As mudanças no conceito de beleza feminina

Enviado por Adir Tavares

Do Observador

O que era uma mulher bonita há 100 anos?

O conceito de beleza feminina mudou muito num século. Onde agora há magreza, antes havia curvas generosas. E se antes se suspirava por uma tez branca, hoje a conquista é pelo bronze de verão.

Corpo em forma de um “s” e pele branca. Estas eram duas das características que faziam uma mulher atraente há um século, mais coisa menos coisa. O conceito de beleza feminina (mas também masculina) tem evoluído ao longo dos anos e longe vai o tempo em que ser-se moreno tinha uma má conotação, ao estar associado à pobreza e a longas horas de trabalho. Talvez por isso, e mesmo a chegar ao pico do verão, o espanhol ABC reuniu quatro características que ditavam, no século passado, o que era uma mulher bonita — um ideal muito longe do que hoje se ambiciona ver ao espelho.

1. Corpo em forma de um “s”

As mulheres do princípio do século XX procuravam ter o corpo na forma de um “s” ou de uma ampulheta, o que na altura era considerado atraente pela sociedade — tal implicava ancas largas e um peito volumoso. Para conseguir o tão desejado visual, as mulheres socorriam-se ao uso de espartilhos apertados que, não raras vezes, dificultavam a respiração. No entanto, eram esses mesmos espartilhos que davam a ideia de curvas femininas generosas, uma realidade que contraria a luta atual e quase diária por um corpo magro e tonificado.

   Four Victorian ladies modelling the whalebone corsets which were fashionable in the 19th century.  (Photo by Hulton Archive/Getty Images)

Hulton Archive/Getty Images

2. Tez pálida

A mulher perfeita da primeira década de 1900 tinha uma tez pálida, ao contrário do bronze de verão que, por estes dias, é muito ambicionado. Acontece que, à época, ter um tom de pele mais escuro era sinónimo de trabalho de sol a sol, sinónimo de pobreza; já a tez branca era associada a uma mulher que ficava confinada às quatro paredes de uma mesma casa, onde podia gozar de uma boa qualidade (e estilo) de vida.

3. Cabelo volumoso e encaracolado

Há um século vivia-se uma transição no que a penteados diz respeito — em causa estavam o pompadour do século XIX (como quem diz topete, o que, por sua vez, significa a elevação do cabelo à frente) e os fios encaracolados no princípio do século XX. Essa mistura resultou em cachos de caracóis volumosos, sobre os quais se colocavam vários chapéus para evitar o sol e o bronze a ele associado — o pescoço, esse, ficava a descoberto. O jornal espanhol escreve que as características descritas tinham como objetivo fazer com que as mulheres se parecessem com…um cisne.

4. Gibson girl

Todas essas características foram representadas em ilustrações do artistaCharles Dana Gibson, cujos desenhos representavam o ideal de beleza feminino no início do século XX e que viriam a ser personificados com a criação da Gibson girl, uma figura se tornou num símbolo da época. O ABC lembra, no entanto, que o artista sempre argumentou que nunca inventou nada e que apenas se limitava a prestar atenção à moda que passava nas ruas.

Redação

8 Comentários

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  1. Sempre interessante ler o homem em suas circunstâncias

    “botterosutra- o kamasutra pluz size” , de Bottero, por exemplo, ilumina um pouco a discussão sobre estes padrões de beleza e suas consequências.

  2. E o lucro das empresas de beleza, aumentando, embora mintam

    Do site Jornal Ciência

     

    Mais de 80% das propagandas de cosméticos divulgadas são falsas, diz estudo

    Apesar de todo o brilho e glamour presente nos anúncios de cosméticos, poucas afirmações são cientificamente fundamentadas, ao contrário do que a indústria da beleza quer nos fazer acreditar.

    Um novo estudo norte-americano sobre a publicidade de produtos de beleza feitos em revistas como Vogue, Glamour e Marie Claire, descobriu que a maioria das reivindicações são falsas, com uma quantidade significativa afirmando mentiras de forma absurda.

    Pesquisadores da Universidade Estadual de Valdosta avaliaram 289 anúncios de cosméticos a partir das páginas de sete revistas publicadas em abril de 2013, categorizando as reivindicações feitas pelos anúncios. Estas afirmações incluíam declarações ambientais (ex. “Nenhum teste em animais”), reivindicações de endosso (ex. “Recomendado por dermatologistas”), e afirmações científicas (ex. “Clinicamente comprovada”). Anúncios foram adquiridos a partir de um número de categorias de produtos de cosméticos femininos, incluindo maquiagens, produtos faciais, produtos para o corpo, perfumes, entre outros.

    Uma vez classificados pelos pesquisadores, as reivindicações de cosméticos dos anúncios foram avaliadas por um painel de juízes e classificadas de acordo com quatro escalas de veracidade: mentira deslavada, omissão, vaga e aceitável. Embora a maioria encare anúncios com ceticismo, os resultados do estudo são assustadores. Em última análise, apenas 18% das reivindicações feitas nos anúncios foram considerados aceitáveis ​​pelos juízes, com mais de 4 das 5 reivindicações do produto sendo avaliadas como vaga ou inverídicas.

    Em termos de afirmações científicas feitas por produtos, apenas 14% eram vistos como ‘aceitáveis’. As alegações ambientais foram aceitas com menos cinismo, embora, mesmo assim, apenas metade desses pedidos foram considerados aceitáveis. Reivindicações de desempenho também se saíram mal. Cerca de uma em cada quatro reivindicações baseadas no desempenho foram consideradas ‘aceitáveis’, mas 23% foram consideradas mentiras descaradas.

    “A decepção não só prejudica a credibilidade da propaganda como um todo, fazendo os consumidores ficarem na defensiva, como também produz efeitos prejudiciais para os anunciantes que são diretamente responsáveis ​​por fazer as reivindicações”, disse Sarah Knapton, uma das coautoras do estudo.

    “O estudo deixa claro que os comerciantes têm grande interesse em defender a verdade na publicidade de cosméticos, porém, mais métodos de regulação precisam ser desenvolvidos”,completou. A pesquisa foi publicada no Journal of Global Fashion Marketing.

     

     

  3. Acho que seria bom trocar as
    Acho que seria bom trocar as palavras reivindicação, por afirmação e decepção por enganação. Creio trararem-se de falso cognato.

  4. ah! mais besteiras & sofismas

    ah! mais besteiras&sofismas&modismos da masturbação intelectual…

    … depois da terceira dose de puro malte escocês no sangue “pra cabeça”

    todas as mulheres do mundo, sem exceção sem-noção sem distinção sem nada

    en/carnam e osso, d.i.v.i.n.a.m.e.n.te, a beleza da deusa vênus à flor da pele virginal.

  5. Tudo muda.

    Não é só o padrão de beleza feminino e masculino. O padrão – se é que existe- seja lá do que for, é mutante. Basta olhar à nossa volta. Roupas, carros, decoração, filmes, etc. O que o tempo não transforma? (não vale a ignorância humana).

  6. “Mulher magra? Não serve pra casar. Você vai ter que ter conta

    na farmácia. Mulher tem que ter carne, ter anca larga pra gerar filhos fácil. Mulher amarelada, Deus nos livre !”- Muito ouvido na década de 1940, quando meus pais se casaram em MG.

     

     

    Medindo roupas de banhos. Se fossem muito curtas, as mulheres eram multadas. Década de 20

     

     

     

    Máquina de bronzeamento artificial- 1949

     

     

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