As semelhanças entre 1964 e 2014

Santos Vahlis, hoje em dia, é mais conhecido pelos edifícios que deixou no Rio de Janeiro e pelas festas que proporcionou nos anos 50. Foi um dos grandes construtores do bairro de Copacabana.

Venezuelano, mudou-se para o Brasil, trabalhou com a importação de gasolina e tentou se engatar nas concessões de refinarias no governo Dutra. Foi derrotado pela maior influência dos grupos cariocas já estabelecidos.

Nos anos seguintes, foi um dos financiadores da campanha do general Estillac Leal para a presidência do Clube Militar, em torno da bandeira do monopólio estatal do petroleo. Torna-se amigo de Leonel Brizola, defensor de Jango.

Provavelmente graças ao fato de ser bom cliente dos jornais, com seus anúncios imobiliários, tinha uma coluna no Correio da Manhã, cujo ghost writer era o grande Franklin de Oliveira.

Tentou adquirir o jornal “A Noite” para fortalecer a imprensa pró-Jango. Foi atropelado pelo pessoal do IBAD (Instituto Brasileiro de Ação Democrática) que, em vez de comprar o jornal, comprou sua opinião por Cr$ 5 milhões. A CPI que investigou a transação teve como integrante o deputado Ruben Paiva.

Por sua atuação, Vahlis sofreu ataques de toda ordem. Contra ele, levantaram a história de que teria feito uma naturalização ilegal. Em 1961, em pleno inverno, foi preso e jogado nu em uma cela de cadeia, a ponto do detetive que o prendeu temer por sua vida.

Como era possível a perseguição implacável dos IPMs (Inquéritos Policial Militares), de delegados e dos Ministérios Públicos estaduais, contra aliados do próprio governo?

Esse mesmo fenômeno observou-se nos últimos anos, com os abusos cometidos no julgamento da AP 470, envolvendo não um ou dois Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), mas cinco, seis deles, endossando arbitrariedades que escandalizaram juristas conservadores.

Características da democracia

Para tentar entender o fenômeno, andei trabalhando em um estudo que pretendo apresentar no evento “50 anos da ditadura”, que ocorrerá a partir da semana que vem no Recife.

Aqui, um pequeno quadro esquemático que explica porque 2014 é tão semelhante a 1964 – embora torçamos por um desfecho diferente.

1.     A democracia é um processo permanente de inclusões sucessivas. Também é o regime de maior instabilidade (e medo) das pessoas. Nos regimes autoritários, na monarquia, nos sistemas de castas, não há ascensão vertical das pessoas – nem sua queda. Na democracia de mercado há a instabilidade permanente, mesmo para os bem situados. Teme-se o dia seguinte, a perda do emprego, das posses, do status.

2.     Além disso, há repartição entre os poderes que abre espaço para a montagem de alianças e acordos econômicos, nos quais os grandes grupos econômicos se aliam aos grupos de mídia, através deles infuenciam os diversos poderes de Estado.

3.     Cada época de inclusão gera novas classes de incluídos que cumprem seu papel de entrar no mercado de trabalho, ganhar capacidade de consumo e, no momento seguinte, cidadania e capacidade de organização. Gera resistências tanto na classe média (medo da perda de status) quanto nos de cima (perda de influência).

Aí, cria-se uma divisão no mercado de opinião que será explorado a seguir.

O mercado de opinião

Simplificadamente, dividi o mercado de opinião em dois grupos.

O primeiro é o mercado liderado pelos Grupos de Mídia. Por definição, é um mercado que influencia preponderantemente os setores já estabelecidos que já passaram pela fase da inclusão, do emprego, da carreira, integrando-se no mercado de opinião aos estabelecidos da fase anterior.

Por suas características, os grupos mais resistentes ao novo são os estamentos militar,  jurídico, alta hierarquia pública e a alta e média classes médias – especialmente os estamentos que trabalham em grandes companhias hierarquizadas. E também a classe média profissional liberal, que depende de redes de relacionamentos.

A razão é simples. Vivem em estruturas burocráticas, hierarquizadas, nas quais cumprem uma carreira, sujeitando-se a promoções ao longo de sua vida útil. Por isso mesmo, a renovação se dá de forma muito lenta, proporcional à lentidão com que mudam os lugares nessas corporações. São os mais apegados ao status quo.

Por todas essas características – da insegurança, da carreira construída passo a passo – esses grupos são extremamente influenciados por movimentos de manada. Por segurança, querem pensar do mesmo modo que a maioria, ou que o status quo do seu grupo (ou de suas chefias).

Esse grupo pode ser denominado conceitualmente de opinião pública midiática. Ele detém o poder, a capacidade de influenciar leis, julgamentos, posições.

Mas não detém voto. Mesmo porque, quem têm votos é a maioria.

O segundo grupo é o dos novos incluídos econômicos e dos incluídos políticos mas que não tem posição de hegemonia. Entram aí sindicatos, organizações sociais, o povão pré-organização etc, enfim, a maioria da população – especialmente em países com tão grandes diferenças de renda. E entra o Congresso Nacional.

Os canais de informação desse público são os sindicatos, organizações sociais e os partidos políticos.

É um público que detém os votos, mas não detém poder.

O conflito entre poder e voto

Em cada período de inclusão, o partido que entende as necessidades dos novos incluídos ganha as eleições. Foi assim nos EUA com o Partido Republicano no século 19, com o Partido Democrata no século 20.

Processos de inclusão diminuem as diferenças de renda, ampliam a classe média e, quando o país se civiliza, garantem a estabilidade política – porque a maioria se torna classe média.

Mas em países culturalmente atrasados – como o Brasil – qualquer gesto em direção à inclusão sofre enormes resistências dos setores tradicionais. 

Não se trata de viés político, ideológico (no sentido mais amplo), mas de atraso mesmo, um atraso entranhado, anti-civilizatório,  que atinge não apenas os hommers simpsons, mas acadêmicos conservadores, magistrados, empresários sem visão. E, especialmente, os grupos de mídia. Os de baixo temem perder status; os de cima, temem perder poder.

O partido que entende os novos movimentos colhe leitor de baciada.

O único fator capaz de derrubá-lo são as crises econômicas (o fenômeno do populismo é o de procurar satisfazer de qualquer maneira as massas descuidando-se da economia) ou o golpe.

A reação através do golpe

Sem perspectivas eleitorais, os segmentos incluídos na chamada opinião pública midiática recorrem ao golpismo puro e simples.

Consiste em fomentar diuturnamente o discurso do ódio e levar a vendetta para o campo jurídico-policial. É o que levou à prisão de Santos Vahlis e aos abusos da AP 470.

O movimento foi bem sucedido em 1964 e consistia no seguinte:

1.     Para mobilizar a classe média, a mídia levanta fantasmas capazes de despertar medos ancestrais: o fantasma do comunismo, que destroi famílias e propriedades, do golpe que estaria sendo preparado pelo governo, da corrupção que se alastra etc.

2.     A campanha midiática cria o clima de ódio que se torna cada vez mais vociferante quanto menores são as chances de mudar o governo pela via eleitoral.

3.     Com a influência sobre o Judiciário e o Ministério Público, além de denúncias concretas, qualquer fato vira denúncia grave e, na ponta, haverá um inquérito para criminaliza-lo.

4.     Aí se entra no ponto central: as agressões, os atentados ao direito, as manipulações provocam reações entre aliados do governo. Qualquer reação, por mais insignificante, serve para alimentar a versão de que o governo planeja um golpe. O ponto central do golpe consiste em fomentar reações que materializem as suspeitas de que é o governo que planeja o golpe.

É nesse ponto que o golpismo e o radicalismo de esquerda se dão as mãos.

Confiram esse vídeo aqui do Arnaldo Jabor, sobre uma proposta de um deputado obscuro do PT. O próprio Jabor considera-o obscuro. Mas repare nas conclusões que tira. Foi buscá-las em uma nave do tempo diretamente de 1964

O grande problema de Jango foram os aliados iludidos pela revolução cubana e pela própria campanha da mídia – que superestimava, intencionalmente, os poderes das ligas camponesas e quetais.

O histórico trabalho de Wanderley Guilherme dos Santos, em 1962, expos de forma magistral e trágica  como se dava essa manipulação das reações.

Esse mesmo clima em relação às ligas camponesas, a mídia tentou recriar com as fantasias sobre a influências das Farcs no Brasil, sobre os dólares cubanos transportados em garrafas de rum e um sem-número de artigos de colunistas denunciando o suposto autoritarismo de Lula.

Lula e Dilma fugiram à armadilha, recorrendo ao que chamei, na época, de republicanismo ingênuo, às vezes até com um cuidado excessivo.

Não tomaram nenhuma atitude contra a mídia; não pressionaram o STF; têm sido cautelosos de maneira até exagerada; não permitiram que o PT saísse às ruas em protesto contra os abusos da AP 470.

Apesar de entender esse caminho, Jango não conseguiu segurar os seus. Houve radicalização intensa, conduzida por Leonel Brizola e Darcy Ribeiro, pelo PCB de Luiz Carlos Prestes e por lideranças sindicais, que acabaram proporcionando o álibi de que os golpistas precisavam.

Hoje em dia não há mais a guerra fria, não há uma republiqueta encravada em um continente golpista, não há o descuido com a economia.

No entanto, há um ponto em comum nos dois períodos: o ódio que a campanha midiática provocou em diversos setores de classe média crescerá em razão inversamente proporcional ao crescimento eleitoral da oposição. E o mote central será  a Copa do Mundo e a convicção  de que o governo gastou em estádios o dinheiro da saúde.

Há uma guerra de comunicação central.

 

Luis Nassif

229 Comentários

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  1. Excelente explanação. Só não

    Excelente explanação. Só não vê quem não quer. Mas, como diz o texto, se estão “dmoninados” midiaticamente, como ver? No entanto, essa mesma mídia canhestra não incorporou (ainda?) o essencial para um golpe de estado, os militares. Não me consta – na minha ingenuidade de leitor compulsivo – que as forças armadas estejam preocupadas com as “ações” da mídia desembestada.

    1. Schell, acho que não devemos

      Schell, acho que não devemos subestimar o perigo. Há um abaixo assinado correndo os quartéis, se rebelando contra a ordem dada por Dilma para punir oficiais que criticaram duas ministras. Não sei, mas o governo precisa tomar cuidade com alguns generais.

      1. Nada disso

        Ponto final……..64……..estamos a falar de 2014…………….bagunça total…..varias e varias pessoas morrendo….justiça vendida……medo total de andar nas ruas…………corrupção como nunca ouve…………que conversa fiada é essa de golpe…..o golpe já foi dado em 2002…pela conversa do operario…………temos que acabar com isso………seja quem for…Barbosa…militar….sei lá………essa turma que esta ai nem pensar….socorro……..prefiro ser manado pelos marines…do que essa quadrilha que está ai……..vamos falar serio…..

  2. Cavalo de Tróia

    Excelente artigo Nassif!

    Esse é o maior problema da oposição, por representar quem representam, não conseguem os votos de que precisam para ganhar as eleições presidenciais. Agora, com relação a Copa, já disse uma vez, vou dizer de novo, pra mim, é o Cavalo de Troia do governo!

     

    1. A copa é a culpada apenas por ser o principal assunto do momento

      Inclusive para grande maioria da população maior que a própria eleição este ano. Mas se não fosse a copa, a direita midiática acharia outro tema. Não importa o motivo, o que importa que queremos golpe. 

  3. Mesmo com o contraditório

    Mesmo com o contraditório hoje permitido pela internet, a multidão de analfabetos políticos é terreno fertilíssimo para a lavagem cerebral promovida diuturnamente pelo oligopólio midiático.

    A democracia está tão ameaçada quanto esteve em 1964 e o Mentirão foi um passo a mais em direção a isso.

    A História está se repetindo, espero que desta vez seja como farsa e que as urnas em outubro e novembro deem um chega pra lá nos oportunistas, nos hipócritas, nos golpistas, nos predadores do país  e nos analfabetos políticos.

  4. Nassif
    É por isso que sempre

    Nassif

    É por isso que sempre disse aqui:

    O Lula colocou em sua cabeça um monte de Bonés para dizer aos Carteis/Oligarcas que o povo estava com ele e não com os golpistas…..

  5. simplificação do golpe

    Se me permitires, vou fazer alguns questionamentos. Seu argumento foi bem construído. Porém acho que foi uma simplificação do golpe. Não citaste o interesse norte-americano em 1964 e principalmente, quanto diz que a mídia está apavorando a população utilizando um suposto golpe comunista, tu não estás fazendo a mesma coisa, apavorar a opinião pública utilizando um suposto golpe conservador?

  6. O que eles querem mais?
    Houve

    O que eles querem mais?

    Houve um crescimento do mercado, por via de conseqüência houve aumento no número de bilionários brasileiros…

    Se há um mercado maior, tecnicamente haverá mais oportunidades!

    Então o que eles querem?

    O que eles querem É MAMAR SEM TRABALHAR!

    É ganhar SEM PRODUZIR!

    Eles querem É ESPOLIAR!

    Avançar SOBRE O PRÉ-SAL!

    Sobre as nossas riquezas minerais…

    Sobre o mercado de bens e serviços gerados pelo bolsa família, como diria PHA –  será vendido ao Walmart.

    Baseados no mensalão, nisso tudo que foi este julgamento, chamar o PT de ladrão?

    E por isso tem que haver revolução?

    E as privatarias? Vão ficar nas livrarias até prescrever?

    É de ENLOUQUECER!

    1. Querem exatamente tudo isto

      Nas mãos deles claro. Os 400 bilhões das reservas, o pré sal, o PIB, as novas riquesas criadas no país. Só que só para eles! Nada de bolsa família, programas sociais, universidades publicas, minha casa minha vida, transposição do São Francisco, mais médicos. Sempre o Brasil foi para 10% de sua população. Não admitem que os outros 90 também usurfruam. Para eles basta uma botina, dentadura ou cesta básica na época da eleições. Pobre não merece mais que isto. 

  7. Genial.

    Excelente texto Nassif. Não acredito em golpe clássico com exército nas ruas, talvez uma derrota de Dilma nas urnas impulsionada por uma copa do mundo mal sucedida. Vamos ver. A jogada do governo agora é manter a segurança dos jogos, sem arruaça, como as grandes democracias fazem. É dizer assim, tá tudo bem, podem se manifestar dentro da lei, afinal somos uma democracia.

  8. 2014 não é 1964

    Hoje, A mídia televisionada  perde audiência e poder a cada dia.

    Jornalões vivem uma crise sem precedentes e não tem influência alguma sobre a “nova classe média” e já perderam muito da força que tinham com as forças tradicionais da sociedade brasileira.

    Os blogs independentes são um contraponto bem poderoso à visão única da mídia. 

    Na politica, a oposição é raquítica, e a maior parte dela advém do próprio partido do governo.

    O tipo de golpe relatado no texto já vem sendo tentado na Venezuela, (país bem menor do que o Brasil, mas maior do que Paraguai e Honduras), desde 2002. Sem sucesso.

    No Brasil, essa infestação de manifestações sem nenhum propósito acabaram por revelar interesses politicos bem óbvios por trás. E por conseguinte da antipatia da imensa maioria das pessoas.

    Existe uma turbinamento da imagem destes protestos pela velha mídia e por blogs independentes. Nenhum deles carrega mais do que 1.000 pessoas. Se fossem 10x maiores, ainda seriam insignificantes, já que não tem lastro social algum. Apenas vozes dissonantes da extrema esquerda e direita.

    O Brasil de 2014 é infinitamente maior, mais complexo e carregado de variáveis do que em 1964. A economia do dia a dia do brasileiro continua indo muito bem. Sem sustos.

    Os “protestos contra a Copa” serão muito mais ameaça do que realidade. E serão feitos pelas mesmas pessoas de sempre, (agora sendo obrigadas a mostrar o rosto e assumirem as consequências de seus atos).

    Os gastos da Copa do Mundo foram feitos por todos os partidos. Situação e oposição. E de forma consensual. As pessoas esquecem, mas em 2014 não teremos eleições só para a Presidência. Haverá eleições para governador, deputados e senadores.

    E finalizando, esses golpes contra a democracia, apoiados pelos EUA, estão revelando sim o fracasso da politica externa americana. A Ucrânia é o mais recente, mas ainda tivemos a própria Venezuela,  a Turquia,  a Tailândia. E mesmo as não democracias, que acabaram por entrar em um caos total como Egito e Líbia. 

  9. Há semelhanças, mas as condições do país são diferentes

    Algumas diferenças.

    1) Hoje não há uma fundamentação sólida, mesmo mentirosa, para justificar um golpe mais claro. A caça, a preocupação aos “comunistas comedores de criancinhas” era vastamente disseminada pelo mundo, com a extraordinária e eficiente propaganda hollywoodiana.

    2) A grande mídia já não domina hegemonicamente a mente do povo. Há o contraponto forte e eficaz da mídia alternativa da internet.

    3) As forças armadas já não tem uma concepção de risco que o Brasil corre com o governo.

    4) Há um grande e sólido apoio de parte do empresariado.

    5) Há uma “fiscalização” do mundo no Brasil, hoje peça importante no xadrez internacional, e golpescos como o de Honduras, Paraguai, ou os golpes militares como os de 60/70 não irão prosperar.

    6) Tentativa de desestabilizar o governo é arma utilizada pela oposição aqui, em Júpiter ou Saturno e por gregos e troianos. Em países democráticos essas tentativas prosperam no parlamentarismo e nunca no presidencialismo. Incluiria o Brasil entre estes países democráticos.

    7) O golpe militar de 64 serve de vacina.

    8) O Brasil segue a cartilha neoliberal light, importa muito, pouco faz para diminuir a concentração de riqueza das mãos dos grandes players internacionais que operam aqui dentro.

    10) Abre serviços, ora públicos, às privadas via várias concessões.

    11) Vasto financiamento público para as multinacionais e para as grandes empresas brasileiras via BNDES.

    12) O golpe de 64 foi pretendido por grupos empresarias fortes internos contra a reforma de base e o medo de outras mudanças, no âmbito externo pela Texaco e Esso inconformadas pela criação da Petrobras entre outros grandes players mundiais na busca por resguardar a espoliação das riquezas do Brasil. Esse foi a real motivação do golpe e que encontrou a guerra fria e o anticomunismo com perfeitos fundamentos para o golpe.

    13) Impossível um golpe contra o executivo sem o apoio fechado dos dois outros poderes, legislativo e judiciário, e o executivo atual tem, apesar de todos os pesares, forte apoio do congresso. Os golpes militares de 60/70 , agora recentemente, Honduras e Paraguai, judiciário e legislativo se uniram contra  executivo.

    14) Se recentemente houve uma tentativa mais clara do golpe contra o executivo, essa se deu no episódio que envolveu Gilmar Mendes, Presidente do STF, e um senador, à época fortíssimo, Demostenes Torres.

    15) Sobre as alianças políticas e econômicas internacionais, se antes “o mundo” temia que o Brasil demandasse para o seu inimigo, a Rússia, hoje, o Brasil mantém relações com outro concorrente do imperialismo, mas, que é bem aceito (na marra) e utilizado por ele próprio, a China. As relações são multipolares.

    16) A globalização, e o Brasil completamente adaptado e participante dela, não favorece golpes.

    1. porque vc usa o termo players??

      Engraçado. Qual a necessidade do uso do termo inglês Players? A palavra jogadores possui um conceito menor na sua opinião? Ou você é daqueles que acha que liquidação tem de ser SALE e centro comercial tem de ser SHOPPING CENTER?

      Será que você que é capaz de fazer uma análise política tão detalhada não é capaz de perceber a dominção americana nas suas próprias palavras? 

      Seus argumentos até fazem sentido mas perdem completamente o valor no momento que você escolhe esta linguagem de publicitário de baixo calão para se expressar. Comece a sua crítica por uma auto-crítica e pare com esta tolice subdesenvolvida de achar que termos em inglês valorizam seu discurso. Isso é coisa de gente muito burra e me parece que você não é tão burro assim !!

      1. Detalhes

        Desculpe Fernando, mas ater-se ao uso de um termo inglês para desqualificar o argumento significa criticar a forma em vez de analisar o conteúdo.

        Alguns dos colaboradores mais valiosos desse blog (não conheço qual é a palavra portuguesa equivalente, que me permite ser menos subserviente ao império norte-americano) deixam passar erros de português, seja por desconhecimento de regra ou falta de atenção; tenho a mania (já passou de uma tendência saudável) de detectar esses erros, porém isso não impede que eu leia os comentários e analise seu conteúdo em vez de me limitar à forma.

        Acho que agindo dessa forma você perde pontos de vista muito interessantes, que acrescentam muito à discussão.

    2. Concordo contigo e também com

      Concordo contigo e também com o Marco, ai acima. Acho que num contexto de Guerra Fria, com posições antagônicas muito pronunciadas (a crise dos mísseis era recém acontecida) ficava fácil montar um discurso anti-comunista – que contava inclusive com o auxilio luxuoso de (quase) todo o entertainment business dos EUA – baseado num imaginário de terror crescente. Hoje, entendo que o mundo se sofisticou, incluindo ai os discursos. É tudo mais difuso, desconexo e, sobretudo, rápido. Em termos de informação a internet acelerou as narrativas: não dá mais tempo de ir construindo uma história, à moda de novela radiofônica, e ir alimentando o ‘monstrinho’ aos poucos, porque o bicho é desmontado logo na sequência. Dai que se vive de espasmos de agressividade e violência, que podem até ser constantes, mas sem catarse. Outro aspecto é que mesmo na classe média já não há consensos: há discussões partidarizadas, há radicais mais à esquerda ou à direita, há demandas e reivindicações mil, mas não vejo nada consensual. 

  10. Sheherazade e a Marcha

    Nassif,

     

    cada seu parecer sobre a a segunda edição da Marcha da Família com Deus pela Liberdade, organizada pela 

    Sheherazade ?

     

    Já saiu no Azenha  eno Paulo Henrique Amorim

     

    Upa! Upa!

  11. Se se avizinha esta tragédia

    Se se avizinha esta tragédia a presidente Dilma Roussef tem a obrigação de defender o estado de direito. Digo obrigação porque foi eleita por uma maioria que defende um estado democrático. E esta obrigação vem através de assessores competentes (o que faz o atual ministro da Justiça no cargo? e o do Esportes? e a Secom?) que se antecipem a crise e não permitam mais esta ruptura na nossa história.

    Umas perguntas que gostaria de ver respondidas:

    E este movimento golpista estaria restrito a sociedade brasileira ou haveria forças internacionais  insuflando-o?

    O movimento é autêntico, como coloca o Nassif, mas é autônomo? Ou haveria grupos políticos e organizações sociais brasileiras (fora a mídia poderosíssima) insuflando o golpe?

    Para enfrentar um inimigo é preciso conhece-lo bem, a Abin existe ou é sómente um departamento burocrático do governo?

     

    1. A ABIN não deve ter resusos o

      A ABIN não deve ter recursos o suficiente para “observar” tantas coisas…

      Será que ela sabia que os EUA roubavam BILHÕES de mensagens e espionava até a Presidenta?

      Fico até “sem jeito” de falar qualquer coisa, desde que o Gilmar mendes engessou a ABIN e PF…

      Já pensava nisso…

    2. vera..

      a Historiadora tem a resposta para sua pergunta.

       

      Martina Spohr, coordenadora do CPDOC/FGV, dá detalhes sobre a atuação do alto empresariado na deposição de Jango: “trabalho com a existência de uma elite orgânica transnacional e anticomunista” 

      À ESPERA DA VERDADE
      02/03/2014 – 11h00 | Felipe Amorim e Rodolfo Machado | São Paulo

      Elite econômica que deu golpe no Brasil tinha braços internacionais, diz historiadoraMartina Spohr, coordenadora do CPDOC/FGV, dá detalhes sobre a atuação do alto empresariado na deposição de Jango: “trabalho com a existência de uma elite orgânica transnacional e anticomunista” 

      Além de atuar no movimento civil-militar que conspirou e depôs o presidente João Goulart em 1964, a elite empresarial brasileira
      (http://operamundi.uol.com.br/conteudo/reportagens/33603/revista+fortune+revela+ja+em+64+elo+entre+empresarios+de+sp+e+embaixada+dos+eua+para+dar+golpe.shtml) também manteve, ao longo de todos os anos sessenta, estreito vínculo com o capital estrangeiro, numa “relação íntima” com os interesses dos executivos norte-americanos. A afirmação é da historiadora Martina Spohr, coordenadora da área de Documentação do CPDOC da FGV (Fundação Getúlio Vargas) e estudiosa do regime ditatorial que vigorou no Brasil até 1985.

      Como muitos pesquisadores que se debruçam sobre o período, Martina concebe o 31 de março como um golpe classista e empresarial-militar. No mestrado
      (http://www.historia.uff.br/stricto/td/1364.pdf ) , “Páginas golpistas: anticomunismo e democracia no projeto editorial do IPES (1961-1964)”, concluído em 2010 pela UFF (Universidade Federal Fluminense), Martina esmiuçou o projeto editorial do Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais, organização fundada com o objetivo público de defender a “livre iniciativa” e a “economia de mercado”, mas que funcionou, na prática, como um ponto de encontro de acadêmicos conservadores, empresários e militares empenhados em desestabilizar o governo de João Goulart (1961-1964).

      Clique aqui para ler todas as matérias do especial “À Espera da Verdade”(http://ultimainstancia.uol.com.br/conteudo/noticias/68036/Ultima+instancia+inaugura+especial+a+espera+da+verdade+45+anos+do+ai_5+50+anos+do+golpe.shtml ) 

      No doutorado, em andamento na UFRJ (com uma bolsa-sanduíche na Brown University, nos EUA), Martina aprofundou a pesquisa sobre os civis que fizeram o regime militar. Por conta de seu trabalho na chefia do setor de Documentação do CPDOC/FGV, começou a colecionar indícios de que muitos dos empresários brasileiros que atuaram com destaque na conspiração pré-64 também buscavam criar uma espécie de rede empresarial anticomunista com fortes laços em todo o continente.
      Um desses homens de negócios era o paulista Paulo Ayres Filho, empresário da indústria farmacêutica. Seu acervo particular — que reúne cartas, recortes de jornal, papéis importantes e cópias de grande parte da documentação do extinto Ipês-SP — foi doado, pelos herdeiros, ao CPDOC/FGV, que tradicionalmente trabalha com a organização e a preservação de arquivos particulares da elite brasileira. Esse material, tratado por Martina, faz parte do rol de fontes primárias que compõem a pesquisa provisoriamente intitulada “Elite orgânica transnacional: a rede de relações político-empresarial anticomunista entre Brasil e Estados Unidos (1961-1968)”. 

      Leia também: Brasil ofereceu apoio a golpe no Chile quatro anos antes de eleição de Allende :http://operamundi.uol.com.br/conteudo/reportagens/34058/brasil+ofereceu+apoio+a+golpe+no+chile+quatro+anos+antes+de+eleicao+de+allende.shtml 

      “Trabalho com a existência de uma elite orgânica transnacional, que não estava só no Brasil e tinha seus braços internacionais. Personagens importantes do empresariado latino-americano estavam de alguma maneira envolvidos com norte-americanos”, afirma Martina, explicando que foi a partir de Paulo Ayres Filho, anticomunista ferrenho e um dos fundadores do Ipês, que pôde começar a mapear essa rede.
      [A pesquisadora Martina Spohr é coordenadora do setor de Documentação do CPDOC/FGV e doutoranda em História Social pela UFRJ]
      Prendeu em particular a atenção da pesquisadora uma série de correspondências “de cunho bastante pessoal, chegando mesmo a ser íntimo”, entre Ayres Filho e David Rockefeller, multimilionário e magnata do petróleo. David e seu irmão Nelson (vice-presidente dos EUA de 1974 a 1977) eram dois dos maiores entusiastas da Aliança para o Progresso, projeto político que sintetizava os interesses dessa “elite orgânica transnacional”: um programa anticomunista de integração regional levado a cabo pelos EUA no auge da Guerra Fria para lutar contra o que seus defensores chamavam de “cubanização” do continente. 

      Leia também: JK sabia que elite mineira articulava golpe em 64, diz ex-ministro:http://ultimainstancia.uol.com.br/conteudo/noticias/68189/Jk+sabia+que+elite+mineira+articulava+golpe+em+64+diz+ex_ministro.shtml 

      Paulo Ayres Filho teve atuação destacada em um importante episódio que evidenciava o elo entre os altos capitalistas do continente. Em 1963, evento sediado em Nova York proporcionou um encontro informal de empresários das Américas congregando 67 homens de negócios de 11 países do continente. Na ocasião, cinco executivos brasileiros — quase todos importantes lideranças do Ipês — puderam estabelecer contato com os altos escalões da política e da economia dos Estados Unidos. Paulo Ayres Filho foi um deles. E o principal, diga-se: foi escolhido porta-voz do grupo de latino-americanos para encontrar pessoalmente o presidente John F. Kennedy.
      Não por acaso, um dos temas preferidos pelos norte-americanos no encontro foi justamente a discussão da Aliança para o Progresso. Na documentação analisada, Martina Spohr pôde constatar que os empresários dos EUA tinham grande interesse em tornar o projeto conhecido (de maneira positiva, obviamente) no Brasil. Por outro lado, os brasileiros aproveitaram o ensejo para criticar certos aspectos da política externa econômica dos Estados Unidos que prejudicavam seus interesses comerciais.

      Além disso, em entrevistas concedidas a jornais após a volta para o Brasil, também é possível perceber “uma certa militância política dos empresários brasileiros”. Uma tentativa, conforme explica Martina, de “conscientizar” a elite econômica brasileira, que se sentia “ameaçada” pelo contexto político do país. “Eles estavam chamando o empresariado a participar do processo. E os norte-americanos incentivavam esse tipo de discurso”, afirma a historiadora.
      A pesquisa desenvolvida por Martina, entretanto, não fica restrita à atuação dos empresários brasileiros na conspiração que culminou com a derrubada de João Goulart. Até 1968 — ano que marca a radicalização da ditadura brasileira com a edição do AI-5

      (http://ultimainstancia.uol.com.br/conteudo/noticias/68044/Perfil+luiz+antonio+da+gama+e+silva+o+jurista+do+ai_5.shtml ), a chegada da linha dura ao poder e o consequente afastamento de muitos dos setores liberais que haviam apoiado o golpe —, Paulo Ayres Filho recorrentemente viajaria aos EUA para palestrar nas principais universidades do país, “com o objetivo de trazer algum tipo de legitimidade para o novo governo do Brasil”. 

      Apesar do apoio norte-americano
      (http://operamundi.uol.com.br/conteudo/reportagens/33603/revista+fortune+revela+ja+em+64+elo+entre+empresarios+de+sp+e+embaixada+dos+eua+para+dar+golpe.shtml ) , parcelas do establishment internacional estavam questionando o regime brasileiro pelo rompimento institucional e inconstitucional que representou o golpe de 64 e a tomada do poder pela força. “Havia uma busca desse empresariado para tentar justificar a ‘revolução’. E não só nos EUA; eles também foram para países como Alemanha e França”, assinala Martina Spohr. 

      http://operamundi.uol.com.br/conteudo/reportagens/34196/elite+economica+que+deu+golpe+no+brasil+tinha+bracos+internacionais+diz+historiadora.shtmlFoto: conheça,curta e compartilhe nossa página: Punição imediata aos crimes da ditadura

"Martina Spohr, coordenadora do CPDOC/FGV, dá detalhes sobre a atuação do alto empresariado na deposição de Jango: “trabalho com a existência de uma elite orgânica transnacional e anticomunista”  

À ESPERA DA VERDADE
02/03/2014 - 11h00 | Felipe Amorim e Rodolfo Machado | São Paulo

 
Elite econômica que deu golpe no Brasil tinha braços internacionais, diz historiadoraMartina Spohr, coordenadora do CPDOC/FGV, dá detalhes sobre a atuação do alto empresariado na deposição de Jango: “trabalho com a existência de uma elite orgânica transnacional e anticomunista”   

Além de atuar no movimento civil-militar que conspirou e depôs o presidente João Goulart em 1964, a elite empresarial brasileira
(       http://operamundi.uol.com.br/conteudo/reportagens/33603/revista+fortune+revela+ja+em+64+elo+entre+empresarios+de+sp+e+embaixada+dos+eua+para+dar+golpe.shtml) também manteve, ao longo de todos os anos sessenta, estreito vínculo com o capital estrangeiro, numa “relação íntima” com os interesses dos executivos norte-americanos. A afirmação é da historiadora Martina Spohr, coordenadora da área de Documentação do CPDOC da FGV (Fundação Getúlio Vargas) e estudiosa do regime ditatorial que vigorou no Brasil até 1985.

Como muitos pesquisadores que se debruçam sobre o período, Martina concebe o 31 de março como um golpe classista e empresarial-militar. No mestrado
(http://www.historia.uff.br/stricto/td/1364.pdf ) , "Páginas golpistas: anticomunismo e democracia no projeto editorial do IPES (1961-1964)", concluído em 2010 pela UFF (Universidade Federal Fluminense), Martina esmiuçou o projeto editorial do Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais, organização fundada com o objetivo público de defender a "livre iniciativa" e a "economia de mercado", mas que funcionou, na prática, como um ponto de encontro de acadêmicos conservadores, empresários e militares empenhados em desestabilizar o governo de João Goulart (1961-1964).

Clique aqui para ler todas as matérias do especial "À Espera da Verdade"(http://ultimainstancia.uol.com.br/conteudo/noticias/68036/Ultima+instancia+inaugura+especial+a+espera+da+verdade+45+anos+do+ai_5+50+anos+do+golpe.shtml )  

No doutorado, em andamento na UFRJ (com uma bolsa-sanduíche na Brown University, nos EUA), Martina aprofundou a pesquisa sobre os civis que fizeram o regime militar. Por conta de seu trabalho na chefia do setor de Documentação do CPDOC/FGV, começou a colecionar indícios de que muitos dos empresários brasileiros que atuaram com destaque na conspiração pré-64 também buscavam criar uma espécie de rede empresarial anticomunista com fortes laços em todo o continente.
Um desses homens de negócios era o paulista Paulo Ayres Filho, empresário da indústria farmacêutica. Seu acervo particular — que reúne cartas, recortes de jornal, papéis importantes e cópias de grande parte da documentação do extinto Ipês-SP — foi doado, pelos herdeiros, ao CPDOC/FGV, que tradicionalmente trabalha com a organização e a preservação de arquivos particulares da elite brasileira. Esse material, tratado por Martina, faz parte do rol de fontes primárias que compõem a pesquisa provisoriamente intitulada “Elite orgânica transnacional: a rede de relações político-empresarial anticomunista entre Brasil e Estados Unidos (1961-1968)”.  

Leia também: Brasil ofereceu apoio a golpe no Chile quatro anos antes de eleição de Allende : http://operamundi.uol.com.br/conteudo/reportagens/34058/brasil+ofereceu+apoio+a+golpe+no+chile+quatro+anos+antes+de+eleicao+de+allende.shtml  

“Trabalho com a existência de uma elite orgânica transnacional, que não estava só no Brasil e tinha seus braços internacionais. Personagens importantes do empresariado latino-americano estavam de alguma maneira envolvidos com norte-americanos”, afirma Martina, explicando que foi a partir de Paulo Ayres Filho, anticomunista ferrenho e um dos fundadores do Ipês, que pôde começar a mapear essa rede.
[A pesquisadora Martina Spohr é coordenadora do setor de Documentação do CPDOC/FGV e doutoranda em História Social pela UFRJ]
Prendeu em particular a atenção da pesquisadora uma série de correspondências “de cunho bastante pessoal, chegando mesmo a ser íntimo”, entre Ayres Filho e David Rockefeller, multimilionário e magnata do petróleo. David e seu irmão Nelson (vice-presidente dos EUA de 1974 a 1977) eram dois dos maiores entusiastas da Aliança para o Progresso, projeto político que sintetizava os interesses dessa “elite orgânica transnacional”: um programa anticomunista de integração regional levado a cabo pelos EUA no auge da Guerra Fria para lutar contra o que seus defensores chamavam de “cubanização” do continente.  

Leia também: JK sabia que elite mineira articulava golpe em 64, diz ex-ministro: http://ultimainstancia.uol.com.br/conteudo/noticias/68189/Jk+sabia+que+elite+mineira+articulava+golpe+em+64+diz+ex_ministro.shtml  

Paulo Ayres Filho teve atuação destacada em um importante episódio que evidenciava o elo entre os altos capitalistas do continente. Em 1963, evento sediado em Nova York proporcionou um encontro informal de empresários das Américas congregando 67 homens de negócios de 11 países do continente. Na ocasião, cinco executivos brasileiros — quase todos importantes lideranças do Ipês — puderam estabelecer contato com os altos escalões da política e da economia dos Estados Unidos. Paulo Ayres Filho foi um deles. E o principal, diga-se: foi escolhido porta-voz do grupo de latino-americanos para encontrar pessoalmente o presidente John F. Kennedy.
Não por acaso, um dos temas preferidos pelos norte-americanos no encontro foi justamente a discussão da Aliança para o Progresso. Na documentação analisada, Martina Spohr pôde constatar que os empresários dos EUA tinham grande interesse em tornar o projeto conhecido (de maneira positiva, obviamente) no Brasil. Por outro lado, os brasileiros aproveitaram o ensejo para criticar certos aspectos da política externa econômica dos Estados Unidos que prejudicavam seus interesses comerciais.

 Além disso, em entrevistas concedidas a jornais após a volta para o Brasil, também é possível perceber “uma certa militância política dos empresários brasileiros”. Uma tentativa, conforme explica Martina, de “conscientizar” a elite econômica brasileira, que se sentia “ameaçada” pelo contexto político do país. “Eles estavam chamando o empresariado a participar do processo. E os norte-americanos incentivavam esse tipo de discurso”, afirma a historiadora.
A pesquisa desenvolvida por Martina, entretanto, não fica restrita à atuação dos empresários brasileiros na conspiração que culminou com a derrubada de João Goulart. Até 1968 — ano que marca a radicalização da ditadura brasileira com a edição do AI-5

( http://ultimainstancia.uol.com.br/conteudo/noticias/68044/Perfil+luiz+antonio+da+gama+e+silva+o+jurista+do+ai_5.shtml ), a chegada da linha dura ao poder e o consequente afastamento de muitos dos setores liberais que haviam apoiado o golpe —, Paulo Ayres Filho recorrentemente viajaria aos EUA para palestrar nas principais universidades do país, “com o objetivo de trazer algum tipo de legitimidade para o novo governo do Brasil”.  

Apesar do apoio norte-americano
( http://operamundi.uol.com.br/conteudo/reportagens/33603/revista+fortune+revela+ja+em+64+elo+entre+empresarios+de+sp+e+embaixada+dos+eua+para+dar+golpe.shtml ) , parcelas do establishment internacional estavam questionando o regime brasileiro pelo rompimento institucional e inconstitucional que representou o golpe de 64 e a tomada do poder pela força. “Havia uma busca desse empresariado para tentar justificar a ‘revolução’. E não só nos EUA; eles também foram para países como Alemanha e França”, assinala Martina Spohr.  

http://operamundi.uol.com.br/conteudo/reportagens/34196/elite+economica+que+deu+golpe+no+brasil+tinha+bracos+internacionais+diz+historiadora.shtml

       

      1. O que eu me pergunto é se o

        O que eu me pergunto é se o Instituto Millenium, que recebeu uma bolsa de 1 milhão de dólares do senado americano,  é Instituto mesmo?

        Outra observação: o Putin, há uns dois, tres anos atrás expulsou a Usaid da Rússia. Acusou-a de sustentar instituições, através da distribuição de subsídios para orquestrar protestos no país. E como se sabe a Usaid atuou fortemente com repasse de dinheiro para os grupos de ultra direita que derrubaram o governo da Ucrania.

        A Usaid atua livremente no Brasil e segundo sua pagina na internet tem atuação prioritária no meio ambiente e na saúde. Ah, e também apoia programas de capacitação de jovens em situação de risco para o mercado de trabalho.

        1. tá explicado…

          porque a area da saude está tão ultradireitista ultimamente.

          E a NED gosta mais de jornalistas, né?

          Sempre bancando intercambio com a America…

          Tá dificil, muito dificil!

  12. Antigolpe

    Como sempre, perfeitamente didático. E se o jogo é esse, o governo precisa jogar pesado. Onde? No aprofundamento da inserção social que lhe trará os necessários votos do grupo dos “novos incluídos”, como classificado pelo Nassif, e aqueles ainda a incluir.

    Ser populista para valer. Afinal, a situação da economia não é desesperadora. Dá para chegar a 2015 em condições semelhantes a como ocorreu em 2013.

    A fúria dos comentários e das notícias veiculadas em folhas e telas cotidianas, patrocinada pelos seus donos em conluio com a oposição, não são muito diferentes em intensidade, desde que o PT assumiu. Talvez, mais burras ou desonestas. Ou é possível imaginar a locução aqui postada de Arnaldo Jabor pra fora de muita grana em seu bolso? Ignorante ele não é.

    E o quanto essa fúria deslocou a aprovação ao governo? Apenas o sentimento disseminado, a partir das manifestações de junho, de aspecto multifatorial, conseguiu abalar o prestígio em segmentos intrinsecamente insatisfeitos, por jovens que são.

    Tivesse voz, sugeriria pau na máquina populista. A economia aguenta, como acabou de ficar demonstrado com os últimos números.

    Mais do que a Copa, Nassif, um só risco poderia trazer a possibilidade de golpe: desemprego em massa. 

  13. Por enquanto, grandes diferenças e poucas semelhanças

    Há alguns pontos de encontro entre 1964 e 2014, mas também muitas diferenças. Vamos pormenorizar:

     

    1) Em 1964 desfechou-se um golpe de estado que vinha sendo gestado desde o segundo governo de Getúlio Vargas. Teríamos no Brasil o processo eleitoral de 1965, cujas candidaturas principais seriam as de Carlos Lacerda (UDN), Juscelino Kubitschek (PSD) e João Goulart (havia um debate jurídico sobre a pertinência ou não desta candidatura, pois Jango se elegeu como Vice Presidente, em 1960) ou Leonel Brizola (“cunhado não é parente”), ambos do PTB.

     

    O golpe de 64 foi um golpe preventivo, as forças econômicas, políticas e sociais da época perceberam que não iriam vencer pelo voto em 65 e que o PTB crescia ininterruptamente desde a sua criação, em 1945. Se o PTB ainda não tinha força para implementar as Reformas de Base naquela época, poderia ser que as urnas conferissem esta força a partir do pleito de 1965 (por isto o preventivo desfecho golpista). Em 2014, de uma forma ou de outra, teremos eleições, não vejo risco de não havê-las.

    ————-

    2) João Goulart não conseguiu segurar a radicalização entre os seus. Isto é verdade. Mas a análise comparativa com o momento atual é precária. A grande figura pública do trabalhismo no Brasil era Getúlio Vargas. Figura esta que é das mais importantes (senão a mais importante) da história política do Brasil. Doutor Getúlio Vargas foi levado ao suicídio através do golpismo escancarado da República do Galeão, em 1954. Ali se rompia o liame de estabilidade política, cujas consequências verificar-se-iam quase dez anos depois. Se comparações e analogias podem ser feitas, digo que Dilma Rousseff está muito longe de ser um novo João Goulart.

     

    E porque está longe? Porque o Getúlio Vargas de Dilma Rousseff se chama Luiz Inácio Lula da Silva. E está vivinho da Silva… Imaginem por um instante que o Doutor Getúlio Vargas não houvesse se suicidado em 24 de agosto de 1954. Com o anteparo da figura de Getúlio Vargas Juscelino Kubitschek e João Goulart não teriam sofrido tanto com as intentonas golpistas (mal e bem sucedidas) posteriores. Tentaram aqui no Brasil, em 2005, transformar Lula em Getúlio ou em Jango, não conseguiram. E agora Lula é o fiador da democracia brasileira e da Presidenta Dilma Rousseff.

    ————-

    3) Agora, a questão econômica. O governo de João Goulart foi muito conturbado não apenas na questão política, mas também no campo econômico. Para se ter apenas uma ideia desta confusão no campo econômico, basta lembrar que no período legal do governo Jango (07 de setembro de 1961 a 02 de abril de 1964) tivemos nada mais nada menos do que 11 Ministros da Fazenda, sendo 06 deles interinos. A inflação fugia do controle e o jogo político amarrava o Presidente Jango, impedindo-o de dar consequência ao programa trabalhista. Não é possível estabelecer analogias no campo econômico daquela época com o campo econômico atual. Ao contrário!

     

    O Brasil atual mantém a inflação plenamente controlada há dez anos consecutivos, ostenta um índice de pleno emprego, distribui renda e diminui as desigualdades sociais e regionais. A estabilidade econômica dos períodos Lula e Dilma é diametralmente oposta à instabilidade econômica permanente tida e havida nos tempos de João Goulart. Dentre vários exemplos, vamos citar apenas um: o atual Ministro da Fazenda, Guido Mantega, tornar-se-á o mais longevo Ministro da Fazenda da história do Brasil (em períodos alternados e contínuos) dentro de 24 dias, a partir do dia 28 de março de 2014. Isto em quase 200 anos de história do Ministério da Fazenda do Brasil!

     

    O atual Secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, já é o mais longevo Secretário do Tesouro Nacional da história do Brasil e o atual Presidente do BNDES, Luciano Coutinho, tornar-se-á também o mais longevo presidente deste banco a partir de outubro de 2015. Isto demonstra a estabilidade econômica dos governos petistas, o contrário do contexto existente no início da década de 60. 

    ————-

    Finalizo dizendo que o quadro ainda não é de confronto aberto como tínhamos nos tempos de Jango. Isto não quer dizer que o futuro não traga para o cenário político brasileiro uma nova e intensa polarização, principalmente quando o quadro atual demonstra que o Partido dos Trabalhadores caminha para a quarta vitória consecutiva em nível nacional. De qualquer forma, a sociedade brasileira é muito mais complexa e multifacetada hoje do que há 50 anos. Isto dificulta a manutenção de golpistas no poder por muito tempo, mas não impede que golpistas tentem golpear a democracia, a legalidade e a Constituição… Olho vivo nos golpistas!

     

    Para o bem do Brasil e do povo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (o Getúlio Vargas do século XXI) continua vivo e em plena forma. Isto fortalece a democracia e, obviamente, fortalece a posição de Dilma Rousseff. Mesma sorte não teve João Goulart, infelizmente, em 1964.

    1. Gostei da análise, porém

      Gostei da análise, porém tenho uma discordância central. Acredito que o messianismo em torno da figura do Lula não é saudável para o Brasil, nem tampouco essa dependência que o PT ainda tem em relação a ele. Aliás, acho que o PT é uma fase importante do processo democrático brasileiro, que trouxe muitas contribuições, porém, está na hora de superarmos essa fase. Naturalmente, isso não implica em retornar aos velhos grupos. Logo, é urgente encontrarmos novos atores que possam responder aos anseios que se colocam e contribuir para o debate. Nesse sentido, acho que Campos e Marina em uma chapa de oposição ao governo, embora insuficientes, serão excelentes contribuições ao cenário político brasileiro. 

      1. Quase isso…

        Não há ‘messianismo’ algum em torno da figura de LuIz Inácio Lula da Silva. O Partido dos Trabalhadores, muito por conta da atuação do próprio Lula, valoriza muito mais o projeto político do qual é o esteio central, do que figuras A, B ou C.

         

        Este tal de ‘messianismo’ em torno do Lula é muito mais uma construção ideológica da direita do que uma afirmação que parta ou tenha partido dos altos quadros dirigentes do PT. Está aí Dilma Rousseff para provar isto.

         

        O que os conservadores deste país ainda não entenderam é que o PT continuará tendo imensa força política, independentemente da existência ou não da figura de Lula. Isto não quer dizer que Lula não seja hoje um fator de estabilidade política para o país, o que é positivo.

      2. Embora haja um pouco de

        Embora haja um pouco de messianismo na relação do povão com Lula, não é isso que pode contar no final. Esse messianismo, Lula evitou explorar, ao recusar o terceiro mandato. Não foi o que aconteceu na Venezuela, onde Chavez abusou de seu messianismo, morreu e deixou Maduro na mão. Certo que esssa estratégia não contava com sua morte. Mas está aí o atual presidente numa situaçã parecida com a de Jango, como mostra o Diogo.

        Acho que a figura de Lula serve como alerta para que os setores mais extremos da direita não se atrevam a tentar alguma besteira. Lula é uma liderança capaz de mobilizar o povão para ir as ruas defender o governo, nem que seja na porrada. O quanto ele é capaz de fazer é uma incógnita. Deve ter gente que desdenha, mas não acredito que queiram pagar para ver. 

  14. “os grupos mais resistentes

    “os grupos mais resistentes ao novo são os estamentos militar,  jurídico e a alta e média classes médias – especialmente os estamentos que trabalham em grandes companhias hierarquizadas. A razão é simples. Vivem em estruturas burocráticas, hierarquizadas, nas quais cumprem uma carreira, sujeitando-se a promoções ao longo de sua vida útil. Por isso mesmo, a renovação se dá de forma muito lenta, proporcional à lentidão com que mudam os lugares nessas corporações. Por todas essas características – da insegurança, da carreira construída passo a passo – esses grupos são extremamente influenciados por movimentos de manada. Por segurança, querem pensar do mesmo modo que a maioria, ou que o status quo do seu grupo (ou de suas chefias).”

    A análise da classe média me parece inadequada, pois há classes médias: há tanto os profissionais liberais (advogados, médicos, engenheiros), que são um segmento mais sensível, porque as oscilações do mercado geram impacto direto na sua renda (mais arrocho salarial, menos idas a médicos, advogados, etc.) quanto os funcionários públicos, que são menos sensíveis ao mercado pela sua estabilidade no emprego (embora obviamente não desejam arrocho). Os movimentos de desestabilização social devem ter o primeiro segmento como liderança, atuando o segundo segmento, sim, pelo efeito manada.

    O excesso de generalização na descrição da estrutura social (buscando-se sempre um número de categorias cada vez menor) tem obscurecido sobremaneira a compreensão dos movimentos sociais.

    Um exemplo interessante de como a devida atenção às diferentes categorias sociais gera interpretações mais produtivas é a análise de Antônio David sobre as jornadas de junho de 2013. Ele argumenta em favor da existência de dois grupos (o que ele chama de classe média tradicional, incluiria, segundo entendo, tanto os profissionais liberais quantos os funcionários públicos que mencionei acima):

    “Afinal, quem foi às ruas? Acompanhando os debates públicos, parece haver dúvidas sobre o perfil dos manifestantes. Uma coisa é certa: não foi o “povo”, em abstrato, o protagonista dos protestos. E aqui não pretendo fazer reparações àqueles que vocalizam essa percepção. (…) 

    Seja pelo método empírico do olhar, seja considerando o que apontaram uma série de pesquisas feitas junto aos manifestantes a fim de traçar seu perfil, parece factível a hipótese de que, no interior do gigante, havia preponderantemente duas frações de classe.

    De um lado, uma parcela do proletariado, que o sociólogo Ruy Braga chama de “precariado” – jovens que estudam e ao mesmo tempo trabalham, concentrados no setor de serviços, vulneráveis à altíssima rotatividade desse setor, submetidos a um ritmo de trabalho frenético, mas que experimentaram conquistas nos últimos anos via ensino superior privado, carteira assinada, renda e crédito.

    De outro, a classe média tradicional – um setor da sociedade que, a despeito de usufruir a palavra “média” no nome, situa-se no topo da pirâmide social, e que, a despeito de também ter sido beneficiada nos últimos dez anos, sente-se profundamente ameaçada pela ascensão dos de baixo.

    Enquanto os primeiros almejam melhores condições de vida e de trabalho, compatíveis com sua qualificação profissional, os segundos querem os “mensaleiros” na cadeia.”

    http://www.viomundo.com.br/politica/antonio-david-4.html

    Enfim, quanto mais categorias na divisão da estrutura social, melhor se entende suas relações sistêmicas…

  15. ela viu mais semelhanças..

    a Historiadora viu mais semelhanças entre esses dois movimentos citados no post..tanto ontem  como hoje parte da elite aliada aos interesses externos tentam desestabilizar o Brasil..

     

    “Martina Spohr, coordenadora do CPDOC/FGV, dá detalhes sobre a atuação do alto empresariado na deposição de Jango: “trabalho com a existência de uma elite orgânica transnacional e anticomunista” 

    À ESPERA DA VERDADE
    02/03/2014 – 11h00 | Felipe Amorim e Rodolfo Machado | São Paulo

    Elite econômica que deu golpe no Brasil tinha braços internacionais, diz historiadoraMartina Spohr, coordenadora do CPDOC/FGV, dá detalhes sobre a atuação do alto empresariado na deposição de Jango: “trabalho com a existência de uma elite orgânica transnacional e anticomunista” 

    Além de atuar no movimento civil-militar que conspirou e depôs o presidente João Goulart em 1964, a elite empresarial brasileira
    (http://operamundi.uol.com.br/conteudo/reportagens/33603/revista+fortune+revela+ja+em+64+elo+entre+empresarios+de+sp+e+embaixada+dos+eua+para+dar+golpe.shtml) também manteve, ao longo de todos os anos sessenta, estreito vínculo com o capital estrangeiro, numa “relação íntima” com os interesses dos executivos norte-americanos. A afirmação é da historiadora Martina Spohr, coordenadora da área de Documentação do CPDOC da FGV (Fundação Getúlio Vargas) e estudiosa do regime ditatorial que vigorou no Brasil até 1985.

    Como muitos pesquisadores que se debruçam sobre o período, Martina concebe o 31 de março como um golpe classista e empresarial-militar. No mestrado
    (http://www.historia.uff.br/stricto/td/1364.pdf ) , “Páginas golpistas: anticomunismo e democracia no projeto editorial do IPES (1961-1964)”, concluído em 2010 pela UFF (Universidade Federal Fluminense), Martina esmiuçou o projeto editorial do Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais, organização fundada com o objetivo público de defender a “livre iniciativa” e a “economia de mercado”, mas que funcionou, na prática, como um ponto de encontro de acadêmicos conservadores, empresários e militares empenhados em desestabilizar o governo de João Goulart (1961-1964).

    Clique aqui para ler todas as matérias do especial “À Espera da Verdade”(http://ultimainstancia.uol.com.br/conteudo/noticias/68036/Ultima+instancia+inaugura+especial+a+espera+da+verdade+45+anos+do+ai_5+50+anos+do+golpe.shtml ) 

    No doutorado, em andamento na UFRJ (com uma bolsa-sanduíche na Brown University, nos EUA), Martina aprofundou a pesquisa sobre os civis que fizeram o regime militar. Por conta de seu trabalho na chefia do setor de Documentação do CPDOC/FGV, começou a colecionar indícios de que muitos dos empresários brasileiros que atuaram com destaque na conspiração pré-64 também buscavam criar uma espécie de rede empresarial anticomunista com fortes laços em todo o continente.
    Um desses homens de negócios era o paulista Paulo Ayres Filho, empresário da indústria farmacêutica. Seu acervo particular — que reúne cartas, recortes de jornal, papéis importantes e cópias de grande parte da documentação do extinto Ipês-SP — foi doado, pelos herdeiros, ao CPDOC/FGV, que tradicionalmente trabalha com a organização e a preservação de arquivos particulares da elite brasileira. Esse material, tratado por Martina, faz parte do rol de fontes primárias que compõem a pesquisa provisoriamente intitulada “Elite orgânica transnacional: a rede de relações político-empresarial anticomunista entre Brasil e Estados Unidos (1961-1968)”. 

    Leia também: Brasil ofereceu apoio a golpe no Chile quatro anos antes de eleição de Allende :http://operamundi.uol.com.br/conteudo/reportagens/34058/brasil+ofereceu+apoio+a+golpe+no+chile+quatro+anos+antes+de+eleicao+de+allende.shtml 

    “Trabalho com a existência de uma elite orgânica transnacional, que não estava só no Brasil e tinha seus braços internacionais. Personagens importantes do empresariado latino-americano estavam de alguma maneira envolvidos com norte-americanos”, afirma Martina, explicando que foi a partir de Paulo Ayres Filho, anticomunista ferrenho e um dos fundadores do Ipês, que pôde começar a mapear essa rede.
    [A pesquisadora Martina Spohr é coordenadora do setor de Documentação do CPDOC/FGV e doutoranda em História Social pela UFRJ]
    Prendeu em particular a atenção da pesquisadora uma série de correspondências “de cunho bastante pessoal, chegando mesmo a ser íntimo”, entre Ayres Filho e David Rockefeller, multimilionário e magnata do petróleo. David e seu irmão Nelson (vice-presidente dos EUA de 1974 a 1977) eram dois dos maiores entusiastas da Aliança para o Progresso, projeto político que sintetizava os interesses dessa “elite orgânica transnacional”: um programa anticomunista de integração regional levado a cabo pelos EUA no auge da Guerra Fria para lutar contra o que seus defensores chamavam de “cubanização” do continente. 

    Leia também: JK sabia que elite mineira articulava golpe em 64, diz ex-ministro:http://ultimainstancia.uol.com.br/conteudo/noticias/68189/Jk+sabia+que+elite+mineira+articulava+golpe+em+64+diz+ex_ministro.shtml 

    Paulo Ayres Filho teve atuação destacada em um importante episódio que evidenciava o elo entre os altos capitalistas do continente. Em 1963, evento sediado em Nova York proporcionou um encontro informal de empresários das Américas congregando 67 homens de negócios de 11 países do continente. Na ocasião, cinco executivos brasileiros — quase todos importantes lideranças do Ipês — puderam estabelecer contato com os altos escalões da política e da economia dos Estados Unidos. Paulo Ayres Filho foi um deles. E o principal, diga-se: foi escolhido porta-voz do grupo de latino-americanos para encontrar pessoalmente o presidente John F. Kennedy.
    Não por acaso, um dos temas preferidos pelos norte-americanos no encontro foi justamente a discussão da Aliança para o Progresso. Na documentação analisada, Martina Spohr pôde constatar que os empresários dos EUA tinham grande interesse em tornar o projeto conhecido (de maneira positiva, obviamente) no Brasil. Por outro lado, os brasileiros aproveitaram o ensejo para criticar certos aspectos da política externa econômica dos Estados Unidos que prejudicavam seus interesses comerciais.

    Além disso, em entrevistas concedidas a jornais após a volta para o Brasil, também é possível perceber “uma certa militância política dos empresários brasileiros”. Uma tentativa, conforme explica Martina, de “conscientizar” a elite econômica brasileira, que se sentia “ameaçada” pelo contexto político do país. “Eles estavam chamando o empresariado a participar do processo. E os norte-americanos incentivavam esse tipo de discurso”, afirma a historiadora.
    A pesquisa desenvolvida por Martina, entretanto, não fica restrita à atuação dos empresários brasileiros na conspiração que culminou com a derrubada de João Goulart. Até 1968 — ano que marca a radicalização da ditadura brasileira com a edição do AI-5

    (http://ultimainstancia.uol.com.br/conteudo/noticias/68044/Perfil+luiz+antonio+da+gama+e+silva+o+jurista+do+ai_5.shtml ), a chegada da linha dura ao poder e o consequente afastamento de muitos dos setores liberais que haviam apoiado o golpe —, Paulo Ayres Filho recorrentemente viajaria aos EUA para palestrar nas principais universidades do país, “com o objetivo de trazer algum tipo de legitimidade para o novo governo do Brasil”. 

    Apesar do apoio norte-americano
    (http://operamundi.uol.com.br/conteudo/reportagens/33603/revista+fortune+revela+ja+em+64+elo+entre+empresarios+de+sp+e+embaixada+dos+eua+para+dar+golpe.shtml ) , parcelas do establishment internacional estavam questionando o regime brasileiro pelo rompimento institucional e inconstitucional que representou o golpe de 64 e a tomada do poder pela força. “Havia uma busca desse empresariado para tentar justificar a ‘revolução’. E não só nos EUA; eles também foram para países como Alemanha e França”, assinala Martina Spohr. 

    http://operamundi.uol.com.br/conteudo/reportagens/34196/elite+economica+que+deu+golpe+no+brasil+tinha+bracos+internacionais+diz+historiadora.shtmlFoto: conheça,curta e compartilhe nossa página: Punição imediata aos crimes da ditadura

"Martina Spohr, coordenadora do CPDOC/FGV, dá detalhes sobre a atuação do alto empresariado na deposição de Jango: “trabalho com a existência de uma elite orgânica transnacional e anticomunista”  

À ESPERA DA VERDADE
02/03/2014 - 11h00 | Felipe Amorim e Rodolfo Machado | São Paulo

 
Elite econômica que deu golpe no Brasil tinha braços internacionais, diz historiadoraMartina Spohr, coordenadora do CPDOC/FGV, dá detalhes sobre a atuação do alto empresariado na deposição de Jango: “trabalho com a existência de uma elite orgânica transnacional e anticomunista”   

Além de atuar no movimento civil-militar que conspirou e depôs o presidente João Goulart em 1964, a elite empresarial brasileira
(       http://operamundi.uol.com.br/conteudo/reportagens/33603/revista+fortune+revela+ja+em+64+elo+entre+empresarios+de+sp+e+embaixada+dos+eua+para+dar+golpe.shtml) também manteve, ao longo de todos os anos sessenta, estreito vínculo com o capital estrangeiro, numa “relação íntima” com os interesses dos executivos norte-americanos. A afirmação é da historiadora Martina Spohr, coordenadora da área de Documentação do CPDOC da FGV (Fundação Getúlio Vargas) e estudiosa do regime ditatorial que vigorou no Brasil até 1985.

Como muitos pesquisadores que se debruçam sobre o período, Martina concebe o 31 de março como um golpe classista e empresarial-militar. No mestrado
(http://www.historia.uff.br/stricto/td/1364.pdf ) , "Páginas golpistas: anticomunismo e democracia no projeto editorial do IPES (1961-1964)", concluído em 2010 pela UFF (Universidade Federal Fluminense), Martina esmiuçou o projeto editorial do Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais, organização fundada com o objetivo público de defender a "livre iniciativa" e a "economia de mercado", mas que funcionou, na prática, como um ponto de encontro de acadêmicos conservadores, empresários e militares empenhados em desestabilizar o governo de João Goulart (1961-1964).

Clique aqui para ler todas as matérias do especial "À Espera da Verdade"(http://ultimainstancia.uol.com.br/conteudo/noticias/68036/Ultima+instancia+inaugura+especial+a+espera+da+verdade+45+anos+do+ai_5+50+anos+do+golpe.shtml )  

No doutorado, em andamento na UFRJ (com uma bolsa-sanduíche na Brown University, nos EUA), Martina aprofundou a pesquisa sobre os civis que fizeram o regime militar. Por conta de seu trabalho na chefia do setor de Documentação do CPDOC/FGV, começou a colecionar indícios de que muitos dos empresários brasileiros que atuaram com destaque na conspiração pré-64 também buscavam criar uma espécie de rede empresarial anticomunista com fortes laços em todo o continente.
Um desses homens de negócios era o paulista Paulo Ayres Filho, empresário da indústria farmacêutica. Seu acervo particular — que reúne cartas, recortes de jornal, papéis importantes e cópias de grande parte da documentação do extinto Ipês-SP — foi doado, pelos herdeiros, ao CPDOC/FGV, que tradicionalmente trabalha com a organização e a preservação de arquivos particulares da elite brasileira. Esse material, tratado por Martina, faz parte do rol de fontes primárias que compõem a pesquisa provisoriamente intitulada “Elite orgânica transnacional: a rede de relações político-empresarial anticomunista entre Brasil e Estados Unidos (1961-1968)”.  

Leia também: Brasil ofereceu apoio a golpe no Chile quatro anos antes de eleição de Allende : http://operamundi.uol.com.br/conteudo/reportagens/34058/brasil+ofereceu+apoio+a+golpe+no+chile+quatro+anos+antes+de+eleicao+de+allende.shtml  

“Trabalho com a existência de uma elite orgânica transnacional, que não estava só no Brasil e tinha seus braços internacionais. Personagens importantes do empresariado latino-americano estavam de alguma maneira envolvidos com norte-americanos”, afirma Martina, explicando que foi a partir de Paulo Ayres Filho, anticomunista ferrenho e um dos fundadores do Ipês, que pôde começar a mapear essa rede.
[A pesquisadora Martina Spohr é coordenadora do setor de Documentação do CPDOC/FGV e doutoranda em História Social pela UFRJ]
Prendeu em particular a atenção da pesquisadora uma série de correspondências “de cunho bastante pessoal, chegando mesmo a ser íntimo”, entre Ayres Filho e David Rockefeller, multimilionário e magnata do petróleo. David e seu irmão Nelson (vice-presidente dos EUA de 1974 a 1977) eram dois dos maiores entusiastas da Aliança para o Progresso, projeto político que sintetizava os interesses dessa “elite orgânica transnacional”: um programa anticomunista de integração regional levado a cabo pelos EUA no auge da Guerra Fria para lutar contra o que seus defensores chamavam de “cubanização” do continente.  

Leia também: JK sabia que elite mineira articulava golpe em 64, diz ex-ministro: http://ultimainstancia.uol.com.br/conteudo/noticias/68189/Jk+sabia+que+elite+mineira+articulava+golpe+em+64+diz+ex_ministro.shtml  

Paulo Ayres Filho teve atuação destacada em um importante episódio que evidenciava o elo entre os altos capitalistas do continente. Em 1963, evento sediado em Nova York proporcionou um encontro informal de empresários das Américas congregando 67 homens de negócios de 11 países do continente. Na ocasião, cinco executivos brasileiros — quase todos importantes lideranças do Ipês — puderam estabelecer contato com os altos escalões da política e da economia dos Estados Unidos. Paulo Ayres Filho foi um deles. E o principal, diga-se: foi escolhido porta-voz do grupo de latino-americanos para encontrar pessoalmente o presidente John F. Kennedy.
Não por acaso, um dos temas preferidos pelos norte-americanos no encontro foi justamente a discussão da Aliança para o Progresso. Na documentação analisada, Martina Spohr pôde constatar que os empresários dos EUA tinham grande interesse em tornar o projeto conhecido (de maneira positiva, obviamente) no Brasil. Por outro lado, os brasileiros aproveitaram o ensejo para criticar certos aspectos da política externa econômica dos Estados Unidos que prejudicavam seus interesses comerciais.

 Além disso, em entrevistas concedidas a jornais após a volta para o Brasil, também é possível perceber “uma certa militância política dos empresários brasileiros”. Uma tentativa, conforme explica Martina, de “conscientizar” a elite econômica brasileira, que se sentia “ameaçada” pelo contexto político do país. “Eles estavam chamando o empresariado a participar do processo. E os norte-americanos incentivavam esse tipo de discurso”, afirma a historiadora.
A pesquisa desenvolvida por Martina, entretanto, não fica restrita à atuação dos empresários brasileiros na conspiração que culminou com a derrubada de João Goulart. Até 1968 — ano que marca a radicalização da ditadura brasileira com a edição do AI-5

( http://ultimainstancia.uol.com.br/conteudo/noticias/68044/Perfil+luiz+antonio+da+gama+e+silva+o+jurista+do+ai_5.shtml ), a chegada da linha dura ao poder e o consequente afastamento de muitos dos setores liberais que haviam apoiado o golpe —, Paulo Ayres Filho recorrentemente viajaria aos EUA para palestrar nas principais universidades do país, “com o objetivo de trazer algum tipo de legitimidade para o novo governo do Brasil”.  

Apesar do apoio norte-americano
( http://operamundi.uol.com.br/conteudo/reportagens/33603/revista+fortune+revela+ja+em+64+elo+entre+empresarios+de+sp+e+embaixada+dos+eua+para+dar+golpe.shtml ) , parcelas do establishment internacional estavam questionando o regime brasileiro pelo rompimento institucional e inconstitucional que representou o golpe de 64 e a tomada do poder pela força. “Havia uma busca desse empresariado para tentar justificar a ‘revolução’. E não só nos EUA; eles também foram para países como Alemanha e França”, assinala Martina Spohr.  

http://operamundi.uol.com.br/conteudo/reportagens/34196/elite+economica+que+deu+golpe+no+brasil+tinha+bracos+internacionais+diz+historiadora.shtml

     

  16. A grande diferença entre o

    A grande diferença entre o golpe de 1964 e o golpe de 2014 é que neste ano o golpe será no STF, não teremos desfile de tanques e exército nas ruas.

    O neo-herói Barbosa vai assinar o impedimento de Dilma e ponto. Assim do nada. Assina e acabou.

    Será o golpe paraguaio em seu estado de arte. O presidente O-Brahma garantirá alguns drones para qualquer eventualidade.

    Se alguém ainda tinha dúvida de que um golpe está em curso, já é hora de afastar qualquer dúvida sobre isso e se preparar para o pior, ou comprar suas passagens para outro país antes que seja tarde.

    1. Sinto que o golpe jurídico perdeu força

      A atitude do Barroso de denuciar a artimanha do Barbosa ea própria inconsequência e arrogância do Barbosa em admitir publicamente tornou a tentativa de golpe do STF quase inôcua. Que o digam a mídia que sentiu a porrada. Devem estar chamando o Barbosa de imbecil até agora.

  17. Não sei se teremos tempo para

    Não sei se teremos tempo para reverter a situação da informação no Brasil, mas, estamos saindo do traiçoeiro monopólio de opinião.

    Quando surgiu o seu Blog e o  Conversa Afiada, eu enviava reportagens a cada momento para os amigos. A ânsia era desesperada para que saíssem do quadradinho de Noblat, Josias, Merval, etc. Nesse período, eu recebia a cada minuto um dado absurdo de seus “especialistas” dirigidos.

    O que vejo, hoje, são emails que recebo de amigos sobre informações fora do circuito da Midiona. Cada dia conheço um Site ou Blog diferente que recebo dos amigos. Vê-los sair daquele quadradinho de opiniões dos patrões, com ares de independência, não tem preço.

    Nunca esqueço uma frase de um grande amigo, esquerdista radical, sobre o meu questionamento a uma noticia saída do Noblat, “-você vai me dizer que teremos que desconfiar também do que diz Noblat”. Ele não lia um leque muito diversificado de informações jornalísticas, Noblat era a luz no fim do túnel. 

  18. Golpe está fora de cogitação

    – Quem daria o golpe seria o poder judiciário (vide Paraguai e Honduras), mas felizmente a Dilma substituiu brilhantemente o Ayres Brito e o Peluzo pelo Zavaski e Barroso cortando as asinhas do Barbosa (neste caso o PT teve muita sorte pelo fato de dois juízes do STF se aposentarem no tempo certo).

    – O mesmo STF ao que tudo indica vai proibir dinheiro empresarial nas eleições, o que beneficiará muito as candidaturas de esquerda, a oposição contava com essa “ajuda” para ter chance nas eleições.

    – As Forças Armadas são a instituição que mais representa o pensamento da sociedade, há fascistas em suas unidades, mas também há esquerdistas.

    – A América Latina era irrelevante em 1964, hoje tem uma importância global (substituindo a Europa Ocidental na relação independente com os EUA), Putin percebeu isso, há muitos acordos militares com a Rússia e China que colocam um freio no Obama de intervir “caso as tropas do Mourão sejam bombardeadas ao sair de Juiz de Fora”. 

    – Se passeatas como “Marcha da Família” começam aparecer, vale lembrar das brincadeiras que a esquerda fez nas redes sociais sobre o Golpe Comunista (a página do Golpe Comunista 2014 tem o dobro de curtidas no Facebook que a do Golpe Militar 2014).

     

  19. Que há semelhanças, há, porem…

    Nassif, suas colocações, comparações e fatos semelhantes, até que coadunam bem os diferentes tempos, e que há semelhanças, que chegam a amedrontar, até que há, porem há uma “coisa nova” que desequilibra toda esta imaginada operação das direitas e do PIG, para desconstruir o que este governo popular edificou, e tenta sustentar, são as redes sociais, que sendo utilizadas corretamente, poderão impedir, que as velhas oligarquias políticas, retornem ao Poder, pela fôrça.

    1. Raí, acho que as redes podem

      Raí, acho que as redes podem agir como um amplificador da instabilidade. É fato que vimos vários desmontes de mentiras colocadas pela mídia-pig, mas é inegável também a quantidade de cabeças-de-pig comentando e colocando fogo na internet. 

  20. A semelhança de 2014 com 1964

    O governo tem que ter cuidado para não reagir tadiamente contra a midia golpista pois estão detonando o governo e o Brasil, e o governo não faz nada. Acho que o tema dos gastos com a copa já está desgastado até porque  não há mais o que fazer. Acho que um problema mais grave do que o imbecil medo do comunismo é a violencia que está tomando conta dos noticiários e isso pode atrapalhar e influenciar as pessoas a apoiarem o chamado golpe e nisso acho que governo ta devendo e parece que não está consegundo reagir a contento.  

  21. canal de informação

    Nassif, se me permite, faltou citar as igrejas (principalmente católica e evangélicas) na parte em que você escreve sobre os canais de informação dos novos incluídos econômicos. As igrejas têm um papel fundamental na definição do voto popular. A eleição de 2010 foi um exemplo claro disso. Abs

     

      1. Nenhuma dúvida. Mas, é

        Nenhuma dúvida. Mas, é necessário acrescentar nessa conta centrais, sindicatos, associações de classe e o “fator Skaf”.

  22. 1964 x 2014

    Importante comparação. 

    Se houver golpe, sambemos qual será o grupo que lutará, certamente não será os membros do MST ou da população pobre, e sim representantes da classe média. Não sabemos se a classe C, que segundo o Data Popular, constatou que sua ascensão aconteceu devido a seu esforço pessoal. Não devido a politicas publicas e esforço do Governo Petista. Como em 1964 se calará e talvez os filhos da classe média, pouquíssimos, se ponham em luta.

  23. “Balança Mais Não Cai”

    Prezado Nassif, não adentrarei no mérito da sua análise sob o viés midiático, porquanto não sou profissional da mídia. Interessa-me tão-somente a referência história sobre a ascenção vertical (ou a queda) do prócer democrático. É presumido equívoco quanto a isso, em virtude de que a História é pródiga em identificar, divulgadas que o são, as tramas nos bastidores do Poder, seja ele de qual tendência for. Exemplificando: 1 – Fica-se a imaginar se os substitutos de LENIN, sucessivamente, apearam-se ou foram apeados do cargo com diplomacia e elegância. Até os dias atuais, mesmo ao contrário, em sendo outro o regime, é da natureza daquele laborioso, mas infeliz povo (será coincidência com o que se dá com seu congênere ao Sul do Continente Americano), um revezamento no Poder, no mínimo vergonhoso; Ainda quanto ao autoritarismo, a execução do tio do ditador norte-coreano de plantão foi mesmo pelas causas divulgadas ou terá sido por algo envolvendo uma eventual sucessão; 2 – O modo monárquico de Governo é pleno de exemplos sórdidos de conspiração envolvendo a ascenção e a queda do mandante, ainda que entre parentes. Curiosamente, em nosso quintal, vivenciou-se uma das exceções à regra, qual seja a abdicação de D. Pedro I em favor de seu filho, Pedro de Alcântara, futuro Imperador D. Pedro II, e bem assim a do Rei Jorge VI, que também abdicou pelo paixão desmedida por uma mulher divorciada; 3 – No sistema de castas, o sacrifício de Ghandi deve ser apreciado sob esse prisma também. Sobre Santos Vhalis, faltou aduzir em seu texto que ele foi o contrutor do edifício “Balança Mais Não Cai”, em plena Praça XI, no Rio de Janeiro.-

  24. Texto magistral do Nassif,

    Texto magistral do Nassif, mas seria interessanteante, para não dizer instigante que se incluisse aí, a mais evidente variável que não existia em 1964, a internet e as redes sociais, que em meados do ano passado mostrou o que é a grande  mídia convencional brasileira frente a ela: menos que uma formiguinha. Diante do exposto, me pergunto, o que há com petistas da dimensão de um Olívio Dutra(e tem outros) que se colocou em uma perspectiva absolutamente antagônica ao da grande militância petista ao subscrever quase integralmente os abusos contra seus companheiros de partido, historia e jornada política? 

    1. O direito de divergir, viva Olívio Dutra!¹

      CRÍTICAS E “CRÍTICAS”- Tem uma coisa que me deixou meio, digamos assim, ‘bronqueado’ nos últimos dias. Jamais se pode analisar uma crítica, seja ela qual for, sem prestar atenção em quem está fazendo a mesma, quais as intenções da crítica, seja ela é justa ou injusta, etc. O que não dá é para colocar numa mesma vala comum as críticas que aparecem no dia a dia. 

      Digo isso, e não vou mais tocar neste assunto, porque a entrevista de Olívio Dutra sobre a AP 470 (que eu acho e achei equivocada) causou uma certa comoção nas redes sociais. O que me irritou um pouco foram as críticas pessoais contra ele, as ofensas e os xingamentos, acusando-o de ser um “traidor”, “oportunista” e coisas que o valham. 

      Enfim, justamente por isso é que talvez seja necessário contar uma breve história, que possivelmente as pessoas não saibam ainda. O ano era 2002, Luiz Inácio Lula da Silva venceu o primeiro e o segundo turnos do pleito daquele ano e logo iniciou a montagem da equipe de transição. 

      Sabem os caros e caras amigas quem foi que indicou Dilma Rousseff, então Secretária de Minas e Energia do Estado do Rio Grande do Sul, para fazer parte da equipe de transição do futuro governo Lula? 

      Sim, foi ele, o então governador gaúcho Olívio Dutra. 

      A equipe foi montada e no início Dilma sequer era cotada para ser Ministra de Minas e Energia, mas o seu trabalho na equipe de transição impressionou Lula, e a indicação do governador Olívio Dutra, amigo pessoal de Lula desde meados dos anos 70, potencializou este reconhecimento e ela tornou-se Ministra já a partir de janeiro de 2003. 

      O Rio Grande perdeu uma magnífica Secretária de Minas e Energia mas o Brasil ganhou uma extraordinária Ministra, que seria posteriormente uma não menos extraordinária Ministra Chefe da Casa Civil. O restante da história todos nós conhecemos… 

      Além de tudo isto, e é sempre bom relembrar estes detalhes da política, o próprio Olívio Dutra acabou sendo Ministro do recém criado Ministério das Cidades, realizando um ótimo trabalho, até que veio a crise oriunda dos episódios de 2005. 

      No início de 2005, o deputado federal Severino Cavalcanti (o “rei do baixo clero”), do PP de Pernambuco, foi eleito presidente da Câmara dos Deputados, quando derrotou o candidato Luiz Eduardo Greenhalgh, do PT de São Paulo. 

      Esta vitória de Severino Cavalcanti foi fruto de uma articulação direta da oposição partidária e midiática, liderada por Fernando Henrique Cardoso, que articulou pessoalmente a vitória de Severino. 

      Um pouco depois veio a denúncia de Roberto Jefferson, a partir de um vídeo feito pelo mafioso Carlinhos Cachoeira no Ministério dos Correios que ele atribuiu, equivocadamente, ao então Ministro Chefe da Casa Civil, José Dirceu. Nem é preciso recordar o que aconteceu na época, pois foi uma bomba que por pouco não derruba o governo Lula. 

      Porque Olívio Dutra saiu do Ministério das Cidades? 

      Saiu porque depois do estouro do “”mensalão”” a oposição ficou com a faca e o queijo na mão para entrar com um pedido de impeachment contra o Presidente Lula. Uma das prerrogativas da presidência da Câmara é justamente a de dar ou não sequência a um pedido de impeachment. Foi dentro deste contexto que iniciaram as conversações entre o PT e o PP. 

      Culminaram essas negociações com a entrega do Ministério das Cidades ao PP, que permanece a frente da pasta até hoje. Foi a crise política que tirou Olívio Dutra do Ministério, depois, inclusive, da saída de José Dirceu da Casa Civil. 

      Não existe essa conversa fiada de “ressentimento”, “mágoa” ou sei lá o quê. Houve uma crise politica, um turbilhão de acontecimentos que culminaram com a saída do PT do comando do Ministério das Cidades e a subsequente entrada do PP. 

      Por ter mudado de lado, saindo da oposição e passando a apoiar o governo Lula, Severino Cavalcanti foi defenestrado logo em seguida da presidência da Câmara e a crise política na casa só terminou com a eleição de Aldo Rebelo, do PC do B de São Paulo, por escassa margem, pouco tempo depois. 

      Dito tudo isso, e finalizo, é preciso compreender que ao contrário de carreiristas, oportunistas e fisiológicos de plantão, Olívio Dutra jamais saiu e nem sairá do Partido dos Trabalhadores, do qual é membro fundador junto com Lula e outros queridos companheiros e companheiras. 

      Não só permaneceu como ainda concorreu ao governo do Estado em 2006 e posteriormente se elegeu novamente como Presidente Estadual do PT (ele já foi Presidente Nacional do PT, no tempo da Constituinte), sempre ajudando a construir o partido e as vitórias de Lula, de Dilma, de Tarso Genro e de várias outras lideranças petistas no Rio Grande e no Brasil. 

      Sejamos um pouco mais compreensivos em nossas críticas, principalmente quando elas partem de companheiros e companheiras que as colocam de forma franca e aberta! 

      Olívio Dutra está equivocado com relação a AP 470? Acredito que sim. Mas ele tem o direito de ter um posicionamento, mesmo que seja equivocado a respeito deste tema. 

      Ele não é um oportunista ou um carreirista ou inimigo. É um companheiro de alto valor, de extensa militância política e que está ao lado das transformações sociais empreendidas desde 2003. 

      Como é mesmo que dizem? Pronto, falei.  ¹ Texto de 27 de novembro de 2013.

  25. De uma coisa eu tenho certeza absoluta

    que mesmo a Dilma se reelegendo a direita raivosa sempre vai tentar um golpe. Só com o marco regulatório da imprensa será possível afastar a possibilidade de um golpe. Enquanto isso a direita raivosa agradece a Dilma por ela acreditar só no controle remoto. 

  26. Veja o que postei hoje

    O Brasil Deve Ficar de Olho Aberto

    O Brasil dever ficar de olho aberto. Primeiro pelo aparecimento de uma nova direita reacionária e aliada de nazifascistas em seu território. Muitos dessa direita estão na mídia (Veja, Globo, SBT, blogs) outros são simpatizantes em redes sociais. Muitos clamam pela volta dos militares. Sentem saudades das botas sujas e da falta de liberdade que dispõem hoje. Foi assim também no golpe militar de 64. O Brasil deve abrir o olho porque a administração de Obama, um negro que não se respeita, como o Quinzinho daqui, está apoiando todo tipo de golpe de direita, vide Ucrânia, vide agitação na Venezuela, vide primaveras árabes onde permitiram ate o empalamento vivo de Gaddafi, diretamente supervisionado por tropas da OTAN. O Financial Times tem dado a senha. Não é difícil os EUA apoiarem um golpe militar no Brasil, embora eu ache isso pouco provável e com muito sangue a ser derramado.

  27. Mto bem escrito o artigo. A

    Mto bem escrito o artigo. A semelhança das épocas é visível, assim como em 1830, 1840 até o fim do século 19. E isso ñ vai mudar pq foi assim durante 500 anos. Enquanto a população tiver o msm pensamento de q um embrião ñ pode ser abortado, se fosse meu pai ou meu filho ou eu levado a pena de morte, p/ q com isso ñ exista a pena… q se foda: se eu sou um brasileiro capaz de jogar entulho num terreno baldinho, eu tenho mais é q morrer msm pq dessa forma vou estar causando mal ñ somente a mim, mas a sociedade q vai pagar e vai pagar caro por esse ato. Se querem mudar o código penal, mudar as sanções tem q mudar a contituição (q é um lixo por sinal), pois nunca existirá pena contra a corrupção já q as leis são criadas por corruptos. A hipótese desse artigo ñ será como de 64, porém as consequências podem provocar uma piora p/ o país ou manter ele como esta pq nunca irá melhorar se do msm jeito for.

  28. Três outros grandes nós

    que certamente vão dificultar um “regime change” (novo nome para golpe de estado – certamente abençoado no Norte!) é que:

    a) sem apoio de pelo menos 90% das Forças Armadas, não há golpe que dê certo. Pois bem, as Forças Armadas brasileiras, especialmente os soldados, que é que vão para as ruas dar a cara a tapa, não são compostas por nobres ou latifundiários, e sim, por pessoas que convivem com outras pessoas que andaram melhorando de vida. Esses soldados vão questionar seus oficiais, antes de sair dos quartéis com algo como “a troco de quê vamos destruir o que o PT nos deu?”. 

    É claro que os mandões nas Forças Armadas não tem nenhuma resposta para isto, e certamente por isto mesmo não vão embarcar numa canoa sem rumo. Mesmo relembrando 1964, apesar de alguns progressos, no final do regime, ele já estava compartilhado com os burocratas nos diversos órgãos públicos. Só havia militar mandão nos órgãos mais sensíveis, e mesmo nestes, a administração militar muitas vezes se mostrou desastrosa. Exemplos: militares nos ministérios de trabalho e de educação. 

    b) Querendo ou não, a maioria dos empreendimentos que tem a tal classe emergente como cliente, não iriam apoiar nenhum golpe, pois sabem que vão quebrar logo em seguida. 

    c) O que a oposição tem realmente a oferecer ao povo? Recessão, demissões, jogar dinheiro nas costas de banqueiros para “rolar a dívida” – que a cada dia se torna menos relevante? Ou novamente um governo incompetente como o foi antes do governo do PT? (A propósito – na oposição só tem palpiteiro cara velha conhecida.) 

    E, claro, assim que os investimentos no pré-sal começarem a dar o retorno, haverá alguma folga para maiores investimentos na sociedade. 

    Ah, e por aqui não tem nehum Putin, nem putão, nem Baixar o Assado, nem rei que não gosta de mulher, nem político colecionador de carros velhos, nem um gadafe da vida,  etc., dirigentes que gostam de atirar no próprio povo para mostrar quem manda, não é? 

     

  29. IPES = Millenium?

    Senti falta da menção ao Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais (IPES) como fomentador do Golpe de 64. Ele articulou em favor do golpe a mídia, todos os setores do capital (industral, financeiro, rural, etc), igreja católica conservadotra; serviu de interlocutor com os setores militares que já conspiravam pelo golpe desde 1954. Além disso, também começou a delinear toda a política econômica do golpe (abertura às multinacionais, maximização dos lucros e arrocho salarial). Sem o IPES, o Golpe não seria o mesmo.

    E hoje? O instituto Millenium é seu análogo? Não há como negar que ele se articula com a mídia e com o capital financeiro, com a copresença do think tank do fincancismo radical, a Casa sas Garças. E os outros aspectos?

    No IPES, Golbery do Couto e Silva se destacou como estrategista e articulador, sendo catapultado de lá  diretamenbte para o ministério de Castelo Branco, como primeiro chefe do SNI. Golbery era o cérebro. E hoje, quem seria este cérebro?

  30. Não é 1964, é a Guerra Fria…

    Seria uma boa análise, se o Brasil fosse em Marte.

    Exluir o contexto internacional, isolar a mídia nacional desse contexto, como se nossos barões midiáticos não fossem vassalos da grande nobiarquia que se instalou no mundo, a partir do fim da URSS, certamente é o principal fator ausente.

    Não há como negar, se se tem acesso a publicações das Américas, Europa e parte da Asia, a inacreditável coordenação existente na imprensa empresarial (chega desse eufemismo “corporativa”, que pode até ser confundido com corporativismo por incautos: é uma imprensa de empresários, de capitalistas, com todas as letras). As manchetes e os textos chegam ao absurdo de serem absolutamente iguais, até nos erros e defeitos das traduções do inglês. Lê-se em jornais (e páginas de internet) chilenos as mesmas manchetes e textos lidos no México, no Brasil ou na Argentina, na Austrália e na França, na Espanha e na Alemanha!

    E em toda parte, defendem-se as mesmas teses. O governo deposto da Ucrânia era corrupto e anti-povo (dane-se que acabara de ser eleito em eleições atestadas como limpas). Os manifestantes são democráticos e libertários – e dane-se novamente que defendam abertamente o extermínio de judeus, gays ou russófonos. A Rússia é indecente e atrevida, porque quer invadir um país livre – e torne a se danar se é público que NAZISTAS ucranianos estão recebendo dinheiro da OTAN para comprar armas e derrubar o governo legalmente eleito.

    A Ucrânia está em nossa fronteira Norte, e lá se chama Venezuela. Em nossa fronteira Oeste, e se chama Bolívia. Em nossa fronteira Sul, e se chama Argentina. A Ucrânia está sendo gestada em São Paulo: dia 22 tem Marcha pela Família com Deus (isso te lembra alguma coisa Nassif?). Em toda parte, em todo mundo, os EUA e a UE, Estados clara e abertamente dominados pela burguesia – é, não é anacronico, eles são burgueses, sim, no melhor sentido marxista – estão em guerra contra Estados não alinhados (mesmo onde o capitalismo já triunfou ou permanece, como na Russia e no Brasil).

    Nesse tabuleiro, o xadrez é muito, muito mais complexo do que os medos das nossas velhas elites burguesas em abrir mão de um pouco do muito de seus poderes e privilégios…

  31. Nassif, bastante consistente

    Nassif, bastante consistente o seu texto, porém, no meu modo sociológico de pensar, eu faria algumas ressalvas quanto aos canais de informação dos novos incluídos e quanto ao conceito de atraso cultural, devedor de uma concepção evolucionista pouco rigorosa em termos científicos. Primeiro, quanto aos canais de informação dos novos incluídos, não se pode contar com as estruturas que você aponta (sindicatos, movimentos sociais, partidos políticos)  como canais eficientes e vantajosos de construção de ideias e disseminação de informação na atualidade. De um lado, por conta das próprias mudanças sofridas pelos partidos Políticos, pelos Sindicatos e pelos movimentos sociais nos últimos anos. Estas mudanças estão relacionadas à institucionalização destas entidades, o que as direcionou para lutas por disputa de espaço muito mais dentro das estruturas constituídas de poder do que no interior das massas. O resultado foi o esvaziamento dos movimentos sociais, partidários e sindicais. A forte mobilização social patrocinada por estas entidades que se vivenciou no início dos anos de 1960 é, hoje, praticamente impossível. Como alternativa a estas entidades, tomou espaço representativo e informativo o quarto poder (grande imprensa), as redes sociais e a internet. É cada vez mais por meio destes veículos que a massa se informa, que constrói seus entendimentos sobre os diversos acontecimentos e se posiciona na prática. Portanto, estes são, cada vez mais, os novos veículos com os quais as pessoas se identificam e que tomam como representativos dos  seus interesses. Por este viés, não se pode negar o caráter estratégico dos grande meios de comunicação, que agem racionalmente, quando atacam os movimentos sociais, os partidos políticos e os sindicatos: o objetivo é enfraquecer ainda mais estes e se fortalecer (o quarto poder) como canal de representação e informação, afim de tomar o lugar dos sindicatos, partidos e movimentos sociais e de, por conseguinte, ocupar o espaço de canal representativo e informativo das multidões. É esse movimento que dá margem para que alguns cientistas políticos classifiquem os grandes veículos de comunicação como partidos políticos na atualidade. Por fim, ainda neste campo, não se pode esquecer de que os novos incluídos ascendem para posições dentro da estrutura social que, tradicionalmente, pertencem a outras pessoas. Numa linguagem bourdiesiana, isso implica em mudanças de identidades sociais, o que exige abandono de antigos habitus e incorporação de novos. A fim de se identificar neste novo segmento, as pessoas passam a incorporar o habitus constituído por aqueles que já pertenciam a este segmento. Ou, novamente, pela perspectiva de Bourdieu, os membros antigos do estrato adotam estratégias de conservação do seu domínio dentro deste campo, enquanto os novos incluídos adotam estratégias de sucessão e, por isso, acabam interiorizando os códigos, visões de mundo e valores já consagrados. Recentemente o Marcos Coimbra, em entrevista que foi, inclusive, replicada aqui no blog, chamou a atenção para o caráter conservador da emergente classe C, a mesma que emergiu das profundezas da exclusão social para o mundo do consumo e da cidadania através dos programas de integração social do Governo Federal. Eles tendem a se aliar aos códigos políticos dos novos estratos que passam a ocupar. E a única forma de explicar isso é pela consideração do que coloquei atrás: o abandono de antigas identidades sociais e habitus e a adoção de novas e novos. Por isso, talvez os canais de informação que você elencou para esta parcela dos novos incluídos não tenham a força que se espera entre estes segmentos, não só pelo enfraquecimento pelo qual passam na atualidade, mas também porque estes novos incluídos passam a perder a sua identificação com estes canais e a tentar se ver representado nos demais canais conservadores. Em segundo lugar, a questão do evolucionismo cultural que soa como pano de fundo do seu postulado de atraso cultural das elites conservadoras. Você diz que não, mas em verdade é sim esta a ideologia destas camadas da sociedade. É ideologia porque é exatamente este sistema de representações do mundo que ela mobiliza para agir sobre ele, para manter a sua dominação e seu status quo. É exatamente para isso que servem as ideologias: para promover, ao mesmo tempo, o encaixamento da consciência às estruturas concretas da sociedade e o ajustamento da ação individual e coletiva dentro destas estruturas. Em outras palavras, as ideologias servem para reproduzir a ordem na ação e na consciência. Deste modo, as ideologias são estratégias das diferentes camadas sociais para se apropriar de fatias de espaços (que são compostos de capitais eficientes e vantajosos) dentro do espaço social mais amplo. Neste caso, portanto, a ideologia do atraso que você assinala é nada mais do que estratégias simbólicas das classes dominantes para a manutenção do seu status, aquilo que o Bourdieu, mais uma vez ele, chama de estratégia de conservação. Não existe evolução do pensamento, existe a adoção estratégica de um determinado tipo de pensamento que as diferentes classes ou estratos sociais adotam ou para conservar o seu status ou para tentar ascender socialmente. E é isso que as camadas conservadoras da nossa sociedade fazem: produzem e reproduzem uma ideologia do atraso, obscurantista e sádica com a finalidade de manter o seu status que, por sua vez, só pode ser preservado através da reprodução da ordem social. Daí porque esta ideologia está em perfeita sintonia com as ações golpistas que ela sempre adota. Somente estas observações ao seu texto, no restante, o esquematismo que você utiliza está perfeito.

  32. O objetivo era atingir o Lula.

    Acho que o objetivo do golpe era atingir o Lula, se conseguissem teriam tido sucesso.

    Quando no auge do mensalão, que houve pressão de todos os lados,  o PT e o Lula ficaram acuados.

    O PSDB que participaria do golpe, inteligentemente o FHC para não ficar muito evidente a participação do partido nesta armação, disse aquela famosa frase ” vamos deixar o Lula sangrar”. Pois tinham certeza que o desgaste do Lula/PT eram grandes, e nas eleições seguintes FHC, o brilhante, magnânimo voltaria nos braços do povo.

    Mas aí que entra o ser inteligente, o animal politico.

    O Lula já declarou isso várias vezes. Quando ele percebeu que todos do governo estavam com medo e acuados, e que a tentativa de golpes estava em andamento, ele teve uma idéia. Reuniu todos acessores do seu governo e disse: ” Vou voltar para os braços de quem me colocou aqui dentro, O POVO”

    Algums acessores, uns bundas moles, cagões, medrosos, desaconselharam o Lula a tal atitude, com medo do que poderia acontecer. Ainda bem que o Lula não deu ouvido a esses babacas, e disse: ” Vocês podem ficar aqui que eu vou sair às ruas, se quiserem me derrubar me derrubaram nos braços do POVO”.

    Assim o Lula saiu em caravana em vários estados defendendo o seu governo, mostrando o lado positivo do que tinha feito, e disse mais ” Vai começar o espetáculo do crescimento”, ” Vamos criar 10 milhões de emprego neste país”.

    É claro que o PIG e a oposição debocharam fizeram chacota  do Lula. esse cara está louco! Mais para o bem do pais, ainda bem que o Lula estava certo em sair às ruas. O resultado do “sangramento” do Lula se deu no dia 29/10/2006 , em 2° turno, o Lula foi reeleito com 60,83% dos votos, contra 39,17% dos votos de Alkimim. Graças a Deus, para o bem da Nação Brasileira.

    Porém a tentativa de golpe continua. Já que não conseguimos pegar o Lula, vamos pegar o segundo, um dos  homem que arquitetaram  a tomada do poder das elites depois de 500 anos, José Dirceu. Até aqui, parcialmente, eles estão tendo sucesso.

    Mas ao final com a ajuda e a Graça de Deus, o bem vencerá o mal, e a Nação Brasileira continuará crescendo de forma justa e igualitária. Um Brasil para todos, de fato e de direito.

    1. O objetivo era atingir LULA.

      Sr. Gilson, foi muito bom ter lembrado dessa atitude do nosso líder Lula.

      Graças ‘a sua intuição e coragem, levantou o povo e desnorteou a direita golpista.

      Com a graça de Deus a verdade vai prevalecer.

      A Dilma será eleita.

  33. Magistral esse artigo de Luís
    Magistral esse artigo de Luís Nassif. Espetacular a sua visão de como se produzem ondas golpistas quando as forças conservadoras (de direita) já não conseguem mais manipular informações o suficiente para vencerem eleições nas urnas.Realmente há muitas semelhanças entre o período atual e o de 50 anos atrás (em 1954), quando se deu o fatídico golpe militar. E mesmo com o fenômeno da internet e dos blogs fazendo o contraponto as manipulações midiáticas, ainda temos um grande parcela da população idiotizada e, portanto, bastante vulnerável ao efeito manada que a desinformação deliberada da mídia reacionária tenta estabelecer, para vender manipulações como se verdade o fossem.Realmente estamos em um período pré-golpe, e só não enxerga isso quem não quer ou quem não tem alcance intelectual para perceber isso. Há ainda ondas golpistas, como as que recentemente varreram a Ucrânia (com a perigosa ascensão de grupos neonazistas de extrema-direita ao poder), e que também tentam se estabelecer na Venezuela pós-Chávez, e com as digitais norte-americanas em ambos os contextos, na tentativa de enfraquecer e se possível derrubar (como já aconteceu na Ucrânia) governos que se opõem aos interesses e ao poderio geopolítico norte-americano.Aparentemente nossas Forças Armadas mantêm-se em clima de tranquilidade e os quartéis não denotam agitação. Mas apesar de golpes militares estarem fora de moda, nem por isso o apoio de forças militares é desprezível para a concretização e sucesso de uma nova onda golpista por aqui. Além disso nada garante que a jovem oficialidade, ela mesma em sua esmagadora maioria oriunda de grupos conservadores (de direita) da classe média, esteja imune ou não sofra a influência dessa nova onda de golpismo que tenta se instalar.A destacar a advertência de Nassif quanto a postura excessivamente cautelosa e até medrosa de Lula e Dilma. Que não tiveram coragem para sequer peitar os conglomerados reacionários da imprensa, com uma necessária regulação da mídia (que nada teria de anti-democrática) ao estilo do que foi feito na Argentina e na Inglaterra por exemplo, e que dificultaria muito a movimentação golpista dessa mesma mídia.Se a manobra para desestabilizar o governo criminalizando o PT, transformando-o num partido de bandidos não deu os resultados esperados e acaba de sofrer um duro revés com a recente derrota no STF (que não acatou a megalomaníaca ideia de que havia uma quadrilha organizada no centro do governo), os direitistas agora investir todas as suas forças e baterias para o movimento “#não vai ter Copa”, contando para tal com a inestimável colaboração dos revoluciotontos de uma esquerda voluntarista, pouco responsável, pouco atenta e que de tão inconsequente no seu oposicionismo tosco e sem rumo, pode servir, e muito, de inocente útil, aos propósitos dessa direita golpista, que os agradecerá do mesmo modo como o fez em 1964 logo após o golpe militar: enviando todos para as cadeias e câmaras de tortura, como perigosos “terroristas” e nocivos elementos políticos à serviço do comunismo e da desordem social.Não foi por outro motivo que o politizadíssimo Movimento dos Sem Terra (MST) já anunciou que não participa dessas manifestações de jeito nenhum, pois já enxerga de longe onde é que elas podem chegar, e onde a direita quer que elas cheguem.Que essas advertências sirvam para as esquerdas não caírem nessas armadilhas e não façam o papel de bobos da corte, atacando governos que não são propriamente seus adversários, servindo de aliados de ocasião justamente dos seus inimigos ideológicos. 

    1. Golpe militar

      Há um equívoco, em 1954 ocorreu o suicídio de Getulio Vargas. O golpe militar ocorreu em 1964, quando os militares, vendo a ameaça comunista e diante da anarquia que estava tomando conta do país, tomou as rédeas da nação para por ordem na casa.

      1. kakakaakakakakakakkakaka………………………………….

        Rolei de rir. Agora conta outra ou leia mais sobre o tema. Você está bem desinformado

  34. 1) o radicalismo de esquerda

    1) o radicalismo de esquerda em nenhum momento sugere que haverá um golpe do governo. O que ele faz é forçar o Estado paquidérmico e enferrujado pela “governabilidade” a aplicar políticas verdadeiramente de esquerda. Sem essa pressão o governo PT quase não se diferencia dos demais partidos de centro e o PMDB começa a assumir o verdadeiro protagonismo, como está ocorrendo agora no Congresso.

    2) Não é momento, nobre senhores, de se parar para pensar que: se a Copa do mundo pode ser pretexto para um “golpe”, será que realmente vale a pena seguir bancando essa história? Não digo que é necessário cancelar o evento, longe disso. Mas começa a ficar estranho que a Copa seja algo tão intocável assim, realmente faz parecer que o governo está completamente aos pés da FIFA, se realmente há uma possibilidade de se usar a Copa para uma tentativa de golpe e o governo segue com seu discurso nacionalista fingindo que está tudo bem.

  35. sobre o artigo semelhanças entre 64 e 14

    Senhor Luis Nassinf, gostaria de saber qual é, ou qual será seu posto, ou melhor, seu cargo, em favor da ditadura do proletariado que tem buscado o atual des “governo brasilerio”.

    Aliás, você poderá até obter benesses por esse ativismo que vem desempenhando diuturnamente.

    Mas, fico pensando, o que ganharão esses “bobos alegres”, para não dizer “inocentes úteis” que comentam as suas sandices.

    Respondo.

    Granharão o que toda a população vai ganhar, a semelhança dos cubanos, dos venezuelanos, etc…

    Com efeito, estou certo, no momento necessariamente oportuno, as forças REALMENTE DEMOCRÁTICAS se farão presentes e debelarão, agora para sempre, esses grupos abominávies que tentam dominar, através dessa bandalheira de mentiras e roubalheira, a nossa grande Pátria Brasil…

      

    1. Luiz, não seja ridículo !

      Prezado, o Nassif, sempre responde aos comentários que merecem resposta, por conterem algum fundamento, porem o seu… Dá licença !

      Seu lugar, não é aqui !

    2. Os “profissionais” !

      Inacreditável!  Os “profissionais” chegando por aqui!  Gostaria muito de conhecer seus salários!  Aqui, suas asinhas serão cortadas!

    3. Como é boa a democracia!

      Na democracia é assim: até as viúvas velhas mijonas da ditadura têm direito de vir aqui “fazer a última gota”. Isso deve servir para nos divertir um pouco e para que não nos esqueçamos que os golpistas estão por aí, ávidos por uma oportunidade de novamente jogar nosso Brasil no abismo!

    4. Democracia

      Senhor Luiz,

       

      Por “forças realmente democráticas” o senhor entende o que? O 470? O PIG? Ou as pontas das bainetas?  

  36. Alhos & bugalhos

    Fluidos etílicos da folia. Não existe outra explicação. Sinceramente não acredito numa tentativa consciente de perda da credibilidade.

    Dois momentos históricos distintos. Dois povos absolutamente diferentes, embora ocupando o mesmo espaço geográfico. 1964 e 2014 são totalmente divergentes em termos políticos e econômicos. O Brasil é uma sociedade multifacetada, felizmente como a nossa representação política. Inexistem grupos hegemônicos capazes de conduzir uma “revolução”. A classe média de hoje, não a classe C, está mais à esquerda que esta.

    O momento de maior fragilidade do grupo que detém o governo atualmente foi logo após as denúncias do Roberto Jefferson envolvendo a cúpula petista com a corrupção. A fraqueza, naquele momento do PT e dos aliados à esquerda, ficou patente na pífia entrevista concedida pelo então presidente Lula. Não dispunha ainda de forte apoio popular, portanto sem meios de iniciar uma contraofensiva caso os adversários utilizassem os meios à disposição (imprensa, associações de classe, partidos oposicionistas, etc.) para a derrubada do governo.

    Depois de quase uma década vimos morrer o segundo maior partido opositor da época, o DEM, e o enfraquecimento tucano fora dos seus dois principais redutos (SP e MG). Deixou de existir no RS, SC, RJ, BA, PE e CE. No Paraná, Goiás e Pará não dispõe de máquina com força suficiente para mobilização. Também é preciso lembrar que é um partido com caciquismo antagônico em seu interior, como o grupo do Zé Serra em relação ao Alckmin e ao Aécio e outros menores espalhados pelos demais estados.

    A nova força de oposição que surgiu ocupa o mesmo espectro político petista. O PSB também faz parte do Foro de São Paulo e o seu programa político é semelhante. O PMDB, partido com maior penetração geográfica, é um saco de gatos. Fragmentado e unido apenas pelos interesses pessoais dos seus líderes regionais. Uma frente ampla sem consistência para assumir com coesão uma alteração da ordem institucional.

    Os movimentos sociais e os seus militantes são atrelados preferencialmente ao PT, e hoje são proporcionalmente muito maiores que os existentes pré 1964. Gente suficiente para fazer barulho ensurdecedor nos youtubes e facebooks. Com certeza iriam para as ruas em defesa do governo.

    As forças armadas sem o apoio majoritário da classe média não embarcariam numa aventura. Lembrem-se que os “formadores” de opinião estão longe, mas muito longe mesmo, dos existentes há cinquenta anos. Caros comentaristas chorões deste espaço, em sua quase totalidade pertencentes a classe média tradicional (instrução, renda e patrimônio) quantas pessoas do seu círculo apoiariam um golpe de Estado? Por favor não confundam oposição ao PT com apoio para saudar colunas de tropas como “libertadores”. Coisa que vocês, totalitariamente, estão viciados em fazer.

    A mídia, a famosa mídia, dirigida às camadas média e alta da sociedade nunca esteve tão sem penetração e confiabilidade. Quantos por cento da população ela é capaz de mobilizar em questões políticas de tal magnitude? Nem mesmo o terço antipetista, como comprovam as eleições de 2006 e 2010.

    Por fim o STF, ah, o tribunal de exceção. Com a atual correlação de forças dentro do supremo temos no máximo três ministros de centro na economia: o decano, o garantista e o Gilmar. Mesmo assim nenhum deles pode ser enquadrado como defensor visceral do liberalismo econômico, vide as decisões nas questões envolvendo propriedades privadas e causas ditas socias. Os onze no aspecto social e cultural ocupam no mínimo espaço semelhantes aos chamados liberais americanos, ou seja, o “socialismo” do partido Democrata de lá.

    Resumindo:

    A) Com uma classe média em geral mais esquerdistas que os pobres. Os votos destes últimos no PT não é ideológico é econômico.

    B) Com uma imprensa de baixa confiabilidade e que perdeu o monopólio da informação, tendo em vista que as faixas etárias mais propensas à mobilização são usuários contumazes da internet, o seu principal meio de informação.

    C) Com o supremo tribunal mais progressista de toda a história do Brasil, ou alguém aqui acredita que Barbosa e Fux apoiariam um golpe conservador?

    D) Um quadro partidário totalmente fragmentado e em sua quase totalidade herdeiro da oposição à ditadura militar, mesmo entre os fisiológicos do PMDB, PR, etc.

    Conclusão:

    Sem a ocorrência de uma hecatombe de fácil responsabilização do atual governo, coisa muito difícil de ocorrer, impraticável com o atual quadro político e econômico, a possibilidade de golpe não é apenas remota: é nula!

    O discurso deste post serve apenas para mobilizar os militantes governistas, nada mais do que isto! Afinal consideram que uma hipotética derrota eleitoral seria um golpe…

     

  37. As semelhanças entre 1964 e 2014

       Mais uma vez Nassif não perde oportunidade de fazer sua defesa intransigente e radical do PT,numa mistura de fatos que não tem nada em comum.

        Se considerarmos os condenados no chamado mensalão como presos político teremos de considerar o fato de serem presos políticos do governo do qual fazem parte e pior,foram julgados e condenados por um juri em sua maioria indicado pelo governo do qual fazem parte.

        Se partirmos para a aceitação da tese de prisão política,como todos foram julgados sob os mesmos critérios,teremos de admitir que não só os petistas,mas Roberto Jefferson e Marcos Valério também são presos políticos.

       E sob esse pensamento devemos também aceitar que Marcos Valério é o mais injustiçado,pois sua pena foi maior apenas por estar ligado à campanha do PT.

       Está mais que na hora de pararmos de dividir o país em petistas e antipetistas,a tal “zelite” e o “povo”,PSDB e PT,pois somos todos brasileiros e seria melhor pensar mais no país e menos no poder.

        Essa divisão,alimentada por radicais de ambos os lados é empobrecedora do debate sobre qual país queremos,seja com que governante for.

        É bom não esquecer que quem deve determinar o rumo de uma nação é o conjunto de sua população,não grupos de interesse.

  38. É aquele amontoado de teses

    É aquele amontoado de teses furadas que batidas repetidamente soam verossímeis. A primeira delas é um pouco nova, entretanto, trata-se da teoria dos ciclos de inclusão. Estaria certa na maior parte se não fosse um único detalhe: as pessoas continuam suas vidas miseráveis apenas com um pouco mais de dinheirinho no bolso.

    Em vários aspectos de uma vida saudável elas estão bem abaixo do aceitável porque moram, alimentam-se, transportam-se, trabalham e educam-se mal. Nesse imenso grupo quando não é simplesmente a ralé, são os batalhadores do dia-dia. Eles vão exercer sua opinião como se falta capacidade e meios de ser organizarem politicamente? Fazendo rolezinhos?

    http://www.cartacapital.com.br/blogs/speriferia/a-nova-classe-media-fantastica-falacia-7725.html

    Aí entra a segunda tese, mais furada que a primeira. O Lula e a Dilma não apenas são “cautelosos” em relação a tudo e qualquer coisa que signifique contraposição ao status quo, são omissos, agem deliberadamente para preservação de seus cacifes políticos, fingem que os maiores problemas não lhes pertencem… São na verdade – principalmente o primeiro – um grande perito eleitoral. Se você até hoje se ressente do engano cometido em relação ao Serra, sequer imagina o erro em relação a este. A diferença é que um era desoneste, o outro apenas bom.

    Diante de um jogo político com graves vícios e dominado (em várias partes do mundo, também) por grupos de pressão econômicos, essa mentira chamada “nova classe média” tem muito pouco o que fazer. Aqui não é o caso de provocar uma revolução no sistema político brasileiro, ridiculamente frágil, mas alterar sua conformação aos poucos obstruindo, dentre outros, os suplentes de senadores.

    Exigiria algum risco? obviamente. Mas aí que apenas confirma o que disse.: peritos eleitorais são avessos ao risco.

    Por último, a supervalorização da mídia. Talvez porque é o mais proeminente dos “progressistas”, concebe valor excessivo a estas relações de poder via informação. Tem um que de messiânico aqui, um fatalismo exacerbado. O PIG surge como um dragão impiedoso devorador de criancinhas. Nessa toada acaba num auto-engano fabuloso.

    As proporções sociais, políticas e econômicas são bem diferentes de 64, beira um acinte histórico tal concepção.

     

    1. As semelhanças entre 1964 e 2014

      A realidade deste artigo pode ser fundamentada pelo fato de que para não se constituir em golpe planejado pela Aristocracia brasileira, estalada nas mais tradicionais instituições brasileiras, mesmo quando nomeada pelo povo ou por seus representantes em virtude das regras estabelecidas para só permitir o acesso dos Aristocratas, integrada por velhas oligarquias e novos pequenos ricos, o julgamento da AP 470 teria de se repetir para todos os partidos que foram ou são governos no Brasil; haja vista que, a nossa democracia se estabelece por critérios condenados na AP 470 e não adianta os cínicos aristocratas, novos ricos e classe média burguesa fingirem desconhecimento ou negarem esta verdade conhecida de qualquer cabo eleitoral. A aristocracia brasileira não é apenas a mais alegre do universo é também a mais sínica. Faz nojo dialogar com esses aristocratas, tamanho é o seu cinismo. Lembro que certa vez quando esclarecia neófitos em política sobre esta verdade fui recriminado por uma liderança adaptada ao cinismo da aristocracia sobre a minha atitude, que estava levando conhecimento a quem não devia possuir, como se os neófitos estivessem ali para garantir a perpetuação da bandalheira sem dela beneficiar-se. A minha resposta foi simples e direta: não sou contra ou crítico do seu comportamento e de outros, mas todos precisam ganhar e para isto farei chegar ao conhecimento deles as negociatas de modo que possam negociar em condições de igualdade e ganhar também, assim a nação ganhará mesmo com bandalheira da aristocracia. Os canalhas continuam se fazendo de desentendido. É certo que nem todos da Aristocracia brasileira são canalhas, mas todos os canalhas estão na nossa aristocracia, inclusive fazendo crítica a esta matéria. 

      1. Desde sempre o estamento

        Desde sempre o estamento burocrático procura expelir aqueles que não o convencem, que não estão diretamente ligados a seus interesses. O caso do julgamento das lideranças petistas mostra um pouco disso.

        Mas daí em diante achar que tem um complô, uma grande conspiração, golpistas à espreita e blá blá blá…

        É imaginação fértil demais. Com um detalhe gigantesco: as condições democráticas de hoje são dezenas de vezes melhores que das décadas passadas – especialmente em sessenta.

        Vocês estão aprisionados nesse raciocínio infantil e quase patético segundo o qual há forças obscuras e cruéis dispostar a fuder com as “imensas realizações” do governo petista.

        Acordem para a realidade. Todos ganharam com o Governo Lula, mais ainda os lá de cima, ricos e poderosos: banqueiros, montadoras, construtoras, agro-indústria etc.. etc.. etc.. (a propósito, quem comentou por último sobre tal mecanismo “todos ganham” foi o atual diretor do QG petista, Márcio Pochmann)

        Haveria motivação de golpe sendo que os lucros foram ótimos.?

        Então, senhores, permitam-me dizer que tal lógica infantil não fecha, não encontra respaldo… Não tem pega.

        E do ponto de vista histórico – repito – é até acintoso.

  39. Nassif, perfeito. Ainda

    Nassif, perfeito. Ainda acredito que hoje estamos melhores.

    de novo, tem muita gente nova aqui no blog, e na maioria trolls. se são pagos ou não, não sei. mas que é um sinal de organização, isto é.

    Voces não passarão.

  40. É. Mas a história pode se

    É. Mas a história pode se reproduzir como farsa e como tragédia.

    Desta vez vamos fazer força para que se reproduza como comédia.

  41. Nassif enquanto a inflação

    Nassif enquanto a inflação estiver neste patamar , não vai ter golpe, inflação a 56 % ao ano , não tem revolução bolivariana que resista , mas este descontentamento todo pode, ir para o voto, depois de 12 anos de governo Petista vai dar para fazer um balanço, do que deu certo e do que não deu.Eleição se ganha no voto , espero que o PT aceite se assim for a vontade popular.E a comunicação do governo é péssima e lá tem Franklin Martins, Paulo Bernardo fazendo o que a mais de 4 anos, se não  fosse a internet o PT já tinha perdido a última eleição.

  42. 1) Parabéns ao Nassif por ter

    1) Parabéns ao Nassif por ter percebido a importância de se pesquisar, investigar e analisar a continuidade na história e não apenas a mudança.

    O artigo me fez recordar a lição do grande historiador Fernand Braudel e sua tese dos 3 tempos da história, curta, média e longa duração.

    No caso a passagem da curta para a média duração. Desde 2005/2006 que para mim ‘caiu a ficha’ das impressionantes semelhanças entre o processo político de hoje e o de 50/60 anos atrás.

    A correta e precisa contradição que Nassif fez entre voto x poder também me fez recordar os idos de 64 e a falta de resistência ao golpe apesar dos bons índices de popularidade de Jango (confirmados pelo IBOPE).

    Tenho convicção que talvez o maior erro do PT no governo ( e que redundou na crise – e farsa – do ‘mensalão’) tenha sido exatamente não ter se dado conta em que num País de pouca institucionalidade a contradição entre o voto popular e o poder das elites tende a ser bem maior do que nas sociedades ocidentais (atenção – insista-se sempre – o Brasil não é um país ocidental ‘tout court’, outra característica não percebida pelo PT no governo). Por isso cabe também registrar e acompanhar de perto o que está ocorrendo hoje nos processos politicos da Venezuela, da Turquia, da Tailândia, entre outros não ocidentais, a Venezuela como o Brasil é parcialmente ocidental, por assim dizer.

    2) Ademais, cabe insistir no que já escrevi aqui. A direita no Brasil não está sustentada fundamentalmente nos partidos políticos, mas nos estamentos do Estado (veja o Judiciário, MP, BC, PF, FFAA etc etc) e especialmente na articulação midiático-capital financeiro.

    Sobre o conservadorismo dos altos estamentos do Estado brasileiro – desde sempre – diversos autores já registraram tal característica. Agora mesmo nesses dias de carnaval estou lendo Manoel Bonfim e sua importante obra “A América Latina: males de origem”, de 1903 (cento e dez anos atrás e olha aí a questão dos tempos da história) e me deparo com tal afirmação de Bonfim “Dentre os diversos aparelhos e instituições sociais, não nenhum tão resistente ao progresso, e às reformas em geral, como as máquinas governamentais.” E após desenvolver interessante análise em que aponta que o burocrata “entrado na máquina administrativa, uma vez afeiçoado ao seu cargo, passa a cumprir função quase que automaticamente; daí por diante, vai ele incorporar-se aos outros nesta resistência passiva e absoluta – absoluta porque é inconsciente e automática – a qualquer modificação.” E conclui “Isto é assim no geral das sociedades: imagine-se, agora, em sociedades essencialmente conservadoras, viciadas num conservadorismo obstinado!…” (Nas quais inclui o Brasil). (Cf. item I do cap. “Efeitos devidos à tradição e à imitação”

    3) Da minha parte,, sigo convencido de que o STF no ‘julgamento do Mensalão’ exerceu funções que foram exercidas pelas Forças Armadas no regime militar, no sentido da presunção de achar que está procedendo a uma ‘limpeza ética’ na política, por assim dizer, e com essa presunção perversa e ilusória o STF procedeu a uma flexibilização de regras constitucionais como a da presunção da inocência e a do duplo grau de jurisdição, da mesma forma que o regime militar procedeu nos idos do regime militar (a confissão de Barbosa não deixa mais dúvidas quanto à intenção de sobrepor a ‘limpeza ética’ ao direito e à justiça). Esperemos que a revisão feita pela maioria do STF na última assentada seja o início de uma mudança quanto a tal equívoco.

    Cabe também dizer que a transmigração da ideologia udenista das FFAA para o STF se explica pela expressiva legitimidade simbólica da Constituição de 1988. Em razão dessa legitimidade a intervenção e a pretensa tutela da política não podem ser hoje feitas com rompimento expresso da Constituição, mas sim, utilizando-a como fundamento, embora apenas nominalmente. Daí a transmigração de um estamento estatal a outro.

    Daí que enquanto a Constituição de 1988 permanecer com o grau de legitimidade que tem hoje qualquer golpe será na modalidade ‘golpe branco’ e terá que ter a participação do STF (por isso personagens como Barbosa e Gilmar são hoje mais importantes para o golpismo do que os generais golpistas foram em 64).

    Para encerrar cabe o registro de que o ‘freio de arrumação’ que a grande mídia deu após as últimas declarações de Barbosa (veja-se os editoriais dos jornalões desaprovando ou ignorando a conclamação golpista de Barbosa) parece demonstrar que a mídia – no momento – não aposta em golpe, ainda que branco.

     

     

  43. Passos do golpe

    Lendo este excelente artigo do Nassif, realmente nos atentamos para alguns detalhes que realmente podem indicar que alguma espécie de golpe está em curso.

    No entanto, me arriscaria a duas possibilidades:

    a) Não será de natureza militar, tendo em vista uma provável repulsa da população, em vista da história recente do País. A própria mea culpa da Globo em relação ao apoio ao regime indica isso; e

    b) O golpe passaria pela participação decisiva de Joaquim Barbosa. Sua saída anunciada para junho, logo após a um provável insucesso da seleção brasileira, que criaria um clima generalizado de insatisfação, facilitando, assim, qualquer movimento golpista.

    Existem, ainda, outros “reforços” ao golpe que poderão ser tentados, tais como a ocorrência intencional de apagões e de novas confuzões no Bolsa Família, ambos provocados por sabotadores eletrônicos.

    1. Possível golpe

      Um novo golpe não seria militar, isso está “fora de moda”.

      Um golpe possível seria pela via institucional, como foi tentado em 1961: algum fato relevante (como foi a renúncia de Jânio, com o vice Jango fora do país) leva o Congresso Nacional a declarar vaga a Presidência da República e um parlamentar substitui a presidente; o STF ratifica a situação; partidos são denunciados como corruptos e golpistas (as vítimas do golpe!) e seus membros presos/expulsos. Isso foi feito mais ou menos segundo este script em Honduras e no Paraguai, é um golpe “dentro da normalidade democrática”.

      Isso deveria acontecer logo, por duas razões: (1) O PT tem conquistado mais cadeiras no Congresso Nacional a cada eleição, isso pode acontecer novamente em 2014 e dificultar o primeiro passo do golpe e (2) o STF está sendo renovado, como foi visto no julgamento dos embargos infringentes da AP 470, o que dificulta o segundo passo. Claro, a propaganda feita agora é para desqualificar os membros novos do STF, permitindo que sejam cassados na eventualidade de um rompimento institucional como este.

  44. O Fato é que a Dilma não se

    O Fato é que a Dilma não se comunica adequamente e nem seus ministro são articulados para fezê-lo com eficiência!

    Não lembro qual foi a últime entrevista concedida pela Dilma ao PIG?

    Para rebater criticas que seja!

    Mostrar um lado não mostrado pela mídia!

    Quando na crise de 2008 a mídia falava crise, crise, crise e quando Lula falou oportunidade, a mídia passou a falar oportunidade, crise, oportunidade, crise…

  45. O grande problema é que houve

    O grande problema é que houve crescimento sem conquistas educacionais, culturais e de civilidade. A grande massa que emergiu tem a mesma cultura espoliativa da “casa grande” é o chamado complexo de Rosseau. O governo incetivou o consumo deliberado  via minha casa minha vida, minha casa melhor, redução de IPI de automóveis, etc. Financiou estudo p/ jovens c/ baixo nível educaional em faculdades extremamente reacionárias; os grandes empresários, empreiteros e financistas continuam a ter seus lucros aumentando cada vez mais e a ascenção da classe E, D e C se dá via cobrança de impostos cada vez maiores sobre uma sufocada classe”média” de outrora.

    Esse é o veradeiro “caldo” que tem permeado essa insatisfação. Insatisfação crescente também da classe emergente que só pensa nos seus direitos e não está nem aí com seus deveres.

  46. De possibilidades e certezas
    Se vai haver golpe ou não, não sabemos.
    Se as circunstâncias de hoje são bem parecidas com as de 1964, podemos discutir.
    Uma coisa é certa: sempre vale a pena recordarmos o passado, tanto para reavivarmos as lembranças de tão infeliz período de nossa história nas memórias dos mais velhos quanto para introduzirnos um pouco de história política brasileira na cabeça dos mais jovens.
    Não ao golpe, passado, presente ou futuro!

    1. Esse é o problema!

      Ronaldo, o problema é exatamente este: quem viveu e sentiu na carne o golpe de 64 está hoje com idade na casa dos 70 a 80 anos e é cada vez menos ouvido pelos jovens. Tenho um colega que diz que há uma “ditadura sendo preparada pelo PT” e tem idade próxima à minha (45). Critiquei-o e ele respondeu algo como “você sabe minha idade e que eu vivi 18 anos da ditadura de 64, sei como foi”. Suas lembranças mais antigas devem ser como as minhas, do governo de Figueiredo, depois da distensão de Geisel e da abertura (lenta, gradual etc). Acha que aquilo era mesmo a ditadura.

      Há um processo de acentuado revisionismo histórico em curso. A tal “ditabranda” da Folha é um sintoma disto. Estão tornando a imagem ditadura mais palatável, menos “dura”, ao mesmo tempo que tentam criminalizar governos democráticos, atribuindo-lhes a pecha de “autoritários” ou “ditatoriais”. Em alguns lugares, isso já funcionou (Venezuela é o caso mais óbvio, onde o golpe só não aconteceu por causa da capacidade de mobilização popular do governo, mas a Argentina vai pelo mesmo caminho).

      O que assusta mais é o óbvio alcance mundial desta tendência, o que parece apontar para um coordenador global da estratégia. Há um país que é candidato natural a esta “coordenação”. Pode também ser simples coincidência em um mundo com comunicações instantâneas ao alcance de todos, é claro. Será que teremos que passar por uma repetição do fascismo global das décadas de 1930/1940?

       

  47. Ações e posturas radicais

    Ações e posturas radicais estão sendo realizadas em todos os países que tem um governo que prometeu fazer uma maior inclusão, o que obrigatoriamente reparte o bolo tirando algumas migalhas dos já muito ricos.

    As últimas eleições americanas, o tea party, comprovam esta radicalização.

    Matérias  no blog citaram o aumento do radicalismo de direita na europa.

    Esses condições se tornam  favoráveis quando  não se consegue implementar o que foi prometido, o que dá margem para os “novos” discursos.

    O risco é que a esquerda parece acreditar que está encontrando o momento de tomar o poder.

    Não percebe que ao aderir ao discurso de tomada do poder, apenas está abrindo o flanco para que as forças de direita voltem ao poder.

     

    1. Assis, com todo o respeito,

      Assis, com todo o respeito, mas onde raios você vê no Brasil uma esquerda que “parece acreditar que está encontrando o momento de tomar o poder.”??

      Você aqui está se referindo ao PT mesmo, ou acha que algum partido mais à esquerda está REALMENTE se articulando para “tomar o poder”?? Vamos combinar uma coisa, histeria e paranóia stalinista está em alta nos blogs progressistas, mas para uma análise séria é preciso um pouco mais do que isso. Que há setores de extrema-esquerda que estão tratando de retomar o projeto de mobilizar as bases, isso não há dúvidas. Mas você realmente sabe, conhece ou vê algum setor da esquerda que tenha em vistas a “tomada de poder”?! Disso eu não estou sabendo.

      1. Lucas, me informe

        O PSOL, por exemplo, está coligado a que partidos nos estados e no governo federal.

        Esses partidos que o PSOL está coligado realizaram uma inclusão maior?

        O que o PSOL acha do radicalismo das manifestações?

        1. ah bom, pensei que você

          ah bom, pensei que você estava se referindo a uma “tomada de poder” diferente daquela operada pelo PT, na época em que ele apoiava o radicalismo do MST no campo e começou a se coligar com diversos partidos de centro e direita que nunca tinham feito nada para incluir coisa alguma na vida política e social do país.

          nesse sentido o PSOL apenas faz o que a grande maioria dos partidos faz: busca o poder.

  48. A loucura nossa de cada dia.
    O modelo de preparação de golpes é similar em quase todos os casos que sejam analisados. Por oferecer menos riscos e possibilidade de avanço ou recuos circunstanciais, uma das táticas de dominação mais antigas, é criar e incitar revoltas internas entre as pessoas através da desinformação e do incitamento ao ódio entre classes/etnias. Com esse, fomento artificial de intrigas e discórdias, enfraquece o inimigo antes de dominá-lo. Preferencialmente, antes de intervenções armadas, cria-se todo o enredo já conhecido de produção artificial do ódio, do medo e da insatisfação. Não por acaso, num momento em que um governo alinhado com a esquerda, depois de quase cinquenta anos consegue promover mobilidade econômica e inclusão social de setores que foram alijados daquilo que é seu por direito, através de uma melhor distribuição de renda,  quase simultaneamente também é descoberto o petróleo do pré-sal brasileiro, com toda a cobiça que é inerente a grupos econômicos multi-nacionais interessados em “apoderar” desses recursos. Diante desta conjugação de fatores, somados a ausência de perspectiva das “oposições” alinhadas com os grandes grupos econômicos de conquistar o poder através do voto, soam todos os sinais de alerta.  Vale lembrar que além dos riscos de golpe estarem presentes em qualquer lugar do mundo, diante do histórico golpista das elites brasileiras, esta possibilidade só faz aumentar. A irracionalidade das manifestações de ódio e intolerância que temos presenciado em nosso cotidiano constatado na grande mídia, nos faz lembrar do caso relativamente recente de Ruanda.Os belgas para dominarem a colônia congolesa, sem que houvesse nenhum fundamento cultural anterior, alimentaram a criação e divisão do país em duas “pseudo” etnias artificialmente constituídas, os “tutsis” e os “hutus”,  e por todos os meio disponíveis, ao longo do tempo, foi sendo artificialmente introjetado dentro de cada uma destes “grupos”, um ódio irracional entre eles,  cujo acirramento desta insanidade deliberadamente  forjada, culminou com o massacre em 1994 de quase 1 milhão de pessoas de pessoas.   

  49. A movimentação já começou na

    A movimentação já começou na rede social. No facebook conhecidos, amigos e familiares (e de conhecidos e amigos de familiares)  conservadores já vem postanto – insistentemente – fotos da Marcha da Família de 1964 e dos protestos violentos na Venezuela. Há uma clara tentativa de traçar um liame e uma sutil convocação, e torcida, para que manifestações violentas ocorram no Brasil. O mote é a Copa: há uma enxurrada de mensagens quanto aos gastos na construção de estádios.

    Há, de outro lado, uma inércia do Governo Federal em fazer uma campanha intensa de esclarecimentos com mensagens rápidas e curtas de informação. 

  50. A GUERRA FRIA RECOMEÇOU

    Perdi, ao final, o comentário que estava fazendo, num equivocado bater de teclas. Porém, está claro que depois das intervenções americanas nos países árabes, no Iraque e no Afganistão, agora, mais intensamente no Egito e na Síria, culminando, por influências, derrubar um governo eleito pelo povo, na Ucrania, a coisa se encaminha e muito para uma nova guerra Fria. A Europa está se aproximando da posição americana. A Rússia está com tropas  nas portas da Ucrania – a imprensa americana só fala inisto,  o tempo todo – e a China se aproximou e muito da posição russa.

    Assim, esse posicionamento está cheirando e muito os tempos da guerra fria. A Rússia, hoje, com a mesma preocupação que o Tio Sam tinha com Cuba, que se aliara, em 1962, á Russia. Quase que, naquele tempo, eclodiu uma guerra nuclear e Cuba teria sumido do mapa do mundo. E talvez, quem sabe um a própria humanidade. Um grave momento, um instante de pavor que vivemos naquela tempo.

    Hoje, os ingredientes que Nassif expôs acima estão presentes, muito semelhantes ao de 1964, excluindo a guerra fria. Ora, penso que ela está voltando, infelizmente.

    O cenário é quase igual.

    A Venezuela já sente os efeitos de uma ameaça de golpe.

    Por aqui, sente-se no ar – deixando a teoria conspiratória do lado – também, máxime depois de momentos soberanos de nosso País, com a tomada de posição em relação à espionagem da Cia e a defesa de nossas riquezas petrolíferas, onde a cobiça do mundo já está pondo olho gordo.

    Temos razões para nos preocupar. E muita..

     

  51. O artigo cita que Dilma e

    O artigo cita que Dilma e Lula se blindaram em dois episódios e acrescentaria mais dois.

    1) A maior tentativa de golpe pós- 64 que foi o conluio entre Gilmar Mendes e Demostenes Torres (Judiciário e legislativo) e com amplo apoio da mídia para derrubar Lula.

    2) O mais recente modelo de golpe criado pelos EUA, a ideologia do medo e a caça aos terroristas, e que igualmente ao que diz Nassif em relação aos outras duas tentativas, o golpe está sendo neutralizado pelo governo na aprovação da nossa famigerada lei antiterrorismo.

    1. Da Carta Capital

      Documentos revelados pelo WikiLeaks revelaram a pressão americana para que o Brasil criasse uma lei para o “terrorismo”, principalmente para assegurar os megaeventos. No relatório de Lisa Kubiske, conselheira da Embaixada americana em Brasília, enviado para os EUA em 24 de dezembro de 2010, a diplomata mostra-se preocupada (…)”.

      Os banqueiros também pressionam o Estado a criar uma lei antiterrorismo há algum tempo.”

      http://www.cartacapital.com.br/politica/projeto-de-lei-quer-punir-terror

  52. Gostei da comparação entre a

    Gostei da comparação entre a fraqueza do governo Jango no judiciário, com o que ocorre agora com o PT. Realmente, a forma como o AP 470 se deu, em que não apenas se condenou injustmante, mas se humilhou líderes históricos do partido que ocupa a presidência, foi algo inusitado, talvez sem paralelos no mundo. Apenas consigo mesmo nessa época fatídica que nos mostrou o Nassif.

    Fora isso, discordo de todas as outras comparações. O golpe a meu ver se enfraqueceu. Ele se daria no judiciário com a criminilazação do PT, e posteriormente com a inclusão de Lula, que acabaria presou ou cairia na lei da ficha limpa. A criminilização foi revertida e não pegarão Lula nem a pau. 

    A questão da Copa é uma aposta não para o golpe, mas para o enfraquecimento da candidatura Dilma. Eles sonham em repetir junho do ano passado, quando a presidenta despencou abruptamente em popularidade. O boicote intenciona isso, levando a eleição para o segundo turno. A partir daí o Dudu e o Aécio fazem um acordo e o pig martela o vexame do país dia sim dia também.

    Nada que o governo não possa combater com comunicação. Com a entrada do Franklin acho que já devem estar se preparando melhor. Assim espero 

    1. ou seja,

      ou seja, desviar o dinheiros dos nossos impostos que deveriam ser investidos em saúde e segurança pública, em propaganda constante dos bons feitos do atual governo.

      palavras suas, não minha, o que está acima foi o que eu entendi do seu comentário.

      1. Desvio?

        Propaganda oficial de esclarecimento não é “desvio”, é obrigação do governante. Divulgar mentiras é proibido, verdades, não.

        Esse discurso do “dinheiro-que-deveria-ser-investido-em-saúde-segurança-e-educação” não funciona muito bem, à medida que os investimentos nestas áreas estão em um pico, poucas vezes estiveram tão altos; se falta alguma coisa, é gestão, que, aliás, é dividida com estados e municípios. O Brasil não tem renda nacional elevada o bastante para ter serviços públicos suíços, mas tem mantido saúde, educação e segurança universais, o que já é alguma coisa.

        1. Esse (des) Governo tem sido

          Esse (des) Governo tem sido tão cínico que tudo está, não só divulgado e publicado, mas escrachado, tal qual esse julgamento absurdo do mensalão e suas absolvições, bem debaxo dos nossos narizes, numa clara afronta ao povo brasileiro!

          O Brasil também não tem renda elevada o bastante pra sustentar as benesses exageradas que todos os políticos – do vereador ao Presidente, que deveriam estar trabalhando pelo e para o povo, esbanjam diariamente na cara dos brasileiros, e você se esquece que a corrupção é o maior ralo, em TODAS as esferas do Governo, por onde passa o dinheiro que todos nós pagamos em altos impostos – temos uma das maiorres cargas tributárias do mundo, tal como a França, só que lá todos tem serviços de saúde de qualidade e educação gratuita do ensino fundamental ao superior.

          Se for preciso um golpe militar pra acabar com tudo isso, eu torço pra que isso aconteça. Já votei no PT, mas não voto mais.

  53. 1964/2014

    Muito bom este artigo do incomparável Nassif. Toca na veia e mostra como se articula um golpe silencioso. A revista veja faz parte integrante desta articulação muito inteligente e que os democratas, se não tiverem inteligencia, farão parte, ingenuamente, do mesmo. É incrível o verdadeiro ódio que a classe média da qual faço parte, tem do PT, Lula , Dilma, etc, e fazem do marqueteiro Joaquim barbosa, seu ídolo. Lamentável!

  54. 1964/2014

    É incrível o verdadeiro ódio que a classe média tem do PT  e a tudo que se refere a êle. O pessoal chega a ficar vermelho quando fala de Lula, Dilma, Zé Dirceu, Geniíno, etc. Isto tudo insuflado pela imprensa na qual se destaca a incorrigível veja. É lamentável!

  55. Concordo com os que me

    Concordo com os que me anteceram no tocante serem diversas os contextos de 1964 e 2014 no que se referem a possibilidade de uma eventual ruptura institucional, mesmo que nos moldes paraguaio ou hondurenho. Falta no atual cenário o fator essencial, qual seja, o pano de fundo que era a chamada “guerra fria”.

    Algumas semelhanças  sempre existirão porque a história sempre tende a se repetir pontualmente,  mesmo porque alguns fenômenos sempre serão comuns. No caso em foco, algum  deles são claramente o apelo aos valores tradicionais de fundo moral e religioso, a exarcebação/virulência do discurso político, e o papel, esse sempre recorrente, uma classe média ressentida, e uma mídia coligada. 

  56. As diferenças entre 1964 e

    As diferenças entre 1964 e 2014 são mais relevantes do que as semelhanças. Em 1964 a exploração do medo do comunismo era mais fácil do que hoje, pois estávamos no auge da Guerra Fria. As tensões despertadas pela crise dos mísseis soviéticos em Cuba haviam dividido de maneira clara e irreconciliável a opinião pública brasileira. Mesmo sendo tolerado, o PCB era um partido ilegal. A esquerda brasileira ainda sonhava com a revolução, hoje ela se adaptou perfeitamente ao capitalismo e segue no poder porque foi capaz de enriquecer os ricos e melhorar a vida do povão. As Forças Armadas desempenhavam em 1964 um papel político que se recusam a desempenhar nos dias atuais porque sabem que se tentarem produzem uma catástrofe nacional sem precedentes. A Igreja apoiou o golpe de estado de 1964, mas logo que as torturas e prisões arbitrárias de cléricos começaram ela recuou. O afastamento entre a Igreja e os Militares se profundou definitivamente por causa da discussão e votação da Lei do Divórcio (fato que é geralmente esquecido pelos analistas). Os EUA, por outro lado, estão completamente atolados nos conflitos do Oriente Médio e se meteu num beco sem saída ao confrontar a Rússia na Ucrânia sem o apoio da China. Por mais que alguns direitistas sonhem em retornar ao poder pela via rápida eles não conseguirão seu intento, principalmente porque o PT construiu uma sólida relação de confiança com as Forças Armadas ao ajudá-las a se modernizarem (algo que Jango não fez e não tinha fôlego econômico para fazer). Nesse sentido, há mais semelhança entre 2014 e 1937. Se o regime brasileiro vier a se fechar, a democracia será abolida sob o comando do PT. Não duvida quanto a isto. 

  57. (esta mensagem retifica a anterior)

    Olha, um bom resumo sobre ditadura (veja sem preconceito contra o autor).

    http://www.youtube.com/watch?v=8FOLamcjccA&list=FLzh_hSNfkCMeudeTBbga7vA&index=28

     

    At.

     

    Nota: sou EX-eleitor do PT, de forma alguma votaria em Aécio,  e Carlos Campos muito menos…

     

    E para o instrumentista Nassif – e a todos que gostam de música – um grande violonista: William Kanengiser

    http://www.youtube.com/watch?v=JfIzsqqrqqg&list=FLzh_hSNfkCMeudeTBbga7vA

  58. Aproveitando a temática

    Aproveitando a temática golpista do pretenso golpe, posto o fime O ovo da serpente, esse filme retrata os dias que antecederam o golpe na Alemanha com a ascenção de Hitler ao poder, e a posterior Segunda Guerra Mundial.  Qualquer semelhança com nossa atual realidade, pode não ser mera coincidência.

    [video:http://youtu.be/PTKIEr6V__k%5D.

     

     

  59. As diferenças entre 1964 e 2014

    É possível traçar paralelismo entre o golpe de 1964 e a atual conjuntura de 2014 em alguns casos, mas acredityo que existam mais dvergências do que afinidades. A primeira é que os setores políticos de esquerda no país nunca tiveram apoio da classe média até o desfecho de 1964, ao contrário do que ocorreu até o caso do chamado Mensalão no primeiro governo Lula. Eu diria que a revolta atual das classes mais favorecidas está relacionada com uma crise de confiança do que com uma revolta de cunho social com a ascensão das classes menos favorecidas.

    Até a posse de Lula, havia em todas as classes uma fagulha de esperança que o PT formentasse uma reforma na política que varresse para sempre as velhas práticas condenáveis da velha politicagem, como favorecimentos e acordos escusos. Mas como no artigo de Luís Antônio Albiero “A Explicação a quem possa interessar sobre a Ação Penal 470”, enviado pela leitora deste blog Nilva de Souza, apontou, em política é difícil fazer um omelete sem quebrar os ovos. Ou seja, o PT teve que aprender a sambar a música que toca no sistema político brasileiro para conseguir chegar ao poder, compactuar com determinadas forças mais preocupadas em obter vantagens pessoais do que em utilizar a política como uma forma de aprimorar a sociedade. Quando ocorreram as primeiras denúncias em torno do Mensalão, o que ocorreu foi uma revolta com a confiança depositada em um partido que se propagava imaculado, mas precisou sujar as mãos na mesma lama que criticava até então. Com o PMDB não há esta revolta, porque ele faz exatamente o que se espera dele. Com o PSDB a revolta também é menor, porque a expectativa não é de um partido ligado aos menos favorecidos. Agora, com o PT havia esta expectativa porque o próprio partido trabalhou para que houvesse esta expectativa. E quando os primeiros sinais de que o PT aderiu ao mesmo padrão que criticava, para manter a governabilidade, as classes com mais acesso à informação se sentiram traídas. É certo que este sentimento de traição foi potencializado por vários setores da mídia. Porém não deixa de haver uma ligação entre a expectativa que havia com relação ao partido antes e o que a sociedade presenciou depois.

    Por que então este sentimento de decepção com o PT se restringiu às classes com maior poder aquisitivo? Porque grande parcela da classe média não foi contemplada com nenhum do avanços experimentados durante os anos de governo petista, como a ascenssão da população das classes baixas e a diminuição do fosso social entre as classes. Pelo contrário, o inchaço da classe média trouxe dois problemas ao governo. O primeiro é que os privilégios que a classe média tinha antes por serem poucos eles perderam ao longo do tempo, com o aumento do poder aquisitivo da população em geral. Mais pessoas com carros, são mais carros nas ruas e mais trânsito. Alguns setores de serviços não acompanharam o aumento da demanda, como hospitais particulares e convênios médicos. Em segundo lugar, uma população maior na classe média é uma população maior com preocupações de classe média e não mais de classe menos favorecida. Se antes a maioria dos brasileiros passavam o mês preocupados com o que iam comer, agora além de estes mesmos brasileiros não terem mais este problema, eles adquiriram bens de consumo, como geladeira, televisão e muito mais. Os próximos ítens na lista de preocupações passam a ser educação, saúde, transporte. Preocupações que esta população enxerga como de responsabilidade dos governos. Resumindo, o PT tem em mãos um problema causado pela parte da boa governança que tirou muitos brasileiros da linha da pobreza, mas também causado pela parte da má governança, que não contemplou com serviços públicos à altura do crescimento da classe média. Assim a decepção da classe média com a atuação do PT na frente política se une ao fato de se sentir excluída do projeto de governo petista. Para mim e muitas pessoas, pode fazer sentido auxiliar primeiro os mais excluídos. Porém conheço quem se pergunte o porque de somente a classe média se sacrificar sem obter nenhum retorno pelo sacrifício.  Conforme diminua o abismo social no Brasil, maior será a pressão sobre o governo. Quem estiver no poder deverá saber administrar melhor as expectativas que a população tem para o seu bem-estar.

    Portanto, não vejo tanto paralelismo entre 1964 e 2014. Em 1964 a crise contra as esquerdas foi uma crise advinda de pressão externa a mesma. Em 2014, a crise contra as esquerdas é oriunda de um problema ocasionado por ações e decisões boas ou más, certas ou erradas cometidas pela própria esquerda.

  60. Tentei ler todos os

    Tentei ler todos os comentários e percebo que é nítida uma espécie de guerra virtual instituída pelo crescente poder da internet sobre pessoas bem instruidas, nota-se que existem exércitos de pessoas que tem como trabalho possivelmente remunerado ficar entrando e saindo de sites de grande visibilidade e dando opiniões pró-PT tudo na tentativa de manipulação de pessoas de melhor nível de estudo; sou contra acreditar que a força da mídia televisiva tenha diminuído já que uma gigantesca parcela da população ainda a tem como base de suas opiniões o que a Globo vomita em seus lares. Quanto a golpe ou coisa parecida não creio que seja algo real, trata-se apenas de elocubração mental de estudiosos, historiadores e manipuladores que a serviço de grupo x ou y detentores de poder para criar instabilidade psiquica e social; nosso País tem uma força militar estrategicamente sucateada e sem força militar não existe golpe que se sustente, outra questão é o que foi dito anteriormente que o Brasil possui uma ampla gama de setores vinculados ao poder e de opiniões divergentes tornando impossível um apoio majoritário a um grupo golpista seja ele qual for; nota-se um esforço contínuo do Governo de afastar o Brasil do ideário liberal ou mesmo neoliberal que tanto desenvolvimento humano levaram aos Países que os adotaram; os governantes de hoje parecem ter medo de um novo tipo de política baseada na gestão e competência administrativa, insistem na velha política populista e no inchaço progressivo da máquina estatal, desde de 1964 não existiu uma lei sequer que reduzisse a ingerência do Estado sobre as pessoas e sobre a economia, muito pelo contrário todas as leis que surgem só colocam o estado como ente controlador da vida das pessoas chegando até a entrar dentro das nossas casas com a lei da palmadas; além disso vê-se um nítido desejo do estado em criar conflitos sociais antes inexistentes tudo para criar um clima de instabilidade social para abrir portas para o surgimento de grupos salvadores da pátria; não vejo ideais em nenhum partido, não vejo desejo de golpe, só o que vejo é uma máquina contínua de manipulação de massas ora por práticas populistas-assistencialistas, ora por mídia televisiva e atualmente por penetração de grupos na internet tentando injetar na rede uma visão maravilhosa do poder vigente. Tudo balela para se perpetuar no poder ou assumir o poder para fins de locupletação de poder e dinheiro público; digo e repito tem gente ganhando dinheiro para dar opiniões, fazer comentários, postar vídeos à favor do PT ou da “Direita”, criar instabilidade, criar conflitos entre brancos e negros, entre homosexuais e heterosexuais, entre patrões e empregados, creio eu que tudo para dar mais poder ao estado com uma profusão de legislações cada vez menos liberais e democráticas.

    1. ESTOU COM A MESMA VISÃO SUA, ALEX!

      O povo que trabalha, com honestidade e dignidade, não tem tempo para baderna e nem manifestação “descabeçada”.

      Um país só se faz respeitado com um povo educado, ordeiro e que sabe o que reivindicar, e na hora certa.

      Infelizmente o povão “embarca” demais em cantilenas e sofismas de pessoas inescrupulosas que tentam “levar vantagem” a qualquer custo.

       

       

    2. Este seu foi o melhor de

      Este seu foi o melhor de todos os comentários.    O pessoal fica nessa lenga-lenga inútil  que não levar a lugar algum.  Ninguém se lembra de citar o principal problema do Brasil :  as duas classes profissionais mais importantes para o desenvolvimento de uma nação estão na merda ,  professores e produtores rurais  .   Quem vive em grandes centros urbanos não tem a menor idéia do que se passa no campo.  Vivo no interiorzão,  e a cada ano  a produção de alimentos diminui.   Ignora-se completamente que 70%  dos alimentos que comemos vem da agricultura familiar, cada vez mais massacrada.   Comemora-se recordes na produção de soja e milho (que vira ração de porco e galinha na china e mundo afora),  e esquece-ce que as hortaliças, frutas, granjeiros e laticínios são produzidos quase que artesanalmente brasil  adentro por uma classe de verdadeiros guerreiros,  que só o fazem por amor a terra,   uma vez que lucro nem pensar,  só dívidas.  E para piorar  o clima ficou louco, chove muito ou não chove nada.   A ONU  há mais de vinte anos tem nos alertado sonbre a diminuição contínua dos estoques de alimentos  no mundo.  Isso é fato. Na minha região a produção de leite caiu 80%,  de carne 50% e grãos quase cem por cento .  Houve crescimento nos plantios de eucalipto e cana,  porém ambos setores em crise profunda.   Vai faltar alimento muito em breve.    

       

      Em relação à educação pública nem precisamos comentar nada,  estamos no nível da áfrica. 

      Engraçado estes dois setores sendo sucateados sistemáticamente desde a ditadura militar.   Será um mero desleixo político ou um plano maior para fuder  completamente a nação.   Como reagirá essa massa de jovens semi analfabetos altamente propensos a violência quando começar a faltar comida ?  A nossa produção industrial está em retrocesso desde 2012.   Quem trabalha honestamente não está dando conta.  Está impossível produzir para sustentar uma classe política criminosa (independente de partido, são todos colegas) altamente parasitária,   e uma classe baixa dependente de benefícios governamentais.  

      Parece meio apocaliptico,   mas estamos num caminho muito perigoso.  Nasci e cresci na capital, e há dez anos vivo no campo como produtor rural e afirmo categóricamente :    O TREM TÁ  FEIO !!!!!!!!!!!!!!!! 

      1. Todo mundo se faz de cego….

        Henrique concordo com você em todos os sentidos, as coisas estão acontecendo e todos fingem que esta tudo bem. A água já passou do umbigo e ninguém viu os sinais de perigo. Acreditam que a mídia faça terrorismo ao comentar sobre a situação caótica do país. Mas somente quem presencia o dia-a-dia nos subúrbios das grandes capitais e como você disse nas cidades interioranas, onde nós só vemos plantações de cana e mais cana, sabe que estamos muito perto da beirada do abismo….mas quem liga???…..Olhamos a nossa volta e não temos para quem gritar ou pedir socorro, pois o Governo, principal agente responsável por socorrer esses setores, se finge de cego, preocupado em distribuir bolsa família e toda sorte de presentinhos, que lembra festa de criança com sacolinhas de lembrancinhas no final da festa, a população sai feliz e sorridente sem se preocupar com os dias que virão, sem água, comida, eletricidade (gerada pela hidroelétricas) que estão secas, sem empregos….Mas os PTistas dos outros comentários afirmam, MUDAR PRA QUE?

  61. O “novo” hoje em dia pode-se

    O “novo” hoje em dia pode-se dizer que não é mais o PT e boa parte do povo está sacando.

    A Ação Penal 470 veio levar o STF a trabalhar com aquilo que a sociedade sempre esperou daquele Tribunal: “confrontar” à altura figurões do Legislativo que nunca são alcançados pela dita Justiça. Conincidência ou não foi ter sido o menor dos crimes levado ao seu ponto inicial neste sentido. Rompimento com o Status Quo do STF. Se não é “alcançando” ninguém ligado ao governo atual, não será mais ninguém. Nivelou-se por cima, provado e comprovado.

    Outra diferença de hoje para àquela época é que hoje, pela disseminação da informação, quem tem voz não é somente a classe média histérica -esta fica xingando de frente ao computador, enquanto uma menor parte dela, juntamente com os movimentos sociais de periferia saem às ruas contra aquilo que consideram de vendidos ao neoliberal ou uma continuidade da agenda PSDB(2.0) em detrimento dos cuidados aos serviços públicos e infraestrutura necessários para o país desde sempre. Por isso a sensação de grandes mudanças morfou logo nos primeiros anos da gestão Dilma.

     

    Copa pra quem?

  62. Golpe?

    Poucas pessoas tem a noção exata do perigo que a atuação da grande mídia representa para o País.

    Se pelo menos apoiassem algo novo, inédito mas, não…Quer porque quer recolocar no poder o mesmo grupo que destroçou o País nos anos de 1998 a 2002.

    Naquela época, o Patrimônio foi entregue, uma fábula inimaginavelmente grande foi expatriada ilegalmente e 38 milhões de pessoas foram atiradas na miséria absoluta.

    Essa MESMA turma, de novo?

  63. SO TEM PETISTA NOS COMENTARIOS

    incrivel como existem pessoas que apenas olham o que o Grande Lula fez (ainda nao achei nada) ou que o PT foi crucificado (estao roubando discaradamente).

    Olhem bem ao redor, o povo brasileiro esta endividado ate o nariz e cada vez mais esta se atolando.

    Nos ultimo 10 anos o que o governo fez de bom, ate agora so um Porto e foi em Cuba. Predios estao caindo do minha casa minha vida, o numero de pessoas recebendo bolsa familia aumentando (pelo que sei com $ emprestado la fora, veam a divida externa crescendo) pra que trabalhar se pode receber na boa. E esta historia do bolsa presidio entao recebem mais do que aposentado.

    Eu acho que deveriam os militares fecharem o congresso e mandar todo mundo procurar trabalho. Chega de mesmisse, chega de ficar aplaudindo roubos.

    Eu recem tinha nascido em 1964, nao tenho apreço de nem por militares no poder nem por quadrilha como esta tendo hoje.

    Pra que medicos cubanos, o problema é outro, é estrutural, nao tem com o que trabalhar, nao tem equipamento, nao tem hospital, nao tem nem esparadrapo. Chega de enganação.

  64. Hora de mudança

    O que é certo é que um partido não pode se apoderar do país!

    Tem que haver mudança de mão ou “revezamento”.

    Vamos dar oportunidade para outro (de esquerda, de centro ou de direita) não importa quem.

    O que importa é que queremos um Brasil com dignidade e sem ufanismo político, de quem quer que seja!

  65. PARA QUE 2014 NÃO REPITA 64, NASSIF, …

    PARA QUE 2014 NÃO REPITA 64, NASSIF, …

    … no que considero ser o objetivo subjacente ao seu artigo, é preciso identificar, cada um em seu espaço, a intolerância que leva ao golpe. E combatê-la.

    É preciso não tornar vazio o discurso contra golpes, permitindo que membros, ou não membros, dos estamentos sem votos e golpistas, em desespero com a queda dos seus castelos de cartas judiciais, econômicas, midiáticas ou de outra natureza, apelem para a bossalidade, a ignorância, a imbecilidade, o racismo, a xenofobia, e outras tantas intolerâncias, fomentando o discurso do ódio, que é, afinal de contas, a arma de que dispõem para interromper o andamento e o avanço da democracia.

    E assim, tomar as atitudes necessárias para coibir o discurso de pessoas como um Alessandre de Argolo, quando, por exemplo nomeia pejorativa e repetitivamente o ministro Ricardo Lewandwosky como “o hebreu polaco” e diz que “Judeu por judeu, que pelo menos os de extração sefardin tivessem espaço. Mas judeus centro-europeus (ashkenazin), exógenos à brasilidade? Estranho.”

    É permitido no espaço do seu blog, Luis Nassif, sugerir tão grotescamente a retirada da nacionalidade de um cidadão brasileiro ? O que seria de todos nós, comentaristas e articulistas, que denunciamos e nos opusemos às barbaridades desta ação penal 470 durante todo o tempo, se não tivessemos tido um Ricardo Lewandowsky no Supremo Tribunal Federal ? Não seria ele o débil fio que nos permitiu, a todos, desmontarmos tamanha farsa, e sem o qual teríamos pregado em vão ? Vai agora você, Luis Nassif, aceitar que se insulte, no seu espaço, esta figura ímpar de compatriota como “exógeno à brasilidade” ? É permitido no espaço do seu blog sugerir que o STF tem estrangeiros na sua composição, ofendendo, de forma repugnante, as instituições e os três poderes da república ?

    Que espaço democrático é este, Luis Nassif ?

    Convivi no Rio de Janeiro, com um casal de judeus oriundos da Polônia, compartilhando seu apartamento durante um bom número de anos. Pessoas maravilhosas, já falecidas, que se tornaram brasileiras, meus compatriotas, que criaram seus filhos brasileiros, labutando, ele como alfaiate, ela como dona de casa, durante mais de 50 anos no Brasil que lhes acolheu. E agora, venho ao blog do Nassif ver lançada tamanha infâmia a brasileiros como eles e a todos os seus descendentes.

    Vamos então considerar “exógenos à brasilidade” as jovens polacas levadas à prostituição em Santos e outros lugares, e toda a sua descendência ?

    Vamos então decidir em seguida que existem árabes aceitáveis, como brasileiros, e existem árabes “exógenos à brasilidade”, não aceitáveis como brasileiros, Nassif ?

    É lamentável ver, Luis Nassif, que pessoas como este senhor Alessandre de Argollo disponham de tanto espaço em seu blog, e o utilizem, sem a devida moderação, para, de forma doentia, insultar as pessoas, com intervenções odiosas como aquelas aqui referidas, e abaixo reproduzidas. Que aqui venha, um “suposto” operrador do direito (veja só),  justificar suas infâmias, aparentemente, como se pudesse fazê-las porque outros se manifestaram de forma racista contra outrem ? 

    Triste comportamento, ainda mais agora, quando vêem seus ídolos de toga destruirem a própria farsa, ao reconhecerem seus crimes contra a Justiça, contra o devido processo legal, com atos falhos e vergonhosos como este ‘Foi feito para isso, sim.”, aos quais se seguirão, em breve, coisas como “O dinheiro da multinacional Visanet, mesmo que privado, foi feito público para isso, sim, prender e arrebentar os nossos inimigos políticos” e “O inquérito 2474 e o laudo 2828 foram escondidos para isso, sim, condenar contra a lei a quem nós bem entendermos.”

    É uma pena, sinceramente, Nassif, não ter resposta sua quanto a isto tudo, como solicitei noutro comentário. 

    —————————————————————————

    Abaixo, algumas intervenções do senhor Alessandre de Argollo apenas no post “Uma frase imensa, por Janio de Freitas”, em https://jornalggn.com.br/noticia/uma-frase-imensa-por-janio-de-freitas

  66. Enquanto os cães ladram a caravana passa

    Se eu fosse acreditar nas patifarias que essa mídia golpista inventa, acharia que estava vivendo no país mais miserável da África e não no Brasil. Eles acham, o quê? Que somos retardados? Com uma simples pesquisa na internet você consegue desmascarar esses abutres. Dilma e Lula estão certo ao deixa-los falando sozinho, é típico de gente louca falar sozinha e inventar historinhas….Apesar das baixarias que essa corja inventa, Dilma segue firme, enquanto esses cães ladram a caravana passa. Deixa eles falarem,vão morrer afogados no mar de mentiras que inventam. Não poderia deixar de comentar também, o show de hipocrisia representando por Joaquim Barbosa, o fantoche mais ilustre da mídia. Este senhor mostrou credibilidade zero ao criticar os seus pares de politicagem, com uma simples pesquisa na internet,(santa internet!) é possível ver as fotos em que o ilustre ministro aparece coladinho ao lado de Aécio, cheio de sorrisinhos. Almoçoram juntos, JB até recebeu medalhinhas de honra do PSDB, que fofo…Se isso não é politicagem Joaquim é o quê, então? Caridade? Resolveu dar uma forcinha aos tucanos, pra vê se eles decolam nas pesquisas. Agora entendo porque o Mensalão Tucano dorme em berço explendido…

  67. Comentário ao artigo do Nassif sem ler os comentários

    O ponto central é a eleição presidencial de 2014.

    O Nassif saracoteou por todos os lados e teorias, mas não foi ao cerne do poder que vai decidir quem leva a eleição em 2014, na minha humilde opinião.

    Eleição é disputa profissional, onde se joga para ganhar.

    A situação ganha em duas hipótese, com um candidato bem votado ou com uma oposição inexistente.

    A oposição, no meu entendimento das dinâmicas eleitorais possíveis dentro do quadro institucional, democrático e de direito em que vivemos hoje, só leva a eleição na hipótese de conseguir polarizar todas as forças contrárias a Dilma e desejosas de mudanças no comando da administração em um candidato só. Com isto está garantido o turno único, o que for mais votado terá mais de 50%.

    Não dá chance para uma situação confortável no poder, a ponto de esnobar aliados, se recuperar em um segundo turno.

    Quanto mais perto das datas finais da disputa se formar esta oposição, menores chances têm o governo de reagir a este movimento, que se se valer de oposicionistas camuflados de situacionistas consegue um golpe surpresa muito favorável ao povo e a Nação.

    Penso que os movimentos serão dissimulados e esta eleição será muito diferente da última, onde o Lula fraudou o processo democrático brasileiro.

     

     

     

     

    1. Política profissional

      Lider ddddddddd4 Líder do PMDB ataca Rui Falcão edefende fimdaaliança como PT – 04/03/2014 – Poder – Folha de S.Paulo

       Lider do PMDB ataca Rui Falcão e defende fim de aliança com o PT

      http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/03/1420845-lider-do-pmdb-ataca-rui-falcao-e-defende-fim-da-alianca-com-o-pt.shtml 1/3

      Líder do PMDB na Câmara, o deputado Eduardo Cunha (RJ) defendeu nestaterça-feira (4) o rompimento da aliança nacional do partido com o PT.

      Com críticas ao presidente do Partido dos Trabalhadores, Rui Falcão, Cunha disseque o PMDB “não é respeitado pelo PT” – por isso os peemedebistas devemrepensar a união com o principal aliado para as eleições de outubro. “A cada diaque passo me convenço mais que temos de repensar está aliança, porque nãosomos respeitados pelo PT”, afirmou em seu perfil no Twitter.

      Em entrevista à Folha, o peemedebista reiterou as críticas e a defesa do fim daaliança ao afirmar que Falcão desrespeitou o PMDB ao fazer críticas a lideranças dasigla. “Não preciso xingá-lo como fizeram outras lideranças do PMDB porque nãosou igual a ele. Mas por onde passa o Rui Falcão, mais difícil fica a aliança”,afirmou.

      Cunha reagiu a supostas declarações do presidente do PT que, durante suapassagem no Sambódromo no último domingo, teria afirmado que o grupoliderado pelo deputado peemedebista está “insatisfeito” porque não foicontemplado na reforma ministerial da presidente Dilma Rousseff.

      O deputado disse que a bancada do PMDB da Câmara, como decidiucoletivamente, não vai indicar nenhum nome na reforma ministerial mesmo que ogoverno decida contemplá-la com uma pasta no primeiro escalão. “A bancada doPMDB na Câmara já decidiu que não indicará qualquer nome para substituirministros. Pode ficar tudo para o Rui Falcão”, alfinetou.

      Cunha também disse que Falcão age de “má fé” ao propagar versão de que a alaligada ao deputado esteja negociando a liberação de emendas parlamentares paradestrancar a pauta de votações da Câmara. “Não me compare com o que o partidodele fazia no RJ, doido atrás de boquinhas”, disse o peemedebista. O presidente doPT não foi encontrado para comentar as declarações de Cunha.

      Sérgio Lima-25.fev.2014/Folhapress

    2. PMDB

       

      Até quando o Nassif vai fazer cara de paisagem para o blocão? Mentes curiosas querem saber?

       

      Líder do PMDB na Câmara questiona aliança com PT

      No Twitter, Eduardo Cunha diz que partido do faz parte não é respeitado pelo PT

      Líder da bancada do PMDB na Câmara dos Deputados e um dos principais articuladores do “blocão” dos insatisfeitos com o Palácio do Planalto, Eduardo Cunha (RJ) usou as redes sociais para questionar a manutenção da aliança com o PT na campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff e atacar o presidente petista, deputado Rui Falcão (SP). Preocupado com a proporção da rebelião na base aliada no Congresso e o reflexo disso em ano eleitoral, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve desembarcar em Brasília nesta quarta-feira (5) exclusivamente para conversar com a presidente Dilma.

      Veja também:
      link João Bosco Rabello: Estratégia de risco
      link Opinião: O caminho da ponderação

      No Twitter, líder peemedebista afirma que partido não é respeitado pelo PT - Twitter/ ReproduçãoTwitter/ ReproduçãoNo Twitter, líder peemedebista afirma que partido não é respeitado pelo PT

       

      Na página dele no Twitter, o peemedebista disse que o partido do qual faz parte não é respeitado pelo PT e que, desta forma, começa a achar “boa a ideia de antecipar a convenção do PMDB”. “A cada dia que passo me convenço mais que temos de repensar esta aliança, porque não somos respeitados pelo PT”, escreveu.

      Dos Estados Unidos, onde passará alguns dias do recesso de Carnaval, Cunha deixou claro o tamanho de sua insatisfação com a condução da reforma ministerial e não poupou críticas ao presidente nacional do PT. “A bancada do PMDB na Câmara já decidiu que não indicará qualquer nome para substituir ministros. Pode ficar tudo para o Rui Falcão”, ironizou. Cunha negou que tenha interesse em mais cargos na Esplanada dos Ministérios. “Não me compare com o que o partido dele fazia no RJ, doido atrás de boquinhas. Aliás, por onde passa o Rui Falcão, mais difícil fica a aliança”, afirmou.

      Ao mandar seu recado na rede social, Cunha ganhou o apoio do deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA). “(Cunha) expõe os fatos e segue o que a bancada decidir”. O líder peemedebista avisou que levará o tema para a reunião da bancada, marcada para o retorno do recesso, em 11 de março.

       

      O líder do PMDB avisou ainda que manterá a posição contra o relatório do deputado Alessandro Molon (PT-RJ) sobre o Marco Civil da Internet, um dos projetos que trancam a pauta da Câmara. O PMDB não aceita o tratamento dado pelo relator na questão da neutralidade da rede e na exigência de instalação de datacenters no País. “Com relação ao projeto do Marco Civil, queremos votar para destrancar a pauta, mas votaremos contra o projeto. Queremos internet livre de governo”, disse. 

    3. O Lula fraudou ?

      Alexandre, o Lula fraudou ?

      Ah, não me faça rir !

      Um Presidente, que mesmo governando com um Congresso hostil e sem uma base aliada confiável, pois ser apoiado por um PMDB de velhos coronéis, a maioria vinda da velha oligarquia política, não é ser apoiado, e sim explorado, e mesmo assim,  ter tirado este país de um atoleiro deixado pelo neo-liberalismo do governo FHC, e ter colocado o Brasil, num patamar invejável, em todos os sentidos, e ainda ter eleito uma sucessora comprometida com a continuidade dos programas sociais iniciados em 2002, e que não poderiam serem interrompidos, por aventureiros nem políticos à moda antiga, honestamente, não pode ser chamado de fraudador nem de político de carreira, e sim de Estadista, se é que você sabe o que isto significa. Os grandes fórums internacionais, assim o identificam, pela guinada que ele conseguiu dar no Brasil, interna e externamente.

      Ou será, que você tambem bebeu da garapa do nosso amigo Bahiano, que postou lá em cima ?

  68. Eu acho que há semelhanças…

    Eu acho que há semelhanças… mas muito mais diferenças…

    Vejo da seguinte forma:

    1- o governo PT realiza e estabelece a “diferenças” de classes…. ao invés de garantir que todos são iguais perante a lei (em direitos e obrigações).  Isto ocorre com palavras, textos e ações. (vide o que acima lí… classe média a grande inimiga, classe dominadora, e outras. Palavras usadas tbém pelos representantes do partido).

    2- o governo PT como o PSDB no passado, se aliou aos grandes grupos políticos (inclusive de direita e extrema direita – PMDB, PSC, etc), para garantir seu “poder” e o máximo de domínio da política nacional;

    3- o governo PT , assim como outros partidos, tbém é financionado pelos maiores grupos economicos (Empreiteiras, Automotivas e Bancos) ;

    4- em 12 anos de poder, o partido do PT não olhu para um todo provendo e garantindo segurança, saúde, educação e infraestrutura (que a todos beneficiam)

    5- Hj o cidadão paga cerca de 43% de tributos sobre a sua renda… ou seja paga, muito mais e recebe muito menos.

    6- Como ja foi citado, praticamente 90% da população hj tem acesso a informação.

    7- o governo PT pouco ou nada fez para modernização dos sistema político, pela modernização das leis penais e trabalhistas (não seria isto chamado de REACIONÁRIO ?), além de manter as velhas oliguarquias do “cacau” no poder ( Calheiros, Sarney, Collor, ACM , etc ).

    8- Os grande grupos de mídias nos dias de hoje ainda são mantidos na mão de famílias ligadas a políticos.

    9- desarmou a população, mas não desarmou a bandidagem…. hoje somos todos reféns dentro de casa… e ao mesmo tempo “fica” inerte, pois a responsabilidade das ações de remediamento são das esferas estaduais e municipais.

    10- O PT transferiu muitas das suas responsabilidades ao cidadão e a iniciativa privada;

    11- O PT faz uma má gestão de grandes projetos, gastanto bilhões desnecessáriamente e aumentando o custo Brasil.

    12- O PT assim como outros partidos, faz uso político das grandes empresas estatais ( Caixa, BNDES, Petrobras, etc)

    O que ocorre hoje, ao contrário de ontem é que as pessoas estão de “saco cheio” (desculpe as palavras) deste modelo…. um modelo que hoje fez com que o país avançasse menos do que poderia ter avançado em 12 anos e melhor ainda, proviliegiando a maioria (não de classes, mas da população independente da sua classe, raça ou preferencia).

    Resumindo o que ocorre é que a “tão prometida” mudança feita a 12 anos (e a qual eu tbém acreditei e pela qual votei), não ocorreu de fato !
     

     

     

     

  69. Cuidado com a História…..

    Nassif, o maior pecado de qualquer um que queira relacionar períodos distintos na História é o anacronismo. Não temos a mesma composição política,economica e social para tal semelhança entre 1964 e 2014. Hoje com uma população urbana predominante e uma classe média baixa em números acima de qualquer outra classe social, uma repetição do golpe de 1964 seria improvável. Costumo perguntar aos amigos saudosistas do regime militar, não me pergunte de que? É algo que não tenho condições de responder, cada um acredita em que quiser e é melhor não contrariar pessoas com sinais de insanidade.  Mas uma pergunta  que costumo fazer a esses gênios  é se pensam sinceramente que a massa popular for colocada mais uma vez na berlinda ficará quieta e não responderá. Esperam eles que um exército de soldadinhos verdes venham ao seu socorro em caso de uma revolta verdadeiramente popular.  Ai faço mais uma questão chata, de onde esses caras acham que saem o nosso efetivo de soldados, cabos e sargentos? 

    1. Vi em 1964 e vejo agora.

      Caro Claudio, ao contrário de que vc pensa, as situações realmente não são iguais, mas de FUNDAMENTOS SEMELHANTES! Como vivi o governo Jango até 1964 e estou vivo ainda (graças a Deus), posso dizer a vc que o AMBIENTE PROPICIO AO GOLPE ESTÁ PRESENTE!  O que define este momento é a certeza da direita que perderá  as eleições presidenciais em 2014, alem de diminuir sua influencia na câmara e senado, perder eleições em estados importantes a seguir com São Paulo e Minas Gerais. Mais ainda, provávelmente com os ganhos políticos do PT , o ambiente em 2018, com a diminuição do apoio político da direita esta perderá novamente a eleição.

      A cartada tem que ser jogada agora! Mais tarde a condições de golpe ficarão piores. Com a passagem do tempo só perderão influência, pois a população ficará mais “classe média media” e a influência dos meios de comunicação serão menores. Temos que lembrar que a imprensa escrita tem tido quedas substânciais de venda de exemplares e diminuição do seu “eleitorado”. Seu eleitorado atual, que lê jornal e revista está velho e irá diminuir cada vez mais. Há previsão de perda substancial da influência das mídias escrita, falada  e televisiva para a internet, que é um meio mais democrático e fora de controle.

      Quanto as forças armadas, quem dá golpe é oficial, principalmente de capitão para cima. Sargentos, cabos e soldados nada apitam, só obdecem ordens. Esta é a razão de existir das forças armadas ou seja OBEDIENCIA CEGA AOS SUPERIORES! Se o oficialato apoiar o golpe eles irão juntos.

      A única ação que impedirá o golpe é a ação civil de não permití-lo!

      1. Apoio ao golpe? Culpa de quem?

        Realmente, o ambiente propício ao golpe está presente. Nesse ponto, não há discordância. 

        Afinal, as velhas oligarquias tradicionais nunca saíram do poder. Nem durante nem após a ditatura militar. Estão presentes e fazendo de seus filhos, os herdeiros do poder.

        APor acaso aguém aqui acha que Collor, Sarney e filhos, Renan e filho, Jucá e filho, Jader e filho vão liderar alguma reforma política em benefício da população? Ou alguma reforma tributária em benefício da população? Ou alguma reforma judiciária que contribua para o combate à corrupção? 

        Não, meus amigos. Essa oligarquia se locupleta diariamente e garante que seus herdeiros continuarão seu trabalho em benefício de seu poder e das contas bancárias nos paraísos fiscais.

        E o PT, pelo qual muitos de nós lutamos? Chegou ao poder com nosso voto e com o voto da classe trabalhadora para que? Para apoiar essas mesmas oligarquias?

        Isso é a realidade e não é culpa da mídia. Nem dos Black Blocs. Nem da Sininho nem do Caio nem do Fábio nem dos vândalos. Nem é culpa da direita neo-liberal que domina o planeta para descgraça das classes menos favorecidas e alegria do capital financeiro.

        Mas esses neo-liberais sabem aproveitar as oportunidades que surgem. E o PT de hoje, esse Lulla com essa base aliada, forneceram essa oportunidade.

        Como seria bom se Lulla aproveitasse o apoio da massa (que ainda sobra!) e tirasse do poder essa oligarquia. Mas vocês e eu sabemos que não interessa nem a Lulla, nem ao capital financeiro, acabar com essas mamatas. Nem, é claro, à nossa valorosa e nobre base aliada.

  70. Se eu fosse da Cia e fosse

    Se eu fosse da Cia e fosse organizar um golpe, como faria?

    Eu ajudaria a dar o golpe e simultaneamente enfraqueceria o país –  DE BOBA A CIA NÃO TEM NADA…

    Paises grandes como o Brasil, ajudaria a dar o golpe e o FATIARIA, criaria condições para DIVIDI-LO!

    Um pais como o Brasil unido, sempre será um competidor em potencial! Dividido em 3 ou mais SE poderia lucrar mais, teriam MENOR O PODER DE BARGANHA!

    Faria isso com paises grandes como: a Rússia, BRASIL, China e India!

    Acho que é isso o que os EUA querem!

    Ser grande SOZINHO e assim nenhum país entraria em guerra contra os EUA – ser o mais forte!

    E os “golpistas” da “Marcha da Familia” esquecem de uma coisa!

    A familia de 50 anos atrás NÃO EXISTE MAIS! As novelas que antes não existiam hoje tem beijo Gay!

    Mudança comportamental – jovem hoje é outra coisa…

    Não existem mais os grotões e hoje é difícil viver sem internet, celular, Luz para todos, sinais de rádio de algum tipo! Isso significa PLURALIDADE DE INFORMAÇÕES!

    Para dar a essa POPULAÇÃO MUITO MAIS EXIGENTE SERÁ MUITO MAIS DIFÍCIL!

    E se a vontade é roubar, vai ficar difícil, IMPOSSÍVEL CONTROLAR.

    E acredito MUITO na maioria das pessoas que querem HONESTAMENTE viver em paz.  Basta que a Dilma , como MULHER, MÃE E PRESIDENTA fale ao coração de TODOS OS BRASILEIROS e deixe a policia cuidar daqueles que NÃO ESCUTAR SUA MENSAGEM…

    64 NUNCA MAIS…

  71. Raquel Sherazade

    Raquel Sherazade, a nova musa da direita, acaba de fazer, no Jornal do SBT, uma defesa vigorosa da Política e da Democracia e uma crítica contundente àqueles que defendem a ditadura de “Hitler a Stalin”, conforme as suas oróprias palavras.

    Bom sinal…

     

    1. Será?

      Depende de quem ela considera “Hitler e Stalin”. 

      Essa moça sempre prepara o terreno

      O Nassif acabou de nos explicar:

      “Qualquer reação, por mais insignificante, serve para alimentar a versão de que o governo planeja um golpe. O ponto central do golpe consiste em fomentar reações que materializem as suspeitas de que é o governo que planeja o golpe.”

      1. Ah Lenin

        Parece que Lenin mudou de lado.. é a direita mesmo que tinha a estratégia de dizer: xingue do que você é, acuse do que você faz? Hum…

  72. Aceitar o contraditório faz parte do debate!

    Por que alguns “comentaristas” não aceitam o contraditório?

    Se esse blog é exclusivo de ptistas, então deveria ser dito logo no início: “só aceita-se comentário pró-pt”

    O comentário do Sr. Luiz é um comentário e deve ser respeitado como qualquer outro!

    Então, só está valendo comentários favoráves?

    Oras! Respeitem as divergências, ou, então não é “debate”!

     

    1. Discordar não e a mesma coisa

      Discordar não e a mesma coisa que desrespeitar. Críticas devem ter um tom adequado. Mas, coméntários que são avacalhacões, eu, por ex., ou oferecia minha total indiferença, ou partiria para o deboche desmoralizador porém respeitoso, a depender do caso.

  73. Lei de Meios!

    O governo não tocar na lei para regulação do mercado de comunicação audiovisual é algo incompreensível, mesmo que a grande mídia, desde 2003, não tenha conseguido eleger os presidnetes que deseja. 

  74. Nassif , apoio a um novo
    Nassif , apoio a um novo golpe militar no Brasil, é a exata versão brasileira do neonazismo.
    Pense, pra todas as características típicas do neonazismo há uma característica equivalente nacional pra isso.
    Exaltação das conquistas econômicas: no caso alemão o controle da inflação e desemprego após a assinatura do trato de Versalhes ; no Brasil os anos de 14% de crescimento nos anos 70 e a construção de grandes obras de infraestrutura como Itaipu e a Transamazonica.
    Ódio a grupos de pessoas, que segundo elas tiram a riqueza da população nobre : no caso alemão os judeus, no caso brasileiro os políticos em geral, o PT em particular, e em casos ainda mais drásticos, a beneficiários de políticas públicas.
    A negação de desastres humanitários: no caso alemão o holocausto, aqui o massacre de opositores do sistema.
    A idolatria a um líder agressivo salvador : na Alemanha Hitler, aqui JB.
    Ainda há a negação democracia e outros que se encaixariam.

  75. o importante é mantermos

    o importante é mantermos nossos objtivos e lutarmos pela ampliaçào das conquistas socias e econômicas dos últimos anos – o pior que pode acontecer é virarmos oposiçào…imagina só que período histórico viveríamos!

  76. Semelhanças entre 1964 e 2014

    Um agente novo nos dias de hoje, são as redes sociais, que possibilitam partilhamento de analise com esse conteúdo, à uma população cada vez mais numerosa. E se há algo que mais precisamos nesse debate, pois a guerra está direcionada no ganho da opinião publica,  é de comunicação eficiente.

  77. 1964/2014

    Há perigo sim. Se tem uma coisa que os grandes grupos de mídia entendem é de manipulação da opinião. No Centro do Rio onde trabalho, é fácil encontrar quem reclame do governo e exalte “aquele negão” (é este mesmo o termo que escuto). A maioria não sabem o nome de Joaquim Barbosa e talvez nem o que ele faz realmente, mas seus desvarios, sua pose de indignado e os holofotes da mídia estão transformando-o em um herói. Não sei se o Rio serve de parâmetro. A cidade está parada devido às obras. As conduções estão circulando ainda mais lotadas e os trabalhadores sempre chegando tarde, no trabalho ou em casa. Daí, a facilidade de se topar com gente aborrecida, que precisa descarregar sua raiva em alguém.

    E esse alguém é o governo central, que parece fingir que nada está acontecendo.

    1. “aquele negão”

      A moça que trabalha aqui em casa, deu um grito hoje, quando o JBarbosa apareceu no noticiário: “Eu gosto desse negro!!!”. Perguntei porque. E ela: “Porque eu gosto!” (ela tem 46 anos e é analfabeta, tem carteira assinada e ganha um pouco mais que o salário-mínimo, minha mulher não admite que ela seja chamada de “empregada” ou “doméstica” e ela atende o telefone dizendo que é a “secretária”). Manipulação de opinião. Muito bem dito.

  78. Ascensão social.

    Nós temos hoje no Brasil uma característica que antes não havia: políticas públicas que incentivam a ascensão social. 

    Seja pelo Bolsa Família, Prouni, Minha Casa Minha Vida, políticas de crédito, empréstimos com juros menores pelos bancos BB e CEF, FIES, SIMPLES, redução de IPI, Pronatec, política de aumento real do salário mínimo, etc.

    Todos esses programas/ações do Governo auxiliam/incentivam n(a) mudança de vida da população mais carente.

    Existe um processo novo que ocorre: o da ascensão social. 

    Imaginar que mais de 60 milhões de brasileiros adentraram a sociedade de consumo; que muitos destes adentraram ao mercado de trabalho; que estão adquirindo o direito de cursar um ensino técnico profissionalizante e até ensino superior, dentre outros direitos, é imaginar que o Brasil, politicamente e socialmente, mudou.

    Duas coisas importantes:

    1) O voto agora cobra a manutenção dessas políticas públicas que auxiliam/incentivam n(a) mudança da vida da população mais carente: não ganha eleição quem pensar em retrocesso.

    2) A política de inclusão é real. O voto não pode mais ser buscado pela falta, e sim, pelo mais. A população das classes C, D e E quer uma qualidade de vida mais digna, um bairro com qualidade de vida, meios de transportes ágeis, confortáveis e seguros, escola e hospital + postos de saúde de qualidade, etc. 

    Então, fica claro, que quem teve esse comprometimento de ser a ponte da ascensão social, se bem conduzir seu discurso e manter o Brasil economicamente no prumo, será quem vai conduzir ao segundo estágio de ascensão da população das classes C, D e E, por confiança da população eleitora. 

    À oposição cabe ir pelo mesmo caminho, mas, como ela poderá conciliar o discurso e a prática? 

    Atacando quem deu o primeiro passo na ascensão social, indo pelo caminho de que está tudo errado no País? Como a população vai enxergar isto? Choro de perdedor?

    Creio que é uma estratégia errada e por isto perdedora desde já, a estratégia das candidaturas oposicionistas do Senador Aécio e a de Governador Eduardo (mais por causa da Marina Silva, do que dele próprio). 

    Como frisei, hoje, qualquer Governo no Brasil, mesmo em um Golpe Militar, Golpe do Judiciário parte deste patamar novo: o da ascensão social de milhões de brasileiros, que não vão aceitar voltar para trás. 

    1964 e 2014 se parecem na ação das oposições, das elites, das forças externas, mas a massa trabalhadora e de brasileiros inseridos na sociedade capitalista são bem maiores quantitativamente e qualitativamente do tempo que a antecedeu e da Ditadura, propriamente dita. 

    E quem disse que o povo vai aceitar calado a volta do desemprego, a redução de sua renda mensal, a perda de direitos sociais adquiridos com o Governo do PT, a perda das novas oportunidades de compras, lazer e viagens, dentre outras coisas. 

  79. Diferenças entre agora e 64

    Há porém diferenças. Os setores apoiadores do golpe em 64 estavam no topo da política. A marcha da família com Deus pela liberdade, andei sabendo, foi puxada pela primeira dama do Estado de São Paulo à época. Hoje o perfil político é mais baixo. Parece que, ao menos até aqui, a democracia está mais sólida. o cenário internacional tampouco é o mesmo. não há qualquer modelo estatizante concorrendo com o capitalismo hoje e nem o PT tem cartilha de desapropirações que pudessem agregar a esta insatisfação e ódios dos setores médios um componente de temor burguês pela propriedade. Outro componente discrepante é a Igreja católica, que atualmente não embarcará na aventura golpista. Então a mídia não consegue incendiar o país, nem pela adesão dos setores populares, que estão sendo beneficiados, nem pela adesão dos de cima, que não se vêem prejudicados nem ameaçados. É um equilíbrio tenso onde o discurso golpista pode até ganhar maior volume, mas, sem querer fazer futurismo, parece penetrar menos do que pentrou em 64. A ver.

  80. Joaquim Barbosa

    O Brasil precisa de que JOAQUIM BARBOSA se candidate nestas eleicoes

    O Brasil esta a um passo de seguir os caminhos da Venezuela

    Vamos salvar nossa nacao e retomar a dignidade

    O dinheiro da saude para salvar vidas foi redirecionado para a Copa

    Nao ao PT

    Nao votem na Dilma

    Nao ao evento da Copa

    Sim a Saude, Educacao e Liberdade      

     

      

  81. militares ontem e hoje

    MInha colherada no assunto:

    As forças armadas são opacas. É difícil saber como anda a percepção sobre o PT dentro dos quartéis. Mas suponho que se dividam num momento de crise institucional: talvez não da mesma forma que em 1964, com o III Exército no Rio Grande do Sul se colocando à disposição do Brizola e do Jango, mas sim se dividiria, eu imagino.

    Isso porque o cerne ideológico supostamente nacionalista dos militares coincide com as políticas econômicas nacionalistas do PT no poder. Além disso, os gastos militares aumentaram muito durante os mandatos de Lula e Dilma, o que satisfaz as elites militares. A política externa nesses anos do PT – o estreitamento de relações Sul-Sul, protagonismo nas crises internacionais, a parceria estratégica com a SAAB, a perspectiva geopolítica anti-imperialista – é o sonho de soberania de um verdadeiro nacionalista.

    O único problema é que militares não são necessariamente nacionalistas. São patrióticos – no sentido de fazer o culto à figura abstrata da pátria -, mas não nacionalistas – no sentido de defender a soberania nacional e políticas de proteção e desenvolvimento da economia brasileira.

    Anos e anos de veneno anticomunista injetado nas Forças Armadas cobrará sim seu preço num momento crítico. Porém, a posição não-subordinada do Estado sob o PT no cenário internacional torna obrigatória uma revisão ideológica dos militares.

    Fica aqui uma hipótese a ser escrutinizada pelos comentaristas desse blog.

  82. Nào concordo.
    Nào acho que a

    Nào concordo.

    Nào acho que a classe média alta resista ao crescimento e inclusào social; ela representa maior mercado de consumo (e lucro para as empresas que empregam a classe média), menor criminalidade e maior segurnça para todos.

    O que incomoda é a forma como a inclusão vem sendo feita: uma economia totalmente dependente do preço de commodities sem investimento substancial na indústria e na infraestrutura de escoamento da produção; inclusào social à base de dinheiro público e não de geração de empregos de alto nivel e ligados à áreas tecnológicas; uso da máquina pública para manter alianças.

    Alguns exemplos:

    Investimento em educação: o Brasil investiu em 2010 USD 3000 por estudante, contra USD 8000 nos países desenvolvidos; em 2011 12% da população obteve educação de nível superior, na Coréia do Sul foram mais de 60%

    Investimento: o Brasil investe USD 3000 per capita; a média dos 20 paśes desenvolvidos é USD 16000. per capita

    Impostos: no Brasil os impostos correspondem a 34% do PIB; na China 17%, nos EUA 27%

    Funcionalismo público: no Brasil 10% da população trabalha no governo contra 22% em países deselvolvidos mas gasta 12% do PIB contra 11% dos outros países; ou seja paga-se mais por serviço de menos. O Brasil tem 34 ministerios; os EUA tem 15.

    Para um país com a sétima economia do mundo, um PIB de mais de 2 trilhões de dólares os governos precisam levar as coisas mais a sério: em vez de criar cotas em universidades públicas, dê bolsa de estudos para estudantes carentes em universidades privadas de qualidade; investir pesado na melhoria da infra-estrutura e gerar empregos de médio prazo. Só o Bolsa Família não vai resolver o problema.

    Obrigado.

     

     

    1. É exatamente isso

      Parabéns Maurício, resumiu a questão toda de forma brilhante. Não vi ninguém da oposição em nenhum momento falando em golpe. Estou perplexo com esse artigo, esse blog nós últimos meses virou um refúgio de paranóicos, e agora vem o Nassif estimular os malucos com uma comparação sem nenhum sentido. O governo só faz besteira e a culpa agora é da Veja e da Folha. Até parece que a Mídia é a culpada da base aliada ser fisiológica até a medula.

      O próprio Nassif fez um debate com o Beluzzo e com um keynesiano, e os caras (especialmente o keynesiano) criticaram a política econômica. Mas é evidente que a culpa é do Ministro da Fazenda Arnaldo Jabor.

      Podem ficar tranquilos, Dona Dilma será reeleita, e se Deus quiser vai ter que resolver as m que fez nós últimos três anos.

      PS: quem diria que a histeria do chamado PIG agora é compartilhada pelos governistas.

    2. O ser comentário é bom, mas

      O seu comentário é bom, mas voce peca na questão do PIB e nos números relativos a ele, arrecadação e gastos. Pegue os números absolutos ou compare o PIB per capita do Brasil com o desses outros paises que citou e verá a dificuldade que temos. De que adianta a carga tributária do Brasil ser mais alta em relação ao nosso PIB, se nosso PIB é muito mais baixo que o desses paises ? Ora, todo Pais gasta dinheiro e não relação de PIB.

      1. O governo Dilma não têm norte, não tem rumo e não tem estrela

        Arrecada o dinheiro e o gasta mal. Falta planejamento para sairmos do buraco em que estamos metido até o pescoço. Sem um governo carismático que transmita confiança não existe a menor chance.

        A Dilma teve a sua oportunidade, não mostrou serviço e se mostrou inapta para o cargo.

        O PT está alucinado com o vislumbre de uma hegemonia tipo PRI e disposto a arriscar tudo por isto. A sede pelo poder despertou os piores instintos nos seus líderes.

        Não vejo como mais um governo do PT, já ilegítimo no meu ponto de vista nesta legislatura, poderá reverter tal situação. 

        A Presidenta já não governa há meses.

  83. Você já escreveu coisas menos

    Você já escreveu coisas menos ridículas do que essa. Agora, você exagerou.

    Como se diz na Bahia: Ora, me faça uma garapa!

    Então as oligarquias tradicionais, com todo o apoio do PT de hoje, não largam o poder e a culpa é da mídia?

    Quer saber o que é mídia tendenciosa e traiçoeira? Vai ver o que a FOX NEWS faz nos últimos anos contra Obama . Comparando com a FOX, nossa Veja e nossa Globo aqui vão parecer brincadeira de criancinha inocente.

    E ainda tem mais. As mesmas acusações que você faz contra a mídia, a direita também anda fazendo. Cada um dizendo que “essa mídia” apoia o outro.

    Até 2002 eu era petista. E sempre votei contra essa gente do tipo Sarney e filhos, Renan e filho, Jucá e filho, Jader e filho, Cesar Borges, Geddel, Collor… e agora a mídia é contra eles porque está a serviço da… de… de quem? Ora, me faça uma garapa!

    1. Nassif, parabens pela coragem….

      Luís Nassif, primeiramente, parabéns pela coragem, como era de se esperar, acredito que você já sabia, iria receber muitas criticas de alguns racionais toscos. Em seu artigo, você apenas descreveu alguns fatos que ocorreram e que ocorrem no dia de hoje, que mostra como funciona a relação entre verdade e poder (verdade-poder), a microfísica do poder, a tecnologia do poder, o biopoder! Acredito que sua intenção foi essa, pelo menos uma,  mostrar principalmente como funciona a relação verdade e poder, a tecnologia do poder, entretanto, algumas pessoas, por estarem mal informadas, ou tendenciosas, ou por ser mais fácil ir na “onda” do que se informar, não aceitam esse tipo reportagem. Não vi você defender qualquer político, partido, ou ideologia, apenas expostos os fatos!!!

    2. Grapa envenenada.

      Prezado, aconselho-o a “trocar” de bebida, pois esta garapa, que você mandou fazer, e bebeu-a, devia está envenenada, pois só você está vendo o PT, apoiar oligarquias e coloca-los no poder.

      Quem sempre elegeu estes nomes citados e seus descendentes, foram vocês mesmo, e coincidentemente, os nomes citados, são todos da terrinha, aonde parece que a garapa, “cega” as pessoas, que não defenestram-os do poder, negando-lhes o voto.

      Quanto á mídia, provavelmente voc~e seja a única pessoa, que não enxerga o partidarismo da grande mídia, que não aceita que um partido que pensa o social, continue no poder. Eles querem a volta da velha oligarquia política ao comando da naçao. Você não, né ? 

      1. Caro Raí

        Caro colega de comentários.

        Em primeiro lugar, não sei onde vc está e o que vc lê.

        Mas Lulla e o PT apoiam SIM, Jader e seu filho nas eleições do Pará, Renan e seu filho nas eleições de Alagoas, Roseana no Maranhão, Sarney no Amapá…  basta ler os jornais. De direita, de centro ou de esquerda. Nesse ponto não há controvérsias. O PT de Lulla apoia Sarney, Renan, Collor, Severino Cavalcanti (que Lulla chama de companheiro), Roseana, Jader, Lobão, …

        Em segundo lugar, eu não disse que a mídia não é tendenciosa. A Veja e a Globo são de direita. Ontem, hoje e sempre. Você não quer que essa mídia de direita apoie o PT, né? É claro e evidente que eles vão apoiar a oposição ao PT.

        Mas, a concessão da Globo no Maranhão é da família Sarney e apoia Sarney e sua prole. Com ou sem Lulla e seu PT.

        A concessão da Band no Maranhão é da família Lobão e apoia Lobão e sua prole. Com ou sem Lulla e seu PT. 

        A concessão da Globo na Bahia é da família ACM e apoia ACM e sua prole. Com ou sem Lulla e seu PT.etc…

        Procure nos demais estados e veja a quem pertencem as concessões de TV.

        E você realmente acha que esses políticos votarão para diminuir seu poder midiático? Ao contrário. Eles estão assegurando que seu poder midiático continue aumentando.

        Qualquer voto nesse Congresso que pertence a eles será no sentido de aumentar seu poder.
        Não importa a máscara que a mudança use.

         

  84. Depois de passada as elições

    Depois de passada as elições e se confirmando a provável vitória de Dilma, o governo tera que criar mecanismos para um outro investimento fundamental para a sociedade brasileira, a inclusão no currículo escolar de matérias como cidadânia e noções sobre a política. Somente com pessoas que tenham consciência política é que conseguirá evitar os Golpes que rondam a Democracia. Sem uma consciência política as pessoas são facilmente manipuláveis e consciência política não é aderir ao que o governo propõe, mas justamente o contrário, é ter o arbitrio para analisar a situação de forma menos manipulável e com os interesses que visem a melhoria do coletivo e não de uma minoria apenas, é não servir de escudo para Jabores da mídia bradarem suas besteiras.

    1. Parabéns pala matéria…

      Luís Nassif, parabéns pelo artigo e pela coragem!!! Tenho certeza que você sabia que iria receber muitas críticas ao escrever e publicar o artigo! Acredito que você queria mostrar como funciona a relação verdade e poder (verdade-poder), a tecnologia do poder, o micropoder, o biopoder; você sabia que iria receber muitas críticas dos racionais toscos! Essas pessoas que criticam, não todos, não tem nenhum comprometimento com a verdade, com a história, o que importa para eles é a ideologia, sua  posição social; usam argumentos superficiais, inconsistentes; eles “vão na onda”. PARABÉNS PELA CORAGEM!!!!

  85. Com todo respeito discordo da

    Com todo respeito discordo da analise do Nassif quando diz que ” Jango não conseguiu segurar os seus e que houve radicalização intensa, conduzida por Leonel Brizola e Darcy Ribeiro, pelo PCB de Luiz Carlos Prestes e por lideranças sindicais, que acabaram proporcionando o álibi de que os golpistas precisavam.”

    Jango foi tão ou mais “cauteloso de maneira até exagerada” de que Lula e Dilma.

    Era um politico muito habil e achava que poderia controlar a situação de forma pacifica.

    Mas se hoje reclamamos dos “radicais de direita”, naquela época eles eram tão ou mais ativos.

    Os oficias superiores das FA eram reacionarios ate o ultimo fio de cabelo.

    Lacerda, um tirano sem trono.

    E a midia tão sectaria quanto a atual.

    Diferentemente do que diz o Nassif o PCB tinha uma linha de moderação.

    Darcy Ribeiro estava totalmente envolvido com a fundação da Universidade de Brasilia.

    Brizola começou a radicalizar quando viu que o governo não tinha outra saida, seu destino ja estava traçado.

    A perigosa radicalização veio da tal Central de Trabalhadores e Militares.

    Nesse bolo tinham pessoas de estranha atuação, como o tal cabo Anselmo, que no final descobriu-se ser agente a serviço de interesses internacionais.

     Em outras palavras, “o álibi de que os golpistas precisavam” foi montado pelos proprios golpistas.

    Alias, golpe velho. Tentaram novamente, anos depois, no atentado do  Riocentro.

    1. Concordo. Aliás o Nassif deve

      Concordo. Aliás o Nassif deve ser o guru do PT. A direita deu o golpe porque achou que tinha força para tal. O Jango renunciou porque achou que não tinha força. Ninguém sabe o que aconteceria se houvesse de fato qualquer reação militar a favor de Jango. Sabe-se que os oficiais estiveram, salvo raras exceções, em cima do muro até o último minuto, tentando descobrir de que lado estavam os demais.

      O PT age exatamente deste modo. Não avança porque imagina que não tem força para tal. Continua neste lenga-lenga de bolsa família sem tocar na ferida. Aliás o PT de crítico do trabalhismo getulista virou seu legítimo herdeiro. É pena

  86. Memoria Curta

    Caro Luiz Nassif, tudo que li até agora de comentarios me deixou perplexo, uns defendendo o PT como a tabua da salvação e outros combatendo a permanencia do PT no poder.

    Eu vivi a epoca de 1964 e vi tudo que aconteceu em uma epoca sem internet, mas com um jornalismo fiel e redigido por homens que informavam a verdade e assumiam suas consequencias.

    Hoje vejo a internet, midia (TV,Radio), rede sociais, debatendo assuntos que por falta de memoria, falam-se muita besteria como se fosse donos da verdade.

    A maior vergonha é que não existe nesta geração que está aí, sentido de patriotismo e brasilidade, pois o brasileiro hoje se vende por bolsa familia, auxilio gas, leite de graça, auxilio que geram votos e cegam a todos pelo que ocorre nas esferas do tres poderes.

    Não defendo os partidos hojes existentes, tanto de direita ou de esquerda, pois claramente não nos representam como queriamos.

    Falta Educação, Falta Saúde, Falta Emprego, Falta Segurança, entre outras necessidades básicas e não vejo responsabilidade civil ou criminal de má gestão do dinheiro publico e sim vamos gastar o povo paga.

    Que democracia é está que vivemos.

    1. Estupidez

      Aí está seu erro e estupidez, primeiro que o bolsa família esta tentando salvar os netos do governo militar, o filho dos incultos e dispreparados herdados por nossa geração, erros do passado custam caros, estes que defende deixaram o Brasil com o IDH próximo de paises africanos, agora com os governos civis e os partidos, que crítica, aumentaram nosso IDH, estamos assim por falta de críticas profundas e não superficiais como a sua.

    2. A democracia do possível.

      Caro L. Mattos, você “viveu” na carne, aquela época terrível, ou “viu a banda passar” e acompanhou pelas informações(poucas, concorda ?)de um jornalismo, que diferentemente do de hoje, informava a verdade(possível) e assumia suas consequencias ?

      Concorda que estes criticados programas sociais, que retiraram da extrema miséria, mais de 1/3 da nossa população, não teria que ser feito, para os assistidos, para que eles enxergassem o que ocorre nas esferas dos Poderes Republicanos, e sim, para diminuir a desigualdade social, tão alarmante, até o início das adms. petistas ?

      Faltam educação, saúde pública de qualidade e segurança pública sim, porem permita-me divergir da falta de empregos, pois jamais neste país, houve tantos empregos disponíveis, e um salário “real” tão próximo do justo, como nestes últimos 12 anos, e não seria uma inversão nos investimentos públicos, que acabaria definitivamente, como por um milagre, com as mazelas sociais ainda existentes no Brasil

      Esta é a democracia possível, e somente com o exercício constante desta prática, é que aprimoraremos nossa forma de governar e diminuir as desigualdades sociais.  

      1. Raí, permita-me estender um

        Raí, permita-me estender um pouquinho a data a que o senhor atribuiu a mudança de nosso país. Sejamos sinceros, isso ocorreu em 1994. Não há razão para negar…

        O que começou com o plano real que permitiu as ações dos últimos doze anos. Poderia ter sido antes? SIm. Mas o PSDB não teve coragem de tentar um governo com maior cunho social… Mérito do PT, que pelo menos na época, pagou aos seus eleitores um pouco das promessas feitas em campanha. Hoje em dia, o partido já não governa para os trabalhadores: traz-lhes assistência médica duvidosa, faz-lhes mamografia em uma só mama, inverte-lhes o senso de justiça ao apoiar os condenados do mensalão…

        Mas a maior piada é dizer “tiramos um terço dos brasileiros da miséria”. Como se a bolsa família, pequena como é, realmente fosse capaz de garantir as provisões a uma família. A inflação dos últimos doze anos tirou os víveres das mesas à mesma taxa que esse programa colocou.

        E apesar disso, Dilma e Gleisi Hoffmann se alardeiam, da boca pra fora, da salvação da população da miséria.

         

  87. O Poder da Casa Grande continua a nos assombrar.
    De tempos em tempos o governo de nossa República, por mais democrática que a queiramos, passa por golpes cíclicos. Ao que parece… Inevitáveis…

    As elites acostumadas ao poder desde os primórdios na nossa existência como nação, já tinham suas desavenças inconciliáveis para distribuição e fruição das benesses do poder. A par disso, com a eterna preocupação do politicamente correto e por seguir as tendências internacionais, acabaram por ferrar completamente o seu diminuto esquema político, ao dar voto a desempregados, mulheres, analfabetos, pobres, etc., ou seja, a grande maioria do povo brasileiro.

    Ter que aceitar esta parcela da população brasileira no poder é dose de elefante para nossa elite. Ela não aguenta muito tempo este “suplício” e solta os cachorros sobre a grande massa. Qualquer pretexto serve para virar o jogo…

  88. Bela lição de História

    Nossa isto não é versão da história é a pura verdade, quando leio alguns cronistas, dou exemplo, o Sr. Guilherme Fiuza, da revista Época, vejo como são superficiais e interessados em descaracterizar um governo democrático e eficiente, e tentam propagandear governos oligárquicos, que não avançaram com o Brasil na velocidade que precisamos, vejo no Sr. Guilherme Fiuza, um filhinho de papai que tenta manter o status e se incomoda com os pobres frequentando seus lugares preferidos. Fantástico Nassif, vou divulgar este texto, com todas as minhas forças.

  89. E A RESPONSABILIDADE DO GOVERNO?

    Concordo em parte com a análise, mas sinto falta de uma reflexão a respeito da responsabilidade do Governo e do PT no aumento criação da tensão entre os dois grupos. Se é verdade que a uma parte da população sente-se desconfortável com o aumento da mobilidade, uma vez que se vê ameaçada de descer na escala social, as declarações de integrantes do Governo (e de figuras graduadas do PT) a respeito da classe média não ajudam, de nenhuma maneira, a diminuir os temores. Muito pelo contrário.

    Não é preciso fazer uma pesquisa muito ampla (a Internet ajuda muito nesse sentido) para encontrar declarações de membros do PT que desqualificam, de todas as formas, a classe média brasileira. Ao invés de fazer um discurso de aproximação e de buscar convencer a classe média de que o caminho para o desenvolvimento passa por medidas que elevem o padrão de vida das classes menos favorecidas, os governistas têm buscado o confronto. Parecem declarar que a classe média no Brasil é medíocre (egoísta, ignorante, etc.) como estratégia voltada a fortalecer o relacionamento com as classes mais pobres. Esquecem que estão declarando, ao mesmo tempo, que não representam, e não têm a menor intenção de representar, a classe média. Como consequência, essa parcela da população tende a se alinhar, ainda mais, com as vozes da direita (moderada, ou não).

    Jogar a responsabilidade pela rejeição ao governo petista inteiramente no “colo” da mídia é uma forma de esquecer a parcela de responsabilidade que pertence ao PT. É o fortalecimento da ideia da “luta entre o bem e o mal”. De um lado os exploradores (empresários, fazendeiros, etc.) ajudados pela classe média e apoiados pelas empresas de comunicação. Na outra ponta os defensores do povo, governantes a respeito dos quais não podem ser tecidas críticas ou levantadas quaisquer dúvidas. Não há meio termo. Não há moderação. Em breve seremos uma Venezuela.

  90. Concordo com Ti Nassif. Porém…

    Acho que o texto é um belo ponto de partida para a compreensão desse momento que vivemos que é um momento histórico. As semelhanças citadas acerca da conjuntura de opinião é sim evidente e correta ( na minha opinião)!!!. No entanto existem algumas diferenças que impedem a ascenção de um GOLPE POLÍTICO EM 2014:

    1- A sociedade cresceu e se diversificou (em termos de quantidade e qualidade). Nos períodos dos governos FHC (anos 90) e Lula (anos 2000) a sociedade adquiriu nível de tamanho e heterogeneidade com proporções continentais, se tornando muito diferente da sociedade em 1964. Naquela época a população existia em torno de 70 milhões contra os 200 milhões de hoje. Nos anos 60 os grupos sociais eram mais simples e de fácil rotulação, a esquerda era fácil de ser definida e determinada, enquanto hoje existem infinitos partidos dentro da propria esquerda, cada uma com suas lideranças, algo que fragilizou os grupos mais incisivos como os sindicatos e movimentos sociais como a CUT ou a UNE. Essa transformação praticamente inviabiliza um estado totalitário com regime militar nos moldes de 64, pois precisaria de muita violencia e repressão politica, muitos gastos, muito esforço para até mesmo manter o regime. A sociedade hoje possui uma esquerda muito grande (a pesar de ser desorganizada e sem direção de maneira igualmente proporcional), algo que necessitaria de uma repressão a nivel de holocausto, extremamente custosa e desgastante para a imagem de “militares democráticos” que eles se dizem ser.

    2- A Era da Comunicação. Hoje em dia, por conta da enorme inclusão social a qual descreveu de maneira precisa, somadas ao fácil acesso aos meios de comunicação (proporcionados pela era neoliberal dos governos Lula e FHC), criaram um panorama gigante e complexo de informações, de modo que fica quase impossivel a manipulação total que os Grandes Grupos de Mídia tinham em 64, naquela época era mais facil controlar a informação, assim, o discurso do golpe tinha muito mais controle e precisão em acertar o seu alvo, que também era bem mais facil de enxergar (uma classe média recém incluida no incrivel mundo do consumo dos eletrodomesticos).

    3- Contexto internacional. No periodo da Guerra Fria, os golpes militares em toda a america latina eram ações organizadas de maneira sistemática pelos EUA, que queriam incessantemente evitar uma nova Cuba no continente. Hoje em dia, é praticamente impossivel existir uma Nova Cuba, pois nem mesmo a esquerda acredita mais que ela seria viavel e possivel. Na conjuntura internacional de hoje, o Brasil é um país inserido TOTALMENTE  na globalização, de maneira irreversível. Hoje os grupos que ameaçam os EUA atuam no campo economico e não militar, ainda assim representam apenas e, no máximo, uma ameaça economica, jamais algo militarizado, campo cujo qual EUA são mais do que soberanos, correspondem a metade do arsenal militar do mundo. Além disso o traquejo politico dos EUA é muito grande: financiar um golpe militar de maneira explícita, nos dias de hoje, é algo que iria manchar a imagem de “país democrático”. Caso um possivel golpe militar pró-EUA aconteça hoje, é mais provavel que os EUA condenem o golpe do que o financie e o parabenize. Mas isso não significa que eles se tornaram bonzinhos não, é apenas um traquejo e manipulação politica sofisticada.

    4- a própria Copa do Mundo. Mesmo que todas as conjunturas indicassem um golpe (algo que já sabemos que não acontece), a existencia de uma Copa do Mundo em um ano de Eleições Diretas, faz com que todos os olhos do mundo se voltem ao Brasil. E a Historia já nos conta que os golpes, sempre covardes, acontecem debaixo do pano, vindos dos bastidores, como foi quando o General Mourão sai de Juiz de Fora para Brasília, de maneira secreta e sem alarde, no meio da madrugada.

    NO ENTANTO, apesar de ser impossivel um golpe militar organizado, creio que hoje vivemos um Grande Movimento Reacionário no substrato social. As pessoas estão mais intolerantes em relação à violência, os grupos religiosos ganharam extrema força política e a mídia, hoje mais do que nunca, vocifera discursos de intolerância ao governo atual. Por conta de se tratar de uma sociedade multilateral e sem rumo político específico é impossível prever os desdobramentos concretos desse “movimento”

  91. Temos que dar um rumo ao Brasil


    Ando horrorizado com o que temos presenciado em termos de Justiça e Governo. O partido da situação tem influenciado nas decisões do Judiciário com infiltração de seus correligionários nos mesmos. A decência e a Moral, foram colocadas de lado. Temos sim uma quadrilha, a qual se iniciou com a tomada do poder pelo PT, que na trajetória de sua história rasgou a bandeira trabalhista e mostrou a sua verdadeira face. “Querem perpetuar no Poder”, articulando com as minorias, dando-lhes esmolas em vez de dar-lhes melhores condições de vida. Já que estão distribuindo migalhas em peixe, porque não ensiná-los a pescar? Com estas articulações do poder, que se inicia pela Presidência da República e pelas manipulações dos Partidos de Base, não vejo um futuro Brilhante para o nosso país. A Democracia é boa, quando é exercida por pessoas que PENSAM E AGEM DEMOCRÁTICAMENTE. Não é isto que temos visto. Temos uma MEGA QUADRILHA que direciona o nosso país de acordo com seus interesses. AGORA QUEREM APOSENTAR O JOAQUIM BARBOSA, para que tudo acabe em uma gigantesca PIZZA, já que conseguiram infiltrar alguns votos à favor da quadrilha. PARA ONDE VAMOS? SOCORRO!!!!!!! QUE OS MILITARES NOS OUÇAM….

    1. Então…..tem aquela do papagaio….

      Porque essa piada aí to cansado de ouvir…

      Mas dependendo de quem conta continua engraçada…

      Pode continuar (embora eu não precise pedir.)

      A quadrilha então não existia até chegar no poder?

      Mesmo?

      Nenhuma?

      Ou a sua?

  92. Atentado contra a democracia

    Os picaretas da direita falam em democracia mas atentam contra ela. Hipócritas, caras-de-pau, safados. Mudam o discurso como trocam de roupa, conforme seus interesses e conveniências. Um peso, duas medidas. O circo está armado (inclusive no STF), e o que não faltam são bobos da corte querendo “uma boquinha”.

    P.S.: Temos que ficar atentos porque essa turma é corrupta, perigosa e vigarista. Costumam usar sujeitos “ocultos” como “Ouviu-se nos bastidores…” ou “A sociedade” para expressarem suas opiniões. Todo cuidado é pouco com esse tipo de gente.

  93. Outro ponto interessante é

    Outro ponto interessante é que jogam a responsabilidade para o governo federal de crises e questões que seriam da esfera estadual, como: segurança pública e mobilidade urbana. São grandes caras de pau manipuladores. Perfeitos papagaios de pirata.

  94. Hugh Thomas, o grande

    Hugh Thomas, o grande especialista em Guerra Civil Espanhola, talvez o maior historiador sobre o conflito que dilacerou a Espanha por tres anos, tem uma precisa definição sobre a compreensão daquele evento “” Quem não conhece a Historia da Espanha desde a invasão napoleonica nunca entenderá a Guerra Civil Espanhola””

    Ele queria dizer que a Guerra Civil foi o desatar de todos os conflitos anteriores de varias naturezas e que se cruzaram, conflitos regionalisticos, ideologicos, dinasticos, economicos, sociais,  religiosos, filosoficos, culturais, todos os conflitos acumulados e não resolvidos entre 181O e 1936 reunidos em um só.

    A mesma coisa se aplica ao movimento civil e militar de 1964. Foi o desatar dos nós que vinham do tenentismo vitorioso de 1930,  os generais de 1964 foram tententes ligados ao movimento de 3 de outubro de 1930, alguns inclusive protagonistas historicos como juarez Tavora, outros foram figuras imporantes do Estado Novo, como Mourão Filho, Filinto Muller, Francisco Campos, Cordeiro de Farias, Castello Branco.

    O movimento de 64 foi uma especie de balanço do getulismo dos dois lados, tanto o lado janguista como o lado militar tinham raizes em Vargas, pró ou contra, 31 de março foi o balanço de 34 anos do regime varguista. Portanto é uma simplificação considerar os eventos de março de 1964 como uma luta apenas daquele momento, na realidade foi um acerto de contas dos anti-Vargas, inclusive antigos aliados dele contra os novos varguistas do segundo governo, mais a esquerda do que o Vargas do Estado Novo.

    Hoje o mundo é outro, ouras as variaveis e desafios, mudaram os perfis das classes sociais, as interligações economicas do Brasil são tambem outras e a inserção do Brasil na nova geopolitica global tambem mudou.

    Não vejo semelhança de contexto entre 1964 e 2014. Hoje as classes sociais são mais ou menos assim divididas:

    CLASSES C, D e E – O chamado “povão”, maior força eleitoral, provavelmente 140 milhõs de pessoas. Melhorou de forma absoluta e relativa materialmente mas não educacionalmente, culturalmente ou socialmente. Os progressos em educação foram minimos, a melhora economica não foi especifica do Brasil, as classes pobres melhoraram em todos os emergentes, inclusive na Africa, que tem uma nova e grande classe média que nunca antes havia existido,

    lembremos que na India e na China há 50 anos a miséria e a fome eram o padrão, hoje não são mais, a India tem hoje uma “nova classe média” de 300 milhões, 45 novas linhas aereas foram criadas na India porque agora essa classe media nova viaja de avião, antes só de trem na 3ª classe, a India é hoje um novo grande mercado para tudo.

    CLASSE MEDIA TRADICIONAL – Formada basicamente de funcionarios publicos, profissionais liberais, setores médios das grandes empresas. Sent-se ameaçada pela ascensão economica do povão mas nela há muitos apoiadores do governo progressista com que se identificam. Hoje o PT tem na sua base funcionarios publicos mais que operarios. Essa classe economicamente melhorou mas se irrita com o excesso de carros, aeroportos cheios, que normalmente atribuem ao povão subindo o elevador. Estimo essa classe em 20 milhões de brasileiros, o voto é dividido entre PT e oposição. Essa classe média o é cultural e socialmente, um desempregado de classe média tradicional continua sendo uma pessoa de classe média em suas atitudes e modo de pensar, algo que a “nova classe média” não é, esta ultima é apenas uma “classe média” economica enquanto tem emprego, aliás a expressão “nova classe média” é equivoca, um carrinho zero comprado em 60 prestações não faz um pobre ser classe média porque sua atitude e visão continua a mesma, mudanças de classe por padrão cultural e atitudinal só se dão em gerações.

    CLASSE MEDIA GLOBALIZADA – São os jovens advogados de grandes escritorios, executivos de multinacionais, pessoal que estudou no exterior, ambiciosos, bem educados e bem informados. Essa classe tem horror ao atual governo que julgam corrupto e incompetente, sem projeto de Pais e com uma politica externa absurda. São no maximo 5 milhões e votam majoritariamente com a oposição, são patriotas e julgam o PT aliado ao que pior existe no mundo.

    CLASSE RICA – Com tres subfrupos.

    Ricos da corrupção, da alta burocracia do Estado, da estatais – São apoliticos, querem se dar bem, estão com o Poder desde que esse lhes favoreça. Denomino como RICOS DE MIAMI , são os que mais viajam a Miami para fazer compras, tem ferias estaveis e seguras e aproveitam ao maximo, são os maiores compradores de apartamentos na Florida. Essa classe tem em torno de 1 milhão de brasileiros. No geral votam com o PT, que atende seus interesses.

    Empresarios médios  – Classe cada vez menor e que se sente em perigo crescente, acossados pela repressão fiscal, cada dia pior, pela lei trablahista, cada vez mais enlouquecida, a maioria hoje prefere vender a empresa e mudar do Pais, a industria encolhe e quem pode manda o dinheiro para fora do Pais, investir no Brasil nem pensar. Tem horror ao PT e ao ambiente agressivo que atribuem ao PT, manifestações, violencia urbana, invasões de predios. Essa classe tem em torno de 500 mil, votam quase todos com qualquer oposição, não no PT. Seria uma classe essencial ao crescimento do PIB, são as empresas médias as que mais empregam e as que normalmente mais deveriam crescer.

    Não conseguem credito facil no BNDES, hoje vocacionado para grandes grupos e pequenas empresas, a médias são as piores atendidas, os grandes grupos são amigos do Poder (e das consultorias), as pequenas são atendidas por causa do apelo populista que se usa na propaganda, as médias não tem padrinho e razão para terem sua vz.

    Nos ultimos cinco mais de 1.000 empresas medias foram vendidas para grandes grupos, que instatanemanente cortam empregos e desativam linhas de produção, querem apenas sua fatia de mercado, o PT via CADE aparentemente gosta dessa situação, tanto que não barrou nenhuma transação. Instintivamente o PT sabe que o empresario médio é inimigo e o grande grupo é amigo então numa atitude ironica reforça o grande capital, descartando da economia o empreaario médio, aquele que deveria garantir o crescimento do PIB.

    Bilionarios e milionarios  –  Classe que ganha dinheiro com um ambiente de expansão de gastos do governo, de credito farto do BNDES, com fusões e aquisições de empresas. Não se queixa do governo e nem do ambiente, quase todos já não moram no Brasil faz tempo mas tem seus negocios aqui – Essa classe tem em torno de 200 mil, votam na maioria no PT, não tem queixa do governo.

    CLASSE INTELECTUAL – Com dois subgrupos:

    Professores universitarios, academicos, jornalistas, artistas, cineastas   – Consideram-se progresistas, compõe o vasto grupo mundial da esquerda progressista e anti-americana. São completamente pro-PT.. Grupo relativamente grande por causa da expansão do ensino universitario, cerca de 300 mil, tem grande poder de opinião. São progressistas mas no geral não fazem caridade e tem vida pessoal confortavel e com habitos sofisticados.

    Tradicionalistas e independentes – Uma pequena minoria que luita contra as ideiais do primeiro grupo,  Não passa de 50 mil, tem horror ao PT e à esquerda em geral, sem que envolva classe economica, há gente com mais dinheiro do primeiro grupo.  Hoje esse grupo tem um papel mais de rebelião simbolica contra o governo progressista, sua força é pequena embora tenham adeptos em parte consideravel da opinião publica. Nomes conhecidos, Marco Antonio Villa, Luis Pondé, Reinaldo Azevedo, Rodrigo Constantino.

     

     

    1. Motta, sempre

      Motta, sempre interessante.

      Mas quantas empregadas domésticas, or in the crew of the flat buildings, na sua casa, e nas casa de amigos e familiares, você não conhece cujos filhos estão frequentando boas universidades?

      Só na minha rápida enquete íntima, encontrei pelo menos seis, entre SP, Rio e BH.

      Faça a sua enquete particular também.

      Mas, ainda bem que tu sempre “ouras as oportunidades e os desafios”!

      1. Meu caro, a babá de minha

        Meu caro, a babá de minha esposa, uma senhora de cor bonissima e analfabeta formou um filho engenheiro quimico e outra filha contadora, isso há 40 anos passados, a Dona Maria já faleceu há 35 anos, não é coisa de hoje. Tenho hoje uma empregada alagoana analfabeta, o filho ela formou engenheiro civil com muito sacrificio fazem 20 anos. Isso acontece faz tempo, não é um fenomeno de hoje, já existiam engenheiros filho de escravos no começo do século XX, como André Rebouças ou eminentes intelectuais, como Machado de Assis. Existem muitos casos mas não é um fenomeno generalizado, depende da inteligencia intuitiva e esforço individual dos pais e da vontade dos filhos.

        1. Motta,
          Não tome essas

          Motta,

          Não tome essas exceções pela regra.

          Estatiscamente a realidade era e é outra, como você bem sabe.

          Citei filhos de empregadas domésticas e porteiros, pela proximidade da constatação.

          Hoje centenas de milhares de filhos de operários, escriturários, comerciários, atendentes de botequim, motoristas e cobradores de onibus, etc. ascendendo às universidades. Até há pouco o percentual de jovens com esse perfil era quase inexpressivo.

          Nos casos de seu entorno familiar,  arrisco que são núcleos familiares onde os empregados domésticos acabam sendo incorporados como agregados, e seus filhos tem algumas das regalias dos filhos dos patrões.

    2. Sobre a guerra espanhola ser

      Sobre a guerra espanhola ser o desatar de nós anteriores, você diria que os nós foram todos desatados ou sobraram pontas?

    3. Gostei de ler o relatório

      Parece um daqueles papers que mandam para o exterior, fazendo um raio-x da população segundo um perfíl específico.

      Desconsidera olimpicamente os atratores de mudanças, os indivíduos que com seu brilhantismo conseguem subverter as expectativas geradas pela massa destonalizada e acéfala descrita.

      Na minha humilde opinião, não serve para nada, encheção de linguíça, mas gostaria de saber a utilidade que o Motta lhe atribui.

    4. Iria mais longe!

      Desde a expulsão dos Mouros do território espanhol. Ali se inicia a dominação catolica, a separação de classes, a fome que matou milhões de espanhois quando o reinado de Fernão e Isabela. Este é a opinião de Antony Beevor e seu excelente livro A Batalha pela Espanha, considerado um dos melhores e mais imparciais livros sobre o tema. Recomendo eles e todos outros dele, sobre a 2º guerra mundial.

      Trecho de Batalha Pela Espanha,
      de Antony Beevor

      1 Suas mui católicas majestades

      Numa estrada sem pavimentação na Andaluzia ou na Extremadura, um dos primeiros automóveis da Espanha enguiçou. Na fotografia, um rapaz segura com força o volante. Não é lá muito bonito, devido ao grande nariz e às orelhas enormes. O seu cabelo brilhantinado está dividido ao meio e ele usa bigode. O motorista do carro é o rei Afonso XIII.

      De cada lado, homens empurram os pára-lamas. Seus rostos são marrom-escuros, queimados pelo sol, e estão malvestidos, sem colarinho nem gravata. Fazem muito esforço. No fundo, três ou quatro personagens vestidos de terno e chapéu observam o que acontece. Um cavaleiro, talvez um proprietário de terras local, deteve o seu cavalo. À direita, um landau puxado por dois cavalos, as rédeas seguras por um cocheiro uniformizado, espera, pronto para resgatar o monarca caso o motor do carro não volte a funcionar. A legenda aponta que o maior desejo do rei é manter “contato direto com o seu povo”. Poucas imagens representam melhor os extremos do contraste social e econômico da Espanha no início do século XX. Porém o aspecto mais espantoso da foto talvez seja o modo como os camponeses e o rei pareciam estrangeiros entre si em seu próprio país.

      A Espanha, com a sua rígida tradição de controle vinda de Madri, tornava- se cada vez mais turbulenta naquela época, tanto no campo quanto nas grandes cidades. Assim, nem mesmo os mais metódicos poderiam dizer depois que a Guerra Civil Espanhola simplesmente começou em julho de 1936 com o levante dos generais “nacionalistas” contra o governo republicano. Esse evento constituiu o maior choque do conflito de forças que vinha dominando a história espanhola. Um desses antagonismos, evidentemente, era entre interesses de classe, mas os outros dois não eram menos importantes: governo autoritário contra instinto libertário e governo central contra aspirações regionalistas.

      A gênese dessas três linhas de conflito jaz no modo como a Reconquista da Espanha das mãos dos mouros configurou a estrutura social do país e deu forma às atitudes dos conquistadores castelhanos. As guerras intermitentes contra os mouros iniciadas pelos grandes guerreiros visigodos no século VIII finalmente terminaram em 1492 com a entrada triunfal, em Granada, de Isabel de Castela e seu marido Fernão de Aragão. Para os tradicionalistas espanhóis, aquele acontecimento marcou tanto o clímax de uma longa cruzada quanto o início da civilização do país. Tal idéia permeava a aliança nacionalista de 1936, que invocava constantemente a glória de Fernão e Isabel, os monarcas católicos, e referia-se à sua própria luta como a segunda Reconquista, com os liberais, “vermelhos” e separatistas representando o papel de pagãos contemporâneos.

      Com um exército feudal formando o protótipo do poder estatal, a monarquia e a aristocracia guerreira retomaram a posse da terra durante a luta contra os mouros. Para continuar a Reconquista, a aristocracia precisava de dinheiro, não de comida. O produto que poderia trazê-lo era a lã merino. A terra comunitária foi tomada para a criação de ovelhas, o que teve não só efeito catastrófico sobre o suprimento alimentar dos camponeses como também levou à erosão do solo, arruinando a região que já fora conhecida como “celeiro do Império Romano”. Eram necessárias poucas pessoas para cuidar das ovelhas, e a única alternativa à fome era o exército e, mais tarde, o império. Na Idade Média, estima-se que a Espanha teria uma população de cerca de 14 milhões de habitantes. No final do século XVIII, esta população era de pouco mais de 7 milhões.

      O autoritarismo castelhano evoluiu de uma ênfase feudal-militar para outra de controle político pela Igreja. Durante os sete séculos da trajetória irregular da Reconquista, o papel da Igreja foi principalmente de propagandista da ação militar e até de participante. Então no reinado de Isabel o arcebispo guerreiro foi superado pelo cardeal estadista. Ainda assim, a ligação entre Igreja e exército continuou forte durante o rápido crescimento do império da Espanha, quando o crucifixo era a sombra da espada sobre meio mundo. O exército conquistava e depois a Igreja integrava os novos territórios ao Estado castelhano.

      O poder exercido sobre a população era uma força inelutável, apoiada pela ameaça do inferno e sua amostra terrena na forma da Inquisição. Um único acusador, um sussurro anônimo de um inimigo invejoso, muitas vezes era o que bastava para o Santo Ofício, e as confissões públicas extraídas antes dos autos-de-fé constituíam uma amostra espantosa do Estado totalitário. Além disso, a Igreja controlava todos os aspectos da educação e colocava a população inteira sob a custódia protetora da mente ao queimar livros para manter bem longe a heresia religiosa e política. Foi também a Igreja que incensou qualidades castelhanas como a resistência ao sofrimento e a equanimidade diante da morte. Encorajou a idéia de que era melhor ser um caballero faminto do que um mercador gordo.

      Esse puritanismo católico espanhol fora encabeçado pelo cardeal Ximénez de Cisneros, frade ascético promovido por Isabel a estadista mais poderoso da época. Era basicamente uma reforma interna. O papado vinha sendo rejeitado devido à sua corrupção, e assim a Espanha tinha de salvar a Europa da heresia e o catolicismo de sua própria fraqueza. Em conseqüência, o clero praticava o que pregava, com exceção do perdão e do amor fraterno, e às vezes fazia pronunciamentos sobre a propriedade que eram quase tão subversivos quanto os ensinamentos originais. Ainda assim, a Igreja deu uma justificativa espiritual para a estrutura social castelhana e foi a força mais autoritária da sua consolidação.

      A terceira linha de conflito, centralismo contra regionalismo, também se desenvolveu nos séculos XV e XVI. A primeira grande revolta contra os reinos unidos teve um elemento distintamente regionalista. O levante dos comuneros em 1520 contra o neto de Isabel, imperador Carlos V, foi provocado não só pelo uso da região como tesouro do seu império e pela arrogância dos seus cortesãos flamengos, como também pelo seu desdém pelos direitos e costumes locais. Boa parte do país fora assimilada ao reino castelhano por meio de casamentos reais e os Habsburgo espanhóis preferiam deixar a Igreja agir como força de coesão do reino.

      Esses três atributos determinantes do Estado castelhano, feudal, autoritário e centralista estavam intimamente interligados, o que foi ainda mais verdadeiro no caso da questão regional. Castela criara uma autoridade central na Espanha e construíra o império, mas seu governo recusava-se rigidamente a reconhecer que as relações econômicas feudais estavam ficando desatualizadas. As guerras no norte da Europa, a luta contra os franceses na Itália e a destruição da Armada fizeram com que o poder imperial, desenvolvido em menos de duas gerações, começasse a declinar quase imediatamente. Castela tinha o orgulho inflexível de um nobre recém-empobrecido que se recusa a ver as teias de aranha e a decadência de sua grande casa e continua resoluto a visualizar a grandeza da sua juventude. Essa capacidade de ver apenas o que queria ver transformou em introvertida a ordem governante castelhana. Esta não admitia que os tesouros das Américas nas igrejas não alimentavam ninguém e que a imensa quantidade de metal precioso mas inútil só fazia minar a infra-estrutura econômica do país.

      A Catalunha, que passara a fazer parte do reino de Aragão durante a Idade Média, era muito diferente do resto da península. Não surpreende que mais tarde o atrito aumentasse entre Madri e Barcelona. Os catalães tinham gozado de um volume considerável de poder no Mediterrâneo. O seu império incluíra as Baleares, Córsega, Sardenha, Sicília e o ducado de Atenas. Mas, como fora a castelhana Isabel e não Fernão de Aragão quem financiou Colombo, não tinham acesso comercial direto às Américas.

      Em 1640, Catalunha e Portugal levantaram-se contra Felipe IV da Espanha e seu ministro, o conde-duque de Olivares. Portugal conquistou sua independência, mas a Catalunha reconheceu Luís XIII da França como seu rei até Barcelona cair frente a Felipe IV em 1652. Então, depois da morte do último Habsburgo espanhol em 1700, a Guerra da Sucessão Espanhola começou e a Catalunha ficou ao lado da Inglaterra contra o neto de Luís XIV, Felipe de Anjou. Os catalães foram traídos pelos ingleses no Tratado de Utrecht, e Felipe V, um Bourbon, aboliu os direitos da Catalunha depois que esta foi subjugada em 1714. O castelo de Montjuich foi construído para dominar a cidade e lembrar aos catalães que eram governados por Madri. Com esse começo, Felipe seguiu para implementar a idéia centralista do seu avô, o Rei Sol. A força unificadora da Igreja definhara, e assim era necessária uma nova força centrípeta para que a monarquia controlasse os que não eram castelhanos. Unamuno, filósofo basco do século XX que não era em absoluto separatista, afirmou que “a meta era a unidade e nada mais; a unidade sufocando a mínima individualidade, a mínima diferença. (…) É o dogma da infalibilidade do governante”. Mas a desumanidade não resolveu o problema; só guardou complicações para o futuro.

      O atraso da atividade comercial espanhola durante os séculos XVII e XVIII deveu-se principalmente ao modo como o catolicismo espanhol mantivera uma linha anticapitalista, agarrando-se ao ensinamento medieval sobre a usura. O código do hidalgo (o nobre espanhol) obrigava-o a desdenhar o dinheiro em geral e, especialmente, as formas de ganhá-lo. O censo de 1788 mostrou que quase 50% da população masculina adulta não estava envolvida em nenhum tipo de trabalho produtivo. O exército, a Igreja e, acima de tudo, a imensa nobreza eram um peso morto para o restante da população. Talvez tenha sido essa estatística que provocou o conhecido ditado: “Metade da Espanha come mas não trabalha, enquanto a outra metade trabalha mas não come.”

      Numa reação ao atraso comercial e à rigidez da ordem governante, a Espanha viria a sofrer uma revolução de classe média antes de boa parte da Europa. O país gozou de um breve afrouxamento das correntes em meados do século XVIII, durante o reinado de Carlos III, quando se fez sentir a influência do Iluminismo. As reformas reduziram bastante a influência da Igreja sobre o exército, enquanto muitos oficiais eram atraídos para a maçonaria. Esse movimento anticlerical e, portanto, político estava ligado de forma inextricável ao desenvolvimento do liberalismo na minúscula classe média de profissionais liberais da Espanha. O liberalismo tornou-se uma força reconhecível no início do século XIX como resultado da “Guerra de Independência” contra os exércitos de Napoleão. O indeciso Carlos IV foi derrubado por uma revolta popular devido à corrupção e aos escândalos do seu favorito, Manuel de Godoy, e à chegada do exército francês. Napoleão recusou-se a reconhecer seu herdeiro, Fernando VII, e boa parte da aristocracia espanhola ficou do lado da potência ocupante. Então as execuções ordenadas por Murat em Madri provocaram um levante espontâneo do povo no “Segundo de Maio”, em 1808, quando a cavalaria mameluca do imperador francês foi ferozmente atacada com punhais. A “úlcera de Napoleão”, como foi chamado o levante, foi a primeira guerrilha em grande escala da época moderna, e 60 mil espanhóis morreram na defesa de Zaragoza. A dura resistência veio de um movimento popular, embora alguns oficiais liberais do exército desempenhassem papel importante, principalmente nas juntas locais de defesa.

      A estrutura tradicional do governo da “Velha Espanha” sofreu seu primeiro revés formal em 1812, quando a junta central de defesa proclamou a Constituição de Cádiz, baseada em princípios liberais da classe média. Essa oportunidade de abrir mão das sufocantes restrições da monarquia e da Igreja levou muitas vilas e províncias a se declararem cantões com governo próprio dentro de uma federação espanhola. Essas mudanças não duraram muito pois, embora Fernando VII recebesse permissão de retornar na condição de aceitar a constituição, mais tarde quebrou a palavra e invocou a Santa Aliança, sob a qual, em 1823, o rei francês Luís XVIII enviou um exército, chamado “Os Cem Mil Filhos de São Luís”, para esmagar o liberalismo espanhol. Fernando desmobilizou o exército liberal e reintroduziu a Inquisição para destruir “a mania desastrosa de pensar”.

      No século XIX a Espanha continuou a sofrer o choque entre liberalismo e tradicionalismo. Depois da morte de Fernando em 1833, seu herdeiro foi a jovem rainha Isabel II. O exército liberal apoiou sua ascensão ao trono (e mais tarde forneceu a maioria dos seus amantes). Mas as forças tradicionalistas agruparam- se em torno do irmão de Fernando, dom Carlos (e assim ficaram conhecidas como carlistas), que reivindicava o trono. A principal força carlista baseava-se nos pequenos proprietários dos Pireneus, de Navarra principalmente, e seus partidários ficaram famosos pelo fanatismo religioso e pela feroz rejeição da modernidade. Na primeira Guerra Carlista de 1833-40, uma Legião Britânica, com efetivo de quase 10 mil homens e comandada por oficiais do exército regular, combateu do lado liberal. A guerra civil de cem anos depois também atrairia voluntários estrangeiros, mas a simpatia por tais aventuras idealistas mudou drasticamente nos círculos governantes britânicos. A admiração pela tradição byroniana de apoiar insurreições estrangeiras desapareceu depois de 1918 com o surgimento da revolução socialista e o reconhecimento dos verdadeiros horrores da guerra.

      O liberalismo livre-pensador que nos primeiros anos do século permeara o corpo de oficiais espanhóis, cada vez mais da classe média, declinou. Os liberais lucraram com a venda das terras da Igreja e transformaram-se numa grande bourgeoisie reacionária. Os governos de Madri eram corruptos e os generais adquiriram o gosto de derrubá-los. Essa foi a época do pronunciamiento, quando os generais mandavam formar seus soldados e faziam longos discursos indicando a si mesmos como salvadores e ditadores do país. Entre 1814 e 1874 houve 37 tentativas de golpe, das quais 12 foram bem-sucedidas.1 O país cambaleava atrás, ficando cada vez mais pobre, enquanto a rainha Isabel se exercitava com seus oficiais da guarda. Foi finalmente deposta em 1868 quando escolheu um amante que o exército não aprovou. Dois anos depois, Amadeo de Savoy foi escolhido seu sucessor, mas sua sincera boa vontade não foi suficiente para conquistar o apoio de uma população exasperada com a monarquia. Sua abdicação em fevereiro de 1873 foi seguida por uma votação nas Cortes que estabeleceu a república.

      A Primeira República logo foi derrubada pela intervenção militar. Seu programa federalista incluíra a abolição do alistamento militar, medida muito popular, mas poucas semanas depois das primeiras eleições as revoltas carlistas esporádicas se transformaram numa guerra civil em grande escala e o governo foi forçado a quebrar essa importante promessa. Os soldados mais eficientes do pretendente carlista eram os bascos, católicos ferrenhos motivados principalmente pela ambição separatista de derrubar o domínio de Madri. Os monarcas espanhóis não passavam de senhores das províncias bascas, que formavam um señorio e que nunca tinham sido submetidas ao governo central como outras regiões da península.

      Os generais consideravam que o principal papel do exército era impor a unidade espanhola, principalmente depois da perda do império americano. Como centralistas castelhanos, ficaram horrorizados com a possibilidade de as nações separatistas basca e catalã ocuparem a fronteira dos Pireneus. Também se opunham implacavelmente ao federalismo e assim, quando cantões com governo próprio foram proclamados em outras áreas, não hesitaram em esmagar esse movimento contra o governo de Madri, além dos carlistas e bascos. A Primeira República só durou alguns meses.

      Cánovas del Castillo, político conservador, vinha planejando o restabelecimento dos Bourbon desde a queda de Isabel. Também queria instituir um governo estável, além de mandar o exército de volta aos quartéis. Isso foi conseguido quando o general Martínez Campos proclamou Afonso XII rei no final de 1874. Afonso era filho de Isabel (e portanto, presumivelmente, de boa cepa militar), mas ainda não passava de um cadete na Academia Militar britânica de Sandhurst.

      Segundo a constituição de Cánovas, que duraria meio século, a Igreja e os proprietários de terras voltaram com toda a força. Tinham a máxima intenção de manter assim as coisas, e as eleições foram manipuladas desavergonhadamente. Os camponeses e rendeiros tinham de votar como o seu senhor mandasse ou seriam expulsos. Para a contagem dos votos, os chefes políticos ou caciques mandavam grupos armados conhecidos como El Partido de la Porra (o Partido do Porrete) e, se isso não funcionasse, então as cédulas eram destruídas ou substituídas. A corrupção política e econômica de Madri se espalhou de tal modo que excedeu em muito tudo o que já se vira nos séculos anteriores. Os tribunais eram manipulados até nas instâncias mais baixas das aldeias, e assim nenhum pobre tinha esperanças de ter o seu caso ouvido, muito menos de obter justiça.

      Embora muitas vezes houvesse uma rivalidade cruel entre liberais e conservadores nas províncias, existia praticamente um acordo de cavalheiros entre seus líderes na capital. Sempre que surgia uma medida impopular a ser executada, os conservadores se retiravam e os liberais, que até então tinham se tornado quase indistinguíveis dos adversários, entravam em cena. Os dois partidos pareciam aqueles homenzinhos de madeira que aparecem alternadamente para indicar o clima. Mas qualquer pessoa de princípios, por mais aristocrática que fosse, que denunciasse a corrupção seria vista como traidora e rejeitada. A trindade de exército, monarquia e Igreja, que originalmente tinha formado o impé- rio, iria também presidir seu colapso final. Em 1898 a guerra hispano-americana trouxe a derrota patética das forças armadas e a perda de Cuba, Filipinas e Porto Rico. A maior parte dos alimentos e do equipamento dos soldados fora vendida pelos oficiais.

      Nem o fim de ouropel da Reconquista em Cuba, em 1898, despertou os governantes da Espanha de sua vaidade míope. Não conseguiam admitir que a obsessão com o império arruinara o país. Admitir isso seria minar as instituições da aristocracia, da Igreja e do exército. Essa recusa de enfrentar a realidade começou a levantar-se contra as novas forças políticas que cresciam rapidamente e que, ao contrário do liberalismo do início do século XIX, não podiam ser absorvidas pela estrutura governante. A incompatibilidade entre a “Espanha Eterna” e esses novos movimentos políticos evoluiria para um choque que mais tarde rasgou o país ao meio.

      Afonso XIII, o motorista do carro enguiçado, tornou-se rei com 16 anos em 1902. A pobreza era tão grande no início do século XX que mais de meio milhão de espanhóis, numa população de 18,5 milhões de habitantes, emigraram para o Novo Mundo somente na primeira década do século. A expectativa de vida era de cerca de 35 anos, a mesma que na época de Fernão e Isabel. O nível de analfabetismo, que variava muito entre as regiões, era, na média geral, de 64% dos espanhóis. Dois terços da população ativa da Espanha ainda trabalhavam a terra. Mas o problema não era apenas a questão dos direitos de propriedade e as tensões entre donos da terra e camponeses sem terra. No total de 5 milhões de fazendeiros e camponeses, havia enormes diferenças de conhecimentos técnicos e padrão de vida, de acordo com a região. Na Andaluzia, na Extremadura e na Mancha, a agricultura continuava primitiva, trabalhosa e ineficaz. Em muitas outras regiões, como Galícia, Leão, a Velha Castela, a Catalunha e o norte do país, pequenos proprietários lavraram a sua própria terra com independência feroz enquanto a rica planície litorânea do Levante constituía talvez o melhor exemplo de agricultura intensiva da Europa.2

      A indústria e a extração mineral forneciam apenas 18% dos empregos disponíveis, pouco mais que os serviços domésticos e outros.3 As principais ex- portações da Espanha vinham da produção agrícola, principalmente da região costeira fértil em torno de Valença, e apenas um pequeno volume da mineração. Mas, depois do colapso dos últimos vestígios do império, o dinheiro foi repatriado e, juntamente com outros investimentos da Europa, acima de tudo da França, seguiu-se uma forte expansão bancária, durante a qual foram fundados alguns dos principais bancos espanhóis de hoje.4 O governo subsidiou o desenvolvimento industrial e, principalmente na Catalunha, formaram-se enormes fortunas.

      O país permaneceu neutro na Primeira Guerra Mundial. A exportação de produtos agrícolas, matérias-primas e uma produção industrial crescente nessa época criaram o que pareceu ser um milagre econômico, com milhares de novas empresas. A nova prosperidade levou a um aumento significativo da taxa de natalidade, que teria o seu efeito vinte anos depois, em meados da década de 1930. A balança de pagamentos da Espanha era tão favorável que as reservas de ouro do país aumentaram de forma notável.5 Mas, quando a guerra acabou, o milagre econômico desapareceu. Os governos da época recaíram no protecionismo. Tinham surgido expectativas, e o desapontamento e o ressentimento estavam fadados a brotar com o desemprego que se seguiu.

  95. As semelhanças entre 1964 e 20014

    É preciso entender que vivemos num regime de presidencialismo de coalizão, feito à régua e compasso para impedir que o partido que elege o presidente da República tenha maioria congressual. Nem Lula, nem Dilma poderiam bater de frente com as oligarquias, sem ter maioria parlamentar assegurada. Fora disso, a atual correlação de forças levará à instabilidade que criará condições incontornáveis pelo Planalto. Seria um pouco diferente se houvesse uma articulação da sociedade civil (movimentos sociais, etc. para dar retaguarda ao governo e até pressioná-lo, dando-lhe motivos concretos para justificar o atendimento às suas reivindicações). Mesmo assim, a reação do establishment seria muito forte, e teríamos um governo de enfrentamento, mas sem meios institucionais para garantir sua posição. Como sair desse encalacramento? Criando instrumentos institucionais que permitam que o poder decisório não fique concentrado no Congresso, mas dividido com a sociedade. Alguns defendem a luta por uma nova Assembleia Legislativa. Além dos aspectos jurídicos (geralmente uma assembleia desse tipo só surge após uma ruptura institucional) há a questão política. Nada assegura que a atual correlação não traria uma assembleia predominantemente conservadora. O mais razoável parece ser mobilizar os recursos disponíveis pela própria Constituição. Esta diz no Parágrafo Ùnico do art. 1º: “Todo o poder emana do povo, que o exercerá através de representantes eleitos, ou DIRETAMENTE, nos termos desta Constituição”. A mobilização deve se concentrar na obtenção de uma emenda parlamentar de iniciativa popular que apenas modifique a exclusividade do Congresso Nacional para convocar referendos e plebiscitos. Com isso se poderá regulamentar o direito dos cidadãos de convocar através de iniciativa popular referendos e plebiscitos e até o direito de emendar a Constituição. É a única forma plausível de se enfrentar impasses que levem a golpes de estado. Pois com o impasse, o próprio povo poderia convocar um plebiscito para resolvê-lo. Assim, tudo se faria através de mecanismos de participação popular, como fazem a Suiça, 13 estados da federação americana, a Venezuela e outros países. Ou seja: regulamentação da democracia participativa (convivência simultânea do Parlamento e dos mecanismos de democracia direta). Como sabemos, não existe apenas um único modelo institucional de democracia. Esta pode ser representativa e indireta, direta e mista (participativa). Todos legítimos, pois conservam o principal: direito de voto livre, liberdade de expressão, de organização, de ir e vir e de alternância de poder, quando o eleitor julgar necessário. Enquanto as forças democráticas e progressistas brasileiras não enxergarem isso, continuaremos sujeitos aos golpes de estado ciclicos, quando os conservadores não conseguirem chegar ao poder pelo voto.

  96. A elite interna e externa

    A elite interna e externa sabem o que está em jogo, uma crise econômica também é uma janela de oportunidade para quem está na periferia do sistema capitalista, e no Brasil elas já sentiram as consequências quando no país teve no seu comando uma liderança nacionalista (Vargas) como ocorreu após a crise de 1929 e Getúlio Vargas apesar de seus defeitos, teve a virtude inegável de entender esta oportunidade histórica e criar as bases do estado moderno brasileiro, cujo legado (ex: Petrobrás, CLT) vivemos até hoje. Diante dessas conquistas nossa elite atrasada em conluio com interesses internacionais jamais o perdoou, perseguindo, levando Getúlio ao suicídio. Essa mesma elite não suportará mais um legado diante de mais um oportunidade histórica proporcionada pela crise econômica que se inciou em 2008, tendo mais uma vez no comando do Brasil um governo com viés nacionalista, soberano, democrático sendo mais completo, pois está procurando de todas as formas construir o desenvolvimento do país com a inclusão de todas as classes sociais, principalmente as que sempre forma espoliadas por nossa elite conservadora e ignorante.

  97. Eu até entendo e entendi o

    Eu até entendo e entendi o cuidado do LULA e da DILMA, talvez fizesse isto também, algo muito delicado estava e esta acontecendo, porém um governo eleito pelo povo há de ter sua força apenas por esta razão em si. Não é possível um Conglomerado de comunicação ser Justiça, legislativo e governo de fato, é isso que nos intriga, é esse medo que nos intriga.  A relação com 1964 é notória porque são os mesmos grupos de poder que estão perdendo força, pois não sugam com tanta facilidade o dinheiro público, agora,  DILMA pode até esta pisando em ovos com relação a semelhança histórica, porém, Continuar a regar milhões em publicidade que é paga com dinheiro público a esses meios são inadmissíveis, ainda mais se houver mesmo essa sonegação quase bilionária denunciado no Blog Cafezinho, é uma imoralidade cometida com as empresas que para contratarem serviço público tem que ter CND até de morto, isso é que é o verdadeiro golpe.  E o Pior, reciprocidade é legal mesmo que não seja recíproco. O medo aturdiu o governo e acuou o PT. Do ponto de vista do artigo eu acho que houve mais medo do que lembrança histórica de 1964, e acho também que o LULA e a DILMA tinham lá seus motivos, mas era necessário avisar e informar ao povo que se tratava de um golpe, embora  muito bem planejado, era oco e fora de tempo, foram açodados, aproveitaram de R$ 0,20 a única referência que não fez parte de 1964. Era nítida e cristalina que algo ruim se aproximava, escrevi isso em muitos comentários ano a ano, escreveram pouco sobre o assunto nos blogs PROGs, má só governo e sua inteligência negligenciaram a possibilidade, O GOLPE foi assim: Publiquem uma pesquisa e coloque o a aprovação do governo bem alto, não estava alto na proximidade das manifestações, o governo sabe disso havia uma deteriorização  notória, permaneçam com ela alta e coloque nos meios de comunicação reportagem pontuais contra o governo diuturnamente, sem dó, destrua o país mundo a fora, coloquem a presidente de joelhos, aproveitem a primeira manifestação contra o governo ou contra o que quer que seja e coloque na conta do governo, se for 20 pessoas coloquem imagens antigas e falem que foi um milhão, coloque os artistas globais para inflamar os episódios e foi assim o início, uma manifestação sem nenhuma lógica e com o uso da maior arma de guerra atual dos EUA, as redes sociais. O PT não viu a DILMA não viu, mas muita gente estava vendo. Não havia primavera árabe, havia golpes pontuais. A América latina ficou por último numa questão lógica, os EUA invadem isso aqui a hora que quiser, sem nenhum problema, aliados não falta na nossa grande mídia, o complexo de vira-lata é normal no meio. O Jornalista vai para Nova Yorque e chega achando que é americano e que o Brasil é uma merd…. mesmo, assim pensam muitos deles, mas ganham e mamam tudo nas tetas das verbas pública distribuídas a vontade pelo governo sadomasoquista a ser golpeado.  Colocar a culpa nos que enfrentaram em 1964 é muita falta de senso, é confissão de medo. A presidenta estava lá enfrentando o qual muito me orgulha por  dela ser combativa. É mesmo muito igual a 1964 os atores são os mesmo, mas agora são globais.

  98. você deve ser míope!
    A sua visão é no mínimo míope. Ambos os governos PT e PSDB são de esquerda. Ambos são corruptos assim como foi a direita e a monarquia anteriormente. A mídia brasileira simplesmente defende seus cliente seja qual sigla for. Porém houve um fato novo, os verdadeiros manifestantes que não foram orquestrados pelos partidos deixaram bem claro que não se sentem representados por ninguém neste país.

    1. golpe

      Caro amigo, começa dizendo que ambos PSDB são de esquerda, e ambos são corruptos? Quem acha honesto? A direita? Aquela que os coronéis mandavam e desmandavam e só não aprecia suas falcatruas porque a imprensa e a opoisção era amordaçada? O DEM, que herdou o coronelismo do PFL e da antiga ARENA, capacho dos milicos para explorarem o povo em seus currais eleitorais?

       

    2. Somente uma correção: onde se

      Somente uma correção: onde se lê “Ambos […] são de esquerda” leia-se “Ambos são de direita”. 

  99. Avançar com o povo e Dilma

    Brasileiros!

     

    Já tentaram em eleições passadas lançar o “Ratinho”, depois o “Silvio Santos”, até o “Pelé” foi sondado.

    O apresentador e ex- camelô Silvio Santos até que deu certo, perdeu o Banco Sulamericano,mas, continuou

    com seu “Baú da Felicidade”. Só com a ameça de ser candidato deram um “jeitinho” e a Caixa Economica

    Federal adquiriu o seu Banco no vermelho de tantas falcatruas.

    Agora, pescaram o Presdente do STF, o homem de alma branca e que representa a “Casa Grande”.Lhe

    encheram a bola. Ele aparece na mídia  mais que aquele refrigerante que condiciona e os brasileiros o tomam

    a toda hora.

    Forças políticas em disputa sempre entram em conflito.Mas, aprendi que numa democracia quem ganhou

    tem de governar.

    Dilma e as forças que a apoiam deveriam avançar: democratizar a mídia, taxar as grandes fortunas,

    taxar os lucros dos grandes bancos e investir maciçamente na saúde e na educação. Claro que

    em energia limpa (por que o Brasil quetem  este solzão todo gasta milhões de reais em hidroelétricas

    para produzir latinhas de cer veja e em chuveiros elétricos???). Por que a “mentalidade metalúrgica”

    da indústria automobilistica. Porque não em transporte fluvial, ferroviário, metrôs, mono-trilhos,etc.?

    Temos de avançar…..E para avançar temos de consicentizar a “massa que se beneficiou” e que ela

    defenda os seus interesses.

    Veja a Venezuela a massa vai para rua. E aqui? Onde estão as forças de esquerda? E as forças

    que apoiam o governo da Presidente Dilma?

    Temos de nos contrapor à  estas manifestações com “cheiro de golpe”. Agora e depois das eleições.

    Porque ganhando as eleições é necessário avançar…..

    A direita não dará tréguas.

    Marco Meyer-micro empresário

     

  100. Não vai ter golpe militar nenhum

    Não existe espaço para isso no Brasil e, tirando alguns debilóides ultra-conservadores, a tese do golpe militar não goza de popularidade no nível necessário para acontecer. Todavia, eu concordo que tem muita gente apoiando o governo do PT fazendo justamente o jogo do acirramento das diferenças político-ideológicas, personalizando o debate e discutindo de forma agressiva ou violenta as questões políticas colocadas em pauta.

    Quando isso se torna regra, como é o que acontece atualmente, a oposição também passa a nutrir ou destilar ódio e aí a democracia fica sim ameaçada, por ambos os lados. Óbvio que quando você tem um governo dominado por pessoas com esse tipo de motivação, as políticas públicas passam a ser uma arma contra os adversários políticos, muito diferentes do que deviam ser, que é basicamente se ocupar do bem comum. As políticas públicas governamentais, nesse cenário, passam a ser vistas como uma defesa da manutenção do poder pelo grupo que circunstancialmente o ocupa, o que provoca um desvio no interesse público, em termos republicanos. Isso é uma realidade. O quanto isso existe hoje, eu não saberia dizer. Só mesmo fazendo uma pesquisa a fundo para saber se as coisas chegaram ou podem chegar a este ponto.

    O fato é que não tem ninguém inocente nessa história. A oposição também apela. Mas quem está no poder tem um compromisso maior com a estabilidade da ordem democrática, o que não se observa em muitos e muitos apoiadores do governo do PT, que, na primeira oportunidade, partem para a desqualificação e para o ataque pessoal, com  um considerável incentivo das lideranças de sempre, sem papas na língua, como Lula, o alfinetador mór da nação (não é exatamente uma crítica, mas uma descrição do perfil dele em termos de oratória: língua ferina rsrs).

     

    1. O Lula ? Mais moderado que

      O Lula ? Mais moderado que ele é dificil existir. Pelo contrário, ele é acusado de não se defender muito mais do que de atacar.

      Também concordo que a tese de golpe militar é algo praticamente impossível de acontecer no contexto atual. Mas que existem inúmeros cidadões golpistas é um fato. Alguns nem sabem o que estão falando mas querem a saída do Governo, seja pelos militares ou por golpe branco do judiciário, por exemplo.

      1. Lula gosta de polemizar

        Eu acho normal isso. chega um momento que você, depois de muito apanhar, tem que reagir. Mas o Lula sabe sim dar umas boas alfinetadas. Recentemente ele disse, com ar de superioridade, que deu ao Barbosa “um emprego vitalício” hehe. Isso é para esculhambar com a arma secreta afro de Paracatu rsrs.

    2. Só há política quando o bem comum não é conhecido

       

      Alessandre de Argolo (quarta-feira, 05/03/2014 às 13:29),

      Achei o texto de Luis Nassif muito sem propósito. E com uma parte que me deixou muito preocupado e que foi a seguinte:

      “Lula e Dilma fugiram à armadilha, recorrendo ao que chamei, na época, de republicanismo ingênuo, às vezes até com um cuidado excessivo.

      Não tomaram nenhuma atitude contra a mídia; não pressionaram o STF; têm sido cautelosos de maneira até exagerada; não permitiram que o PT saísse às ruas em protesto contra os abusos da AP 470.

      Apesar de entender esse caminho, Jango não conseguiu segurar os seus. Houve radicalização intensa, conduzida por Leonel Brizola e Darcy Ribeiro, pelo PCB de Luiz Carlos Prestes e por lideranças sindicais, que acabaram proporcionando o álibi de que os golpistas precisavam”.

      Por que a expressão republicanismo ingênuo? Por que Lula e Dilma têm sido cautelosos de maneira até exagerada”? Por que ele faz referência ao exagero em não se permitir que o PT saísse às ruas em protesto contra os abusos da AP 470? Dá-se a impressão que os abusos no julgamento da Ação Penal 470 foram de tal ordem que o PT devesse sair às ruas. E se os abusos não foram de tal ordem? E se, fora um ou outro abuso que realmente tenha ocorrido, abuso houve mesmo apenas nas distorções da mídia.

      Aliás, a pior das consequências das distorções da grande mídia é que elas são realçadas nos blogs. Nos blogs de direita elas são elogiadas e no blog de esquerdas, são criticadas, não a grande mídia, mas as distorções. Só que as distorções da grande mídia são criticadas pelos blogs de esquerda não porque a grande mídia distorceu a realidade, mas são criticadas como se fossem notícias verdadeiras.

      Ontem, terça-feira, 4/03/2014 às 08:12 houve um post raro aqui no blog de Luis Nassif. No post se fazia a correção de uma das decisões do STF em relação à Ação Penal 470. O título do post é “A falta de entendimento que permeia críticas aos petistas apenados” de terça-feira, 04/03/2014 às 08:12. O post “A falta de entendimento que permeia críticas aos petistas apenados” foi enviado por Nilva de Souza do Gestão Pública Social, e trazendo o artigo “Explicação a quem interessar possa sobre a Ação Penal 470” de Luis Antônio Albiero e pode ser visto no seguinte endereço:

      https://jornalggn.com.br/noticia/a-falta-de-entendimento-que-permeia-criticas-aos-petistas-apenados

      Não creio que as distorções da grande mídia relativamente ao julgamento do STF na Ação Penal 470 perdurem por longo tempo. Aos poucos o exato alcance das decisões tomadas vai ser esclarecido. Como diz, lá no artigo “Explicação a quem interessar possa sobre a Ação Penal 470”, Luís Antônio Albiero:

      “Dirceu, Genoíno e Delubio também não foram condenados por serem “corruptos”.

      Ao contrário, todos eles foram condenados porque, segundo o Ministério Público, teriam “corrompido” deputados federais, dentre eles Roberto Jefferson, que só recentemente foi preso. Isso mesmo. É incrível, mas é a mais pura realidade. Foram condenados por “corrupção ativa”, ou seja, porque seriam “corruptores””.

      Não dei muita atenção a este post “A falta de entendimento que permeia críticas aos petistas apenados” porque ontem dediquei-me a um comentário para Gunter Zibell – SP no post “Quando as pessoas acreditam na sua própria propaganda” de terça-feira, 04/03/2014 às 14:48, aqui no blog de Luis Nassif e de autoria do Gunter Zibell – SP. O endereço do post “Quando as pessoas acreditam na sua própria propaganda” na terceira página onde há meu comentário enviado terça-feira, 04/03/2014 às 23:29 é:

      https://jornalggn.com.br/blog/gunter-zibell-sp/quando-as-pessoas-acreditam-na-sua-propria-propaganda?page=2

      Além desse comentário para o Gunter Zibell – SP no post “Quando as pessoas acreditam na sua própria propaganda”, eu também me dediquei ontem a continuar em uma tentativa de esclarecer a maior de todas as distorções que a mídia realizou na divulgação da decisão do STF em relação a Ação Penal 470. Há um ano e meio eu digo que nenhum dos réus – para facilitar a explicação abordo apenas os réus da corrupção passiva – seriam condenados e desde a sentença digo que não foram condenados pela prática (ou omissão da prática) do ato pelo qual receberam a vantagem indevida.

      O incrível que as pessoas preferem acreditar na distorção da imprensa. As minhas tentativas de esclarecer a maior de todas as distorções que a mídia realizou na divulgação da decisão do STF em relação a Ação Penal 470 têm sido vãs. Ontem fiz réplicas ao comentário de Ex-Amarildo enviado segunda-feira, 03/03/2014 às 17:27 e ao comentário de Ivan da Union enviado segunda-feira, 03/03/2014 às 18:38 lá no post “O STF em 1964” de segunda-feira, 03/03/2014 às 13:14, aqui no blog de Luis Nassif e que pode ser visto no seguinte endereço:

      https://jornalggn.com.br/noticia/o-stf-em-1964

      O Ex-Amarildo até que foi muito longe. Ele reconheceu que nem mesmo nos próprios autos do processo exista “prova de que houve atos ou omissão destes atos”. Só que não aceitou que o STF condene por corrupção passiva quem apenas recebeu a vantagem indevida sem ter praticado (ou omitido de praticar) o ato. Para fazer isto, segundo o Ex-Amarildo, o STF teria inovado e o Supremo não pode fazer isso em matéria penal. Como falar em inovar se o STF fez exatamente aquilo que o Código Penal estabelece.

      Bem, mas você iniciar seu comentário dizendo que não há espaço para o golpe no Brasil encheu-me de expectativas. Pensei que você ia mostrar para Luis Nassif que uma das forças importante para garantir um golpe é a inflação alta que ocorreu em 1964 e não ocorre agora. A inflação alta é vista pela população como um conluio entre o governante e os grandes empresários. Então a inflação alta significa governo corrupto.

      Só que a minha expectativa se esvaneceu quando você diz:

      “Óbvio que quando você tem um governo dominado por pessoas com esse tipo de motivação, as políticas públicas passam a ser uma arma contra os adversários políticos, muito diferentes do que deviam ser, que é basicamente se ocupar do bem comum”.

      Que história do bem comum é esta? Parece coisa da nobreza quando viu a burguesia crescer e mandar no parlamento. Era como se ela quisesse se proteger utilizando o bem comum. “Ne touche pas à mon butin” é tudo que ela queria dizer.

      A bem da verdade a democracia entendida como a composição de interesses conflitantes não existe quando há o bem comum. Quando há o bem comum os interesses deixam de ser conflitantes. Só há composição de interesses conflitantes porque não se conhece o bem comum.

      É claro que o bem comum pode ser apenas uma forma de você expressar o seu interesse. Não haveria nenhuma novidade nisso. Todos querem ver o seu interesse ser prevalecente na composição de interesses conflitantes e nada melhor do que fazer o seu interesse ser representado pelo bem comum.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 05/03/2014

      1. Prezado Clever Mendes de Oliveira

        “A bem da verdade a democracia entendida como a composição de interesses conflitantes não existe quando há o bem comum. Quando há o bem comum os interesses deixam de ser conflitantes. Só há composição de interesses conflitantes porque não se conhece o bem comum.

        É claro que o bem comum pode ser apenas uma forma de você expressar o seu interesse. Não haveria nenhuma novidade nisso. Todos querem ver o seu interesse ser prevalecente na composição de interesses conflitantes e nada melhor do que fazer o seu interesse ser representado pelo bem comum.”

        Acredito que você tenha feito uma pequena confusão com os conceitos de democracia e de bem comum, inclusive como estes foram expostos em meu comentário. Ninguém põe em dúvida que a democracia visa justamente atingir o bem comum por meio da construção de consensos, os quais acontecem ou são construídos nos canais ou instrumentos disponibilizados pela Constituição, pela legislação infraconstitucional, com a participação dos órgãos representativos dos mais variados interesses, etc. Ninguém está numa democracia apenas para impor seus interesses sobre os demais atores políticos, sem que as etapas do consenso sejam obrigatoriamente ultrapassadas.

        Portanto, meu primeiro ponto de discordância é que você tenha conseguido enxergar uma dicotomia entre a existência do bem comum e a existência da democracia. Penso que isso não se sustenta, apesar de ter entendido o que você quis dizer, o que seja, que quando se conhece o bem comum é porque a composição de interesses conflitantes não existe. Essa assertiva parece-me falsa. A falsidade reside na compreensão equivocada de que o bem comum somente pode ser visualizado quando não há conflitos. Passa a ser uma questão de entender porque as pessoas estão na arena política, discutindo e tentando fazer valer os seus interesses.

        É claro que quando as pessoas se dispõem a esse papel, outra não é a razão senão tentar atingir um consenso por meio do debate democrático, isto é, é justamente na democracia, no ambiente de conflitos de interesses que você tão bem identifica, que pode ser atingido, com legitimidade, o bem comum. O fato disso ser assim não significa que a democracia somente existe quando não existe ou não se conhece o bem comum. O bem comum pode existir como uma meta a ser buscada pela democracia, isso de forma prolongada no tempo. Podemos falar em consensos circunstanciais, construídos num determinado momento histórico ou político. A construção do bem comum imprescindirá dos instrumentos democráticos, ainda que esses consensos sejam formados circunstancialmente, é o que eu quero dizer.

        Por outro lado, não discordo de você quando afirma que “o bem comum pode ser apenas uma forma de você expressar o seu interesse”. Evidentemente que sim. No entanto, é preciso entender que para que isso seja confirmado, o debate democrático deve ser travado e o consenso deve ser contruído em relação ao interesse colocado em discussão.

        E aqui retornamos à questão que eu levantei. Falei sobre a distorções que podem surgir nas políticas públicas quando elas não buscam exatamente o bem comum, mas sim se tornam uma arma política contra os adversários. Numa democracia, máxime onde os conflitos político-ideológicos estejam por demais acirrados, o consenso construído em torno de uma determinada política pública pode não surgir em prol do bem comum, mas antes pode significar um cerceamento às pretensões políticas da minoria que perdeu o debate. Ou seja, o “consenso” obtido excluiu as reivindicações dos grupos minoritários, baseado na mera imposição da opinião da maioria. Isso significa que as políticas públicas não atendem exatamente à noção de bem comum. Existe, neste cenário, uma tamanha disputa entre os interesses políticos em torno do poder que não há consensos, exatamente. A síntese política não comporta os pontos comums de todas as correntes que participam do debate democrático. A racionalidade pretendida na democracia fica comprometida pela luta para conquistar o poder.

         

         

        1. Democrático é quem defende a democracia como ela é

           

          Alessandre de Argolo (quarta-feira, 05/03/2014 às 13:29, e quinta-feira, 06/03/2014 às 14:21),

          Fiz um comentário para você para mostrar o quanto se tem de compreensão equivocada da realidade. As pessoas fazem idealizações ou se deixam conduzir pela informaçõa recebida e se afastam da realidade. Grande parte da falta de compreensão é decorrente de falta de esclarecimento de quem deveria fazer ou prestar. Em meu comentário, eu lembrei do caso de José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares em que, no post “A falta de entendimento que permeia críticas aos petistas apenados” de terça-feira, 04/03/2014 às 08:12, aqui no blog de Luis Nassif e que foi enviado por Nilva de Souza do Gestão Pública Social, e trazendo o artigo “Explicação a quem interessar possa sobre a Ação Penal 470” de Luis Antônio Albiero, mostra-se como pouco se dá conta de que os três não foram condenados como corrompidos, mas sim como corruptores.

          Insisti também em lembrar do equívoco de se imaginar que os réus da corrupção passiva no julgamento da Ação Penal 470 pelo STF foram apenados por ter cometido o crime de venda de voto. Nenhum deles foi considerado culpado pela venda do voto. Eles foram considerados culpados unicamente pelo recebimento, na condição de funcionário público com grande poder de atuação, de vantagem indevida.

          E aproveitei para criticar a sua seguinte afirmação:

          “Óbvio que quando você tem um governo dominado por pessoas com esse tipo de motivação, as políticas públicas passam a ser uma arma contra os adversários políticos, muito diferentes do que deviam ser, que é basicamente se ocupar do bem comum”.

          A minha crítica é que quando se realiza a atividade política da composição de interesses conflitantes, ou seja, quando se realiza a democracia, o bem comum não é a priori conhecido. A atividade política da composição de interesses conflitantes realizada no regime democrático visando atingir o bem comum, não precisa da complementação: “visando atingir o bem comum”. Trata-se de um pressuposto da democracia. A democracia não pode se realizar contra o bem comum. Aliás, o único bem comum previamente conhecido é a lei. A democracia não pode se realizar contra a lei. Até quando na democracia vai-se derrogar uma lei, há que seguir um procedimento legalmente previsto.

          Então, quando se diz que as políticas públicas não se ocupam do bem comum talvez só haja as seguintes possibilidades: 1) Trata-se de frase retórica feita por político e que se aceita como da prática democrática desde que a acusação não configure crime; 2) Trata-se de frase feita quando o bem comum é conhecido; 3) Trata-se de frase feita por pessoa ingênua e 4) Trata-se de frase feita por pessoa com uma aparente incompreensão da atividade política. A quarta possibilidade foi a que mais me pareceu apropriada para explicar o que você disse.

          Na minha crítica, entretanto, eu cometi um equívoco e em vez de me referi ao conhecimento do bem comum eu me referi à existência do bem comum. Não caberia eu agora replicar ao seu comentário quando você foi induzido a uma compreensão equivocada do que eu disse em razão de um erro que eu cometi quando redigi meu comentário exatamente na primeira frase que você transcreveu para analisar e refutar meu argumento. Se insito em contraargumentar é porque vejo, à parte o problema do meu erro, você apresentar uma compreensão da atividade política que em meu entendimento é equivocada e volta a expressá-la no seu segundo comentário.

          Na minha frase o equívoco que cometi foi o uso do verbo haver no lugar do verbo conhecer. Já enviei um comentário junto ao meu exatamente para fazer a correção na frase de tal modo que o que eu queria dizer fique expresso corretamente. Corrigindo aqui também, substituindo o verbo haver pelo verbo conhecer a frase ficaria:

          “A bem da verdade a democracia entendida como a composição de interesses conflitantes não existe quando se conhece o bem comum. Quando se conhece o bem comum os interesses deixam de ser conflitantes. Só há composição de interesses conflitantes porque não se conhece o bem comum”.

          Após transcrever duas frases do meu comentário você diz:

          “Acredito que você tenha feito uma pequena confusão com os conceitos de democracia e de bem comum, inclusive como estes foram expostos em meu comentário”.

          Uma vez que eu cometi um equívoco na minha redação não há como negar que se possa tirar da frase a ilação que você disse. Pelo menos se se considera que tudo que você diz até o fim do seu primeiro parágrafo está exatamente como eu creio que funciona a democracia. Nesse sentido vale reproduzir, sem o grifo seu, tudo que você disse após a frase já transcrita acima no seu primeiro parágrafo. Disse você lá:

          “Ninguém põe em dúvida que a democracia visa justamente atingir o bem comum por meio da construção de consensos, os quais acontecem ou são construídos nos canais ou instrumentos disponibilizados pela Constituição, pela legislação infraconstitucional, com a participação dos órgãos representativos dos mais variados interesses, etc. Ninguém está numa democracia apenas para impor seus interesses sobre os demais atores políticos, sem que as etapas do consenso sejam obrigatoriamente ultrapassadas”.

          Este é o entendimento universal. A democracia tem como pressuposto a busca do bem comum.

          Você inicia o segundo parágrafo concluindo com base no meu equívoco que eu enxergo uma dicotomia entre a existência do bem comum e a Democracia. Não há como desmerecer a sua conclusão, pois ela foi fundada no equívoco que cometi, mas que se destaque que eu não enxergo esta dicotomia.

          Só que na sequência você diz algo que traz duas mensagens. Uma é que você entendeu o que eu quis dizer, apesar de eu ter dito de forma equivocada. E a segunda mensagem é que, entendendo o que eu quis dizer, você começa a evidenciar aquilo que foi o motivo de eu ter enviado o meu primeiro comentário para você, ou seja, uma indevida compreensão do sistema democrático. Diz você:

          “Penso que isso [enxergar uma dicotomia entre a existência do bem comum e a existência da Democracia] não se sustenta, apesar de ter entendido o que você quis dizer, o que seja, que quando se conhece o bem comum é porque a composição de interesses conflitantes não existe. Essa assertiva parece-me falsa. A falsidade reside na compreensão equivocada de que o bem comum somente pode ser visualizado quando não há conflitos. Passa a ser uma questão de entender porque as pessoas estão na arena política, discutindo e tentando fazer valer os seus interesses”.

          Então, pelo que você diz, você compreendeu que eu não falei da existência do bem comum, mas do conhecimento do bem comum, ou como você diz, da sua visualização. Só que você continua com a sua argumentação não aceitando a minha diferenciação entre a Democracia definida como a atividade política ou o processo destinado a realizar a composição de interesses e o conhecimento do bem comum. Em meu comentário eu disse:

          “Quando há o bem comum os interesses deixam de ser conflitantes. Só há composição de interesses conflitantes porque não se conhece o bem comum”.

          A primeira frase foi escrita de modo equivocado, pois eu queria dizer que “Quando se conhece o bem comum os interesses deixam de ser conflitantes”. Só que na sua resposta, ainda que com base em um texto meu com erro de redação, você interpreta o que eu disse do seguinte modo:

          “que quando se conhece o bem comum é porque a composição de interesses conflitantes não existe”

          O que eu disse foi que “Só há composição de interesses conflitantes porque não se conhece o bem comum”. Então quando se conhece o bem comum, não há mais porque falar em composição de interesses conflitantes, pois não há mais conflito. O seu interesse, o interesse meu ou de outro qualquer não pode valer mais do que o bem comum. É o bem comum que prevalece.

          Esta é a essência da democracia. Em cada caso concreto em que se faz a composição de interesses conflitantes tudo se faz em prol do bem comum, mas o bem comum não é conhecido. Quando se conhece o bem comum, o processo deixa de ser uma composição de interesses conflitantes. E se se define a Democracia como um processo de composição de interesses conflitantes, a democracia deixa de existir naquele caso concreto em que o bem comum é conhecido. Assim a democracia real vista como um processo de a composição de interesses conflitantes convive harmoniosamente com o bem comum ideal, mas no momento em que o bem comum torna-se concreto, mensurável, conhecido, cessa o processo de composição de interesses conflitantes. É neste sentido que eu digo que quando é conhecido o bem comum não se tem democracia, esta entendida como a composição de interesses conflitantes. Não entender isso é não entender o processo democrático.

          Aliás, é não entender isso, é que permite dizer a sua frase do comentário enviado quarta-feira, 05/03/2014 às 13:29 e que transcrevo a seguir:

          “Óbvio que quando você tem um governo dominado por pessoas com esse tipo de motivação, as políticas públicas passam a ser uma arma contra os adversários políticos, muito diferentes do que deviam ser, que é basicamente se ocupar do bem comum”.

          Qualquer que seja a motivação das pessoas, se elas realizam a composição de interesses conflitantes dentro da lei, não há como sem conhecer o bem comum dizer que elas não ocupam do bem comum.

          Não compreender isso é, a meu ver, uma das grandes falhas na compreensão do processo democrático.

          E quando você fala em exclusão de grupos minoritários pelas vontades majoritárias há também uma incompreensão do processo democrático. Ao contrário da democracia direta onde os grupos minoritários são esmagados, a democracia representativa é um processo. Um processo que deveria vir acrescentado do termo fisiológico. Sendo um processo fisiológico, os grupos minoritários ao longo do processo vão realizando acordos, acertos, conchavos, barganhas de tal modo a se protegerem e se defenderem da prevalência dos interesses dos grupos majoritários.

          Há casos em que essa defesa (ou mesmo a não defesa) dos grupos minoritários não ocorre assim. Se o bem comum é estabelecido constitucionalmente, protegendo ou desprotegendo determinado grupo minoritário, o interesse do grupo minoritário constitucionalmente protegido (ou desprotegido) não vai fazer parte da barganha que se fará na composição de interesses conflitantes (No caso da desproteção poderá haver a barganha, a menos que a desproteção seja obrigatória).

          Uma norma constitucional como toda a norma é um bem comum. A norma surgiu em um processo de composição de interesses conflitantes, mas uma vez posta, uma vez conhecida, sobre ela não há o processo de composição de interesses conflitantes que é uma forma de definir democracia. É nesse sentido que eu digo que quando o bem comum é conhecido não há democracia definida esta pelo processo de composição de interesses conflitantes. A democracia que não há é a daquele caso concreto, mas a democracia no sentido mais amplo, referindo a tudo como o processos, as instituições, a sociedade continua existindo.

          Como eu disse, o que apareceu meio de esguelha no seu comentário de quarta-feira, 05/03/2014 às 13:29, e que me levou a fazer um comentário para você, e que é a idéia que você pode a priori dizer se o processo democrático estar sendo conduzido contra o bem comum, volta a se repetir nesta parte quase final do seu comentário quinta-feira, 06/03/2014 às 14:21, que eu transcrevo a seguir. Disse você:

          “Falei sobre a distorções que podem surgir nas políticas públicas quando elas não buscam exatamente o bem comum, mas sim se tornam uma arma política contra os adversários. Numa democracia, máxime onde os conflitos político-ideológicos estejam por demais acirrados, o consenso construído em torno de uma determinada política pública pode não surgir em prol do bem comum, mas antes pode significar um cerceamento às pretensões políticas da minoria que perdeu o debate”.

          A questão toda de sua argumentação e que levou-me a o criticar, você volta a repetir no trecho acima. No seu primeiro comentário de quarta-feira, 05/03/2014 às 13:39, você diz:

          “Óbvio que quando você tem um governo dominado por pessoas com esse tipo de motivação, as políticas públicas passam a ser uma arma contra os adversários políticos, muito diferentes do que deviam ser, que é basicamente se ocupar do bem comum”.

          No novo comentário enviado quinta-feira, 06/03/2014 às 14:21, você antepõe “políticas públicas quando elas não buscam exatamente o bem comum” com políticas públicas que “se tornam uma arma política contra os adversários”. Ora, “políticas públicas quando não buscam exatamente o bem comum” não são políticas públicas construídas segundo a lei mediante um processo de composição de interesses conflitantes. Políticas públicas construídas segundo a lei mediante um processo de composição de interesses conflitantes são realizadas em prol do bem comum. Pode, por fraude, ocorrer algo como você alega. Quando algo assim ocorre e alguém sabe da fraude, tem-se o dever de informar o Ministério Público para que se dê o devido encaminhamento. A fraude, entretanto, não pode ser tomada como sinônimo do processo. Enfim, quando se tem algo assim não se tem políticas públicas construídas segundo a lei mediante um processo de composição de interesses conflitantes que visam o bem comum.

          O meu texto ficou repetitivo. O motivo para se andar como em círculo reside no fato de que se trata de aparentemente uma filigrana, mas que remete à essência do entendimento da democracia e que é aparentemente ignorada pela grande maioria. Aqui eu volto a repetir as possibilidades de se entender o que alguém quis dizer quando diz que “as políticas públicas não se ocupam do bem comum”, mas antes “passam a ser uma arma contra os adversários políticos”.

          Supondo que não haja fraude, as possibilidades que não são excludentes são a meu ver as seguintes: “1) Trata-se de frase retórica feita por político e que se aceita como da prática democrática desde que a acusação não configure crime; 2) Trata-se de frase feita quando o bem comum é conhecido; 3) Trata-se de frase feita por pessoa ingênua e 4) Trata-se de frase feita por pessoa com uma aparente incompreensão da atividade política”.

          Eu salientei que as possibilidades não são excludentes porque do modo que você diz fica parecendo que você conhece o bem comum, mas conhecido o bem comum e ainda assim considerando que se tem uma manifestação do processo democrático você apenas demonstra uma incompreensão da atividade política. Isto porque se o bem comum é conhecido não há como se ter um resultado diferente do bem comum, a menos que haja a fraude.

          E não sendo o bem comum conhecido e operando a democracia segundo a lei mediante um processo de composição de interesses conflitantes, só os que não tem uma compreensão do processo democrático podem considerar que o resultado da composição de interesses conflitantes realizada fidedignamente dentro da lei não representa o bem comum. Pode até ocorrer que em um futuro distante possa olhar no passado e dizer que o bem comum era contrário do resultado alcançado. Mas para a aceitação do processo democrático o excencial é a certeza de que o bem comum foi alcançado.

          Você ainda teria um argumento que seria dizer que uma democracia assim não funcionaria em lugar nenhum do mundo. Bem, ai eu não entro no mérito, em especial se você está colocando juízo de valor na expressão funcionaria, querendo dizer com eficácia, com justiça, etc. O que eu alego é que a democracia que você defende, a democracia que se tem nos Estados Unidos, a democracia que se tem na França, a democracia que se tem no Brasil, qualquer que seja ela, é suposta como funcionando bem nos termos que eu descrevi.

          Eu disse a democracia que você defende porque eu não vejo outro modo de se ter democracia e supus que você fosse a favor da democracia. É claro que você pode ser contra a democracia. Ou melhor, você é a favor da democracia não como ela é, mas como você gostaria que ela fosse. Nesse caso você não é democrático, pois não há a democracia como você gostaria que ela fosse e nem compreende a democracia que existe funciona.

          Clever Mendes de Oliveira

          BH, 06/03/2014

      2. No texto acima, errei em usar “há” no lugar de “conhecer”

         

        Alessandre de Argolo (quarta-feira, 05/03/2014 às 13:29 e tendo em vista o comentário de  quinta-feira, 06/03/2014 às 14:21),

        Faço este comentário e o coloco antes do seu comentário de quinta-feira, 06/03/2014 às 14:21, para que eu possa corrigir meu comentário e assim ficar mais preciso o que eu disse para você. Coloco o meu comentário antes do seu comentário de tal modo que, com a correção os dois comentários meus se tornem um só. E depois faço um comentário específico em resposta ao seu comentário de quinta-feira, 06/03/2014 às 14:21.

        Bem, eu cometi um equívoco na frase que eu disse acima e que transcrevo a seguir. Disse eu o que se segue, destacando o verbo haver:

        “A bem da verdade a democracia entendida como a composição de interesses conflitantes não existe quando há o bem comum. Quando há o bem comum os interesses deixam de ser conflitantes. Só há composição de interesses conflitantes porque não se conhece o bem comum”.

        A frase está evidentemente com erro de redação. Corrigindo-a, usando o verbo conhecer e para o qual eu dou destaque, a frase ficaria assim:

        “A bem da verdade a democracia entendida como a composição de interesses conflitantes não existe quando se conhece o bem comum. Quando se conhece o bem comum os interesses deixam de ser conflitantes. Só há composição de interesses conflitantes porque não se conhece o bem comum”.

        Utilizei o verbo haver no sentido de existir quando o que eu queria realmente dizer era conhecer. Ou, conforme você menciona no seu comentário de quinta-feira, 06/03/2014 às 14:21, eu poderia ter dito visualizar. De todo modo, no final do parágrafo eu utilizei o verbo conhecer. Reconheço, entretanto, que devido ao equívoco que eu cometi não havia como você ter o entendimento correto do que eu queria dizer. E não coloquei este comentário previamente ao seu com a intenção de fragilizar o seu argumento. O equívoco que cometi tornou quase impossível entender o que eu quis dizer realmente. Agora independentemente do equívoco que cometi, penso que o seu entendimento da democracia é equivocado. 

        O equívoco que cometi jogou por terra toda a minha argumentação. Corrigido o meu equívoco, tudo o que eu disse se mantém. A minha intenção foi apontar um equívoco no entendimento da democracia que me parece acometer toda a juventude mais imberbe e que me pareceu que você também cometera. Aliás, na sua resposta ao meu comentário, você reproduziu de modo ainda mais forte o que eu considero uma compreensão equivocada da democracia. Deixo para falar sobre o seu comentário em comentário que espero enviar para você, mas colocando o meu comentário após o seu.

        Clever Mendes de Oliveira

        BH, 06/03/2014

  101. Bom retrospecto, boas

    Bom retrospecto, boas análises, tudo oká.

    Mas, sem deixar de prescindí-las, estou falando sério quando digo que

     a história pode se reproduzir como farsa e como tragédia mas,

    desta vez vamos fazer força para que se reproduza como comédia.

    Estou me referindo a essa tal Sherazade e cia, Joaquim e cia, Gilmar e cia, entre outras cias.

    O humor tem um poder, ao mesmo tempo corrosivo e agregador, como já o comprovou nossa história recente e a não tão recente assim.

    1. Bom retrospecto, boas

      Bom retrospecto, boas análises, tudo oká.

      Mas, sem deixar de prescindí-las, estou falando sério quando digo que

      a história pode se reproduzir como farsa e como tragédia. Porém, mas, porem,

      desta vez vamos fazer força para que se reproduza como comédia.

      Estou me referindo a essa tal Sherazade e cia, Joaquim e cia, Gilmar e cia, entre outras cias.

      O humor tem um poder, ao mesmo tempo corrosivo e agregador, como já o comprovou nossa história recente e a não tão recente assim.

  102. Normal, em ano de eleiçaõ se

    Normal, em ano de eleiçaõ se pensar na possibilidade de golpe, ou

    seja : Dilma já esta eleita.O ideal é que a economia estivesse em

    frangalhos e o país desprotegido mas isso não esta ocorrendo e

    é notório que os militares de hoje não são mais lacaios dos EUA

    como  é a mídia venal e os  ” coxinhas em êxtase( insistindo que

    muitos desses são retornados da europa falída) e furia. Já ouvi

    várias discussões no mêtro e locais comuns sobre a feitura

    da copa, geralmente muitos dos que são contra (pasmem) 

    fazem uso do Prouni  ou qualquer outro projeto via governo federal,

    uma luz na cabeça um diploma na parede e discursinho”jaboriano”.

    Se o Brasil perder a copa e Dilma mesmo assim for eleita teremos

    um outro país, golpe..esse mesmo só será tentado caso o PSDB

    perca a governo de S.Paulo, aí mídia,renegados,esquerdoides,BBs

    e ressentidos firmarão trincheiras,esquecendoq que aqui naõ é a

    Venezuela. Teremos copa e será um show, ganhe quem ganhar.

     

  103. Sabia que existem duas

    Sabia que existem duas paginas de “golpes no Brasil” no facebook?!Uma de golpe comunista e outra de golpe militar tipo extrema-direita. Ambas atacam o atual governo!

    1. Será que são feitas pelas

      Será que são feitas pelas mesmas pessoas?

      Será que tem financiamento na mesma fonte?

      Será que isso não é algum tipo de crime, nem eleitoral?

  104. As semelhanças de 1964 e 2014 estão ganhas.

    “1.     A democracia é um processo permanente de inclusões sucessivas.” 

    A democracia significa uma inter-relação de inclusões sucessivas, pertencente aos meios de produção capitalista, pelo curso seguido de parte do desenvolvimento privado com o Estado; enquanto as exigências materiais do trabalho evolui antagônica a formação definida da sociedade. 

  105. Tem muito mais desavisado do

    Tem muito mais desavisado do que se parece. “Homer Simpson” está em alta.! Ai mora todo o perigo…

    Nassif espero que vc consiga nesta sua turne demonstrar o que está em andamento, pois a sociedade está totalmente cega para realidade, não estão percebendo que estão sendo usadas como massa de manobra.

    Este ano irá acontecer muita coisa ainda.. Vai ficar muito pior! Vão tentar acabar com o Mais Medicos declarando inconstitucional. Fora tudo que já vem rolando no congresso sem a opinião publica ficar sabendo. Um enorme teatro vem sendo armado!

  106. Semelhanças entre 1964 e 2014

    Estou de pleno acordo! Está um cheiro muito forte de 1964 no ar…Só está faltando o padre Payton!!

    Abraços,

    Fábio

  107. Não existem shangrilás…

    O golpe, segundo minha compreensão deste texto, já é uma realidade. Os pontos de convergência entre 64 e 2014, são justamente a impossibilidade eleitoral da oposição que descarrega o seu ódio no golpismo.
    Nassif alerta: a copa é o mote, as despesas com ela serão o mote do que eu diria da “implantação da indignação”.
    O resultado?
    Digo eu, dependerá do que fizermos hoje no sentido de contenção.
    A esquerda , mais “à esquerda” ajudou o golpe em 64. Tal qual hoje.
    Está a fomentar a ira sem objeto, a canalizar insatisfações  presentes até no Shangrilá, contra o governo. Costuma a esquerda direitista, a dita radical, em suas infindáveis críticas, confundir o factível com o utópico, e aí , não tem governo que supere uma utopia oporunisticamente comparada com a realidade.

  108. Tudo certo é um texto

    Tudo certo é um texto magistral por sua clareza e didatismo. Mas o jornalista perdoe-me, porque há, hoje, grandes diferenças entre as duas conjunturas, e as realidades do Brasil e do país chave para dar suporte a uma empreitada de golpe de estado, os EUA. A principal delas é a questão da viabilidade econômica do golpe, se é que assim se possa dizer, porque o Brasil hoje está entre as sete maiores economias do mundo, participa inclusive da governança do capitalismo no G-20, é peça importante do sistema. Para se ter uma ideia, em 1963 o produto americano era cerca de sessenta vezes maior do que o brasileiro, atualmente não chega a oito vezes. Nesse período de cinquenta anos, a produção dos EUA cresceu pouco mais de vinte e cinco vezes e a do Brasil foi multiplicada por cem. Mostra a mudança do peso relativo do Brasil na economia mundial. Uma mudança drástica e repentina no Brasil pode não ser viável também politicamente por afetar todo o sistema capitalista que se encontra em dificuldades para se recuperar dos problemas que eclodiram em 2008. Outra questão é a economia do país em si mesma. O Brasil, apesar de dificuldades, está economicamente equilibrado, o povo empregado, o empresariado ganhando como nunca (sessenta e cinco bilionários brasileiros constam na triste e ridícula  lista da Forbes). Os EUA e os países ricos da Europa que poderiam secundá-los na empreitada de dar suporte a um golpe no Brasil também estão em sérias dificuldades. Na época do Jango, aconteciam greves diárias, o desemprego se alastrava e a economia se desorganizava. O poder dos EUA econômico, militar e político era incontrastável. E a Europa já se recuperara dos problemas da Segunda Guerra e também estava bem. A Guerra Fria estava a pleno vapor. Entre outros problemas econômicos, havia uma séria crise cambial. Nesse contexto, havia o chamamento da luta contra o Comunismo, cunho ideológico hoje disperso sem consistência para empolgar grandes massas. E mais: assim como ocorreu no caso da Venezuela em 2002, e estão aogra tentando repetir, há grande possibilidade da resistência e apoio politico de países, como ocorreu no caso venezuelano,  possam se constituir numa grande barreira, tornando ainda mais custosa a empreitada.

    1. Comentário brilhante

      Obrigado pelo comentário brilhante. Acredito que o ilustre e admirado jornalista esteja escrevendo eivado de muita parcialidade, por isso os excessos na comparação.

  109. Golpe

    Assistam o filme “O DIA QUE DUROU 21 ANOS” e verão claramente o comportamento da mída na época e agora… muitos querem um golpe sim, mesmo que seja um golpe de tapetão….

  110. Então ficamos assim.
    Tudo

    Então ficamos assim.

    Tudo indica que haverá um golpe no Brasil para proteger as instituições e o regime democrático da vocação controladora e totalitária da esquerda, no caso o PT.

    Mas o governo do PT tem que se manter no poder para proteger as instituições e o regime democrático da direita reacionária. 

     

     

  111. Esta elaboração evolui para o

    Esta elaboração evolui para o golpe de governo (tipo 1964), cujo agente provisório foi a democracia, que não tem nada possível a declarar com as coisas existentes em lugar nenhum; mas se mostra com a pena do capital: o finalismo é o explicativo da existência.

    A Argentina está mais para esse tipo de renovação de prospectiva da filosofia.

    O que se demonstra uma atitude de confronto com o capitalismo – para o golpe – são os caracteres das novas conexões com o poder monetário (aspectos típicos e marcantes da contribuição do BNDES, BB, CEF nos governos Lula e Dilma), engrenados com a apropriação da mais-valia do trabalho, acumulada no sistema.

    Neste caso, com a atitude passiva do eleitor, a tarefa da mídia é confundir os problemas das diferenças subsistentes – aquilo que não se sabe sobre as relações técnicas de certa ciência – que aparecem corporizadas em obras (no caso puramente “dentro” do Brasil), como algo “ao lado” das circunstâncias negativas da economia; afinal o trabalhador faz uso do dinheiro, mas não precisa de o entender.  

  112. 50 anos do golpe militar de 1964

    Para jamais esquecer! (Porque nossa memória, às vezes, é curta). Interessante análise de Nelson Werneck Sodré, em seu livro  “Literatura e História no Brasil Contemporâneo” (Rio de Janeiro: Graphia, 1999. p. 55-56,) sobre a furiosa perseguição do governo ditador militar brasileiro à cultura. 

    […]

    A prolongada crise brasileira que vem marcando a revolução burguesa em suas sucessivas etapas encontra, com o golpe de 1964 e particularmente com a sequência de seus atentados, fase culminante de seu processo. A cultura foi especialmente visada pelo regime então instalado. Alguns episódios desse horror à cultura e a todas as suas manifestações definiram o conteúdo das forças que empolgaram o poder então: o incêndio da sede da União Nacional de Estudantes (UNE) e, nela, do Centro Popular de Cultura (CPC); a destruição do Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB), com prisão, exílio, tortura e destituição de seus professores; a destruição da Universidade de Brasília e afastamento de seus mestres; a apreensão sistemática de livros e sua proibição de circular; a derrocada das Universidades, algumas invadidas e depredadas, como aconteceu em São Paulo; a perseguição a professores e alunos, por toda a parte, seriam suficientes para ilustrar a onda de insânia que passou a dominar, na fúria de arrasar as melhores manifestações da cultura brasileira. Mais longe foi essa fúria, no entanto, desdobrando-se em centenas ou milhares de inquéritos – os famigerados IPMs – e de processos, envolvendo intelectuais – escritores, jornalistas, teatrólogos, cineastas, atores etc. – que tiveram invadidas as suas casas, depredadas e saqueadas as suas bibliotecas, destruídos os seus documentos.

    Tudo isso operado “em defesa de Deus, da Pátria e da Família”, de que seriam inimigos – e, como tais, passíveis de todos os castigos – os intelectuais brasileiros. Boa parte deles passou pelos cárceres, optou pelo exílio, muitos sofreram vexames de toda natureza, inclusive a tortura física e moral mais inominável. Um furacão de violência varreu a cultura brasileira, no deliberado propósito de liquidá-la como sacrílega manifestação do esforço do homem em busca da liberdade. O regime que se aperfeiçoou em 1968 foi o mais retrógrado e violento que o Brasil conheceu depois daquele em que reinou D. Maria I, a Louca, aquela que mandou esquartejar Tiradentes. A cultura brasileira, através de enormes dificuldades, mal vem conseguindo libertar-se das destruições operadas com o regime imposto pela violência armada. Suas perspectivas estão conjugadas às perspectivas políticas, no processo, ainda lento, de libertação. Só na medida em que essa libertação se efetivar, e será todo um processo, surgirão condições para a retomada de uma cultura nacional e popular, de que tanto necessita o sofrido povo brasileiro. 

    1. O mercado gera o papel do opressor

      Ceiça,

      Na medida que milhões de famílias vivem em condições econômicas tais que o mercado financeiro separa o Estado de dirigente do modo de vida, interesses e da cultura; e na medida que essa identidade não gera uma mera inter-relação entre proprietários e a organização política capaz de formar os interesses de classe em nome da comunidade dentro do mesmo período de tempo, também não há um conceito de classe nacional.

      O que acontece historicamente é que a luta de classes sempre erra o alvo ao por a culpa de não haver a liberdade ao se posicionar o regime autoritário. Por sua vez, os regimes de exceção erram o alvo ao perseguir os interesses sociais e a cultura. Os dois critérios eram, antes de tudo, a medida nacional  

      Os periodos históricos do desenvolvimento da produção sem a supremacia nacional é que levam à luta de classes e à ditadura da sociedade.

  113. Mais um devaneio do Seu

    Mais um devaneio do Seu Nassif. Para haver um golpe tem que haver quem o financie, só a mídia não faz golpe nenhum. Em 64 havia inúmeras razões para que o capital financia-se um golpe, porque o que Jango propunha era realmente reformar a economia brasileira. Só para citar dois motivos para se financiar um golpe contra Jânio: A lei que regulamentava a remessa de lucros ao exterior, de 3 de setembro de 62 e a criação do CADE, 7 dias depois, sendo a primeira vez nesse país que se colocava uma lei anti-monopólio. Se alguém conseguir citar uma medida, uma só do PT que tenha chegado perto disso e seja capaz de estimular os financiadores de golpes, que as arrole.

  114. O texto é de um esforço

    O texto é de um esforço memorável, mas contém falhas clamorosas e omissões importantes, tudo na tentativa de construir uma analogia que traga semelhanças que induzam a um raciocínio pré-estabelecido.

    Como já fez outras vezes, o autor toca apenas de leve na essência dos movimentos golpistas: a direita e seus sócios não aceitam outra forma de Democracia que se oponha aos seus interesses.

    Em outras palavras: Capitalismo e Democracia não ocupam o mesmo espaço, ainda mais na periferia, que tem que cumprir a eterna missão de sustentar o conforto do centro do mundo.

    Entender isto é crucial, porque vai nos poupar tempo em tentar justificar os golpes pelos erros da esquerda, como o autor faz quando compara Jango e Lula/Dilma, inferindo que o primeiro não soube “controlar” seus radicais, enquanto Lula e Dilma o fizeram.

    Ora, primeiro é bom ter um pouco mais de rigor para entender os contextos díspares onde estes “radicais” se inserem, e redefinir a própria noção de radical de cada tempo e seu modus operandi dentro de cada contexto.

    Partindo daí, é bom definir também que o projeto político de Jango estava alicerçado na herança autocrática getulista, de base sindical controlada, com partido popular, o PTB, nascido da “costela” do espectro conservador partidário controlado por Vargas, logo não é difícil imaginar que as dissidências radicais fossem mais “incontroláveis” para Jango, paradoxalmente, do que para Lula e Dilma, haja vista que estas dissidências atualmente já foram expurgadas do projeto de poder lulodilmista, como o PSOL e outras porcarias do gênero.

    Vargas construiu seu legado na ambiguidade e tensão permanente, ora de aproveitando, ora se lascando com esta postura pendular.

    Lula construiu um partido de massas e de quadros, com enorma capilaridade social e ambiente arejado e dinâmico, o que até lhe deu muita dor de cabeça.

    Assim, ser radical no campo getulista/janguista é uma coisa totalmente diferente de se portar de forma mais radical dentro do projeto atual.

    Com estas premissas, podemos avançar.

    O golpe como saída política é um argumento permanente da direita, dos grupos de mídia, e dos setores médios. No entanto, ao contrário do que prega o texto, estas classes e as subclasses que as integram não podem ser vistas como um bloco coeso, pois muito embora o viés autoritário seja permanentemente transversal a elas, cada uma se apropria e expressa de jeito peculiar.

    Hoje temos até setores que se reivindicam a esquerda posando com cacoetes golpistas. Vejam os coxinhas mascarados e seus defensores, que estrilam a qualquer tentativa de manter as manifestações dentro de limites institucionais.

    Ou seja, há golpistas com verniz de esquerda, possuidores de fontes de informação bem mais amplas que a mídia tradicional.

    Vejam este trecho do texto:

    “(…)Processos de inclusão diminuem as diferenças de renda, ampliam a classe média e, quando o país se civiliza, garantem a estabilidade política – porque a maioria se torna classe média.

    Mas em países culturalmente atrasados – como o Brasil – qualquer gesto em direção à inclusão sofre enormes resistências dos setores tradicionais. (…)”

    Bem, o fato da haver estabilidade econômica não garante estabilidade política alguma, senão por alguns momentos, pois o caráter das classes, e da luta de classes não morrem com a amenização dos conflitos transitórios da economia.

    A existência de uma enorme classe média nos EEUU e na Europa não reduziu o teor ultra-conservador, que por sua vez é movido pelos interesses mercadistas neoliberais, que engessou até as tentativas de recuperação econômica que fugissem do receituário ortodoxo, afundando cada vez mais aquelas sociedades na crise recente.

    Por outro lado, mesmo durante a “fortuna”, estes povos mantiveram intactos sua xenofobia, homofobia, violência contra mulheres e crianças, e políticas de encarceramento de segmentos sociais específicos (pretos, imigrantes ilegais e pobres).

    Então, o que serão “países culturalmente atrasados”? Há como hierarquizar culturas para alçá-las a condição de causalidade de algum fenômeno social ou político?

    O ódio de classes se manifesta de forma bem parecida (e este blog citou algo esta semana, fazendo analogia do Tea Party e os conservadores brasileiros e alguns de seus vigilantes judiciais), seja aqui, seja nos países ricos.

    Como explicar que os “culturalmente” avançados alemães tenham triturado e incinerado judeus ouvindo Wagner?

    Ou os ultra-culturalizados italianos, berço da nossa latinidade, das leis, etc, tratem os pretos africanos como nossos portugueses faziam em 1500 ou 1600?

    O uso do conceito “culturalmente avançado” é portador de um tipo de preconceito que temos certeza não habitar o universo do autor. Mas é assim que, infelizmente, parece.

    Um preconceito classe média, ironicamente.

    Todo o esforço do autor pode ser resumido assim, com tintas mais fortes, é claro:

    As classes dominantes, que instrumentalizam os regimes, democráticos ou não, utilizam-se dos atritos de classe, principalmente dos estratos médios, para capturar a agenda política disponível, e através da mídia (sua sócia), disseminam o ódio como combustível para o sequestro da vontade popular.

    Mas esta tafera deriva da necessidade capitalista de evitar que as classes populares possam ultrapassar a etapa do governo do Estado para a de controle do Estado.

    Enfim, o golpe é o “prêmio” disponível para esquerda pelo fato dela governar melhor a desigualdade capitalista.

    Jango não caiu por suas “falhas”, ou maus tratos “à economia”.

    Assim como o golpe nos ronda (e nos rondará sempre) não pelos nossos defeitos, mas por nossas virtudes.

    De todo modo, com todas as ressalvas, devemos aplaudir a tentativa do autor de ultrapassar os limites da análise econômica.

  115. Para a sorte de nós

    Para a sorte de nós brasileiros é que, além de ter a economida sobre controle, temos a internet e as redes socias onde as mentiras da grande mídia têm sempre as pernas curtas. E vale ressaltar também o feito do Lula da diversificação das exportações e da aproximação quase que umbilical com a China. Se ainda fossemos reféns do FMI, a classe média consevadora assobiaria e os EUA vriam ajudar, como fizeram com o Paraguai. Hoje eles não mandam mais aqui. Muito acham Lula e Dilma covardes.Eu os acho racionais e ponderados. Vociferar como Hugo Chavez e Maduro, teria gerado aqui o que está acontecendo na Venezuela. O populismo de Lula é tecnicamente competente, o do Bolivarianismo Venzuelano não.

  116. A manipulação da realidade

    Quanta lucidez Sr. Naciff !

    A oposição e a grande imprensa estimularam o ódio propagando mentiras e exagerando nas tintas.

    Conseguiram convencer parte da sociedade que todos os males do Brasil o PT é o único responsável.

    Continuam com os mesmos bordões para desqualificar o que eles não compreendem.

    Lamentável!

     

     

     

  117. Até pouco tempo o YAHOO

    Até pouco tempo o YAHOO estava completamente dominado por POST  contra o PT.

    Agora apareceu um colunista de ESQUERDA. O Jornalismo WANDO, faz textos ironizando a direita conservadora. Muito bons, os textos.

    Será que estavam perdendo acessos e resolveram balancear o portal oferecendo espaço para a Esquerda ?

    http://br.noticias.yahoo.com/blogs/jornalismo-wando/o-gigante-acordou-e-vai-marchar-com-fam%C3%ADlia-105508168.html

     

     

     

  118. ATENÇÃO NASSIF

    Fui tentar postar um comentário nessa página e o Firefox a identificou como foco de ataques. Ou seja, apareceu uma mensagem dizendo que esta página está hospendando arquivos maliciosos (malwares) que podem atacar os computadores dos internautas que acessam o endereço, roubando senhas, informações pessoais etc.

    Sugiro analisar a veracidade da informação. Foi preciso eu confirmar que a página não era de ataque para conseguir postar o comentário.

    1. Comigo também aconteceu.
      A

      Comigo também aconteceu.

      A mensagem de erro aparece se eu acessar com o GOOGLE CHROME.

       

      O website a seguir contém malware!
      O Google Chrome bloqueou o acesso a jornalggn.com.br agora.
      Mesmo que você já tenha visitado esse site com segurança no passado, é muito provável que visitá-lo agora poderá infectar seu computador com malware.
      Malware é um software malicioso que provoca coisas como roubo de identidade, perda financeira e exclusão permanente de arquivos. Saiba mais

       

       

       

    2. Alessandre, tive a mesma

      Alessandre, tive a mesma mensagem, diz que contém malware! Acho que alguém descontete com a reportagem sabotou!!! O responsável bem que podia verificar!!!

  119. o site está bloqueado por malware

    o site está bloqueado, o google acusa virus no site mas eu ja havia entrado aqui diversas vezes e nao tinha isto.

    o acesso ao site está dificil e com bloqueios, atenção!!! por favor verifiquem o porque. Grato.

  120. Tem um clima radicalizado no

    Tem um clima radicalizado no ar sim, de cima a baixo. O povo está assustado e desorientado com  o avanço da violência. Um regime de ditadura não parece factível porque muitas instituições estão funcionando e se aperfeiçoando. Mas têm outras, que nunca funcionaram, por exemplo, as polícias (que alimentam e estimulam a criminalidade) e as representações políticas. Na verdade os votantes em geral, hoje, não tem representação importante junto ao Estado. O regime democrático prevê representação dos diversos segmentos sociais, mas a grande maioria da população não se sente representado, nem por partidos (federações de caciques), sindicatos (na maioria oportunistas), associações (também oportunistas e cooptadas) conselhos (aparelhados por interesses individuais e não coletivos). Os partidos que têm lastro e raízes sociais, como o PT, vem sendo bombardeados como bando de quadrilheiros. E se o povo tem representação fraca, manda no Estado o dinheiro. Ou seja, interesses particulares se sobrepõem aos interesses coletivos. Fica o vazio político e a frustração generalizada, muito perigosa. 

  121. Um golpe que leva mais de 10 anos para ser parido. Não o levo a sério.

    1964 foi adiado por 10 anos, em face do sudicídio de Getúlio Vargas, dizem.

    O governo atual dura 11 anos. Sem suicídio. E nada do golpe sair. Seria o “golpe”, a “tese golpista”, mera bravata de situação?

    PS: Dá para sair “uma vírgula”, neste site, sobre o resultado da greve dos garis, ali no RJ?

  122. Engraçado o modo dos petistas

    Engraçado o modo dos petistas de desprezar a opinião dos oposicionistas. São todos afetados pela mídia. 

    O mesmo podemos falar dos petistas, cegos guiados por um caolho. A população está cansada de tanta corrupção, enriquecimento ilícitos, etc Seja de que partido for, PSDB, PMDB e pt.

  123. milicos

    O artigo parece apontar uma teoria interessante. Mas esquece um fator essencial de 1964 que não se repete hoje: Apolitização das forças armadas, que em 64  estavam muito engajadas com manifestos abertos de intervenção. Sem isso podemos ter um caso até pior com uma futura escalada de açôies terroristas que visem a desestabilização violenta do regime.

  124. Chega a ser cômica a
    Chega a ser cômica a tentativa de ficar no assunto com forçada imparcialidade.
    Se o PT não pode ser culpado pela males do Brasil, pode ser culpado de trair aos princípios que defendia.
    Agora dizer que não houve prejuízo a economia já é piada. Você está tentando convencer os eleitores de que a economia não está andando para trás ou está tentando convencer a si mesmo?
    Seu discurso é pobre! Digno dos que se contentam com o menos pior. Parece propagar a idéia do “na falta de opção, vamos continuar com o que temos, mesmo não sendo bom”. Apela para isso na busca de defender o PT, já que os argumentos favoráveis ao escassos?
    Se mudarmos podemos errar novamente. O fato é que com o PT, já sabemos o quanto erramos. E não, não queremos continuar por acomodação.

    1. PT

      A mídia, também na pessoa do Sr. Luis Nassif, continua trabalhando, envidando esforços para esse fim.  Lamentável.

      Onde vamos parar com este intelectualismo torto de esquerda?

  125. tristeza
    É triste, muito triste constatar que um grupo que se diz intelectual e pensante, tenha mais apego a uma legenda do que a valores. Isso por si só já é lamentável.

  126. as semelhanças de 1964 e 2014

    A situação esta realmente similar, mas de uma maneira oposta:

    1- O governo do PT propositalmente diminui o investimentos na saúde para aplicar o MAIS MÉDICOS, com isto traz a falsa ilusão de agregar os brasileiros de menor poder aquisitivo como simpatizantes ao governo para explorar em seu favor o falso assistencialismo , como arma de argumentação socialista, e se encaixam nisto o Bolsa Família e todos os outros programas socias, que são as reformas sociais para um Brasil com mais justiça social.

    2- O governo evita fazer as reformas do código penal, para manter um cenário de insegurança e dependência ao discurso pró PT e manter a credibilidade nas promessas das reformas essenciais e vitais para um País melhor, proporcionando assim um cenário de insegurança na população, para no tempo certo por eles desejados, tomar atitudes e fazer crescer a admiração no seu governo.pOR ESTE MOTIVO A PRESIDENTE É CONTRA A DIMINUIÇÃO DA IDADE PENAL.

    3- A intenção clara da divisão da população brasileira conforme as classes sociais: ricos x pobres.DISCURSOS DE LULA E OUTROS PETISTA NA CAMPANHA DE 2014.

    4- A intenção real de unir a America Latína em um continente de Esquerda contra o Imperialismo Americano.FORO DE SÃO PAULO.

    5- Ganhou, por algum motivo, a simpatia de metade da mídia Brasileira, tanto na internet, como na mídia privada.

    6- Esta mantendo de alguma maneira a satisfação da maioria das forças armadas, com o reaparelhamento.COMPRAS DE AERONAVES, NOVOS FUZIS E OUTROS.

    7- O controle de manter a seu gosto, o aumento da inflação e a econômia.

    8- Mantém um domínio mais contundente nas instituições estratégicas do País, STF,STE, PF, e articulações com o setor privado , por trás das cortinas com os principais banco e empresas brasileiras, especialmente as da construção cívil com as facilitações e acordos para o ganho de obras públicas, como já é de conhecimento no caso PETROLÃO.

    9- Usa do falso discurso pró democracia para disfarçar toda movimentação de interação com os dois principais governos de esquerda na America Latína: CUBA E VENEZUELA.

    10- Falsa impressão de combate a corrupção. PT FAZ ACORDOS COM OUTROS PARTIDOS PARA NÃO CHAMAR POLÍTICOS A DÊPOR NA CPI DA PETROBRAS.

    Mas estão esquecendo de pontos importantes. 

    1- Dilma e PT estão perdendo o respeito e o apoio político. Quando isto acontece é um grave perigo, pois perde-se a governabilidade.

    2- As Forças Armadas sempre se preocupam em não se antecipar quanto á opinião pública. Como aconteceu em 64 e esta acotecendo agora.

    3- O mundo hoje é globalizado, a economia mundial é globalizada, os Países dependem um do outro em suas econômias internas e externas, não existe mais um cenário de 50 anos atrás que mesmo sendo importante os investidores externos, ainda havia possibilidades de um cenário de consumo mais nacionalista intermo.

    4- Os Países da America Latína estão com suas econômias frágeis para serem apenas entre si dependentes.

     

    AGORA O PIOR:

    – 64: AUMENTO DA INFLAÇÃO; CRESCIMENTO BAIXO DA ECONOMIA; POPULAÇÃO INSATISFEITA; REJEIÇÃO Á ESQUERDA; PAÍS DIVIDO.

    -2014 : AUMENTO DA INFLAÇÃO; CRESCIMENTO ECONÔMICO ABAIXO DA META; POPULAÇÃO INSATISFEITA; REJEIÇÃO Á ESQUERDA; PAÍS DIVIDIDO.

    TIRE SUAS CONCLUSÕES.

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