réu em um processo na Justiça do estado por racismo. Ele teria dito, na sala de aula, que a universidade deveria “nivelar por cima, e não por baixo” o ensino, fazendo alusão aos cotistas presentes na sala, entre eles o estudante Carlos Lopes dos Santos, responsável pela ação judicial.

      No Rio de Janeiro, em 2004, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) anunciou que rejeitaria uma possível política de cotas. O conselho de ensino da instituição, formado por professores, alunos e funcionários rejeitou a ação afirmativa. E o Ministério Público Federal (MPF) do Paraná entrou, em 2004, com um recurso na Justiça pedindo que a Universidade Federal do Paraná (UFPR) não adotasse o sistema de cotas em seu vestibular. O Judiciário paranaense freou a prática entendendo que a reserva de cotas afrontava “o princípio constitucional de isonomia e reforça práticas sociais discriminatórias.”

      Já em 2012, quando a Universidade de Brasília (UnB) já havia completado oito anos de distribuição de vagas pelo sistema de cotas, o Partido Democratas (DEM) entrou com recurso no Superior Tribunal Federal contra a medida, alegando, inclusive “racismo”.

      Mas a resistência às cotas não se dava somente no âmbito de conselhos das instituições ou do Judiciário, e muitas vezes se dava por meio de atitudes racistas. Durante um torneio esportivo envolvendo faculdades de Direito, em 2005, torcidas adversárias se referiam à Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) como “Congo”, por sua diversidade racial. A alcunha foi adotada pelos alunos da instituição carioca, e até hoje o país africano é símbolo de suas equipes.

      Após algumas universidades estaduais e federais aderirem à sistemas de cotas, os números apresentados no começo da matéria começaram a apresentar melhoras. Subiu de 2,2% para 11% a porcentagem de pardos que cursam ou concluíram um curso superior no Brasil; e de 1,8% para 8,8% de negros. Os números são do Ministério da Educação (MEC), em levantamento de 2013. Parte dos movimentos negros questiona os números, considerados “tímidos”. “Não podemos nos conformar com esses dados, são baixos ainda. Há avanços, mas estão muito longe de significar os resultados que buscamos”, afirma Douglas Belchior,  do conselho geral da UneAfro e da Frente Pró Cotas Raciais.

      Uerj, o motor propulsor

      Em 2013, foram completados 10 anos da primeira experiência brasileira com cotas. A Uerj autorizou, no vestibular de 2002, que Pretos, Pardos e Indígenas (PPI) autodeclarados solicitassem suas vagas por meio do sistema e a distribuição das matrículas ficou assim: 20% para negros, 20% para alunos de escola pública e 5% para portadores de necessidades especiais. Em 2007, o governador Sérgio Cabral determinou que no percentual de 5% deveriam ser inseridos os filhos de policiais, bombeiros e agentes penitenciários mortos.

      De 2003 a 2012, já ingressaram na Uerj,  pelo sistema de cotas, 8.759 estudantes. Destes, 4.146 são negros autodeclarados, outros 4.484 usaram o critério de renda, enquanto 129 pelo percentual de portadores de deficiência, índios. “O desempenho da UERJ é excelente. Os cotistas derrubaram o mito de que o nível cairia nos cursos, o desempenho deles é ótimo”, elogia Teresa Olinda Caminha Bezerra, que produziu, em parceria com o professor de Administração Pública, também da UFF, Cláudio Gurgel, o artigo “A política pública de cotas nas universidades, desempenho acadêmico e inclusão social”, de agosto de 2011.

      Neste estudo, Teresa e Gurgel ajudam a derrubar um dos mitos do discurso anti-cotas. Dos 32 cursos oferecidos pela UERJ, seis são analisados no artigo, todos da turma ingressante no ano de 2006, e apontam para uma equivalência de notas no desempenho entre cotistas e não-cotistas, que contrapõe os valores alcançados no vestibular. No curso de Administração, os cotistas tiveram uma média de 30,48 pontos no vestibular, contra 56,02 dos não cotistas, quase o dobro de diferença. Porém, o desempenho durante o curso mostra um crescimento no rendimento dos cotistas, que chegam à média de 8,077 contra 8,044 dos não cotistas.

      A superação demonstrada pelos alunos cotistas é considerada “espetacular” por Teresa. “Eles rompem barreiras como preconceito e o histórico de ensino precário, mostrando que esse mito do ‘nível’ é apenas isso, um mito, sem qualquer base cientifica que se justifique.” Outro preceito desmentido no estudo é o da evasão (ver tabela abaixo), o que configuraria um “fracasso escolar”, nas palavras de Teresa e Gurgel. Nos seis cursos avaliados, a evasão de não cotistas é sempre maior.

      Hoje, dez anos depois da experiência da Uerj, 32 das 38 universidades estaduais já adotaram modelos de ações afirmativas. No princípio, leis estaduais obrigavam as instituições a oferecem cotas, caminho seguido por 16 delas. Porém, com o passar do tempo, a outra metade das adesões foi espontânea, se dando por meio de resoluções dos conselhos universitários.

      Alckmin e as “ilhas do privilégio branco”

      Entre as 32 instituições que tem ações afirmativas há uma divisão importante. Enquanto 30 delas se utilizam do modelo de cotas para a inclusão de negros, alunos de escolas públicas e portadores de deficiência, somente a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) optaram pelo sistema de bônus.

      O formato é criticado por especialistas e movimentos sociais. “O bônus é horrível porque não reserva vagas, não estabelece uma condição para que o estudante negro possa acessá-las. As alternativas que foram colocadas, do College até a atual bonificação são ineficazes, elas não reconhecem o elemento racial como fundamental para a garantia do direito ao acesso às universidades”, explica Douglas Belchior.

      “Os números que eles [USP e Unicamp] mostram são autoexplicativos, é uma política equivocada. Política pública tem que ser pragmática, se ela não produz resultado, não deu certo. O bônus você pode regular para fazer diferença, mas nessas universidades não querem que se faça a diferença”, afirma o cientista político do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp) da Uerj e coordenador do Grupo de Estudos Multidisciplinares de Ação Afirmativa (Gemaa) João Feres Júnior.

      Na USP, a bonificação oferecida à alunos PPI é de apenas 5% na média. Porém, o estudante só terá acesso ao benefício se for aprovado na primeira fase do vestibular. O sistema funciona desde 2006, quando foi criado o Programa de Inclusão Social (Inclusp). Números divulgados pela USP mostram que desde 2006 o índice de ingressantes na universidade por meio do Inclusp variou entre 24% e 29%, sendo que o maior índice foi alcançado em 2009. Em 2012, último ano com dados compilados, o índice ficou em 28%.

      Porém, a instituição paulista não desmembra os dados, impossibilitando que se saiba quantos negros e pardos conseguiram entrar na universidade. “A USP tenta mascarar os números, aliás os números falam o que você quiser. Os 28% apresentados pela USP são uma mentira apresentados assim. 28% quem? Quantos são negros? Em quais cursos eles ingressaram?”, pergunta Silvio de Almeida, presidente do Instituto Luiz Gama. Em matéria de junho de 2012, o jornal O Estado de S. Paulo revela que, em 2011, dos 26% de aprovados pelo Inclusp, apenas 2,8% eram negros e 10,6%, pardos, totalizando 1.409 alunos, entre os 90 mil da universidade.

      Na Unicamp, o sistema de bonificação oferece 20 pontos ao candidato que se autodeclarar PPI e mais 60 para os que pedem acesso por ter baixa renda. Porém, a média de nota da universidade de Campinas é de 500 pontos, chegando a 700 pontos em cursos como o de Medicina. O resultado da política de inclusão daUnicamp é um índice baixo de negros, pardos ou índios que acessaram a universidade. Desde 2003, quando o modelo foi adotado, o percentual variou entre o mínimo de 10,7% no primeiro ano e o máximo de 16% em 2005. No ano de 2013, apenas 13,2% de PPIs entraram na Unicamp.

      A culpa para o fraco desempenho é do governo paulista, para Douglas Belchior. “Em São Paulo, há um interesse político, que vem de cima, de manter a USP e a Unicamp como ilhas do privilégio branco. A tropa conservadora do [governador Geraldo] Alckmin tem maioria absoluta na Alesp, onde não se consegue instalar nem mesmo uma CPI sobre o cartel do Metrô, que é um escândalo absurdo. Nas universidades, os conselhos são dominados por educadores ligados ao PSDB e ao Alckmin.” A terceira estadual de São Paulo, a Universidade Estadual Paulista (Unesp) reservou pela primeira vez, em dezembro de 2013, vagas para cotistas. Foram apenas 391 vagas para negros, pardos e indígenas, do total de 7.259 disponíveis.

      A Frente Pró-Cotas Raciais, de São Paulo, iniciou uma campanha com o objetivo de conseguir 200 mil assinaturas para que um Projeto de Lei de iniciativa popular seja encaminhado e votado na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). No documento, o movimento pede que o estado separe 25% das vagas disponíveis nas universidades.

      Sudeste inclui menos

      Geraldo Alckmin (PSDB), tentou, em 2013, aprovar o Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Superior Público Paulista (Pimesp), projeto que foi massacrado por parlamentares e ativistas, que o consideravam racista, sendo derrotado nos conselhos universitários. O Pimesp propunha que os alunos aprovados no vestibular, na modalidade cotas, passassem a integrar um colégio comunitário que teria o intuito de nivelar os alunos considerados, pelo estado, mais “fracos”. Eram os chamados “colleges”.

      Segundo o estudo “As políticas de ação afirmativa nas universidades estaduais”, de novembro de 2013, do Gemaa, coordenado por João Feres Júnior, a inércia paulista coopera para que a região Sudeste (16,7%) seja a que menos inclui no país, contra 40,2% do Centro-Oeste, 32,6% do Nordeste, 29% do Sul e 26,6% do Norte. “São Paulo tem estaduais gigantes que não incluem. O Rio de Janeiro tem uma estadual eficiente e que é pioneira, mas é pequena. Minas Gerais tem um sistema “vagabundo”. Voltando para São Paulo, a USP não funciona, a Unicamp também e a Unesp nunca gerou vagas. O Alckmin nunca criou uma regulamentação decente. O Sudeste, mesmo nas federais, quando aprovada a lei (leia abaixo), foi muito resistente em aceitá-la”, afirma Feres Júnior.

      Silvio de Almeida lamenta que Alckmin não siga o mesmo prumo da maioria das universidades estaduais do país. “Ao se colocar numa postura de resistências às políticas de inclusão, que já se provaram eficientes, o governo paulista se coloca de maneira totalmente contrária aos interesses de uma parcela significativa de São Paulo.”

      Lei obriga adesão de política de cotas nas federais

      No segundo semestre de 2004, a Universidade de Brasília (UnB) foi a primeira instituição de ensino superior federal a adotar o modelo de cotas raciais como política de ação afirmativa. À época, se reservou 20% das vagas para quem se autodeclarasse como PPI.

      Somente em 2012 foi aprovada a Lei 12.711, determinando que as universidades federais devem destinar 50% de suas matrículas para estudantes autodeclarados negros, pardos, indígenas – conforme definições usadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE-, de baixa renda, com rendimentos igual ou inferior a 1,5 salário mínimo per capita, e que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas. O número de cotas para negros, pardos e indígenas é estipulado conforme a proporção dessa população em cada estado, segundo último Censo do IBGE, em 2010.

      Dados apresentados pelo Gemma em seu estudo “O impacto da Lei 12.711 sobre as universidades federais”, de novembro de 2013, indica um crescimento no número de estudantes negros as universidades comandadas pela União. “Em 2003, pretos representavam 5,9% dos alunos e pardos 28,3%, em 2010 esses números aumentaram para 8,72% e 32,08%, respectivamente”, aponta o documento.

      Antes da lei ser aprovada, 18 das 58 universidades federais do país ainda resistiam em aplicar alguma política de cotas ou bônus. Desde o vestibular de 2013, por força da legislação, todas as instituições já aderiram, ampliando o número disponível de vagas para cotistas de 140 mil para 188 mil. Silvio de Almeida, assim como a Frente Pró-Cotas Raciais, entende que a lei federal precisa ser revista, ampliando o número de vagas para cotistas. “Se vamos levar em consideração o percentual da população paulista de negros para estabelecer a quantidade de vagas, isso tem que ser feito em cima dos 100% das vagas, e não dos 50%, porque não seremos, no caso de São Paulo, 34,6% de negros na universidade, mas sim metade desse número. As demais vagas, continuarão nas mesmas mãos.”

      O argumento é reforçado por Feres Junior, do Gemaa. “A Lei federal de cotas foi muito difícil de aprovar, acho que politicamente é difícil que os movimentos sociais consigam modificar esse percentual agora. Porém, eles tem razão, da forma como está, você tem um teto baixo. É claro que existem negros entrando pela ampla concorrência, mas ainda é um número tímido.”

      Fonte: Brasil de Fato

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      1. Não há como negar a importância das cotas

         

        IV AVATAR (quarta-feira, 26/03/2014 às 05:41),

        Boa a discussão aqui neste post “Ao criticar Barbosa, Noblat exprimiu uma indignação geral contra a falta de compostura” de terça-feira, terça-feira, 25/03/2014 às 19:28 com a opinião de Luis Nassif sobre o imbróglio Joaquim Expedito Barbosa Gomes e Ricardo Noblat.

        Não pensei em emitir opinião a respeito. Nunca gostei de Ricardo Noblat. E torço para que Joaquim Expedito Barbosa Gomes perca um pouco a truculência que apenas serve para diminuir a importância dele no STF. Não concordo com o tratamento que Luis Nassif dá ao ministro Joaquim Expedito Barbosa Gomes, nem prevejo as consequências que Luis Nassif afirma que o comportamento do ministro Joaquim Expedito Barbosa Gomes produzirá. E a consequência não está no título do post, mas no trecho em que Luis Nassif fundamenta toda a crítica dele à decisão do ministro Joaquim Expedito Barbosa Gomes de processar Ricardo Noblat. O fundamento de Luis Nassif depois de exemplificar com o caso dele é o seguinte:

        “A questão que se coloca é outro: uma alta autoridade que se permite espetáculos públicos de grosseria, abusos verborrágicos incontroláveis, difamação de colegas, não é corresponsável pelas reações que gera, inclusive contra ele próprio?”

        A resposta é óbvia. Sim, o ministro Joaquim Expedito Barbosa Gomes é corresponsável pelas reações que gera. O que ocorre, é que ele é corresponsável, mas o responsável é o que fez a reação que nem se pode chamar de reação dado o caráter autônomo da vontade manifesta em cada ação que praticamos. Ricardo Noblat neste caso e Luis Nassif em relação ao Consultor Geral da República, Saulo Ramos, não podem ficar impunes se cometeram alguma ilegalidade, alguma ilicitude.

        Quando li o texto de Ricardo Noblat, considerei o texto como da pior espécie. Ainda assim, não quero que Ricardo Noblat se foda gostoso nem considero que Joaquim Expedito Barbosa Gomes é um monstro como expressa Jaime Balbino, no ótimo comentário enviado quarta-feira, 26/03/2014 às 16:33, mas espero que este processo sirva para a marcar um norte para a imprensa. A liberdade de imprensa ou de opinião pode ser ilimitada, mas ela tem custo. O texto de Ricardo Noblat traz mais do que o pecado da difamação o pecado capital da desinformação.

        Bem fiz este comentário aqui junto ao seu porque pensei em criticar o J. Roberto Militão. E não pensava em criticar o J. Roberto Militão um tanto pelas relações sem nexo que ele apresenta a todo instante, ou afirmações sem fundamentação como dizer que Condolessa Rice e Colin Power são reacionários de direita. A dizer assim onde ficariam os reacionários de direita. Nem queria criticar o J. Roberto Militão por assemelhar a cota a alforria com a diferença de que a alforria pode ser tomada e dizer que indicado pelo cota uma vez no cargo não se tem mais a lealdade. Ora todos os ministros chegam lá em razão de cota. Um na cota de primo, outro na cota de amigo, outro na cota do partido, outro na cota da ideologia. E são fieis. Se não fossem, os presidentes abririam mão da indicação, ou escolheria na base do sorteio.

        Eu pensei em criticar o J. Roberto Militão exatamente porque ele incorre no mesmo erro que Luis Nassif incorre, que Ricardo Noblat incorreu e que você como IV Avatar do Rio Meia Ponte também incorreu no comentário seu que J. Roberto Militão trouxe para junto do texto dele. Aqui também diria que imagino que Reprimido Censurado não no comentário dele um pouco acima e enviado quarta-feira, 26/03/2014 às 00:26, mas em outros comentários também comete. Você comete o erro de forma explícita como se pode ver na frase a seguir:

        “O retorno que Lula e todos nós esperamos é que Barbosa, como qualquer outra, se comportasse como juiz e não como advogado de acusação”.

        É exatamente o contrário do que você disse. Como membro do Ministério Público Federal – uma das razões para a indicação de Joaquim Expedito Barbosa Gomes – era de se esperar que ele se comportasse como advogado de acusação, ou como se diz nas pequenas cidades do interior na justiça estadual, como promotor de justiça. Ele está sendo fiel a esse motivo da escolha.

        Aproveito para lembrar aqui o post “Joaquim mostrou a realidade de um país sem códigos e sem leis, por Motta Araujo” de segunda-feira, 24/03/2014 às 07:22, aqui no blog de Luis Nassif e originado de texto de Motta Araujo. O endereço do post “Joaquim mostrou a realidade de um país sem códigos e sem leis, por Motta Araujo” é:

        https://jornalggn.com.br/noticia/joaquim-mostrou-a-realidade-de-um-pais-sem-codigos-e-sem-leis-por-motta-araujo

        Para explicar a indicação aqui do post “Joaquim mostrou a realidade de um país sem códigos e sem leis, por Motta Araujo” eu transcrevo o seguinte trecho de comentário meu enviado ter, 25/03/2014 às 20:46, para junto do post “A Secom, as cláusulas put e Marlim, e o efeito manada das denúncias incorretas” de terça-feira, 25/03/2014 às 12:32. Disse eu lá:

        “E por fim, lembro que dei uma olhada hoje, no post “Joaquim mostrou a realidade de um país sem códigos e sem leis, por Motta Araujo” de segunda-feira, 24/03/2014 às 07:22, aqui no seu blog e originado de comentário de Motta Araujo. Minha intenção era responder a comentário de segunda-feira, 24/03/2014 às 21:53 enviado por IV AVATAR junto a comentário meu enviado segunda-feira, 24/03/2014 às 14:31, para você. Segundo IV AVATAR dever-se-ia fazer justiça a Motta Araujo porque ele sempre fora coerente nas críticas a Joaquim Barbosa. Eu pretendia, concordando com IV AVATAR, dizer que eu ficara surpreso porque pelo título eu pensara que Motta Araujo tinha mudado de opinião”.

        E o endereço do post “A Secom, as cláusulas put e Marlim, e o efeito manada das denúncias incorretas” é:

        https://jornalggn.com.br/noticia/a-secom-as-clausulas-put-e-marlim-e-o-efeito-manada-das-denuncias-incorretas

        E lembro ainda que foi muito bom você trazer estes dados mostrando as melhoras substanciais nas condições materiais em razão das cotas. J. Roberto Militão pode ter razão em ver efeitos ruins da cota na dignidade do indivíduo, mas ele precisa reconhecer que o homem é ele e suas circunstâncias, e em um mundo capitalista as condições materiais são de extrema importância.

        Clever Mendes de Oliveira

        BH, 26/03/2014

        1. Os efeitos colaterias das cotas raciais

           

          Prezado Clever,

          vejo que é um comentarista detalhista e perspicaz, por isso, vale a pena contraditar vosso comentário em pontos que criticam minha visão dos fatos passados, presentes e futuros.

          Em primeiro, me considero um antirracista radical, em que vejo o sonho de Luther King nas figuras de meus filhos, netos e futuras gerações de pretos e pardos. Com o orgulho de serem o que são e de serem respeitados pelo caráter e demais qualidades que cultivarem.

          Principio pelo presente, quando vc aponta as ´condições materiais´ proporcionadas pelas cotas raciais. E eu que sempre fui defensor de Ações Afirmativas, por isso mesmo as reconheço. Porém o que aponto é que se tais melhoras das ´condições materiais´ forem decorrentes da segregação de direitos raciais isso será ruim, pois produzirá efeitos colaterais perversos. Os principais são: 1) o aprofundamento dos sentimentos de pertencimentos raciais em brancos e pretos (aliás, um objetivo reconhecido pelos defensores de políticas públicas raciais); 2) o outro ainda mais grave é a violação da dignidade humana do beneficiário; 3) que o racismo seja explícito e não sutil que é outra pretensão dos que têm interesse nos conflitos raciais.

          Aqui entra a situação do Dr. Joaquim, um ilustre Procurador da República, saindo da primeira instância para a mais Alta Corte, sem a oportunidade de conviver em Tribunais intermediários e agraciado pela doutrina da exemplaridade contida nas cotas raciais.

          Ainda jovem, se continuasse sua trajetória brilhante – interrompida – certamente o Dr. Joaquim exibiria credenciais, notável saber, currículo acadêmico e mérito próprio para chegar às Cortes Superiores e fatalmente chegaria ao Supremo Tribunal. Porém, com a precipitação do processo, apenas pelo fator da ´cota racial´, publicamente declarada pelo então Presidente Lula, ele teve a sua dignidade violada. Evidente que diante da missão histórica a que fora convocado ele não poderia recusar. Está pagando o preço. Um preço imenso que o afetará para sempre.

          Neste ponto entra o vosso elogio às cotas raciais, endereçada ao AVATAR:    “E lembro ainda que foi muito bom você trazer estes dados mostrando as melhoras substanciais nas condições materiais em razão das cotas. J. Roberto Militão pode ter razão em ver efeitos ruins da cota na dignidade do indivíduo, mas ele precisa reconhecer que o homem é ele e suas circunstâncias, e em um mundo capitalista as condições materiais são de extrema importância.”.

          Ora meu prezado. Aqui entra a questão do futuro. Os efeitos ruins que ´posso ter razão´ para quem não é afrodescendente, o futuro não tem importância alguma. Porém, para os pretos e pardos, não é a limitada vantagem do presente com ´substanciais melhorias nas condições materiais´ para 1% ou 2% dessa população, condenando-se todos os demais 99% ao estigma da ´inferioridade presumida´. Isso é o futuro que se nos espera com a adesão do estado às políticas públicas de segregação de direitos, pois não há na história da humanidade nenhuma política estatal racial que posse ser considerada com exitosa. Saudável. Todas as leis de segregação de direitos raciais são doentias por sua própria natureza. Dizia LUTHER KING, em sua ´Carta da Prisão´ de Birminghan (1963) com base na doutrina cristã de Santo Tomas de Aquino e Santos Agostinho, que “Uma lei injusta é uma lei humana sem raízes na lei natural e eterna. Toda lei que eleva a personalidade humana é justa. Toda lei que impõe a segregação racial é injusta porque a segregação deforma a alma e prejudica a personalidade.”.

          Nos EUA, na França, na Inglaterra, no Canadá fazem-se ações afirmativas sem a necessidade da segregação de direitos raciais. Pois há outros mecanismos para proporcionar aos jovens afro-brasileiros as condições para que se preparem e disputem as vagas universitárias em condições de igualdade. Ou seja, exige-se investimento público. Enquanto as ´cotas raciais´ não exige nenhum investimento. Basta retirar vagas de brancos pobres e as entregar a outros pobres, pretos e pardos. Isso é o prenúncio de antagonismos raciais que o ESTADO estaria eticamente proibido de fazer em relação a seu próprio povo. Esse era o ´grande medo´ de meu saudoso amigo professor MILTON SANTOS.

          Não cabe ao estado ensinar a pedagogia da classificação racial dos humanos. Cabe ao estado e seus agentes aprenderem a lição sociológica. Diz Weber: “O homem comum pode atuar conforme suas convicções, o conjunto de valores e crenças adquiridas. Já para o homem público, a ética atua em campo mais amplo: são obrigados a lidarem com a ética da responsabilidade. Eles se obrigam a pensar e responder pelos resultados futuros de suas ações.”.

          Note que nenhum destes países, nem os racistas dos EUA, praticaram a segregação de direitos raciais por imposição compulsória do estado, pelo simples fato da responsabilidade com o futuro e que fazei-lo viola as regras dos Direitos Humanos expressos pela Carta da ONU de 1948 e por todas as Convenções e Tratados que abordam a promoção da igualdade humana (e não racial).

          Você faz outra crítica relativa ao passado que trago como exemplo:   “… Nem queria criticar o J. Roberto Militão por assemelhar a cota a alforria com a diferença de que a alforria pode ser tomada e dizer que indicado pelo cota uma vez no cargo não se tem mais a lealdade. Ora todos os ministros chegam lá em razão de cota. Um na cota de primo, outro na cota de amigo, outro na cota do partido, outro na cota da ideologia. E são fieis. Se não fossem, os presidentes abririam mão da indicação, ou escolheria na base do sorteio.”.

          Você aponta corretamente que todos os Ministros são indicados por algum tipo de ´cota´. Mas o único indicado por ´cota racial´ foi o Doutor Joaquim. E é dele que estamos tratando e a quem, o jornalista Noblat apontou o dedo e afirmou: Você somente é Ministro em razão da cor. E isso todos nós sabemos. E eu lamento que o seja. Ele detém méritos para continuar estudando e se preparando para chegar ao STF pelo reconhecimento do notável saber. E isso foi impedido.

          Mas a relação que faço é que tanto a alforria quanto as cotas raciais são instrumentos que não se destinam a acabar com a opressão. Nem se destinava a acabar com a escravidão. Nem é instrumento para acabar com o racismo. São instrumentos para a convivência e manutenção do sistema condenável. O que afirmo de diferente no caso do Ministro Joaquim é que, diferentemente do instituto da alforria, as cotas raciais não são revogáveis, e, portanto, não induzem a um dever de lealdade presumida.

          “E não pensava em criticar o J. Roberto Militão um tanto pelas relações sem nexo que ele apresenta a todo instante, ou afirmações sem fundamentação como dizer que Condolessa Rice e Colin Power são reacionários de direita.”

          O alforriado tinha um dever de absoluta gratidão e lealdade sob pena de ter revogado o benefício. (naquele comentário de 2012 eu rebatia a alegação do post de ANDRÉ ARAÚJO que exigia o dever de lealdade dos indicados ao STF). O cotista racial não tem esse dever. E via de regra em vez disso ele passa a defender o lado que não oferece a indigna ´cota racial´. E exemplifico com o General Power e a Doutora Condolessa, ambos são frutos de cotas raciais que são políticas públicas e bandeira do partido democrata e que se aliaram aos republicanos, representantes do pensamento de direita (Bush´s) em missões de opressão e submissão de povos do terceiro mundo.

          E mais, exemplifico: nos últimos quarenta anos não surgiram nos EUA nenhuma nova grande liderança antirracista afro-americana. Embora, hoje, a comunidade afro-americana sobreviva em piores condições relativas do que nos anos 1960, e que o candidato Obama disse em 2008, tratar-se do pior niilismo social que se abatia sobre aquele povo que continua vítima do odioso racismo.

          Enfim meu caro sobre as melhoras das condições materiais o que afirmo é que existem outros mecanismos para proporciona-las sem a violação da dignidade humana do beneficiário como tem sido feito com o ilustre Ministro. De fato ele chegou cedo demais àquela cadeira e não foi pelo reconhecimento de seu notável saber jurídico. Foi pelo critério de uma cota racial. E ainda ontem assistia sua entrevista a Roberto D´Áwila em que nega ter chegado ao STF em razão das cotas raciais. É compreensível: ninguém jamais gostaria de subir à custa de um privilégio de origem racista.

           Agradeço a reflexão e o contraditório.

           

           

           

          1. Após 64 Joaquim Barbosa é o primeiro advogado acusador no STF

             

            J.Roberto Militão (quarta-feira, 26/03/2014 às 23:58),

            Este comentário foi enviado hoje, quinta-feira, 27/03/2014 às 14:29, equivocadamente lá para o post “Ética, Heiddeger e Woody Allen” de terça-feira, 04/02/2014 às 14:18. Esta falha não teria muito importância se mais à frente eu não houvesse deixado o link para o post “Ética, Heiddeger e Woody Allen”. e assim lá o link ficou em redundância.

            Primeiro obrigado por ter respondido cordialmente às criticas que eu fizera um tanto enviesadas em meu comentário enviado quarta-feira, 26/03/2014 às 21:40 para junto do comentário de IV AVATAR enviado quarta-feira, 26/03/2014 às 05:41, aqui neste post “Ao criticar Barbosa, Noblat exprimiu uma indignação geral contra a falta de compostura”.

            O meu detalhismo muitas vezes me incomoda, pois rouba-me o tempo, mas tem sido-me útil também com frequência. Em decorrência de sua referência a comentário seu em post de Andre Araujo, eu pude encontrar um bem detalhado comentário que eu enviei domingo, 30/09/2012 às 23:30, para Andre Araujo junto ao post “O erro de entender o STF como técnico e politicamente neutro” de sábado, 29/09/2012 às 14:59 e oriundo de um comentário de Andre Araujo junto ao post “Barbosa prepara penas duras para Dirceu e Delúbio”. Talvez não tão bem porque poderia ter alguma crítica a fazer a comentário seu a que eu faço menção e que foi transfomado em post e no entanto eu apenas disse que concordava com ele no geral.

            Você deixou o link para o post “O erro de entender o STF como técnico e politicamente neutro”, mas permitindo ver apenas seu comentário. Deixo então o link para todo o post “O erro de entender o STF como técnico e politicamente neutro” na primeira página onde o meu comentário é o primeiro da lista:

            https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/o-erro-de-entender-o-stf-como-tecnico-e-politicamente-neutro

            Recentemente precisei de fazer referência a minha percepção do que o julgamento da Ação Penal 470 no STF representaria para a justiça brasileira. Foram muitas intervenções, mas eu não tinha muito tempo para fazer pesquisa e assim como eu não conseguia chegar rápido a um post daquela época, eu deixava de lado a possibilidade de indicar um comentário mais antigo já expressando minha percepção.

            Com a sua indicação eu resolvi o meu problema. Aquele meu comentário para Andre Araujo esclarece bem a minha percepção. E em meu entendimento há nele links muito importantes. Menciono apenas o link para a declaração do voto do ministro Enrique Ricardo Lewandowski proferido na sessão de quinta-feira, 20/09/2012, no julgamento da Ação Penal 470 no STF e que se encontra no seguinte endereço:

            http://www.youtube.com/watch?v=m6uyOzTG2T8

            Temos opiniões distintas. Não vejo muita possibilidade de prosperar uma redução dessas divergências. Não falo por você, mas bem por mim. Aqui vale mencionar o post “Ética, Heiddeger e Woody Allen” de terça-feira, 04/02/2014 às 14:18, aqui no blog de Luis Nassif e originado de sugestão de Marco St. para o texto “Woody Allen e Heidegger: Morte aos monstros!”, saído na Revista Bula e de autoria do médico e filósofo Flávio Paranhos. No texto, Flavio Paranhos transcreve o Aforismo XLVI do “Novum Organum” de Francis Bacon e eu o transcrevo também a seguir:

            “O intelecto humano, quando assente em uma convicção (ou por já bem aceita e acreditada ou porque o agrada), tudo arrasta para seu apoio e acordo. E ainda que em maior número, não observa a força das instâncias contrárias, despreza-as, ou, recorrendo a distinções, põe-nas de parte e rejeita, não sem grande e pernicioso prejuízo.”

            E deixo também a seguir o link para o post “Ética, Heiddeger e Woody Allen”:

            https://jornalggn.com.br/noticia/etica-heiddeger-e-woody-allen

            Ao ver o voto do ministro Enrique Ricardo Lewandowski, eu percebo que desde a última semana de setembro de 2012, eu tenho a mesma opinião formada sobre a Ação Penal 470 no STF. Desde aquela época já se pode encontrar a crítica que eu fiz a você, a Luis Nassif, a Ricardo Noblat, a IV Avatar do Rio Meia Ponte e também mencionei Reprimido Censurado não em razão do comentário dele um pouco acima e enviado quarta-feira, 26/03/2014 às 00:26, mas de possíveis outros comentários, crítica segundo a qual vocês se enganam sobre a lealdade de Joaquim Expedito Barbosa Gomes. É o que se pode ver em meu comentário para o post “O erro de entender o STF como técnico e politicamente neutro”.

            Em meu comentário aqui no post “Ao criticar Barbosa, Noblat exprimiu uma indignação geral contra a falta de compostura”, ficou faltando eu ter relacionado Motta Araujo ou Andre Araujo. Quando vi hoje o meu lapso, eu pensei em brincar dizendo que eu não mencionara Motta Araujo ou Andre Araujo, porque a minha intenção era nomear somente gente de esquerda. Havia o Ricardo Noblat, mas o tenho como de esquerda, ainda que se possa dizer que a esquerda dele é a esquerda que não tem a lealdade. Não a lealdade da submissão, mas a lealdade da altivez. Lealdade que existe quando se comunga de idéias e convicções semelhantes.

            Não dei exemplo em meu comentário de quarta-feira, 26/03/2014 às 21:40, para IV AVATAR quando mencionei as suas relações sem nexo, mas pensava em situações como a referência sua a fala de Milton Santos e que transcrevo a seguir:

            “Eu tenho um grande medo de que aqui se reproduza essa… essa história americana do crescimento separado (por raças)… Me dá a impressão que muitas coisas mostram que estamos indo nessa direção… E isso me assusta muito!!!”

            Não vejo na crítica de Milton Santos uma crítica à questão de cotas.

            Também vejo você cometendo falta de relação no parágrafo com citação de Immanuel Kant e que transcrevo a seguir:

            “Em verdadeira vingança pessoal, inconsciente, por ter sido escolhido e exposto ao mundo como um exemplar da ´raça negra´ violando profundamente, a sua dignidade humana. Neste sentido, sempre válida e irrefutável a lição de I. KANT, consagrando a máxima da igualdade humana:  “Age de tal forma que trates a humanidade, tanto na tua pessoa como na pessoa de qualquer outro, sempre também como um fim e nunca unicamente como um meio”.

            Também não vi razão em se utilizar dos ensinamentos de Luther King para criticar as cotas como você faz no comentário que você me endereçou na parte que transcrevo a seguir:

            “Dizia LUTHER KING, em sua ´Carta da Prisão´ de Birminghan (1963) com base na doutrina cristã de Santo Tomas de Aquino e Santos Agostinho, que “Uma lei injusta é uma lei humana sem raízes na lei natural e eterna. Toda lei que eleva a personalidade humana é justa. Toda lei que impõe a segregação racial é injusta porque a segregação deforma a alma e prejudica a personalidade.””.

            E lembro aqui os que para você seriam os principais efeitos colaterais decorrentes de cotas raciais, se é que você está chamando cotas raciais como segregação de direitos raciais. Nas suas palavras:

            “Os principais são: 1) o aprofundamento dos sentimentos de pertencimentos raciais em brancos e pretos (aliás, um objetivo reconhecido pelos defensores de políticas públicas raciais); 2) o outro ainda mais grave é a violação da dignidade humana do beneficiário; 3) que o racismo seja explícito e não sutil que é outra pretensão dos que têm interesse nos conflitos raciais”.

            Primeiro é bom lembrar que só existe a raça humana. O que se trata é de cota por cor da pele ou por etnia se se adotar algo parecido. Aliás, poderia ser adotada cotas para mulheres na política. E depois não vejo razão para ver como algo perverso no atual estágio da humanidade o aprofundamento dos sentimentos de pertencimentos. Sou a favor de que não exista país, mas não vejo como perverso aprofundar o sentimento de pertencimento a um país. O exagero que leva à secessão ou a segregação deve ser combatido, mas eu não vejo como exagero o aprofundamento do sentimento de pertencimento.

            A questão da violação da dignidade eu penso que será sempre um problema, mas cabe ao estado deixar sempre presente a justificativa das cotas, na tentativa de minorar este problema. Serve como exemplo a criação de cotas para mulheres na política. Já se sabe que mesmo sendo maioria populacional, as mulheres são minorias na política. Talvez porque na política ainda prevaleça o poder econômico. Se sabe também que nos países onde as eleições parlamentares são majoritárias as mulheres ficam mais em minoria do que nos países onde as eleições parlamentares são proporcionais.

             As eleições proporcionais são uma forma de proteção das minorias. A opção pelas eleições proporcionais deve ser vista como uma forma de minorar o problema das minorias de serem excluídas do processo de decisão. E é uma forma também de enfrentar o problema que se observa de que, mesmo sendo maioria em número, mas sendo minorias em poder econômico, as mulheres estão sub-representadas no espectro político.

            Reduz-se ainda mais o problema se se adota a cota para as mulheres na política. Se não existirem as cotas talvez sejam necessárias dezenas de anos para que haja mais mulheres na representação política. É para cortar caminho que se criam as cotas. É para cortar caminho que se cria o bolsa família. É para cortar caminho que se cria o salário mínimo. Mesmo que fira a dignidade da pessoa saber que ele recebe aquele salário mínimo porque existe a lei do salário mínimo, o Estado não deveria abrir mão deste poder. O argumento de ferir a dignidade poderia ser usado para tudo. Fere a dignidade estar na faixa de isenção do Imposto de Renda, ou de não está na faixa das alíquotas mais altas. E então só se aceitaria a alíquota proporcional. E há sempre a possibilidade de quem se sentir ultrajado na sua dignidade, recusar para proveito próprio a aplicação da cota.

            E quanto ao seu terceiro efeito perverso, eu não considero ruim que o racismo seja explícito e não sutil. Até porque o racismo explícito é apenado.

            E volto a insistir depois do golpe de 64, Joaquim Expedito Barbosa Gomes é o primeiro ministro com formação de advogado de acusação. Para o PT que aumentou a pena de corrupção, para o PT que não conseguiu aumentar a pena para o caixa dois, Joaquim Expedito Barbosa Gomes tem sido extremamente leal. Foi o fato de todos analisarem Joaquim Expedito Barbosa Gomes apenas pela cor, esquecendo que uma razão para ele ser chamado foi a passagem dele no Ministério Público Federal exercendo uma atividade de combate à sonegação o motivo de meu comentário a IV AVATAR.

            Disse em meu comentário para IV AVATAR que eu não gostava de Ricardo Noblat e que gostaria que Joaquim Expedito Barbosa Gomes perdesse a truculência para que o papel que ele teve no STF em especial com no julgamento da Ação Penal 470 possa ser mais destacado. E normalmente quando eu faço este elogio a Joaquim Expedito Barbosa Gomes, eu mostro o quanto foi importante no resultado na Ação Penal 470, o papel de Enrique Ricardo Lewandowski. O papel de Enrique Ricardo Lewandowski foi de construção jurídica da sentença, lapidando manifestações um tanto truculentas de Joaquim Expedito Barbosa Gomes.

            Não disse lá e digo aqui, que, apesar de considerar que Joaquim Expedito Barbosa Gomes teve papel importante na Ação Penal 470 e que ele foi leal ao desempenhar o papel de advogado acusador que se esperava dele, considero a concepção política de Joaquim Expedito Barbosa Gomes bastante atrasada. Aliás esta concepção política atrasada de Joaquim Expedito Barbosa Gomes guarda lealdade com a concepção de política antiga do PT que levou Lula a se referir aos 300 picaretas do Congresso Nacional.

            Enfim, a minha crítica a Joaquim Expedito Barbosa Gomes não é semelhante a que outros fazem a ele. Não entro no mérito da influência da cor de Joaquim Expedito Barbosa Gomes no comportamento dele no julgamento da Ação Penal 470. Sei que teve muita influência o conhecimento como advogado acusador que ele tinha nos processos penais na esfera federal.

            Clever Mendes de Oliveira

            BH, 27/03/2014

    2. Menos, Militão. Se tem uma

      Menos, Militão. Se tem uma decisão equivocada do Supremo que pode ser referida nessa discussão é a da absolutização da liberdade de expressão sobre todos os demais direitos individuais.  Essa sim, deve ser esfregada nesse processo, porque se ela vale para defender quem quer defenestrar outras autoridades, inclusive Presidentes da República, também serve para defender quem quer defenestrar o Presidente do Supremo. Para esta decisão podemos dizer ao JB: quem pariu Mateus, agora o embale.

      A questão das cotas não tem absolutamente nada a ver com isso. Você faz uma relação que beira a má fé. JB acusa Noblat de crime de racismo, que foi regulamentado muito antes das cotas, ou você acha que racismo também não deveria ser criminalizado para não desagradar os brancos da casa grande e não causar comoção social? Você é muito mais inteligente do que isso, como já verificamos em muitos dos seus comentários nesse blog. Continue sua luta contra as cotas raciais, mas sem apelação.

      Além disso, não deveríamos utilizar briga de cachorros grandes para referir direitos que atingem uma grande parcela da população que não pode se defender de maneira nenhuma e que insiste em sobreviver, apesar de tudo. Noblat não é exemplo de nada, mas tudo o que disser ou fizer será defendido por uma poderosa banca de advogados. Quanto ao Ministro, o aparato ao qual ele pode recorrer é óbvio. Essa briga tem outros grandes interesses de poucos privilegiados, e pouco ou nada tem a ver com os interesses dos muitos excluídos.

  28. Preconceito x transformação em tabu

    Este assunto me lembra uma comentarista que reclamou que o marido falar “minha mulher” era inadequado, porque a mulher não era posse do marido.

    Retruquei que ela estava exagerando, porque não era posse, mas relação.

    Até um tanto ao contrário, eu não sou dono do “meu” chefe”, da “minha” mãe, do “meu” colega, da “minha” avó, etc.

    Porque digo isso? Porque a inescapável luta contra os preconceitos não pode chegar ou passar do ponto de não se poder mais falar confortavelmente sobre os assuntos relacionados, principalmente quando são ou podem ser reais.

    Ou não se pode mais comentar aspectos causas e efeitos relacionados a um(a) negro, gay, puta, latino(a), asiático(a), japonés em Seoul, coreano em Tókio, muçulmano, judeu, branco no Harlem, indiano em Londres,marroquino em Paris..?

    Racismo e outros preconceitos são a pratica de relações negativas entra a parte preconceituosa e a preconceituada, com efeitos negativos  para esta.

    Emitir opinião (mesmo que conjectura, equivocada) de que alguém age assim ou assado porque foi pobre na infância ou porque o pai era violento ou a avó era imigrante ou mesmo a mãe era bilionária é apenas opinião. Um direito inalienável!

    Pode no máximo ser uma bobagem. Mas não será “preconceito”, a menos que a pessoa diga que todos que xxx são yyy.

    Portanto, achei desnecessária a análise de cor do Noblat, mas é uma conjectura que pode até ser verdadeira. Não denegriu o ministro por sua cor. Criticou seu comportamento (como a maioria de nós) e fez uma hipótes (plausível) de causa e efeito do próprio em relaçaõ a sua cor e aos efeitos que isto lhe causou.pela vida.

    Não vamos exagerar. Não vi racismo, mas uma teoria desnecessária sobre o assunto. Se o tal do Noblat, que ja tive o prazer de desancar em seu próprio blog, cometeu um erro, foi o exagero psicoterápico-opinático negro-relacionado sobre o comportamento de Joca Brabosa;

    A menos que seu blog fosse freudiano, jungiano ou similar, devia se ater ao que interessa (publicamente): o execrável comportamento do sinistro, digo ministro.

    As causas? Melhor que o Joca procure um profissional.

     

    PS: Não me lembro se já contei essa aqui, mas vamulá:

    Eu, um branquelo que frequentava Mangueira, Maxwell, Vila Isabel, Renascença, Estácio, Salgueiro, etc.,fui numa pequena escola na Lapa, onde a coisa estava mais preta do que o mix habitual. Aí eu e meu amigo (desbotado como eu) fomos abordados por um “armário de ébano” já meio “liquefeito” que nos disse: “Tão vendo essa linha aqui?”, apontando para o chão que não tinha linha alguma. Balançamos a cabeça e ele repetiu: “Eeeeeessa aqui, pô!”, mostrando-nos a renitentemente invisível linha. Na terceira, percebemos que “tinnhamos que ver” a porra da linha (sempre invisível) e acedemos. (“Sim, por que?”. Aí ele completou: Então, dessa linha aqui, branco num passa, morô?!

    Hehe, sim, não ousamos passar “dela”, até que algum tempo depois já estávamos tomando cerveja com o armário e ficamos bem vindos e habitués na quadra, que nem me lembro mais o nome.

    Mas lembro muito bem do Nelsão da linha!

     

  29. Noblat trabalhou em Angola, África.

    http://www.onordeste.com/onordeste/enciclopediaNordeste/index.php?titulo=Ricardo+Noblat&ltr=r&id_perso=1423

    Vivendo uma espécie de exílio do Jornalismo, trabalhou 3 anos em Angola, em meio a uma das mais sangrentas guerras civis da história do continente africano. Em Luanda, com a equipe da Propeg, agência de publicidade brasileira, ele trabalhou no marketing político que ajudou a eleger o presidente José Eduardo dos Santos, opositor de Jonas Savimbi.

  30. Os dois. Estão no mesmo nivel

    Os dois. Estão no mesmo nivel rasteiro e cinico. O critico e o criticado. O acusador e o acusado. Ambos produziram perolas  da falta de educação, da falta de civilidade e de abuso de poder. Toda critica fica invalida quando se envereda por alusões a “cor” da pessoa, como se a “cor” moldasse o carater. A critica foi deselegante e rasteira. E não tem um unico traço de indignação. É baixaria mesmo. Quanto ao ministro, desnecessario dizer que, quando se trata de acusações por falta de decoro, é uma unanimidade. Ambos se merecem. Só lamento que o programa de estreia do Roberto Davila tenha sido aquela lambança ridicula, para aplacar a furia do ministro. A Globo não tem jeito mesmo. Quando a gente pensa que vai melhorar, só piora. 

  31. Ao se discutir os males da

    Ao se discutir os males da política , sempre se cai no mesmo problema : a falta de consolidação das instituições políticas brasileiras .

    Falta de transparência , falta de independência , falta de consciência da missão institucional que originou sua criação.

    O Congresso funciona em função do Executivo . O Executivo funciona em função dos grupos de interesse que o dominam . Judiciário e Ministério Público formam uma panelinha. 

    Que procurador irá se pronunciar contra o Presidente do STF ? Em democracias consolidadas , qualquer um . Em nações como a brasileira , somente aqueles tipos raros embuidos de espírito idealista  , a exemplo do juiz  Fausto de Sanctis.

    Só que o cenário é tão desalentador a ponto de transformarem Barbosa em herói nacional , e Fausto de Sanctis ser jogado ao ostracismo.

  32. Caso NoblatXBarbosa

     Olha, eu n]ao concordo com o pensamento de Alan Sousa ou os que pensam como ele. Se formos nivelar da mesma maneira, somos como eles.  Não temos o direito de reclamar nada. Eu diria como Voltaire: Discordo de voce, mas defenderei o direito de dize-lo, seja o que for.  Não acho que a figura Noblat está em questão. Poderia ser qualquer um. Está em questão é a postura de um Poder Judiciário que age a bel-prazer, seja eu, voce ou Noblat. 

     Que instituições temos e nas quais poderemos confiar? Ser ou não ser?

  33. Jamais, em minha sã

    Jamais, em minha sã consciência, eu imaginei que iria defender Joaquim Barbosa. 

    Não há motivos para fazê-lo, em plano algum. Basta ver sua verborragia exagerada. Seu julgamento do julgamento de outros juízes, sua politização de assuntos judiciais, suas grosserias e histrionismo. 

    Ajudou, junto Gilmar Dantas(mendes), a criar crises entre os poderes, ao desrespitar os limites que existem entre eles. Porta-se de maneira indelicada, bruta, enfim. Pode-se disser o que queira dele. Mas dou-lhe hoje parabéns. 

    Foi lendo o livro de Nassif, aquele que fala sobre o jornalismo, que cristalizei em mim aquilo que é uma verdade pós Collor: o jornalismo se deu conta, com a destituição de Collor, do poder que tinha. 

    Ao ler o texto de Noblat, me chama a atenção um ponto, ao se referir a Barbosa, afirma: “QUEM ELE PENSA QUE É?”

     

    Pelo mal exercer, pelo mal conduzir, pelo mal portar-se, ainda assim não se pode negar: é o representante máximo de um dos três poderes da república.  Nisso, o que me chama a atenção, e destaco tal chamamento, não está em JB, mas sim em NOBLAT. Quem, ao interpelar desta forma, o represenante em chefe de um dos poderes da república, o jornalista pensa que é? Esse é o absurdo que vivemos: o jornalistmo se pondo como avalizador dos poderes, como um poder aparte, superior, a quem compete não informar, mas LEGITIMAR OU NÃO, COMO TEM FEITO, OS PODERES DA REPÚBLICA. Se vivemos uma crise institucional, neste momento, é por um jornalismo que nos empurra ao facismo exatamente porque move, com unhas e dentes, uma campanha de descrédito contra as instituições, a política, a justiça. Se vivemos o que vivemos é porque temos, no jornalismo, dominado por quatro grandes grupo de mídia e seus interesses, um poder que não é limitado nunca  pelos demais, pela sacrosanta liberdade de imprensa,  e que se tornou avaliador legítimo de todos ou outros. Um poder que constrói e destrói legitimidade, a seu bel prazer. 

    Antes de ser cuspido, que ao menos ” O Batman de Pindorama”  prove ao criador que nem sempre é possível controlar a criatura. 

    Rogo, neste momento, é para que o governo Dilma acorde. Rápido. Para que acordem todos. A criação de um ambiente pesado, o descrédito das instituições, o estímulo ao povo na rua de forma violenta, e de posições extremadas, cria ingredientes que pouco se tem lido como deviam. Criou-se artificilamente, pela insuflação artificial de revolta, pelo descrédito, pelo estímulo ao ” resolva com suas próprias mãos”, uma panela de fervura que indica que articialmente que o páis vive um péssimo momento, CAOS, CRISE, VIOLÊNCIA, E QUE NÃO HÁ SAÍDA DENTRO DAS INSTITUIÇÕES, TIDAS COMO PODRES E CORRUPTAS. Cava-se, inclusive com a construção e erosão rápida de figuras como o “Batman de toga “, combustível para sim, um golpe. Enquanto isso, os poderes todos dormem, enquanto são erodidos. Quando acordaremos? Quando o governo Dilma acordará, tão invertebrado que anda, sempre sem reagir a erosão continuada das instituições, no imaginário popular?

    1. Noblat já perguntou “quem ele
      Noblat já perguntou “quem ele pensa que é?” para o Lula, para a Dilma, pro Renan( que o processou), pro Dirceu, pro Genoino, pro Rui Falcão e até pro Arruda, na tentativa de provar aos leitores que não são amigos quando ele foi preso.
      Não é uma afirmação racista. É uma demonstração de incredulidade diante daquilo que ele acha absurdo ou desmando.

    2. Excelente contribuição,

      Excelente contribuição, Marcus!

      Compartilho dos mesmos receios. Também concordo que as instituições de um modo geral estão muito inertes com relação ao poder da imprensa e a sua falta de regulação. O povo e as instituições que o representa esquecem que a imprensa, do jeito que é hoje, não tem interesse público, não representa o interesse da maioria. Ao contrário, trata-se de organização privado, defendendo com unhas e dentes o interesse de quem lhes paga. A grande imprensa não é controlada ou regulada pelo povo e sim o oposto, exerce um controle social pela disseminação de idéias, muitas vezes duvidosas e obscuras.

      Ao menos o governo deveria aprovar/regular o DIREITO DE RESPOSTA, mas se percebe que os poderes não avançam neste debate, possivelmente por está cooptado pela imprensa!

  34. O grande problema do texto é

    O grande problema do texto é que foi publicado no Globo! Tivesse sido na Carta Capital e Joaquim não daria pelota pra ele. Mas é da lavra do Noblat, que pela lógica deveria ser um “aliado” de Joaquim… Sinceramente não consegui ler até o fim a “denúncia” da procuradora, nem a representação da fera! Parei quando me deu vergonha do meu velho diploma de advogado ensebado na parede! Mas li o texto do Noblat, que ainda não conhecia (não leio O Globo), espremendo ao limite minha capacidade de isenção, e não vi nem sombra do que poderia ser considerado uma ofensa ao meritíssimo. Já não leio o Noblat há anos, acho-o um capacho dos Marinho! Mas neste caso penso que está totalmente inocente! A lei o protege, mas a lei, ora, a lei!!! A publicidade do caso pode atenuar a sanha insana de vingança de JB, que já fez coisa pior por muito menos. Se deixar pelo curso das águas, é provável que suas víceras sejam expostas em praça pública, com sorriso  de JB em primeiro plano, tendo sua pupila à tiracolo e os demais áulicos palacianos aplaudindo ao fundo…

  35. Nassif, há um post seu sobre

    Nassif, há um post seu sobre Barbosa que reverbera a mesma “bobagem de psicologia racial”. Tanto no seu caso, como no de Noblat, percebi um certo “ranço explicativo de cunho étnico”, como se ele não pudesse ser enfezado por outra razão que não fosse ter sido maltratado antes por ser negro.

    Como já disse, seria o mesmo que tentar explicar o “enfezamento” de Dilma por suas raízes búlgaras….

  36. Noblat, Diego Escosteguy,

    Noblat, Diego Escosteguy, Joaquim Barbosa são todos farinha do mesmo saco!

    Joaquim Barbosa é o bobo da corte!

    Quando os holofotes estavam apontando para o “BATBARBOSÃO” ele tinha orgasmos homéricos…

    Fez a alegria da GLOBO, VEJA e de TODO o Partido da Imprensa Golpista… se meteu num lamaçal sem precedentes!

    Vendeu a alma ao diabo! Agora quer desquite!

    O buraco é mais embaixo!

    Já dizia minha avó: Quem com porcos se misturam, farelo come! 

  37. Noblablablá

    Quando adentrou no campo da “psicologia racial” é que Noblat disse o que queia dizer: “Ele nos serve para o momento mas, como negro, na verdade não nos serve, e sua triuculência excessiva (como se Noblat fosse menos truculento e excessivo) denota sua inferioridade patológica”. Assim, Noblat satisfez seus leitores de duas formas: superdimensionando a ação penal para “ferir de morte” (sem conseguir) o PT; manter as pessoas em seus devidos lugares – nós brancos aqui, ele negro lá, nos servindo.

  38. Datas
    O “artigo” de Noblat

    Datas

    O “artigo” de Noblat :

    Ele passou o fim de semana copiando e colando parágrafos de várias fontes e blogs daquela semana, fez um apanhado, inseriu um ou dois paragrafos de sua autoria, e na segunda-feira, mandou bala.

    No dia do seu aniversário, JB aceitou o presente e fez a representação.

     

  39. Não me solidarizo. O Brasil
    Não me solidarizo. O Brasil não vai ficar mais ou menos déspota por causa desse processo. Pelo contrario, tal absurdo só se dá porque outros tantos já ocorreram nas mãos dos mesmos dois protagonistas. Quero que o Noblat se foda gostoso nas mãos do monstro que alimentou e pensou poder controlar como se fosse seu dono. Essa, aliás, deve ser a ofensa que o JB achou ter encontrado no texto do amigo.

  40. Noblat é um cara equilibrado

    Lamento que ele tenha sido mal interpretado amplamente pelos leitores. Espanto-me que tenha sido mal interpretado pelo chefe do lamentável Poder Judiciário brasileiro.

    Ricardo Noblat é um cara equilibrado. Avalizar as condenações do mensalão não retira dele esse caráter. Ele pode ter deslizado uma ou outra vez (e seguramente o fez) levado pela onda midiática, mas ocupa um campo cada vez mais vazio da imprensa brasileira.

     

    1. Noblat parece equilibrado
      Noblat parece equilibrado porque ele se impõe limites. Derrapa quando quer e quando se submete ao patrão. O alter-ego do Noblat é o Augusto Nunes, que ele republica no seu blog sem qualquer mediação e com destaque. Ali se calúnia e se ofende tudo o que o Noblat sênior não se permite expressar.

  41. “O Brasil esta vendo o maior

    “O Brasil esta vendo o maior ajuntamento de mediocridades, em todas as instâncias da sociedade, de toda a sua história”. – Boninho de Andrada e Silva

  42. Compreendendo a briga entre Barbosa e o PIG

    Compreendendo a briga entre Joaquim Barbosa e o PIG

    Por várias vezes Joaquim Barbosa declarou que não seria candidato à presidência da república.

    Ao fazer estas declarações Barbosa estava querendo dizer que aceitaria se candidatar a um outro cargo qualquer, ao de senador, por exemplo, pelo Rio de Janeiro.

    Eduardo Campos compreendeu a jogada e pensou em convidá-lo para entrar no PSB. Uma vez no PSB, Barbosa ficaria confortavelmente esperando pela edição especial do Jornal Nacional que lançaria na política o homem que manteve preso o “maior bandido de todos os tempos”, e em regime fechado.

    Mas o PIG acha que Joaquim Barbosa é ainda uma pessoa extremamente útil na condição de ministro do Supremo, principalmente considerando o fato de que o Ministro Lewandowski assumirá a presidência do STF em breve.

    Ou seja, o PIG arrastou o tapete do Barbosa que pensava em se candidatar ainda este ano, no auge da perseguição contra Zé Dirceu.

    Está claro que a candidatura de Barbosa a qualquer cargo, mesmo em 2016, ainda vai depender do seu desempenho na “qualidade” de perseguidor implacável dos dois Zés: Zé Dirceu e Zé Genoíno. E é por isso que eu acho que essa briga entre Barbosa e o PIG ainda vai sobrar principalmente para os dois Zés.

    Mas Barbosa não ficou nada satisfeito com esta “quebra de contrato”, ou melhor, com o fato de ele ter que esperar até 2016 para se candidatar a um cargo eletivo qualquer, talvez até o de vereador. E espumando de ódio pelo ocorrido, Barbosa resolveu dar o troco processando o Ricardo Noblat e se queixando do repórter da revista Época que o entrevistou, ambos empregados das Organizações Globo, como é também o seu filho.

    E a Rede Globo que se cuide porque Joaquim Barbosa é muito vingativo.

     

  43. Noblat errou e deve pagar.

    Na minha opinião, o conteúdo do texto do Noblat é extremamente racista e ofensivo. Não importa se é ou não o Joaquim Barbosa.

    Melhor seria ouvirmos as entidades de defesa de etnias.

    Noblat deve pagar. Agora eu inverto a pergunta: quem o Noblat pensa que é?

     

  44. No Brasil há exagero no julgamento ou critica a erros de Negros

    Lembrem de Pelé e “criancinhas”.

    Lembrem de Wilson Simonal.

    Nas Empresas normalmente negros são avaliados somente pelos seus erros.

    Sempre tem a praga do mas quando somos elogiados.

     

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