Apreensão externa derruba bolsa; Ibovespa perde 2,04%

No câmbio, cotação do dólar fecha em queda de 0,19%, a R$ 3,48

Jornal GGN – O clima global de aversão ao risco levou os investidores a adotarem uma postura mais cautelosa nas operações, o que levou a bolsa brasileira a encerrar as operações abaixo dos 49 mil pontos. O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) terminou as operações em queda de 2,04%, aos 48.648 pontos e com um volume negociado de R$ 6,167 bilhões. Apesar da baixa no dia, o índice ainda acumula alta de 0,36% no mês e de 12,22% no ano.

“O índice doméstico iniciou oscilante, chegando a operar em alta antes da primeira hora de negócios. A partir daí, foi perdendo forças e acentuando as perdas, batendo em um suporte próximo aos 48.200 pts na hora e meia final e, em seguida, tendo apenas um respiro com a “zeragem” de posições”, explicam os analistas do BB Investimentos, ressaltando que amanhã (15) haverá vencimentos de índice futuro e opções sobre o índice.

“O índice brasileiro foi contaminado pelo mau humor externo. Em suma, quanto mais vai se aproximando a data do referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia, agendado para o próximo dia 23 de junho, e as pesquisas vão sinalizando a preferência dos britânicos pela saída, mais a aversão ao risco vai se exacerbando”, dizem os analistas. Além da preocupação com o referendo britânico, os agentes mantinham a cautela às vésperas da decisão de juros nos Estados Unidos.

Das 59 ações listadas no Ibovespa, apenas uma fechou em alta nesta terça: as ações da Smiles (SMLE3) subiram 0,65%, a R$ 45,10.

As ações ordinárias da Vale (VALE3) perderam 3,75%, a R$ 14,63, enquanto os papéis preferenciais (VALE5) caíram 2,48%, a R$ 11,81. As ações foram influenciadas pela queda nos preços do minério de ferro na China.

No caso da Petrobras, as ações preferenciais (PETR4) se desvalorizaram 3,71%, a R$ 8,30, e as ações ordinárias (PETR3) tiveram baixa de 3,14%, a R$ 10,48. Além da queda de preços no mercado internacional, os papéis foram afetados pelo anúncio de que a companhia pode propor um acordo com sindicatos para a redução dos salários e horas de trabalho para parte dos funcionários, o que ajudaria a reduzir a dívida da estatal.

No câmbio, a cotação do dólar comercial interrompeu uma sequência de três altas e fechou em queda de 0,19%, a R$ 3,48 na venda. Com isso, o dólar passa a acumular desvalorização de 3,66% no mês e de 11,85% no ano.

Assim como ocorreu com a bolsa, a aversão ao risco também atingiu os negócios com o dólar. No cenário doméstico, os investidores repercutiram bem o posicionamento de “parcimônia” em termos de intervenção no mercado dito pelo novo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, em seu discurso de posse. Na gestão de Tombini, o BC atuava sempre que o dólar recuava para patamares inferiores a R$ 3,50.

Para quarta-feira, os agentes aguardam a publicação do IGP-10 (Índice Geral de Preços – 10), volume do setor de serviços, confiança industrial pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) e dados de atividade econômica do Banco Central. No exterior, destaque para o índice de preços ao produtor, produção industrial e a taxa de juros nos Estados Unidos; índice de preços ao consumidor na França; taxa de desemprego na Inglaterra; índice antecedente e financiamento agregado na China, entre outros indicadores.

(Com Reuters)