As brasileiras que sequenciaram o genoma do coronavírus

Da Revista Cláudia

Pesquisadoras da USP lideraram estudo feito em tempo recorde que ajuda a entender origem da epidemia

Por Letícia Paiva
access_time29 fev 2020, 19h31 – Publicado em 29 fev 2020, 19h21
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Ester Sabino (esquerda) e Jaqueline Goes de Jesus (USP Imagens e Fapesp/Reprodução)
Enquanto a média em outros países tem sido de 15 dias, pesquisadores brasileiros sequenciaram o genoma do coronavírus apenas dois dias após a confirmação do primeiro caso da doença no Brasil. Os resultados foram produzidos por equipes do Instituto Adolfo Lutz, que confirmou o diagnóstico de um paciente na quarta-feira (26), e pelas universidades de São Paulo (USP) e Oxford, na Inglaterra.

O genoma corresponde a todas as informações hereditárias do vírus que estão codificadas em seu DNA. “Ao sequenciá-lo, ficamos mais perto de saber a origem da epidemia. Sabemos que o único caso confirmado no Brasil veio da Itália, contudo, os italianos ainda não sabem a origem do surto, pois ainda não fizeram o sequenciamento de suas amostras. Não têm ideia de quem é o paciente zero e não sabem se ele veio diretamente da China ou passou por outro país antes”, disse à Agência Fapesp Ester Sabino, diretora do Instituto de Medicina Tropical (IMT) da USP.

Ester coordena o Centro Conjunto Brasil-Reino Unido para Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (Cadde), que estuda em tempo real epidemias de arboviroses, como dengue e Zika. Segundo ela, o objetivo do trabalho é produzir respostas que ajudem os serviços de saúde em testes diagnósticos e no desenvolvimento de vacinas.

Desde os primeiros casos na Itália, a equipe de Ester Sabino treinou pesquisadores para usar uma tecnologia de sequenciamento conhecida como MinION, que já é usado para monitorar a evolução do vírus Zika nas Américas.

Assim, o sequenciamento do genoma do coronavírus foi conduzido por pesquisadores coordenados por Jaqueline Goes de Jesus, pós-doutoranda na Faculdade de Medicina da USP e bolsista da agência de fomento Fapesp. Ela desenvolve pesquisas sobre o mapeamento do Zika no Brasil. Ao lado dela, estava Claudio Tavares Sacchi, do Instituto Adolfo Lutz.

Luis Nassif

4 Comentários

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  1. “Desde os primeiros casos na Itália, a equipe de Ester Sabino treinou pesquisadores para usar uma tecnologia de sequenciamento conhecida como MinION, que já é usado para monitorar a evolução do vírus Zika nas Américas.”
    ***
    Antes de mais nada,parabéns às meninas e uma banana ao bozo.
    E aproveitando o ensejo, bem que nossas cientistas poderiam usar a tecnologia MinION, que já monitora as outras zicas, para descobrir como se livrar dos bolsominions.

  2. Parabéns…motivo de orgulho! Mas bem que podiam sequenciar genomas para descobrirem origens da burrice nacional na hora de votar e de se informarem via redes sociais. Afinal, na hora do voto faz maiorias elegerem uma besta presidencial. E na hora de se informarem faz com que aprendam a idolatrar um criminoso e quem sabe assassino paranaense… Creio que com uma vacina dessas e meia duzia de cruz credo vixe maria de algumas linhas religiosas a burrice nacional seria minimizada.

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