Apenas 37,9% das pessoas do mundo estão conectadas à internet

Jornal GGN – De acordo com dados reunidos pelo Facebook, apenas 37,9% das pessoas do mundo estão conectadas à rede de computadores. O que é mais impressionante, muita gente nunca nem ouviu falar da internet. É o caso de 50% dos cidadãos da África do Sul, 65% dos moradores de Gana, 69% das pessoas na Índia.

Ainda há 4 bilhões de pessoas que não podem pagar, não têm interesse ou vivem em locais onde não há infraestrutura de telecomunicações que torne possível o acesso à internet.

Enviado por Alfeu

Internet não fala a língua de metade do planeta 

Por Luís Osvaldo Grossmann

Do Convergência Digital

Uma imensa parcela dos seres humanos não conhece a Internet. E não se trata de uma figura de linguagem pelo fato de apenas 37,9% das pessoas estarem conectadas à rede de computadores. Dados reunidos pelo Facebook indicam que metade da África do Sul nunca ouviu falar nisso. Assim como 65% dos ganeses ou 69% dos indianos não sabe o que é essa rede.

Batizado de Estado da Conectividade, o compêndio é assinado pela internet.org, a organização criada pela maior rede social do mundo que busca soluções em como conectar os mais de 4 bilhões de terráqueos que não podem pagar, não tem interesse ou vivem em locais onde simplesmente não existe infraestrutura de telecomunicações, o que torna a Internet impossível.

Essa impossibilidade prática é real para a maioria. Hoje, 91,7% vive sob alguma cobertura em tecnologia 2G. Mas a taxas de transmissão inferiores a 10 kbps, fica difícil promover a rede quando uma página leva mais de 2 minutos para baixar. Embora a máxima de que a mobilidade é a porta para a Internet continue válida, só 48,7% das pessoas vive ao alcance de antenas 3G.

Mas a infraestrutura é apenas uma das barreiras. “Apenas 53% do mundo tem acesso a conteúdo em sua língua primária”, diz o relatório. Para o Facebook, “de forma a fazer a Internet relevante a 80% do mundo, seria preciso conteúdo em pelo menos 92 línguas”. Nas contas da rede social, atualmente só há conteúdo relevante em, no máximo, 20 línguas.

O documento lembra que isso não se refere apenas ao conteúdo online, visto que a barreira da língua começa nos equipamentos usados para a conectividade. “Há uma barreira técnica adicional a ser superada, uma vez que a linguagem usada na Internet precisa ser compatível com a letra da apresentação e da tecnologia de inserção na forma de teclados compatíveis, particularmente para as muitas línguas que usam caracteres não-alfabéticos”.

Preço

Uma terceira barreira estrutural à ampliação da conectividade é a capacidade de pagar por ela. A partir de pesquisas do instituto Gallup, da consultoria McKinsey e de dados de tráfego de operadoras em diferentes partes do mundo, o Facebook sustenta que uma experiência razoável de navegação, o que inclui algum conteúdo audiovisual, exige cerca de 500 MB por mês.

O relatório indica que, em média, o volume de tráfego por usuário é atualmente de 585 MB por mês. Mas as disparidades são grandes. Enquanto nos Estados Unidos, país listado como ‘totalmente conectado’, o tráfego médio é de quase 2 GB, na Índia ele é de 149 MB. Mesmo no Brasil, exemplo de país em estágio maduro, o tráfego médio mensal é de 416 MB.

“No padrão de referência de 500 MB por mês, só 31,3% do mundo pode pagar pelo acesso à Internet”, conclui o documento. Cerca de 50% conseguiria pagar até 250 MB. E ainda assim dentro de uma realidade de extremos. “Na África subsaariana, onde 69% das pessoas vive com menos de dois dólares por dia, mesmo um tráfego mensal de 20 MB só é acessível a 53% da população”.

O relatório completo sobre o Estado da Conectividade pode ser conferido no link https://fbnewsroomus.files.wordpress.com/2015/02/state-of-connectivity1.pdf.

 

 

Redação

3 Comentários

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  1. Apenas??? Tenho apenas 50
    Apenas??? Tenho apenas 50 anos e cresci num mundo em que computadores pessoais, telefones celulares e redes de computadores eram apenas ficção científica. Hoje posso acessar a internet num Smartphone que atua como um verdadeiro terminal remoto da gigantesca rede mundial de computadores. O que me deixa mais maravilhado, entretanto, é saber que há quem acredite que “apenas 2,6 bilhões de pessoas” podem fazer o que estou fazendo neste exato momento. O número estonteante de conexões simultâneas possibilitadas pela internet deveria ser motivo de orgulho e de felicidade, mas no entanto deixa algumas pessoas deprimidas. Elas querem mais… mais, mais, mais… Ha, ha, ha… Uma Ágora para todos, sem exceção. É o que demandam os adeptos da igualdade virtual absoluta. Hesíodo (750 e 650 a.C) sustentou em uma de suas obras (Os trabalhos e o dias, se não me engano)  a tese de que um homem descente deveria cuidar de seus afazeres diários ao invés de ficar frequentando a Ágora. Há virtude na Ágora, dizem alguns. A virtude está longe dela disse Hesíodo. É evidente que o autor do texto não o conhece ou apenas não o levou em conta.  

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