Aprenda a discordar usando a lógica do papel higiênico, por Dakir Lara

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
[email protected]

Sugestão de Erika Mazon

do Blog do Daka

Aprenda a discordar usando a lógica do papel higiênico

por Dakir Lara

Qual é a forma certa de se colocar um rolo de papel higiênico no banheiro?

POR CIMA!

60% das pessoas têm a certeza absoluta que o certo é o estilo “cachoeira”, com o papel saindo por cima. É mais fácil achar a ponta, dá pra rasgar certinho no picote, não fica raspando a mão na parede (menos bactérias!) e hotéis podem sinalizar aos seus hóspedes que o banheiro foi higienizado, com dobras elaboradas ou colando selinhos.

POR BAIXO!

Os outros 40% acham esses 60% uns loucos e estão certos que o melhor é por baixo. O “caimento” é melhor, o papel não fica sobrando, gatos e crianças não conseguem desenrrolar um monte de papel e basta uma puxadinha para rasgar um quadradinho, porque para baixo tem mais tração.

Mas, afinal, quem está certo e quem está errado? Todo mundo. Não tem certo nem errado. O papel higiênico é seu, e você usa do jeito que quiser. É uma decisão totalmente pessoal, influenciada apenas por hábitos, com as duas maneiras suportadas por motivos bastante pertinentes.

POR QUE ISSO INTERESSA?

Essa questão bizarra do papel higiênico serve como dinâmica para colocar o foco na nossa habilidade de argumentação e não para se chegar a uma resposta, já que não tem o certo nem o errado. Por exemplo, o professor de sociologia Edgar Alan Burns, do Eastern Institute of Technology Sociology, usa esse truque no primeiro dia de aula. Ele pergunta aos seus alunos:

“Como vocês acham que o papel higiêncico deve ser colocado?”

E nos 50 minutos seguintes, os alunos naturalmente começam a avaliar os MOTIVOS para suas respostas e acabam chegando sozinhos a questões sociais muito maiores como:

• diferenças de papéis sociais entre homens e mulheres

• diferenças entre comportamentos públicos e privados

• diferenças entre classes sociais

• etc

São relações de construção social que nunca pararam para pensar antes, mas que agora, sem que ninguém os orientasse, conseguiram enxergar. Sozinhos, começaram a raciocinar e perceberam correlações e fatos. E, principalmente, começaram a argumentar.

No dia-a-dia, quase nunca fazemos isso. Geralmente, tomamos um partido e passamos a defendê-lo de forma passional, enxergando só o que nos interessa. Somos bons de discutir, mas ruins para argumentar. Piores ainda para mudar de ideia. Mais para o boxe do que para o tênis.

O que parece ser uma estratégia não muito inteligente para encarar essa nova sociedade em que conversamos com muito mais gente, sobre muito mais coisas, todo santo dia.

APRENDER A DISCORDAR

A aula do papel higiênico devia ser dada de cara para crianças. A escola ensina que existe o certo e o errado, e dá notas baseadas nisso. Mas podia estimular abordagens diferentes, habilidade de argumentação, capacidade de deduzir (algumas já fazem, eu sei, mas a maioria ainda não).

Do mesmo jeito que tem nota para as melhores respostas, deveria ter para as melhores perguntas também. Senão a gente vai continuar crescendo com essa mania de preferir estar certo do que aprender algo novo, do que parar pra pensar e repensar sempre. Aproveitar a bagagem e o raciocínio do outro.

Já reparou como a maioria dos comentários feitos todos os dias na internet não tem elaboração nenhuma? Ou é genial ou é a coisa mais estúpida que já se viu em toda a a história da humanidade. O programador Paul Grahan fez um gráfico bacana, que mostra a “Hierarquia da Discordância”, do mais ao menos elegante, do mais ao menos eficiente.

O design thinking é isso. A maneira de pensar de um designer não é a do certo ou do errado, porque não existe certo ou errado na hora de projetar um bule de café. Mas existe o melhor, o mais eficiente. É uma maneira de pensar em que se evolui a realidade.

Quem sabe um dia a gente consegue argumentar sobre futebol, política e religião. Dizem que não se discute, mas a recomendação só existe porque somos meio trogloditas. A propósito, o grande designer Donald Norman coloca os rolos de papel higiênico na sua casa… assim:

Abraços

Dakir Lara

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

42 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Mais prático

    Sempre usei a forma POR BAIXO. Desse jeito a ponta do papel está sempre visível e  disponivel para você pegálo pela ponta, puxando até tamanho que você deseja.

  2. MODELO

    “Somos bons de discutir, mas ruins para argumentar. Piores ainda para mudar de ideia. Mais para o boxe do que para o tênis.”

    Esse é modelo vigente das redes sociais.

     

  3. Quem quiser que use o papel

    Quem quiser que use o papel higiênico da forma que achar melhor,  mas prefiro por cima, acho mais prático,  por baixo acho que é uma forma aportuguesada de usar pois tem que fazer malabarismos para achar a ponta, mas cada um com seu cada um, nada contra quem quer fazer ginástica. 

  4. Não existirá liberdade de pensar se não nos livrarmos do ego!

    Existem várias formas de pensar e, normalmente, as diversas formas de pensar, qualquer que seja essa forma de pensar, estão “contaminadas” pelo ego humano e por interesses humanos, buscando defender algum tipo de objetivo pessoal ou de terceiros, organizacional, político etc.

     

    A liberdade de pensar, a liberdade de argumentar, livremente, a liberdade de criar, a liberdade de imaginar, a liberdade de vislumbrar novos horizontes, enfim, o exercício de qualquer tipo de liberdade, envolve, originariamente, a atitude, do pensador, de se livrar de si mesmo, de se livrar do seu ego humano, que faz com que o seu pensamento gravite, apenas, em torno da defesa de interesses humanos, da defesa de algum tipo de interesse pessoal, organizacional, político etc. e tal desiderato somente é possível com prática, muito esforço, dedicação e vigilância de si mesmo.

     

    Concordo com o argumento de que a “aula do papel higiênico” devia ser dada de cara para crianças”, na escola.

     

    Entretanto, de nada adianta dar a aula do papel higiênico para crianças, na escola, e, ao mesmo tempo, reforçarmos, nas crianças, na escola, em casa, nas organizações etc. a atitude de fazer o pensamento gravitar em torno da defesa de interesses humanos, da defesa de algum tipo de objetivo pessoal, organizacional, político etc., por que essas atitudes aprisionam o “Ser Humano” em “modelos mentais”, que impedem a liberdade de imaginar, impedem a liberdade de vislumbrar novos horizontes, enfim, impedem o exercício de qualquer tipo de liberdade.

     

    A lógica da “aula do papel higiênico” e/ou a lógica do “design thinking”, maneira de pensar de um designer de que não existe certo ou errado, somente atinge o patamar, máximo, de eficiência e eficácia, quando existe a liberdade de pensar, quando existe a liberdade de argumentar, quando existe a liberdade de imaginar, quando existe a liberdade de vislumbrar novos horizontes, por meio de atitude, do pensador, de se livrar de si mesmo e do seu ego humano, fazendo com que o seu pensamento deixe de gravitar em torno da defesa de interesses humanos, da defesa de algum tipo de interesse pessoal ou de terceiros, organizacional, político etc., mas que busca, apenas, o pensamento “humano”, que respeita o outro, que incentiva o outro a ser quem ele realmente é, na busca da sua própria evolução, infinita de possibilidades de desenvolvimento para todos e para cada um de nós.

     

    Fim

    1. O seu argumento…

      No tem nenhum interesse? Não é movido por nenhuma paixão? A melhor maneira de se livrar do ego e atingir esse vazio (místico, zen?) não seria ficar em silêncio? Há liberdade se temos “necessidade” de pensar, sonhar ou falar? liberdade total não é ruído? Se a língua, mesma, tem regras e queremos nos fazer entender, precisamos um mínimo de lógica, ordem no discurso, signos comuns? 

  5. Vai ter Olimpíadas ?!?

    OFF Topic:

    Vai ter Olimpíadas ?!?

    Alguém sabe me dizer porque não estão acontecendo manifestações contra as Olimpíadas ?!?
    Será que o dinheiro que está sendo utilizado para pagar as construções brotou do chão ?!?
    Será que todas as obras estão sendo realizadas sem superfaturamento ?!?

    Será que nenhuma empreiteira que está construindo os centros olímpicos e arenas de competições não doaram para campanhas políticas ?!?

    Cadê a lutas pelos tais 20 centavos ?!?

    Bom, eu mesmo respondo as estas perguntas:

    As Olimpíadas são no RJ e lá no RJ estão os 3 políticos que desejam concorrer a Presidência em 2018:

    Eduardo Paes (PMDB) – Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro

    Eduardo Cunha (PMDB) – Presidente da Câmara dos Deputados

    Aécio Neves (PSDB) – Senador Carioca, eleito por Minas Gerais

    Aí nesse caso, como os protestos contra as Olimpíadas atingiriam somente figuras da oposição, a mídia se cala e não promove as manifestações, como foi no caso da Copa do Mundo – 2014.

    E tem gente que ainda acha que as manifestações são “democráticas” e “espontâneas”…ahã.

  6. Alguns pontos de vista estão

    Alguns pontos de vista estão tão arraigados na nossa cultura que repetimos mecanicamente sem darmos conta da origem ou profundidade da questão. Muitas vezes repetimos um erro porque ele é o convencional, aceito pela sociedade.

    Outro dia quando fui postar um comentário , estava escrevendo  ” é a mãe da corrupção”, quando me dei conta: porque quando o aspecto é negativo tenho que usar “mãe”? Estamos cheios de frases depreciativas com a pobre mãe: casa da mãe joana, filho da mãe, sobra até para a vaca;  por outro lado temos  ” O pai da medicina,  o pai da aviação, o pai dos pobres” , sempre expressões de grandeza e superioridade. Como não existe pai sem mãe, nem mãe sem pai, resolvi o embroglio com um mais justo ” pai e mãe da corrupção”. 

    Parece que o patriarcalismo quer manter a mulher intimidada para não olhar de frente para suas contradições e suas fraquezas.

     

  7. Futebol, a linguagem da fé x raciocínio cartesiano, política

    FUTEBOL Para mim é uma grande perda de tempo discutir futebol por mais de cinco minutos. Eu sei que o artilheiro de um time pode ser melhor do que o do time adversário, que fulano é um grande batedor de faltas e que sicrano, lateral direito, está passando por uma fase muito ruim.

    Mas são exatamente estes detalhes que me aborrecem profundamente porque eu os acho insignificantes. Mas existe ainda no âmbito do futebol, discussão ainda mais cansativa e sem futuro: é a de você fazer as contas tentando convencer alguém de que o seu time do coração, que ocupa os últimos lugares no campeonato brasileiro, tem ainda chance de não cair para a segunda divisão.

    E normalmente as contas são feitas mais ou menos da seguinte maneira: se o meu time não perder nas próximas 4 partidas,  se o time A vencer o time B por 2 x 0,  se o juiz não roubar para o Flamengo e se o time C ganhar do time D por 7 x 1, meu time permanecerá na primeira divisão com certeza, mesmo que todos os outros resultados deem empate. E nem é preciso uma calculadora para fazer as contas.

    Depois que essas contas são feitas, de cabeça, acabou-se a motivação para se continuar falando sobre futebol. A não ser que a partir de então se resolva discutir quem foi o melhor jogador do mundo, se Maradona ou Pelé.

    RELIGIÃO Com relação à discussão sobre religião, eu, que sou ateu convicto, tenho uma grande dificuldade em conversar com um evangélico sobre o assunto. Porque a linguagem usada pelos evangélicos é a da fé, e eu não tenho fé absolutamente nenhuma. É como se um japonês quisesse conversar comigo sem saber nada de português: a comunicação pela fala seria impossível.

    Por exemplo, como não questionar um evangélico, depois de uma discussão sobre o tamanho da Arca de Noé, como seria possível colocar um casal de cada ser vivo existente sobre a Terra naquela época, desde um “casal de amebas” a um casal de elefantes, dentro de um barco que, segundo as escrituras, deveria ser muito menor do que o Estádio do Maracanã  (Obs: as Escrituras Sagradas não falam em Maracanã). 

    E vocês sabem qual é geralmente a explicação dada pelos evangélicos para questionar o princípio da impenetrabilidade, que diz que dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço ao mesmo tempo? É a de que “para Deus nada é impossível”. Ou então eles apelam para uma explicação particular para o assunto, dizendo que tudo que se encontra na Bíblia precisa ser interpretado. Quer dizer que nada tem um sentido literal?

    Finalmente, a Arca de Noé existiu ou não? Se existiu, qual era o seu tamanho?

    Em outras palavras, em que linguagem os evangélicos poderão se comunicar comigo ou com qualquer outra pessoa que use e abuse do raciocínio cartesiano?  Se não falamos a mesma linguagem, a discussão vai gerar muito mais calor do que luz, não é verdade?  Conclusão: é impossível uma pessoa que não tenha fé discutir com uma pessoa que a tenha, num plano racional. Por isso, para não romper com antigas amizades eu não discuto religião.

    POLÍTICA Com relação à política, até que é possível discutir racionalmente alguma coisa. Mas a mídia golpista não permite uma discussão equilibrada,  simplesmente por sonegar e interditar o debate sobre os temas fundamentais para qualquer povo no mundo –alimentação, saúde, educação, moradia, equilíbrio ambiental e  lazer -,  coisas que o capitalismo financeiro só pode garantir a um seleto grupo de milionários. É como disse aqui um internauta: os banqueiros mandam, nós obedecemos. Eles já estão pensando em transformar a Grécia numa nova Ucrânia.

     

    1. Alonsouilo

      infelizmnte, a carapaça da paixão e das ‘ídolos’ impede qualquer discussão.

      Se gosto não se discute, por que não são inofensivos?

      Tudo bem, vc torce para um time, nao faz diferença na minha vida….

      Religiao pode ser discutida naqueles aspectos que dizem respeito às instituições, comportamentos, etc no mundo em que vivemos. O que não se discute é a fé. Não sendo da ordem da racionalidade, impossível o diálogo não se houver um acordo entre os interlocutores.

      Politica. Este é o espaço por excelência do diálogo e da discussão. Opiniões diferentes são bem vindas, desde que fundamentadas em fatos concretos.  Desconfio que razões e paixões individuais não contem, mas o interesse comum. 

       

  8. a mesma lógica …

    O que é, o que é? Tem bico e não belisca. Tem asa, e não voa. E fica debaixo da cama ?

    Resposta: Bule.

    A mesma lógica:: O bule é meu e deixo-o aonde eu quiser.

     

  9. ah” va lavar panela…

    Sempre me perguntei qual seria o lado certo. Kkkkk

    valeu. Agora sei que pode ser qq um, mas as pesquisas mosrram que o jeito que coloco e o que mais se usa.  

    Bom, agora terei argumento fundamentado em pesquisa para defender o meu lado. Kkkk

    quanto a questão dos argumentos, estou de acordo , porém, com algumas ressalvas, a saber:

    as vezes vc precisa usar o ad hominem  de cara. Colocá-lo no topo da hierarquia  e estratégico, às vezes.

    por exemplo, se alguém lhe diz:  vou lhe dar  golpe já!

    voce pode argumentar, por exemplo, assim:: vai a merda seu paneleiro  Desgraciado. 

    portanto, dependendo do contexto , o melhor argumento científico e, sem dúvidas, o ad hominem.

    saudacoes.

  10. O ANDAR DO

    O ANDAR DO BEBADO (EDIÇAO BOLSO)

    O ANDAR DO BEBADO

    Autor: MLODINOW, LEONARDTradutor: ALFARO, DIEGOIdioma: PORTUGUÊSEditora: ZAHARAssunto: Ciências Exatas – EstatísticaEdição: 1Ano: 2009

    O sucesso de “O andar do bêbado” resultou na publicação da edição de bolso. O best-seller chega com preço acessível e visual caprichado. Leonard Mlodinow analisa o quanto o acaso interfere em nossas vidas. Citando uma série de exemplos e pesquisas, identifica as marcas da aleatoriedade nos mais diferentes setores da vida, do mercado financeiro aos esportes, do cinema à medicina. O leitor vai perceber que é possível aprender a fazer escolhas mais acertadas e conviver melhor com o que não se pode controlar.

     

     

    SUBLIMINAR - EDIÇAO DE BOLSO

     

    Autor: MLODINOW, LEONARDTradutor: CARINA, CLAUDIOIdioma: PORTUGUÊSEditora: ZAHARAssunto: PsicologiaEdição: 1Ano: 2015

    Best-seller nacional e internacional, Subliminar, do físico e matemático Leonard Mlodinow, ganha agora edição de bolso. Você acha que sabe como e por que faz suas escolhas? Suas preferências políticas, a gorjeta que dá ao garçom, aquele colega de trabalho com uma cara tão amigável de quem você desconfia e até a pessoa com quem você se casa não são opções tão objetivas assim. Lançando mão de uma infinidade de pesquisas desenvolvidas na área da psicologia social e comportamental, Mlodinow pretende esclarecer como desenvolvemos comportamentos automáticos, os quais não conseguimos explicar e cuja origem ignoramos. Depois de ler Subliminar, sua vida nunca mais será a mesma. Essa maravilhosa jornada pelo inconsciente fará você olhar para si mesmo (e para os outros à sua volta) de uma nova maneira.

  11. “Não existe o certo ou errado, mas o melhor, o mais eficiente”

    Yeah, right, Pelo menos não disse que isso impedia a discussão rsrs.

    PS: Um post de novembro de 2012 de outro site? Putz. Não sei então porque as pessoas escrevem hoje neste site. Posts de quase três anos atrás de outros sites recebem mais atenção. Claro, isso não é certo nem errado. É apenas melhor ou mais eficiente. Yeah, right,

  12. de como limpar a merda
    enquanto isto, prossegue o picnic de abutres tentando devorar o que restou da soberania grega.

    há apenas uma história: a história dos abutres contra nós. eles têm casas maiores que a Disneylândia, nós temos aviso de execução hipotecária. eles têm jatinhos particulares para irem a ilhas particulares, nós pagamos suas dívidas de apostas financeiras com nossas pensões. eles têm redução de impostos, nós temos créditos de risco. eles financiam os candidatos que nas eleições nós devemos escolher. eles têm as minas de ouro, nós ficamos com os buracos.

    eles fazem a merda, e a nós cabe limpá-la. então, façamos a limpeza do nosso jeito.

    não é apenas a Grécia que faliu. o padrão Euro faliu, como antes faliram o padrão Ouro, e o Dólar-Ouro. sem adotar mecanismos de reciclagem financeira e de absorção de choques, a morte do Euro é um inexorável destino após a crise de 2008. é disto que se trata a tragédia Grega: ou a EU se reinventa ou não haverá nenhuma “zona do euro” para um Grexit.

    “pessoal, estamos em default. mas por que sairíamos do Euro? coloque-os em frente de suas próprias contradições. faça com que encarem suas contradições. ou decidem superá-las ou o sistema irá entrar em colapso. aí sim, voltaremos para o Dracma. até mesmo porque já não haverá nenhum Euro no qual permanecer…”

    e tudo isto nos diz respeito. e à nossa sobrevivência fala candentemente. aproveitemos para refletir a respeito, antes de novamente usarmos o papel higiênico
    .

  13. Bom exercicio…

    …defender o ponto-de-vista contrário numa discussão; e quando você comsegue comvençer o interlocutor, passar a argumentar a favor do que ele inicialmente defendia.

    Os sofistas eram mestres nisso. Talvez  soubessem que a razão é uma puta que aceita cantada de onde vier ( se bem que o seu charme esteja na humildade.

    Daí, onde nos leva a relativização no enfrentamento da vida?

     

  14. Infantilizaram a filosofia.

    Infantilizaram a filosofia. Esse texto trata de ética, a parte da filosofia que estuda a moral. 

    E tiraram a parte mais legal da história. Dizer que cada um tem seu jeito é fácil. Fica interessante quando mais de uma pessoa divide o mesmo banheiro. E aí se pode ter um gancho para discutir Direito, que não se confunde nem com moral nem com ética.

    A título de curiosidade, duas amigas recém ingressas por concurso em um órgão público dividiram um apê com apenas um banheiro. A única briga que tiveram foi exatamente essa, como colocar o rolo de papel higiênico. E aí, da pra resolver isso dizendo que cada um tem sua opinião e pronto?

    1. Somente porque ontem foi

      Somente porque ontem foi domingo e todos estavam exaustos de temas profundos e sérios porque ninguém é de ferro e brincar um pouco de vez em quando faz bem à nossa “criança” interior. De vez em quando podemos discutir a rebimbela da parafuseta para distrair, só isso.

  15. Por falar em papel higiênico

    Por falar em papel higiênico onde anda o tico-tico,o famoso lixa c…? Aquele sim era um bom papel. Papel grosso de uma única folha, sem picote e que exercia a função rigorosamente. Hoje, folha dupla que não vale um tico-tico, picote que não corta no lugar… um verdadeiro Neves,: vira pó em contato com o…..

  16. Acho que a vida é um cubo,

    Acho que a vida é um cubo, com muitas visões de verdades absolutas, e creio que o são, para cada um que as tem. Mas as verdade absolutas são mutáveis, para o ser que evolui. Só evolui quem aprende. Só aprende quem sabe ouvir. Filosofia é ótimo, pois temos a oportunidade de ver a verdade de outro ângulo de visão, por outros olhos, em outro lado do cubo. Mas filosofia é banal se não é vivida. O que nos faz não é o que “dizemos que pensamos” em redes sociais, para impressionarmos pessoas que nem sabemos quem são. O que nos unifica são nossas ações diárias, onde quer que esteja nossa presença. 

  17. Excelente texto de

    Excelente texto de manipulação. O escritor usou de forma perfeita elementos e proposições que vão delineando o raciocínio do leitor até chegar na conclusão desejada pelo autor. Ponto central do texto: Relativismo.

  18. E JORNAL

    E JORNAL QUAL O LADO CORRETO??

    VAMOS DISCORRA SOBRE O TEMA AGORA?!!!

    É MUITO FÁCIL FALAR QUANDO SE TEM PAPEL HIGIÊNICO EM CASA QUERO VER QUANDO A SITUAÇÃO É DE EXTREMA POBREZA!!! E AI,QUAL LADO DO JORNAL DEVO USAR???????

  19. E JORNAL

    E JORNAL QUAL O LADO CORRETO??

    VAMOS DISCORRA SOBRE O TEMA AGORA?!!!

    É MUITO FÁCIL FALAR QUANDO SE TEM PAPEL HIGIÊNICO EM CASA QUERO VER QUANDO A SITUAÇÃO É DE EXTREMA POBREZA!!! E AI,QUAL LADO DO JORNAL DEVO USAR???????

    1. quem não tem papel, tbm não

      quem não tem papel, tbm não tem internet para ler isso e tem tempo de sobra para levantar a bunda e ir trabalhar para sair da miséria. (agi como na base da piramide)

      1. kkkkkkkkkkkkkkkkkkk
        ÓTIMO

        kkkkkkkkkkkkkkkkkkk

        ÓTIMO THALITA!!! FOI PROPOSITAL.

        PORÉM GOSTEI DO SEU TOM AGRESSIVO,RSRSRSRS….É POR AI!

        O “POBREMA” É QUE TEM MUITA GENTE ACESSANDO A INTERNET E POUCAS VAGAS DE TRABALHO(COM ESSA CRISE ATUAL),O JEITO É SE VIRAR COM O JORNAL MESMO!!!!

        ABRAÇO PRA VC!!

  20. a cassação de seus direitos

    O correto uso do papel higiênico, Por João Ubaldo Ribeiro (1941-2014) era escritor e imortal da Academia Brasileira de Letras

     

    O título acima é meio enganoso, porque não posso considerar-me uma autoridade no uso de papel higiênico, nem o leitor encontrará aqui alguma dica imperdível sobre o assunto. Mas é que estive pensando nos tempos que vivemos e me ocorreu que, dentro em breve, por iniciativa do Executivo ou de algum legislador, podemos esperar que sejam baixadas normas para, em banheiros públicos ou domésticos, ter certeza de que estamos levando em conta não só o que é melhor para nós como para a coletividade e o ambiente. Por exemplo, imagino que a escolha da posição do rolo do papel higiênico pode ser regulamentada, depois que um estudo científico comprovar que, se a saída do papel for pelo lado de cima, haverá um desperdício geral de 3.28 por cento, com a consequência de que mais lixo será gerado e mais árvores serão derrubadas para fazer mais papel. E a maneira certa de passar o papel higiênico também precisa ter suas regras, notadamente no caso das damas, segundo aprendi outro dia, num programa de tevê.

     

    Tudo simples, como em todas as medidas que agora vivem tomando, para nos proteger dos muitos perigos que nos rondam, inclusive nossos próprios hábitos e preferências pessoais. Nos banheiros públicos, como os de aeroportos e rodoviárias, instalarão câmeras de monitoramento, com aplicação de multas imediatas aos infratores. Nos banheiros domésticos, enquanto não passa no Congresso um projeto obrigando todo mundo a instalar uma câmera por banheiro, as recém-criadas Brigadas Sanitárias (milhares de novos empregos em todo o Brasil) farão uma fiscalização por escolha aleatória. Nos casos de reincidência em delitos como esfregada ilegal, colocação imprópria do rolo e usos não autorizados, tais como assoar o nariz ou enrolar um pedacinho para limpar o ouvido, os culpados serão encaminhados para um curso de educação sanitária. Nova reincidência, aí, paciência, só cadeia mesmo.

     

    Agora me contam que, não sei se em algum estado ou no país todo, estão planejando proibir que os fabricantes de gulodices para crianças ofereçam brinquedinhos de brinde, porque isso estimula o consumo de várias substâncias pouco sadias e pode levar a obesidade, diabetes e muitos outros males. Justíssimo, mas vejo um defeito. Por que os brasileiros adultos ficam excluídos dessa proteção? O certo será, para quem, insensata e desorientadamente, quiser comprar e consumir alimentos industrializados, apresentar atestado médico do SUS, comprovando que não se trata de diabético ou hipertenso e não tem taxas de colesterol altas. O mesmo aconteceria com restaurantes, botecos e similares. Depois de algum debate, em que alguns radicais terão proposto o Cardápio Único Nacional, a lei estabelecerá que, em todos os menus, constem, em letras vermelhas e destacadas, as necessárias advertências quanto a possíveis efeitos deletérios dos ingredientes, bem como fotos coloridas de gente passando mal, depois de exagerar em comidas excessivamente calóricas ou bebidas indigestas. O que nós fazemos nesse terreno é um absurdo e, se o estado não nos tomar providências, não sei onde vamos parar.

     

    Ainda é cedo para avaliar a chamada lei da palmada, mas tenho certeza de que, protegendo as nossas crianças, ela se tornará um exemplo para o mundo. Pelo que eu sei, se o pai der umas palmadas no filho, pode ser denunciado à polícia e até preso. Mas, antes disso, é intimado a fazer uma consulta ou tratamento psicológico. Se, ainda assim, persistir em seu comportamento delituoso, não só vai preso mesmo, como a criança é entregue aos cuidados de uma instituição que cuidará dela exemplarmente, livre de um pai cruel e de uma mãe cúmplice. Pai na cadeia e mãe proibida de vê-la, educada por profissionais especializados e dedicados, a criança crescerá para tornar-se um cidadão modelo. E a lei certamente se aperfeiçoará com a prática, tornando-se mais abrangente. Para citar uma circunstância em que o aperfeiçoamento é indispensável, lembremos que a tortura física, seja lá em que hedionda forma — chinelada, cascudo, beliscão, puxão de orelha, quiçá um piparote —, muitas vezes não é tão séria quanto a tortura psicológica. Que terríveis sensações não terá a criança, ao ver o pai de cara amarrada ou irritado? E os pais discutindo e até brigando? O egoísmo dos pais, prejudicando a criança dessa maneira desumana, tem que ser coibido, nada de aborrecimentos ou brigas em casa, a criança não tem nada a ver com os problemas dos adultos, polícia neles.

     

    Sei que esta descrição do funcionamento da lei da palmada é exagerada, e o que inventei aí não deve ocorrer na prática. Mas é seu resultado lógico e faz parte do espírito desmiolado, arrogante, pretensioso, inconsequente, desrespeitoso, irresponsável e ignorante com que esse tipo de coisa vem prosperando entre nós, com gente estabelecendo regras para o que nos permitem ver nos balcões das farmácias, policiando o que dizemos em voz alta ou publicamos e podendo punir até uma risada que alguém considere hostil ou desrespeitosa para com alguma categoria social. Não parece estar longe o dia em que a maioria das piadas será clandestina e quem contar piadas vai virar uma espécie de conspirador, reunido com amigos pelos cantos e suspeitando de estranhos. Temos que ser protegidos até da leitura desavisada de livros. Cada livro será acompanhado de um texto especial, uma espécie de bula, que dirá do que devemos gostar e do que devemos discordar e como o livro deverá ser comentado na perspectiva adequada, para não mencionar as ocasiões em que precisará ser reescrito, a fim de garantir o indispensável acesso de pessoas de vocabulário neandertaloide. Por enquanto, não baixaram normas para os relacionamentos sexuais, mas é prudente verificar se o que vocês andam aprontando está correto e não resultará na cassação de seus direitos de cama, precatem-se. 

     

  21. Discussão do papel higiênico com evolução e origem da vida
    Sou acadêmico de Ciências Biológicas, licenciatura, e no primeiro período deste ano dei uma aula em uma escola, porem montei a apresentação para que discutissem a origem da vida e a evolução misturando ciência vs religião, porem quando a orientadora e a professora da escola viram, ficaram apavoradas, e me deram uma bronca. Porem uma colega revisou e não retirou alguns tópicos, e fiz uma discussão boa com os alunos, quis que mostrassem os seus pontos de vista, e no final adoraram

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador