Após 4 meses de parecer da PF, Janot pede para arquivar inquérito contra Lindbergh

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) o arquivamento do inquérito contra o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) na Operação Lava Jato, por “ausência de fatos” e de “elementos suficientes para a deflagração de ação penal” contra o parlamentar.
 
Ainda em novembro do ano passado, a Polícia Federal já recomendava o arquivamento do inquérito por falta de provas, afirmando que não era possível constatar que Lindbergh tenha recebido doações eleitorais de origem ilegal.
 
Aberto em março de 2015, o inquérito apurava a delação do ex-diretor Paulo Roberto Costa, que disse que em 2010, o então candidato ao Senado solicitou R$ 2 milhões da cota do PP do esquema de corrupção da Petrobras. Desde então, passou a ser alvo de investigação por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
 
 
Em setembro, o delegado Luiz Gustavo de Souza Carvalho, responsável pela apuração, considerou “ausentes indícios mínimos de autoria e materialidade”. O documento só foi remetido ao Supremo Tribunal Federal (STF) em novembro. A Procuradoria-Geral da República demorou dois meses para também se posicionar.
 
“Na esteira do quanto bem delineado pela autoridade policial no relatório final, forçoso reconhecer que se impõe o arquivamento do presente inquérito, dada a ausência, por ora, no que diz respeito aos fatos aqui versados, de elementos suficientes para a deflagração de ação penal em face do senador Lindbergh Farias, bem como de vetores persecutórios que justifiquem, neste momento, a continuidade das investigações”, diz a manifestação de Janot.
 
Apesar da ausência de provas ou indícios para acusar o senador, a decisão sobre o arquivamento do inquérito é do Supremo, antes sob a relatoria de Teori Zavascki. Os processos da Operação deverão ser repassados a um novo relator para que possa decidir a respeito.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

3 Comentários

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  1. O timing midiático de Janot

    De fato Janot tem um timing midiático. No momento em que morre Teori, e que explode na mídia , e em parte do judiciário uma exploração do fato, falando que a morte de Teori, pode ser o começo do fim da Lava Jato, junto com isto falam em acordão etc….  Janot não perde tempo e arquiva o processo de Lindbergh.

    Janot, já podia ter feito isto há muito , mas as vozes, contra o impeachment e  contra a PEC, precisavam ser caladas. Então esperou mais uma vez a imprensa explorar a ação contra Lindbergh. Poderia ter arquivado naquele momento, mas não era conveniente.  Mas o que esperar de alguém que participou da condenação de Genoino, ( seu conviva),  sabendo de sua inocência.  E o parecer é sempre deletério a imagem de qualquer um.  Faz sempre questão de dizer que o seu parecer vale por ora.  Isto não é um parecer jurídico, pois se afirma que não há indicios para sequer investigar , o que significa esta frase “por ora,”. Afinal ele deveria se ater unica e exclusivamente “aos fatos aqui versados”. Deveria se ater ao momento,  mas ele tem que deixar a dúvida no ar. Ele tem  que afirmar ” neste momento”…….

    Por esta e por outras razões, me parece que Janot, fala para a mídia, sem se importar com o cidadão Lindbergh.

  2. Por que resolver rápido? aos

    Por que resolver rápido? aos adversários a tortura, a agonia, a ameaça, o assassinato de reputação, a condenação da mídia, a execração pública…

     

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