Após demissão, nome de jornalista é apagado de reportagem premiada pela Folha

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Após ter sido desligada da Folha de S. Paulo a jornalista e diagramadora Renata Maneschy teve seu nome apagado de uma reportagem premiada duas vezes, e acabou vencendo uma ação contra o jornal. Agora, a Folha é obrigada a indenizar Renata em R$ 30 mil e inserir seu nome entre os realizadores do projeto Boyhood Bolsa Família novamente.
 
Segundo reportagem do Comunique-se, a Folha não quis explicar porquê o nome da jornalista aparecia no projeto e só foi tirado após a sua demissão.
 
Na ação, a defesa sustentou que a ação da Folha “lembra Stalin, que manipulou fotos históricas para apagar o protagonismo do seu ex-companheiro Trotsky na Revolução Russa de 1917, somente porque se tornaram desafetos.”
 
 
Por Nathalia Carvalho
 
Do Comunique-se
 
Folha de S. Paulo é condenada por omitir nome de jornalista em reportagem premiada
 
A Folha de S. Paulo foi condenada por danos morais por omitir nome da jornalista e diagramadora Renata Maneschy como coautora da premiada reportagem Boyhood Bolsa Família. O especial veiculado em 2015 foi vencedor do Prêmio Esso de Jornalismo como a “Melhor Contribuição para Imprensa” no ano e, em seguida, conquistou o Grande Prêmio Folha.
 
A decisão de condenar o veículo de mídia foi da juíza Daniela Mori, da 89ª Vara do Trabalho de São Paulo. De acordo com a magistrada, “não pode um meio de comunicação de notória importância no país, deturpar a verdade dessa forma”. Assim, ficou decidido que o impresso deve pagar R$ 30 mil pela conduta e corrigir os arquivos e registros do jornal para constar a informação de que Renata participou da reportagem especial Boyhood Bolsa Família, sob pena de multa diária de R$ 10 mil.
 
O advogado da jornalista, Kiyomori Mori, explica que a comunicadora estava creditada na produção jornalística, porém, após ser demitida, teve seu nome retirado do especial. “Lembra Stalin, que manipulou fotos históricas para apagar o protagonismo do seu ex-companheiro Trotsky na Revolução Russa de 1917, somente porque se tornaram desafetos”, avalia o advogado.
 
A sentença também mencionou o ponto de o nome da jornalista ter sido retirado somente depois da demissão. “A ré (Folha) mencionou o nome da autora e depois, sem justificativa, não mais mencionou. Altera, dessa forma, a verdade dos fatos. Fatos importantes porque a reportagem recebeu, ao menos, dois prêmios. Conduta, no mínimo, reprovável num importante veículo cujo objeto é a informação”.
 
A reportagem do Portal Comunique-se tentou falar com a Folha para entender o que aconteceu e o motivo de o nome da jornalista ter sido omitido logo após seu desligamento, mas ainda não obteve retorno. Ao acessar o especial na internet (que pode ser visto neste link), o nome da Renata já retornou para os créditos como responsável pela edição de arte do especial.
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

10 Comentários

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  1. Morte e vida jornalismo Severino
    É, a Falha, não falha, ela se mata pouco a pouco, a cada ato de desgaste contra o jornalismo, esse Severino pós-moderno.
    Será que alguém lá ainda sabe o que é isso?
    Destroem trajetórias, histórias, o próprio jornalismo em si, em nome de recursos publicitários públicos, logo eles, defensores do liberalismo.
    O mesmo houve está semana no O Dia, contra um jornalista que fz jornalismo que não agradou ao prefeito alucinado que recebeu empresários com sermão sobre Moisés.
    O mar da pós verdade se abre sem piedade sobre os homens de bem.

    1. “É, a Falha, não falha, ela

      “É, a Falha, não falha, ela se mata pouco a pouco, a cada ato de desgaste contra o jornalismo, esse Severino pós-moderno”:

      Nem tanto:  apagar um nome de reportagem eh o equivalente a recortar o ex-marido de uma foto velha.  Ate prova em contrario…  crime passional pra mim.

  2. os frias…gosto daquele

    os frias…gosto daquele video dele surtando nas zoropa….só pq criticaram o golpismo do seu blog….

    o mundo, panela de pressão. E os canalhas e covardes apitam p qq aperto.

    eles tentam mas não guentam. já o sofredor, no vale das sombras faz pic nic,.

     

    não vai levar 21 anos de novo.

  3. “A reportagem do Portal

    “A reportagem do Portal Comunique-se tentou falar com a Folha para entender o que aconteceu e o motivo de o nome da jornalista ter sido omitido logo após seu desligamento, mas ainda não obteve retorno”:

    Nem vai obter.  Ta com cara de crime passional, francamente:   vandalizar um nome?!

    Tinha algum “desajustado” blue ball na redacao que “gostava” dela demais ate o dia que “nao gostou” mais por ela nao dar a menor bola?  Se tiver…  esse tem que ir pro olho da rua.  Infelizmente, uma “multa” de miseros 9 mil dolares nao eh o incentivo certo pro jornal, como o judiciario brasileiro sabe muitissimo bem.

  4. Muito antes de 64 a folha e

    Muito antes de 64 a folha e outros veículos de comunicação manipulam a verdade, deturpam e descaradamente se transformaram em panfletos políticos. A magistrada ainda não percebeu que isso acontece de forma corriqueira?

  5. Se estou certo, criou

    Se estou certo, criou jurisprudência. Próxima vez que faltar com a verdade seus leitores podem processar  e pedir indenização. Espero que parem de dar trabalho a seu departamento jurídico e se limitem a fazer jornalismo. E lidar com ética com seus funcionários.

  6. Vê-se claramente que não é um

    Vê-se claramente que não é um jornal. Renata Maneschy deveria comemorar a retirada do seu nome desse covil.

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