As discussões recorrentes sobre o câmbio

A Semana de Economia da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas, de São Paulo, tornou-se tradicional. Na tarde de ontem o tema em discussão foi política industrial, especialmente o papel da política cambial.

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Na parte da manhã, nas discussões sobre o impacto dos salários na produtividade, já tinha ficado claro que, no estágio atual da democracia social brasileira, dificilmente haveria espaço para grandes desvalorizações cambiais que, reduzindo o preço dos salários em dólares, tornassem os produtos brasileiros mais competitivos.

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O sempre criativo ex-Ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira – principal inspirador da Escola e da Semana – defende a tese de que historicamente o câmbio brasileiro sempre foi apreciado devido à doença holandesa. Por tal entenda-se um modelo de comércio exterior no qual há grande peso de produtos primários (minérios e alimentos). Esse fluxo faz entrar muito dólar no país, deprimindo o câmbio e impedindo a indústria de ser competitiva.

A saída que propõe já foi utilizada no passado: imposto de exportação sobre commodities, constituindo um fundo a ser aplicado no exterior, retirando o excesso de dólares em circulação.

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Na verdade, o fenômeno da doença holandesa é bastante recente no país, e está ligado à explosão dos preços de commodities nos últimos dez anos.

Houve, de fato, doença holandesa no período de liberalização cambial, que vai do início da República à grande crise externa dos anos 30. Depois disso, houve rígido controle cambial.

A apreciação da moeda brasileira é tão antiga quanto o acordo de Bretton Woods – que determinou a concertação do câmbio entre as economias nacionais. Acertou-se uma determinada paridade cambial. Levou algum tempo para o acordo ser implementado. Nesse período, havia uma inflação interna que não foi considerada no momento zero da implementação do acordo.

Como consequência, o Brasil entrou na nova ordem monetária internacional com sua moeda desalinhada.
Depois, interesses internos – de importadores e dos jornais – sempre impuseram resistências a moedas desvalorizadas.

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Esse desacerto foi amenizado no governo Dutra devido ao excesso de divisas acumulado durante a guerra. Quando as divisas acabaram, sobrevieram crises cambiais seguidas.

No breve governo Café Filho, Eugênio Gudin e Roberto Campos tentaram implementar uma desvalorização cambial, inspirados no caso coreano – cujo “milagre” começou pelo câmbio. Não conseguiram emplacar.

No governo JK, Campos repetiu a sugestão. A proposta foi implodida pelo poeta Augusto Frederico Schimidt, de larga influência sobre JK, preocupado com os efeitos da desvalorização na inflação e na importação de máquinas.

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De lá para cá, com exceção dos anos 70, o câmbio sempre jogou contra a industrialização. Esse processo foi agravado no plano Real, com a apreciação de 15% da moeda.

Nos últimos anos, o Brasil teve duas oportunidades de ouro para corrigir o câmbio.

A primeira foi em 2003, no primeiro ano do governo Lula. No período anterior, erros do BC de Armínio Fraga e receios em relação a Lula – somados à crise internacional das montadoras – fez o câmbio explodir. Se Lula tivesse mantido em patamares competitivos, a economia teria bombado.

O segundo momento foi na crise de 2008. Mais uma vez jogou-se fora a oportunidade.

Luis Nassif

28 Comentários

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  1. Nassif

    Para mim, pessoalmente, um real desvalorizado seria muito bom. Porém, como poderia ser feita tal depreciação de modo a não afetar negativamente a economia, principalmente para a maioria da população? Posso estar completamente equivocado, pois não tenho formação econômica, mas uma maxidesvalorização (palavra que marcou a minha infância na década de 1970) não teria um impacto forte sobre preços, salários e inflação? Nesse sentido, como fazer esse movimento minimizando tais desdobramentos negativos?

    Muito obrigado e parabéns atrasado pelo casamento da primeira caçula!

    1. O preço do câmbio é arbitrário, a HPC é a saida honesta

      Hoje, com a computação em larga escala, HPC, é possível se arbitrar um preço ótimo para a população  de todo o país e ao mesmo tempo harmonizar com o relançamento da industrialização brasileira. O que é combinado não é caro, mas têm de mostrar as vantagens e entregá-las.

      Depende só de vontade política.

  2. Concordo com o adjetivo de

    Concordo com o adjetivo de Bresser = o sempre criativo.  Foi ele que criou aquela maravilha chamado plano Bresser. Que continue dando palestras e falando o que deve ser feito – mas não volte ao poder, pois nele se revelou um fracasso. Aliás, espero que Dilma, se reeleita, não coloque Beluzzo como ministro da Fazenda. Aí nós estaremos f… e mal pagos – se houver emprego (rs). 

     

     

    1. O Bresser é um ser do seu tempo

      Há de se reconhecer os seus méritos e iniciativas. Esta semana de discussões por exemplo é espetacular.

      Parabéns.

  3. “De lá para cá, com exceção

    “De lá para cá, com exceção dos anos 70, o câmbio sempre jogou contra a industrialização. Esse processo foi agravado no plano Real, com a apreciação de 15% da moeda.”

    Como assim? Se por um lado a apreciação cambial dificultava as exportações,por outro,possibilitava a importaçãp de máquinas e equipamentos de ponta,estes sim os grandes diferenciais da produtividade.Além disso,tivemos a taxa de juros de longo prazo (TJLP) mais baixa da história e,mesmo hoje,ainda continuam baixas,a ponto dos grandes bancos não conseguirem sequer chegar perto, como bem disse o banqueiro do Itaú em entrevista recente.

    Hoje,mão de obra já não é mais o grande diferenciador na composição de custos do setor industrial,o diferenciador é a tecnologia.

     

    Assim, que mais faltou foi visão empresarial de longo prazo.Quem aproveitou a oportunidade,e não foram poucos,já está trilhando o caminho dos lucros constantes. Os demais,como sempre,continuarão chorando,e procurando mais alternativas para ganhar dinheiro fácil.

     

    1. Importação de Máquinas

      É altamente questionável essa tese de que câmbio valorizado permite melhora de tecnologia via importação de máquinas.

      Isso porque um empresário, para investir, precisa ter uma expectativa de retorno desse investimento (precisa ter demanda, preço que o pague com lucro). Caso contrário, não investe. É justamente isso que lhe é negado com um câmbio sobrevalorizado, que tira das empresas brasileiras com mesmo patamar tecnológico que suas pares estrangeiras as condições isonômicas de competir.

  4. Só não entendo quanto tem que

    Só não entendo quanto tem que desvalorizar, o cambio está em torno de 2,37 não está desvalorizado o suficiente ? Lembrando que ele ja esteve em 1,65 por ai…

    1. tamanho da desvalorização

      (…) a política cambial para o Brasil condizente com o desejo de ser um país desenvolvido seria aquela que mantivesse uma taxa de câmbio capaz de produzir, não um equilíbrio, mas um leve superávit em transações correntes. Estaria, então, neutralizando a Doença Holandesa. Nesse sentido, economistas como Bresser-Pereira utilizam análise histórica para relacionar qual taxa gerou superávits em CC no Brasil. Por exemplo, sabe-se que em 2003 a taxa de câmbio ajustada à moeda de hoje, chegou a 6 reais/dólar. Essa taxa gerou um grande superávit em CC, talvez até excessivo. Comparando com outras ocasiões e feitos alguns ajustes, inferem um leve superávit com o câmbio na faixa de 3,00 reais/dólar. (…)

    2. O preço do câmbio deve variar

      Como as estações que se sucedem ciclicamentes, o câmbio, um preço público deve variar no tempo.

      O importante é o compromisso de quem o está controlando com o povo e a nação.

      Hoje os efeitos dele, na totalidade do povo brasileiro, os 200 milhões de habitantes do Brasil, pode ser mensurado e levado em consideração, junto com outras variáveis sazonais e de políticas públicas para servir de base a um contrato social que determine norte e rumo para o país que queremos.

  5. “Num” seria…

    Desde a Constituição de 88 os Estados-membro têm a possibilidade de fazerem emprétimos no exterior. Dela prá cá o meu Ceará de açucar, e muitos outros, estamos atolados em dívidas que vão desde projetos para convivência com fenômenos climáticos a obras de engenharia de toda ordem.

    Então, o pagamento dessas dívidas “num” seria o entrave para uma desvalorização cambial?

  6. Nada entendo deste cambio,

    Nada entendo deste cambio, tal como é discutido pela imprensa. A relação entre o real e o dólar é para mim um mistério insondável desde que a China (cuja moeda é o Yuan) se tornou a maior parceira comercial do Brasil. 

  7. A doença holandesa não é um

    A doença holandesa não é um fenômeno bastante recente na história braisleira, que, por décadas, teve um único produto(o café)como principal item em sua pauta de exportações.

    Em sau tese de doutorado, Delfim Netto defendeu que o Brasil sofreu os efeitos da doença holandesa até meados da década de 60, quando os investimentos realizados pelo Plano de Metas começaram a se consolidar e o Brasil começou a se tornar um páis urbano e industrial.

  8. confesso que sou um ser

    confesso que sou um ser comum

    preocupado com a inclusão social

    confesso que tb não entendo bulhufas de cambio.

    pra mim ´=e um tema insondável, meio obscuro,m que sempre tem relação com alguma coisa inexplicável.

    cheguei uma conclusão aparentemente absurda, mas que gostaria de compartilhar.

    a questão so cambio é um questão de poder mundial.

    eua tem mísseis que podem ser etonados sobre nossas cbeças a qq momento.

    a china uma população de um bilhão e mais um brasil

    e meio de habitantes, todos ganhnando salários talvez menores do que os nossos. .

    essa varaintes deveriam ser inclu[´´idas nessa iscussão tb – por quwe não? 

     

     

     

  9. Continuo não entendendo

    Prezado Luis Nassif,

    O assunto do câmbio é um mistério que o leitor comum, como eu, não consegue entender. Pelo jeito nem mesmo os economistas, pois as tentativas de solução do problema fracassam sistematicamente. Os jornalistas especializados no assunto parecem falar para si mesmos. Ouvindo os jornalistas de economia a gente apenas confirma o que espera ouvir deles, seja qual for a situação: as coisas não vão bem. Se for a Mírian Leitão, a gente fica com medo dela anunciar o fim do mundo para o fim da tarde.

    Pois bem, diz-se que o câmbio apreciado quebra a indústria; diz-se que a exportação de produtos agrícolas e minérios brutos aprecia o câmbio pela entrada excessiva de dólares; ao mesmo se diz que a desvalorização da moeda provoca inflação; a inflação corroe o poder de compra da renda do trabalhador. Um quebra cabeça e tanto.

    Afinal, concretamente, o que é o câmbio valorizado no Brasil, hoje? Dólar a R$ 2,20, R$ 2,30 é câmbio valorizado?; desvalorizado seria o quê, R$ 2,50, R$ 2,85 etc?. Que diferença faria para a economia se a cotação do dólar estivesse no patamar de R$ 2,50?

    O leitor comum precisa de dados concretos que ilustrem a análise. Caso contrário a gente fica boiando.

    Abraço

  10. Concordo

    A chance de ouro foi mesmo 2003, a economia já estava “precificada” com um dólar entre R$ 3,50/3,80, os efeitos já tinham se refletido em todos os preços, portanto era só manter a cotação acima de R$ 3,00. Porém, imagino que o que deve ter “seduzido” Palocci&Meirelles foi ter herdado uma inflação de 12,5% a.a. fechada em dez/2002. Daí a tentação de deixar o dólar derreter para reduzir a inflação rapidamente, em detrimento, mais uma vez, da indústria brasileira. E tem mais: a desconfiança e o risco-Lula é que fizeram com que o dólar batesse em quase R$ 4,00. Se a inflação descambasse rapidamente para uns 20% a.a., o governo Lula teria naufragado antes de completar 1 ano, tal a desconfiança com que era visto. Portanto, a opção pelo dólar barato, parece-me também uma estratégia de sobrevivência de um governo recém-iniciado sob forte desconfiança. 

    Editado (PS): não por acaso, na primeira reunião o Copom elevou a Selic de 25% a.a. herdada do governo Henri Ferdinand para 27,5%. Medo, paúra de perder o controle sobre uma inflação já com 2 dígitos. 

  11. Política Cambial e Doença Holandesa no Brasil

    A taxa de câmbio é o preço da moeda de um país em relação às outras. Como tal, essa é a relação que deve equilibrar o saldo em transações correntes desse país com o resto do mundo. Ou seja, daria às empresas brasileira com tecnologia e produtividade física similares às empresas do exterior, condições de igualdade de preço (algo como produtos iguais, preços iguais). Atualmente, o déficit em conta corrente do Brasil contra o resto do mundo é de 3,6% do PIB, o que é condizente com um câmbio altamente sobrevalorizado. Muita importação e pouca exportação.

    Porém, fosse meramente isso, ainda seria um pouco mais fácil para o Brasil. Não é. Pois observa-se que países com grande abundancia de recursos naturais (terra, sol, minas de metais, jazidas de petróleo, rio e mar, etc.) podem atingir o equilíbrio em conta corrente e ainda sim sofrerem desindustrialização. Isso ocorre pois a propridade de bens naturais traz ao País divisas via geração de rendas ricardianas (rendas ligadas meramente ao fato do país possuir esses fatores de produção escassos no mundo). A isso se chama doença holandesa e casos patentes foram Noruega e Holanda.

    É nesse ponto que entra a política econômica. É compatível com a experiência internacional a afirmação de que nações dificilmente atingem os patamares de renda per capita considerados desenvolvidos (30.000 USD, como a Coréia) tendo suas economias baseadas na produção de primários ou mesmo de indústriais intensivos em recursos naturais. Em outras palavras, os países que se desenvolveram fizeram-no promovendo uma alta participação da manufatura (baseada em trabalho, escala ou ciência e tecnologia) no PIB. O câmbio competitivo é condição necessária, mas não suficiente para isso.

    Portanto, a política cambial para o Brasil condizente com o desejo de ser um país desenvolvido seria aquela que mantivesse uma taxa de câmbio capaz de produzir, não um equilíbrio, mas um leve superávit em transações correntes. Estaria, então, neutralizando a Doença Holandesa. Nesse sentido, economistas como Bresser-Pereira utilizam análise histórica para relacionar qual taxa gerou superávits em CC no Brasil. Por exemplo, sabe-se que em 2003 a taxa de câmbio ajustada à moeda de hoje, chegou a 6 reais/dólar. Essa taxa gerou um grande superávit em CC, talvez até excessivo. Comparando com outras ocasiões e feitos alguns ajustes, inferem um leve superávit com o câmbio na faixa de 3,00 reais/dólar.

    Vale ressaltar que, se hoje o Brasil tem um grande déficit em CC, não chega nem ao ponto em que seu único problema seja a Doença Holandesa. Estamos ainda no campo em que a sobrevalorização cambial está ligada às decisões de política econômica. Ou seja, estamos deliberadamente nos mantendo subdesenvolvidos. Essas políticas são: liberação da entrada de capital financeiro (baseado na idéia de crescimento com poupança externa), querer controlar inflação valorizando o câmbio (sistema de metas), populismo cambial (deixar importados mais baratos para aumentar o consumo no presente).

    REFERÊNCIAS:

    – BRESSER-PEREIRA, Macroeconomia da Estagnaçao (2007).
    – ELIANE ARAÚJO e SAMUEL COSTA PERES, Política Cambial, Estrutura Produtiva e Crescimento Econômico: fundamentos teóricos e evidência empíricas para o Brasil (2014)
    -JOSÉ LUÍS OREIRO e NELSON MARCONI, Teses Equivocadas no Debate sobre Desindustrialização e Perda de Competitividade da Indústria Brasileira (2014)

  12. Industriais de quinta categoria por causa do governo

    Nem o Gurgel, cara extremamente criativo e visionário, bem como corajoso conseguiu quebrar as peias para se tornar um industrial de sucesso por aqui.

    E olha que quando eu era menino, enchi o saco do meu pai para me comprar um Gurgelzinho, ou seja, ele teve nas mãos um produto de desejo, que faz o seu preço e carrega a margem de lucro que precisar para sua fabricação.

    Nossa indústria nasceu torta e os industriais que por aqui surgiram foram obrigados a introjetar em suas personalidades o complexo de Vira-Lata na marra.

    O que não bate com o resto do planeta é que o Brasil com um território imenso, uma população de mais de 200 milhões, com uma fauna e uma flora diversificadíssima e única, não se consegue criar, patentear e produzir por aqui nada de diferente do que se produz melhor pelo mundo. 

    Têm gato na tuba!

    Não é possível que não se descubra, invente ou melhore nada de diferente ou original  do que se produz no resto do planeta.

    Na verdade, se se olhar bem, existe é um aparato burocrático, governamental e conspiratório , com o auxílio dos bancos, maçonarias e meios de comunicação para impedir que se criem e estabeleçam negócios genuinamente nacionais que alavanquem o desenvolvimento industrial do Brasil.

    Tá na cara que existem forças contrárias à industrialização do País, independentemente da taxa de câmbio ou de qualquer outra variavel econômica.

    O câmbio não é um preço que se determina facilmente, não o ÓTIMO PARA TODA A POPULAÇÃO DE TODO O BRASIL AO MESMO TEMPO, desta dificuldade, que hoje já é facilmente superada com a computação em larga escala – a HPC – Temos  sistemas como o Dr. Watson da IBM.  que conseguem fazer uma “prova do pudim” com todo o ambiênte econômico do Brasil e determinar uma solução ótima nacional e equilibrada com acordos e programas. Isto  impedirá que o câmbio possa ter seu preço chutado por aqueles que têm mais poder de infiltração nas salas de decisões e colocará a vista os que são contra o povo e a nação.

    Uma nova oportunidade para relançar a indústria existirá em 2015, mas exigirá vontade política da Dilma, senão continuaremos na mesma lenga-lenga.

    1. kkkkkkk

      Primeira vez que vejo você dar uma paulada no “gato”… KKKKKKK

      Ainda teve coragem outro dia pra pedir que eu pare de sonhar. Nós estamos vivendo num mundo de ilusões, nada é o que parece, assim sendo, é um mundo de sonho (tudo é irreal). Quando você cita um jogo de “cartas marcadas”, você não pode ignorar que vivemos uma fantasia. Nosso destino está selado. Lutamos contra ele, mas, nunca deixarão o Brasil ser um pais industrializado.

      É destino de nosso país, alimentar a humanidade! Não permitirão que haja desenvolvimento tecnológico por aqui. As melhores cabeças sempre serão levadas para fora do país, produzindo ciência e criando lá fora.

      Quanto ao Cambio, eu quero saber qual o país no mundo consegue competir com a China e a Índia? 

      Estes dois, possuem a metade da população mundial. A globalização está usando as características e necessidades destes países para diminuir os salários pelo mundo. Estão promovendo desemprego por todo o planeta.

      Mas como afirmei no texto acima: “Nada é o que parece!”

      Sei que o mundo está passando por uma transformação, mas, não sei qual será o resultado. Sei que as coisas não serão mais como eram, porém, tenho muito medo que isto possa envolver as Nações numa “Terceira Guerra Mundial”.

      Para onde iremos: Uma utopia da “Democracia Virtual”; a escravidão de uma “Republica Corporativa”; ou fica tudo como está empurrando a humanidade para guerra provocada pela necessidade de sobrevivência e defesa de soberania das Nações?

      Esta guerra cambial irá desembocar em uma das três variáveis acima. Analisem a conjuntura mundial e opinem para onde caminharemos?

      1. Você não entendeu o que é o Token ainda

        No Matrix você não testa se está no sonho ou não, você toma a pílula Azul ou a Vermelha e acorda do coma induzido. São coisas totalmente diferentes.

        Já o debate sobre inflação e câmbio sugiro ler o link que postei na outra mensagem.

        1. “Na verdade, se se olhar bem,

          “Na verdade, se se olhar bem, existe é um aparato burocrático, governamental e conspiratório , com o auxílio dos bancos, maçonarias e meios de comunicação para impedir que se criem e estabeleçam negócios genuinamente nacionais que alavanquem o desenvolvimento industrial do Brasil.”

          Weber, você foi no alvo, isto é:  tudo isso é o establishment tupiniquim, é o Brazil-zil-zil!

          Eu queria saber quem são os Brasileiros tão mencionados no final da fala de Aécio e Marina?

          Há uma estória que o D.Pedro1 perdeu o Brasil para o Americanos(Ordem dos Templário) – isso a nível maçônico – Tanto é verdade que o príncipe português recebeu os americanos do sul derrotados na guerra civil!

          Parece que esses americanos alavacaram os negócios no estado de São Paulo(praticamente fundaram SP)!

          Se isso for verídico, vivemos numa ilusão brutal… E creio que isso é regra para todo o planeta…

          Documentário – 5 partes – segue a primerira!

          Assistam os demais no youtube

          [video:http://www.youtube.com/watch?v=Bf3WDiwbVSk%5D

           

          1. Documentário muito interessante

            Assisti aos 5 capítulos, boa síntese da saga destes americanos fugidos da guerra de secessão americana que emigraram para Santa Bárbara do Oeste e Americana.

            A indústria de ponta já esteve aqui, mas “misteriosamente” desapareceu.

            Obrigado pelo link.

  13. O legado do câmbio para as futuras gerações.

     

     

    Vou começar pelo nível ideal de câmbio real.

    Penso que não se trata de uma questão metafísica. O nível ideal de cambio deve ser estabelecido ou buscado levando-se em consideração:

    1 – Produtividade dos diversos setores da economia brasileira e das economias com as quais temos negócios.

    2 – Qual o meu objetivo de longo prazo para o País. Aqui temos opções para todos os gostos. Pode ser um patamar de câmbio que viabilize apenas o agronegócio. Que equilibre a minha conta corrente. Que permita a  sobrevivência da indústria tal como ela existe hoje? Que viabilize a expansão da indústria, criando novos setores no qual o país ainda não atua e/ou recuperando cadeias industriais perdidas.

    Colocando em termos singelos, eu, particularmente, desejo uma economia que possibilite um razoável bem-estar para todos os que aqui vivem. Ora, num país de 200 milhões de habitantes, não será possível atingir esse objetivo se eu não tiver uma economia diversificada, com um setor industrial forte, tudo amparado por educação, ciência e tecnologia. O Brasil, com uma renda per capita de doze mil dólares, dada as características concretas de sua economia está impossibilitado de instituir um “welfare state”, nos moldes do que foi feito na Europa.

    A pergunta que se coloca: Com os instrumentos de política econômica de que disponho, é possível estabelecer ou gravitar em torno de um patamar de câmbio real compatível com a consecução dos meus objetivos?

    Eu acredito firmemente que sim. Obviamente, a implementação de medidas de política econômica não se dão no vazio. O momento em que e a intensidade com que serão aplicadas não podem ignorar a conjuntura política e econômica. Assim, qualquer medida teria de contar com o suporte de um pacto entre diversos atores políticos, lembrando que politicamente não é algo fácil de se fazer, porque até mesmo atores econômicos antes favoráveis à desvalorização , como a nossa suposta indústria, adaptaram-se a um ambiente de  câmbio permanentemente valorizado. Noutro dia, por exemplo, comprei um produto de um “fabricante” brasileiro, empresa tradicional sediada em Santa Catarina. Pois bem, o tal produto, na verdade era importado da China.

    Há , ainda, o fato de que o câmbio valorizado, para a população em geral, funciona como uma espécie de droga. No começo percebe-se somente o prazer que ela causa; os malefícios, por sua vez, aparecem gradativamente. Essa combinação, benefício à vista, malefício em suaves prestações, faz da valorização do câmbio um erro de política econômica insidioso. Ainda mais porque com a desvalorização acontece exatamente o contrário. Ou seja, o remédio é amargo.

    Dito isso, abaixo, faço algumas considerações e elenco algumas medidas para levar o câmbio ao nível desejado.

    1 – Câmbio não é fim, é meio. É um meio de realizar um projeto de país. O dogma pode estar no projeto de país, não nos meios para atingi-lo. No câmbio, a palavra chave é pragmatismo. Pragmatismo, tendo lá na frente o meu projeto. Desse ponto de vista, nada de extremos em política cambial. O melhor regime é o de flutuação suja. Me dá flexibilidade tática sem desviar o olhar de meus objetivos estratégicos.

    2 – Controle da entrada de capitais. Isso vale para capitais especulativos e, num segundo momento, para o investimento direto. Para esse último, a prioridade é produzir coisas que, como diz o Delfin, possam ser embrulhadas (e exportadas). A calibragem desses controles, que podem ser das mais diversas naturezas, se fará no sentido de manter o câmbio real no patamar desejado.

    3 – No combate à inflação induzida pela desvalorização cambial, dar preferência, na política monetária, as velhas e sempre esquecidas medidas macroprudenciais. (Compulsório dos bancos junto ao BC, IOF sobre crédito, medidas administrativas, etc). Aumento da Selic seria a “ultima ratio”. O combate à inflação obviamente é de suma importância. A desvalorização bem sucedida muda apenas os preços relativos. Aumentam commodities, bens importados e bens que utilizam insumos importados.

    4 – Infelizmente um preço fundamental da economia, o trabalho, terá de ficar mais barato em dólar. Ou seja, no curto e médio prazo os assalariados ficaremos mais pobres. Deve-se adotar uma política de salário mínimo que faça do trabalhador sócio do aumento da produtividade, mas sem ultrapassá-la. Para os salários, em geral, deixar a regulação por conta do mercado. Mas, no caso de escassez de mão de obra e crescimento dos salários em geral acima da produtividade física do trabalho, facilitar a vinda de trabalhadores estrangeiros. Antes de criticarem esse tópico, lembrem-se que não estamos falando de uma economia autárquica. Poderíamos até tentar esse caminho, mas aí é outra discussão, completamente diferente.

    5 – Aprofundar a desindexação da economia.

    6 – No devido tempo, instituir ou aumentar tributos sobre a exportação de commodities agrícolas e minerais, áreas em que o país é altamente competitivo. Essa medida serve, entre outras coisas, para calibrar o câmbio.

    7 – Política fiscal responsável e sintonizada com a política monetária.

    8 – Esforço permanente no sentido de aumentar a produtividade da economia

    9 – Reformas, principalmente na área tributária, buscando criar um ambiente favorável aos negócios..

    Nós próprios poderemos colher, a médio prazo, os dividendos de uma política cambial acertada. Mas, no fundo, no fundo, o que está em jogo aqui é qual legado em termos de país deixaremos para as futuras gerações. Estamos dispostos a tomar o remédio amargo em benefício dos que nos sucederão?

    Saudações, Felisberto.

     

  14. O Câmbio não é uma questão de

    O Câmbio não é uma questão de estrato da sociedade, ao contrário, é um paradoxo de forças produtivas na formação de uma massa concreta e, por outro lado, uma formação abstrata, contra a própria produção concentrada nas mãos de estangeiros.

    Para que haja as circunstâncias da economia evitando a crise, é necessário as atividades de exportar para fazer as obras; transmitindo ao câmbio os avanços similares, tal que a ideia de desenvolvimento de um país se resolva ao derrubar a base do sistema interno do outro país.

    Portanto, com os movimentos iniciais do câmbio nada se pode salvaguardar, pois todos os modos são de apropriação precedentes à conversão, cuja missão é destruir as defesas do valor da propriedade individual, tendo em vista que o valor real do trabalho não poderá erguer-se igualmente com a produção para organizar o processo de desenvolvimento, e o arranjo racional da base monetária oficial não torne-se permanente posição de domínio do Estado.

     

  15. Como diria o Garrincha, já cominaram com eles.

    Qualquer acerto no câmbio para nossa vantagem sempre será confrontada com os acertos dos outros. Usar o câmbio como fiel da balança é concordar que só aí temos chances de prosperar. Nosso problema é de mercado interno.

  16. Banco BRICS

    Nassif dentro do possível gostaria de ler análise sua sobre qual influência do Banco BRICS na política cambial .Se esta iniciativa é produtiva, benéfica para o Brasil e em que prazo, caso o seja. Desculpe se tal tópico seja passado e eu tenha perdido. Se assim for, anexar link ou mesmo atualizar o post ‘Analise Recorrentes…’ com analise Bco BRICS e qual sua influência no ‘caldo’ política cambial.

  17. Correção gradual da taxa de câmbio

    No Governo da Presidenta Dilma a taxa de câmbio teve uma correção significativa, além disso ocorreu também a redução da tarifa de energia elétrica, a desoneração da folha de pagamento, e a redução da cide, somando todos esses fatores, já ocorrendo uma melhora das condições de competitividade das empresas instaladas no Brasil.

    O melhor caminho seria adotar uma correção gradual da taxa da taxa de câmbio, com uma média de 4% nominais ao ano acima da inflação, em 5 anos teríamos uma correção de mais 20% na taxa de câmbio, ou seja o dólar cotado a R$ 2,80.

    Para isso será necessário reduzir os juros da Selic, e utilizar de forma intensa as Reservas Cambiais, tanto na venda em caso de volatilidade da taxa de câmbio, como na compra em caso de entrada significativa de dólares.

    Lembrando que as Reservas Cambiais, nunca deve se utilizada para tentar segurar uma determinada taxa de câmbio, e sim para trazer a taxa de câmbio para um patamar pouco acima do período anterior ao “estouro da boiada”. já que nesse período os ativos em reais estarão desvalorizados, o que diminui o poder dos especuladores.

    Em 2003 além da dolarização da dívida interna, a dívida pública externa representava cerca de 20% do PIB.

    Neste contexto o Governo do Presidente Lula utilizou a apreciação do câmbio, primeiro para desdolarizar a dívida interna, segundo para quitar parte significativa da dívida externa, e terceiro para comprar dólares e formar uma Reserva Cambial que desse condições para enfrentar as crises cíclicas de liquidez no mercado financeiro internacional.

    Sem a queda do dólar diante do real dificilmente se teria conseguido desdolarizar a dívida interna, muito menos seria possível quitar antecipadamente a dívida junto ao FMI, nem recomprado antecipadamente parte importante dos títulos da dívida pública externa.

    O tamanho das Reservas Cambiais de mais de US$ 200 bilhões em 2008 foi fundamental para ter conseguido resistido a grave crise de liquidez ocorrida após a quebra do Lehman Brothers.

    As Reservas cambias de quase US$ 400 bilhões também foi fundamental para ter resistido a crise de liquidez internacional no inicio de 2013.

    Na crise de 2008. o Governo do Presidente Lula, deve ter permitido a taxa de câmbio voltar a se apreciar, muito provavelmente em função do elevado número de empresas que estavam devendo em dólar sem o devido hedge.

    Agora com o ajuste das contas externas já realizado, com a dívida externa pública representando menos de 5% do PIB, e com todos agentes econômicos mais do que avisados, é possível aproveitar o atual momento de ajuste na política monetária nos EUA para corrigir a taxa de câmbio dentro de patamares compatíveis com a meta de inflação estipulada pelo CMN.

     

     

  18. Pergunta

    Até que ponto a necessidade sempre imediata de conseguir reservas pra rolgem da dívida não influenciou na dificuldade de ajustar do cambio?

    Outra coisa: falar de controle cambial hoje não deixa o “mercado” nervosinho demais?

    Mais uma. No artigo em que justifica o voto em dilma bresser vai bem mais além: ele acusa diretamente os formuladores das demais candidaturas de nnão enxergarem o problema. A coisa é bem pior do que a divergência sobre a solução: as eleites, que ele chama de “liberais” e “coloniais”, sim, “coloniais” simnplesmente não enxergam o problema.

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